RESUMO:
Neste artigo, o espaço público não é considerado neutro, mas uma arena onde significados são contestados e, também, negociados. Como tal, defendemos que Paisagens Linguísticas (PL) podem ser usadas como uma ferramenta educacional para a aprendizagem de línguas e para a interpretação de questões políticas e sociais ( SHOHAMY; GORTER, 2009, p. 9SHOHAMY, E.; GORTER, D. (eds.) Linguistic Landscape: Expanding the Scenery. New York, NY: Routledge, 2009. 392 p.). Portanto, com base em estudos de linguagem, letramentos visuais, estética, política e inclusão social, clamamos por uma redefinição do processo de translinguagem e buscamos uma compreensão desse processo para além do bilinguismo e do multilinguismo. Defendemos a necessidade de expandir nosso entendimento sobre translinguagem e situá-la também no âmbito de linguagens nomeadas e “delimitadas”. Para abordar a translinguagem e a linguagem inclusiva de gênero, cada seção começa com a problematização de uma ou mais Paisagens Linguísticas de dois contextos: a Universidade de São Paulo ou a cidade de São Paulo e discutimos os conceitos de Différance e de trans-subalterne, a representação epistêmica e violenta de Outre, e como os conceitos da Polícia e da Política ( RANCIÈRE, 2004RANCIÈRE, J. The Politics of Aesthetics: The Distribution of the Sensible. London, UK: Continuum, 2004. 112 p. ; 2010RANCIÈRE, J. Dissensus: On Politics and Aesthetics. Edition and translation by Steven Corcoran. London, UK: Continuum, 2010. 230 p.) influenciam de forma decisiva a estética e a significação das translinguagens e de corpos trans.
PALAVRAS-CHAVE:
paisagens linguísticas; linguagem inclusiva de gênero; corpos trans subalternos; translinguagem; ensino de línguas