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Corpora orais e pragmática

O objetivo deste artigo é apresentar argumentos favoráveis a dois pontos relacionados ao estudo de corpora orais e pragmática: a) no nível da anotação, os corpora devem garantir o processamento do fluxo discursivo em enunciados, baseando-se em chaves prosódicas, e oferecer fácil acesso aos arquivos de som; b) no nível da amostragem, os corpora devem garantir a representatividade máxima de variação contextual, ao invés de variação de falantes. Apresentaremos os motivos que sustentam a escolha das fronteiras prosódicas como o referencial básico para a anotação prosódica da fala, como uma forma relevante de se obterem dados importantes do fluxo discursivo. Partindo do nosso conhecimento atual sobre a distribuição tipológica de atos de fala em corpora orais, apresentaremos as razões pelas quais a construção de corpora de acordo com a estratégia da variação contextual deve expandir o nosso conhecimento sobre pragmática. Adicionalmente, defenderemos que a prosódia é a interface necessária entre atos locutórios e ilocutórios e mostraremos que uma análise prosódica mais profunda é necessária para que se obtenham atos de fala desconhecidos a partir do uso da língua. Por fim, esboçaremos rapidamente os principais pressupostos da Teoria da Língua em Ato (CRESTI, 2000), a qual se debruça sobre a ligação entre a prosódia e a pragmática e auxilia na explicitação dos principais aspectos do conhecimento pragmático.

corpora orais; pragmática; anotação; amostragem; tipologia dos atos de fala; prosódia; Teoria da Língua em Ato


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