Abstract in Portuguese:
O texto descreve uma nova técnica de avaliação da autonomia do idoso, o Sistema Sênior de Avaliação da Autonomia de Ação(SysSen), bem como as estratégias adotadas para sua validação. O sistema é formado por um questionário de atividades físicas (Questionário Sênior de Atividades Físicas - QSAP) e de um teste de campo (Teste Sênior de 'Caminhar e Transportar' - TSMP). O QSAP visa quantificar as necessidades dos idosos para uma vida autônoma, em termos de força de membros superiores (FO) e de capacidade cardiorrespiratória (PA), através de uma entrevista em quatro partes. A primeira considera as atividades cotidianas no domicílio, profissionais e de tempo livre. A segunda avalia o contexto ambiental. A terceira aprecia as dificuldades para tarefas cotidianas e os sentimentos quanto às atividades que se gostaria de fazer e/ou retomar. A quarta considera o ponto de vista do entrevistador sobre as informações recolhidas. Obtém-se um índice para o conjunto das necessidades reveladas pelas partes do questionário (Índice de Autonomia Exprimida - IAE). No TSMP o indivíduo marcha 800m de forma acelerada, transportando pesos específicos segundo o sexo. Calcula-se um índice representativo do potencial de realização das tarefas que dependem da interação funcional da FO e PA (Índice de Autonomia Potencial - IAP). Cruzando as informações obtidas, estabelece-se uma razão autonomia potencial/exprimida (IAP/IAE) - Índice Sênior da Autonomia de Ação (ISAC). A pertinência do SysSen foi verificada por meio da comparação com outros instrumentos de avaliação e pela observação da coerência interna e estrutural dos índices obtidos (validade de estrutura, conteúdo e critério). A fidedignidade inter e intraclasse foi investigada através de teste-reteste. A estabilidade das equações de regressão dos índices IAE e IAP foi testada por validação cruzada. Os resultados indicam que os instrumentos que compõem o SysSen são válidos e suas equações, estáveis. A comparação com outras técnicas de avaliação revela que o SysSen pode ser útil no estudo da autonomia funcional sob uma perspectiva positiva, fato raro quando se trata de instrumentos de avaliação gerontológica.Abstract in English:
A new technique - Senior System for Action Autonomy Evaluation (SysSen) - used to evaluate elderly, and the strategies of its validation is described. The SysSen is composed by a questionnaire (Senior Questionnaire of Physical Activities - QSAP) and a field test (Senior 'Walking and Carrying' Test - TSMP). The QSAP is a four-part interview, assessing the necessities for an autonomous life related to upper body strength (FO) and cardiorespiratory capacity (PA). The first one considers home, professional, and free time activities. The second observes the environmental context. The third assesses the difficulties to perform day-to-day activities and the feelings of the subjects towards activities they would like to perform/resume. The last part considers the interviewer's point of view on the assessed information. An index for QSAP overall results is obtained (Expressed Autonomy Index - IAE). In the TSMP, subjects walk 800 m the faster they can, carrying weights according to sex. An index for the physical functional potential for activities that depend on FO and PA is calculated (Potential Autonomy Index - IAP). Both indexes are used to determine a ratio between potential and expressed autonomy (IAP/IAE) - the Senior Index for Action Autonomy (ISAC). The SysSen validity was verified by comparing its partial and final results with other evaluation techniques, and by the internal and structural consistence of the indices obtained (construct, content, and external validity). Intra-class reliability was determined by test-retest. The stability of IAE and IAP equations was tested by cross validation. Results show that the instrument is valid, and that its equations are stable. Comparison to other evaluation techniques reveals that SysSen can be useful in the study of elderly functional autonomy in a positive perspective.Abstract in Portuguese:
Inatividade física é comum em pessoas com sobrepeso. O objetivo do presente trabalho foi identificar o efeito agudo do incremento no peso corporal sobre o desempenho nas ações de sentar e levantar do solo e verificar como o mesmo sofria influência de algumas variáveis morfofuncionais. Preliminarmente (E1), 33 soldados, com idade de 20 ± 1,4 anos (média ± dp) e valores homogêneos de IMC (22 ± 1,0kg/m²) e %g (5,3 ± 2,3), foram divididos aleatoriamente em três grupos com 11 integrantes. O Teste de Sentar - Levantar (TSL) foi aplicado, em uma ordem quadrada latina, sem incremento artificial no peso (A0), e com 10% (A10) e 20% de incremento (A20), simulados através da utilização de coletes de areia localizados no tronco. No segundo estudo (E2), 24 jogadores de futebol púberes e pós-púberes (15,4 ± 1,1 anos), aleatoriamente divididos em quatro grupos de seis e com flexibilidade geral similar, medida através do Flexiteste, foram submetidos ao TSL, como em E1, mas também na condição de 30% de incremento no peso (A30). Entre os indivíduos cujo desempenho, em cada ação, se mantinha máximo com o aumento no peso e os demais, compararam-se as flexibilidades geral e específica por movimento em E1, e IMC, S 7 dobras cutâneas, %g, relações cintura-quadril, cintura-coxa e entre dobras cutâneas superiores e inferiores, somatotipo de Heath-Carter, potência de membros inferiores (salto vertical) e tempo em corrida de 50m, em E2. No sentar, o teste de Friedman não identificou diferenças significativas dentre as condições em E1 (p = 0,21) e em E2 (p = 0,07). Mas essas ocorreram, para o levantar, em ambos os estudos (p < 0,001 e p = 0,03). O teste de Tukey demonstrou que somente incrementos de 20% no peso eram suficientes para deteriorar o desempenho em E1 (p < 0,05), e de 30% em E2 (p < 0,05). Em E1, verificou-se que os indivíduos que mantinham desempenho máximo para o sentar eram mais flexíveis na adução de quadril (p < 0,001) e, para o levantar, na flexão do quadril (p = 0,02). Em E2, não houve diferença significativa nas variáveis. Provavelmente, os indivíduos com sobrepeso e obesos enfrentam maiores dificuldades nas atividades realizadas em oposição à força da gravidade, como o levantar. Esses achados e a influência da flexibilidade devem ser confirmados em estudos futuros com essa população.Abstract in English:
Physical inactivity is common in overweight individuals. The objective of this study was to identify the acute effect of body weight increase on the performance of sitting and rising actions from the ground, and to verify the influence of some morphologic and functional variables on these movements. Initially (E1), 33 soldiers, aged 20 ± 1.4 years (mean ± sd) and with similar values of BMI (22 ± 1.0 kg/m2) and BF% (5.3 ± 2.3), were randomly divided into three groups of 11 subjects. The Sitting-Rising Test (SRT) was applied in a latin square order without artificial increment in the weight (A0), and with 10% (A10), and 20% of increment (A20), simulated by the use of sand vests placed in the trunk. In the second study (E2), 24 pubescent and post-pubescent soccer players (15.4 ± 1.1 years), randomly divided into four groups of six and with similar general flexibility, measured by the Flexitest, were submitted to SRT as in E1, but also in the condition of 30% increment in body weight (A30). Between individuals who maintained the maximal score in each action with the increase in weight and the others, general and specific movement flexibilities were compared in E1, and BMI, S 7 skinfolds, BF%, waist-hip and waist-thigh and superior to inferior skinfolds ratios, Heath-Carter somatotype, leg muscle power (vertical jump), and 50 m sprint time, in E2. In sitting, Friedman test did not identify differences among the conditions in both E1 (p = .21) and E2 (p = .07). But for rising they occurred in both studies (p < .001 and p = .03). Tukey test showed that only a 20% weight increment was sufficient to deteriorate the performance in E1 (p < .05), and 30% in E2 (p < .05). In E1, it was verified that individuals who maintained maximal score for sitting were more flexible in hip adduction (p < .001), and those for rising in hip flexion (p = .02). In E2, no significant differences were found in the variables. Likely, obese and overweight individuals face more difficulties in the activities accomplished against gravity force, as rising. Those findings and the influence of flexibility should be corroborated in future studies using this population.Abstract in Portuguese:
O teste cardiopulmonar do exercício (CPX) apresenta-se como uma metodologia de grande utilidade diagnóstica e prognóstica. O presente estudo teve por objetivo demonstrar que os dados obtidos em laboratório fora do ambiente hospitalar comportam-se como os dados descritos na literatura, com aplicabilidade na prática clínica em nosso meio. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência, através da análise retrospectiva dos casos. O CPX foi realizado em condições de laboratório controladas, com bocal e clipe nasal, protocolo de rampa em esteira rolante e eletrocardiograma de 13 canais. RESULTADOS: Entre os 261 testes, 53,3% eram em homens, idade média de 48,2 ± 14,3 anos; ativos (45,2%) ou sedentários (34,5%). A capacidade aeróbia máxima foi superior e com declínio significativo para cada década de aumento na faixa etária entre os homens, enquanto nas mulheres o declínio significativo ocorreu entre os 30 e 60 anos. As mulheres apresentaram maior distribuição (p = 0,0006) nas classes funcionais "em programa de treinamento ou bem treinadas e motivadas". O consumo de oxigênio pico (<img border=0 width=32 height=32 src="../../../../../img/revistas/rbme/v6n6/V-com-pontinho-menor.gif">O2) foi significativamente superior nos testes máximos, mas o <img border=0 width=32 height=32 src="../../../../../img/revistas/rbme/v6n6/V-com-pontinho-menor.gif">O2 do limiar anaeróbio (<img border=0 width=32 height=32 src="../../../../../img/revistas/rbme/v6n6/V-com-pontinho-menor.gif">O2LA) não apresentou diferenças significativas, quando o teste obtido foi máximo ou submáximo. A capacidade funcional, avaliada pelo <img border=0 width=32 height=32 src="../../../../../img/revistas/rbme/v6n6/V-com-pontinho-menor.gif">O2LA como porcentagem do <img border=0 width=32 height=32 src="../../../../../img/revistas/rbme/v6n6/V-com-pontinho-menor.gif">O2 máximo previsto, comparado à porcentagem do <img border=0 width=32 height=32 src="../../../../../img/revistas/rbme/v6n6/V-com-pontinho-menor.gif">O2 máximo atingido, classificou mais indivíduos com compromisso circulatório (p = 0,002) ou com menor aptidão física em comparação com pacientes ativos ou em programa de treinamento (p < 0,00001), exceto quando entre 50,0 e 59,0%, em que o critério empregado não influenciou a classificação funcional (p = 0,221). Não haver atingido 85,0% do <img border=0 width=32 height=32 src="../../../../../img/revistas/rbme/v6n6/V-com-pontinho-menor.gif">O2 máximo previsto foi a causa mais comum de anormalidade, mais freqüente e significativo entre as mulheres. CONCLUSÃO: Os dados obtidos são comparáveis aos descritos na literatura, sugerindo que o CPX é uma metodologia factível, que poderia ser empregada rotineiramente na prática clínica em nosso meio.Abstract in English:
Cardiopulmonary stress testing (CPT) is a very useful tool to determine the diagnosis and prognosis in clinical practice. The objective of this study is to demonstrate that data obtained in a laboratory outside the hospital are similar to those described in the literature. METHODOLOGY: Patients were submitted to CPT, treadmill ramp protocol, and 13 lead electrocardiogram to evaluate CPT in the clinical practice. RESULTS: Among 261 CPT, 53.3% were male, mean age 48.2 ± 14.3 years, with active (45.2%) or sedentary (34.5%) lifestyle. Male patients showed higher maximal aerobic capacity (<img border=0 width=32 height=32 src="../../../../../img/revistas/rbme/v6n6/V-com-pontinho-menor.gif">O2 max) and a significant decrease of <img border=0 width=32 height=32 src="../../../../../img/revistas/rbme/v6n6/V-com-pontinho-menor.gif">O2 for each ten years of increment in age, but it decreased from 30 to 69 years in females. Females showed a significant higher (p = 0.0006) distribution in functional classes described as "in training programs or well trained and high motivation". A <img border=0 width=32 height=32 src="../../../../../img/revistas/rbme/v6n6/V-com-pontinho-menor.gif">O2 max was superior in maximal effort tests, but anaerobic threshold (<img border=0 width=32 height=32 src="../../../../../img/revistas/rbme/v6n6/V-com-pontinho-menor.gif">O2AT) did not show differences between maximal or submaximal tests. The functionalcapacity evaluated by <img border=0 width=32 height=32 src="../../../../../img/revistas/rbme/v6n6/V-com-pontinho-menor.gif">O2AT as a fraction (%) of the <img border=0 width=32 height=32 src="../../../../../img/revistas/rbme/v6n6/V-com-pontinho-menor.gif">O2 max predicted in comparison to the fraction of the <img border=0 width=32 height=32 src="../../../../../img/revistas/rbme/v6n6/V-com-pontinho-menor.gif">O2 max measured was more rigorous, which implies a higher number of patients with circulatory impairment (p = 0.002) and also with lower physical capacity as opposed to active patients or patients under training programs (p < 0.00001); however, between 50.0% and 59.0% of the patients could be classified equally by one or the other criteria (p = 0.221). The more frequent abnormality in CPT was that it did not achieve 85.0% of the <img border=0 width=32 height=32 src="../../../../../img/revistas/rbme/v6n6/V-com-pontinho-menor.gif">O2 max predicted, more significant for females. CONCLUSION: Despite the limitations, this experience indicates that CPT data are reproducible in a laboratory outside the hospital, suggesting that CPT may be applied in clinical practice.