RESUMO
Introdução:
Há anos a corrida de rua vem crescendo vertiginosamente no Brasil e no mundo. Entretanto, as pesquisas sobre essa prática têm privilegiado os atletas de alto rendimento, deixando os corredores recreacionais em segundo plano, embora eles sejam a expressiva maioria dos praticantes.
Objetivos:
Este estudo analisou as associações de características demográficas e de treino de corredores recreacionais em provas de 5 km, 10 km e meia maratona à ocorrência de lesões osteomioarticulares.
Métodos:
Foram utilizados dados de 395 corredores adultos (229 homens e 166 mulheres, com idade 37,9 ± 9,5 e 37,1 ± 8,7 anos; peso corporal 77 ± 10,5 e 61 ± 9 kg e estatura 1,75 ± 0,07 m e 1,62 ± 0,07 m, respectivamente) que responderam, voluntária e anonimamente, a questionário disponibilizado na web.
Resultados:
Fasciíte plantar, condromalácia patelar e periostite tibial foram as lesões mais citadas, em ambos os sexos. Os fatores predisponentes de lesão (maior tempo de prática, quilometragem média semanal, quilometragem máxima e velocidade média num treino) predominaram no grupo masculino, que mostrou ocorrência de mais tipos de lesão e de períodos maiores de afastamento da prática por esse motivo. A maioria dos pesquisados (63,3% homens e 60,2% mulheres) não fazia treino isolado de alongamento; nos que tinham este hábito e naqueles que se alongavam antes e/ou depois de treinos de corridas ou provas, não houve redução da incidência de lesões.
Conclusão:
Os homens tinham tendência a maior intensidade e volume de treino de corrida, além de mais tempo de prática, os quais são fatores predisponentes de lesão. Isso pode explicar a maior quantidade de diferentes lesões relatadas no grupo masculino, bem como os maiores períodos de afastamento dos treinos. Nível de evidência II; Estudos prognósticos - Investigação do efeito de característica de um paciente sobre o desfecho da doença.
Descritores:
Corrida; Lesões; Treinamento físico
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