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O papel do transplante de célula-tronco hematopoiética em pacientes idosos com leucemia mielóide aguda

Pacientes idosos com leucemia mielóide aguda (LMA), quando comparados com pacientes jovens com a mesma doença, apresentam prognóstico pobre e representam uma população particular em termos biológicos, complicações relacionadas ao tratamento e evolução clínica. Como resultado de tudo isto, o paciente idoso requer manuseio distinto. Para 85%-95% dos pacientes idosos a abordagem terapêutica será finalmente apenas paliativa. Nenhum estudo randomizado demonstrou qualquer vantagem de qualquer terapêutica na fase pós-remissão. Os únicos estudos que mostraram alguma vantagem em termos de sobrevida livre de doença em pacientes idosos portadores de LMA incluíram juntas as fases de indução e consolidação da remissão. Por estas razões, estratégias terapêuticas alternativas pós-remissão, incluindo transplante autólogo ou alogênico, têm sido exploradoras também em pacientes acima de 60 anos com boa performance status para as terapias de alta dose. Até agora, os dados disponíveis dos estudos clínicos sugerem que o procedimento usando célula-tronco é promissor e pode levar a sobrevida de longo prazo, porém factível apenas em uma minoria de pacientes idosos. Os principais limites para o transplante autólogo são representados pela baixa porcentagem de pacientes capazes de mobilizar suficiente quantidade de células-tronco e pela, ainda, alta incidência de recidiva após o transplante, principalmente em pacientes de fatores de mau prognóstico. Para o transplante alogênico, o uso de regimes de intensidade reduzida pode oferecer uma melhor oportunidade de cura graças ao efeito enxerto versus leucemia. Porém, não existem estudos clínicos comprovando a superioridade de qualquer modalidade de transplante em relação à terapia convencional.

Transplante autólogo ou alogênico de célula-tronco; leucemia mielóide aguda; pacientes idosos


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