Este trabalho tem por objetivo geral investigar se uma professora universitária e seus alunos partilham crenças a respeito da correção de composições escritas. Como objetivo específico, buscamos caracterizar as relações entre duas crenças desse mesmo grupo de alunos: uma crença antiga de que errar é embaraçoso e deve ser evitado a todo custo, e uma crença em construção de que a correção individualizada de tarefas escritas pode ser benéfica, por permitir-lhes refletir mais demoradamente sobre os seus próprios erros. A primeira crença é inferida a partir de pistas linguísticas que denotam embaraço e distanciamento, presentes em certas estratégias de polidez negativa, como pedidos de desculpas e impessoalização. A segunda, por outro lado, não é facilmente inferida, mas pistas linguísticas conflitantes presentes na fala dos alunos podem ser o indicativo de uma mudança em curso.
crenças; erro; correção individualizada; polidez negativa