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Reconstrução de membro inferior- retalho fasciocutâneo sural* * Trabalho desenvolvido no Hospital São Vicente de Paulo, Passo Fundo, RS, Brasil. Publicado originalmente por Elsevier Ltda.

Resumo

Objetivo

Avaliar o uso do retalho fasciocutâneo sural de fluxo reverso na cobertura de lesões no terço distal dos membros inferiores.

Métodos

Foram analisados 24 casos, 20 de origem traumática, três por lesões esportivas e um por ressecção de lesão tumoral.

Resultados

Dos 24 prontuários avaliados, 16 eram homens e oito mulheres. A idade variou de seis a 75 anos. A maioria dos pacientes evoluiu com cicatrização total do retalho (21). Houve apenas um caso de necrose total do retalho em paciente diabético insulinodependente e hipertenso, evoluiu para posterior amputação do membro. Em dois casos, houve necrose parcial composterior cicatrização por segunda intenção, um desses pacientes era tabagista pesado. As complicações foram associadas às comorbidades e, ao contrário do evidenciado por outros estudos, não houve correlação com a curva de aprendizado. Também não houve correlação com o local ou o tamanho da lesão a ser coberta.

Conclusão

Tem-se como relevância clinica que a técnica de retalho fasciocutâneo sural de fluxo reverso usada obteve 87,5% de sucesso, é uma opção viável e eficaz no arsenal terapêutico das lesões complexas dos membros inferiores.

Palavras-chave:
retalhos cirúrgicos; nervo sural/ transplante; fáscia/transplante; traumatismos da perna

Abstract

Objective

The present study aims to evaluate the use of the reverse-flow sural fasciocutaneous flap to cover lesions in the distal third of the lower limb.

Methods

A total of 24 cases were analyzed, including 20 traumatic injuries, 3 sports injuries, and 1 case of tumor resection.

Results

Among the 24 evaluated medical records, 16 patients were male, and 8 were female. Their age ranged from6 to 75 years old. Most of the patients evolved with total healing of the flap (n= 21). There was only one case of total necrosis of the flap in an insulin-dependent diabetic, high blood pressure patient, evolving to subsequent limb amputation. In two cases, there was partial necrosis and subsequent healing by secondary intention; one of these patients was a heavy smoker. Complications were associated with comorbidities and, unlike other studies, no correlation was observed with the learning curve. There was also no correlation with the site or size of the lesion to be covered.

Conclusion

It is clinically relevant that the success rate of the reverse-flow sural fasciocutaneous flap technique was of 87.5%. This is a viable and effective alternative in the therapeutic arsenal for complex lower limb lesions.

Keywords:
surgical flaps; sural nerve/ transplantation; fascia/ transplantation; leg injuries

Introdução

A cobertura do terço distal da perna, por apresentar distensibilidade e mobilidade limitadas, baixo suprimento sanguíneo e não haver interposição de tecidos musculares entre as estruturas nobres e o tegumento, ainda é um desafio para a cirurgia reconstrutiva. Tais características tornam o uso de enxertos e retalhos randomizados inadequados para feridas localizadas nessa região.11 Masquelet AC, Romana MC, Wolf G. Skin island flaps supplied by the vascular axis of the sensitive superficial nerves: anatomic study and clinical experience in the leg. Plast Reconstr Surg 1992; 89(06):1115-1121 22 Masquelet AC. Sural flap. In: Grabb's encyclopedia of flaps. 3rd ed. Philadelphia: Taylor & Francis; 2009 33 Mandarano Filho LG, Bezuti MT, Penno RAL, Mazzer N, Barbieri CH. O retalho fasciocutâneo sural de base distal. Rev Ortop Traumatol (B Aires) 2010;2(01):12-18

O uso de retalhos microcirúrgicos e de retalhos pediculados baseados nas perfurantes cutâneas da perna, especificamente de retalhos de fluxo reverso, é a opção com melhores resultados. Porém, alguns necessitam de técnica cirúrgica mais complexa.44 De Rezende MR, Rabelo NT, Benabou JE, Wei TH, Mattar Junior R, Zumiotti AV, et al. Cobertura do terço distal da perna com retalhos de perfurantes pediculados. Acta Ortop Bras 2008;16(04):223-229

O retalho fasciocutâneo sural, popularmente, chamado de retalho sural, com base distal, tornou-se uma das mais importantes ferramentas no arsenal terapêutico da cirurgia reconstrutiva para lesões localizadas no terço distal da perna, do tornozelo e pé, principalmente após publicações de Masquelet et al.11 Masquelet AC, Romana MC, Wolf G. Skin island flaps supplied by the vascular axis of the sensitive superficial nerves: anatomic study and clinical experience in the leg. Plast Reconstr Surg 1992; 89(06):1115-1121 Apresenta vantagens como grande mobilidade e versatilidade, preservação de artérias importantes e músculos, além de simular a área receptora em textura, espessura, pigmentação e flexibilidade. As possíveis complicações são as mesmas de outros retalhos: isquemia, com necrose parcial ou total.22 Masquelet AC. Sural flap. In: Grabb's encyclopedia of flaps. 3rd ed. Philadelphia: Taylor & Francis; 2009 55 GarciaAM. Retalho sural de fluxo reverso para reconstrução distal da perna, tornozelo, calcanhar e do pé. Rev Bras Cir Plást 2009; 24(01):96-103 66 Belém LF, Lima JC, Ferreira FP, Ferreira EM, Penna FV, Alves MB. Retalho sural de fluxo reverso em ilha. Rev Bras Cir Plást 2007; 22(04):195-201 77 Schaverien M, Saint-Cyr M. Perforators of the lower leg: analysis of perforator locations and clinical application for pedicled perforatorflaps. Plast Reconstr Surg 2008;122(01):161-170 Visto isso, o presente estudo teve como objetivo avaliar o uso do retalho fasciocutâneo sural de fluxo reverso para cobertura de lesões em distal de membro inferior.

Materiais e métodos

O presente estudo é de caráter transversal retrospectivo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) de número 1.854.277 da Universidade de Passo Fundo. Foram avaliados prontuários de pacientes submetidos à cirurgia reconstrutiva do membro inferior e incluídos apenas indivíduos submetidos à técnica do retalho sural de fluxo reverso de agosto de 2001 a dezembro de 2016.

As variáveis coletadas dos prontuários foram idade, sexo, localização da lesão, diagnóstico, data da cirurgia, comorbidades e complicações.

As dimensões dos retalhos usados variaram de 2 × 3 a 8 × 8 cm2, de acordo com o tamanho das áreas a serem cobertas. A técnica cirúrgica usada em todos os casos teve como base a descrição de Masquelet et al11 Masquelet AC, Romana MC, Wolf G. Skin island flaps supplied by the vascular axis of the sensitive superficial nerves: anatomic study and clinical experience in the leg. Plast Reconstr Surg 1992; 89(06):1115-1121 22 Masquelet AC. Sural flap. In: Grabb's encyclopedia of flaps. 3rd ed. Philadelphia: Taylor & Francis; 2009:

  • Bloqueio raquimedular.

  • Paciente em decúbito ventral: limpeza e desbridamento da área receptora.

  • O retalho é desenhado na junção das cabeças do músculo gastrocnêmico. Uma linha é traçada distalmente seguindo o curso sobre o trajeto presumido do pedículo até o ponto de rotação do retalho, localizado aproximadamente 5 cm proximal à extremidade do maléolo lateral.

  • Drenagem venosa gravitacional e torniquete ao nível da região proximal da coxa.

  • Incisão cirúrgica da pele até a fáscia sural.

  • O nervo sural, a artéria sural superficial e a veia safena são ligados proximalmente, então o retalho é elevado e inclui a fáscia até o ponto de rotação. Durante a elevação do retalho, pequenas artérias oriundas da artéria fibular devem ser ligadas.

  • Rotação do retalho até a área receptora.

  • Sutura do retalho na área receptora.

  • Pode o retalho ser sensitivo com a neurotização término-lateral do nervo cutâneo sural com o nervo tibial, descrita por Viterbo et al.88 Viterbo F, Trindade JC, Hoshino K, Mazzoni Neto A. End-to-side neurorrhaphy with removal of the epineurial sheath: an experimental study in rats. Plast Reconstr Surg 1994;94(07):1038-1047

  • O torniquete é liberado, avalia-se a perfusão do retalho. Se estiver débil, devem-se checar pontos de compressão e acotovelamento do pedículo.

  • A área doadora pode ser fechada primariamente, porém na maioria das vezes é necessário o uso de enxerto parcial de pele, retirado da coxa ipsilateral ao retalho.

  • O curativo deve ser feito com cuidado para que não haja compressão na área do pedículo, bem como o posicionamento do paciente é feito de forma que a região posterolateral da perna não fique sujeita a pressão externa.

  • Pós-operatório: suspende-se a ingestão de alimento que possa causar vasoconstrição, como, por exemplo, café, guaraná, chocolate, chimarrão, bolacha recheada, chá e outros alimentos ricos em xantinas (por serem vasoconstritoras), por período mínimo de um mês. O tabagismo foi desaconselhado. Com relação às medicações: foi usado anticoagulante (enoxaparina sódica de 40 mg/dia) por três dias, depois introduziu-se ácido acetilsalicílico de 325 mg/dia por 30 dias. O antibiótico (Cefazolina) é mantido por período de 48 horas do pós-operatório ou a critério clínico.

Resultados

Dos 24 prontuários avaliados, 16 (66,7%) pacientes eram homens e oito (33,3%) mulheres. A idade variou de seis a 75 anos. A maioria (83,3%) necessitou de retalho para cobertura cutânea devido a sequela de trauma (acidente automobilístico), três casos (12,5%) por lesões esportivas (deiscência de sutura na reconstrução do tendão de Aquiles) e apenas um (4,2%) paciente foi submetido a reconstrução de membro inferior após ressecção de tumor.

Foram encontrados registros de comorbidades associadas apenas em três prontuários: diabetes mellitus, tabagismo e hipertensão arterial sistêmica.

Os locais mais frequentes de lesão foram maléolo lateral (20,8%), dorso do pé, calcâneo (16,7%) e região do tendão de Aquiles (16,7%).

A maioria dos casos (87,5%) evoluiu sem complicações. Apenas dois (8,3%) casos apresentaram necrose parcial com cicatrização por segunda intenção e um (4,2%) caso de necrose total com evolução para amputação.

A paciente da Fig. 1, sexo feminino, 45 anos, necessitou de retalho após ressecção de melanoma em calcâneo, foi aplicada a presente técnica com sucesso. O paciente da Fig. 2, masculino, 40 anos, também hígido, necessitou de retalho fasciocutâneo sural após trauma em dorso do pé, teve desfecho favorável, com boa cicatrização.

Fig. 1
A, lesão ulcerada em calcâneo (melanoma); B, retalho fasciocutâneo dissecado com pedículo vasculonervoso; C, retalho na área receptora e enxerto de pele na área doadora; D, pós-operatório tardio.

Fig. 2
Trauma por esmagamento. A, lesão extensa em dorso do pé com área crítica de 8 × 8 cm; B, Área doadora; C, Área receptora após cobertura de retalho fasciocutâneo sural; D, pós-operatório tardio.

As variáveis idade, sexo, localização da lesão, diagnóstico, data da cirurgia e complicações de cada caso seguem descritas na Tabela 1.

Tabela 1
Variáveis coletadas a partir dos prontuários de pacientes submetidos à técnica cirúrgica de retalho sural de fluxo reverso, de agosto de 2001 a dezembro de 2016 (Fonte: Hospital São Vicente de Paulo, Passo Fundo, RS)

Discussão

O retalho fasciocutâneo sural de fluxo reverso tem como principais indicações a cobertura de lesões decorrentes de úlceras crônicas, lesões traumáticas (principalmente secundárias a fraturas expostas), ressecções oncológicas, lesões localizadas na face posterior do calcanhar e do tendão de Aquiles, na face lateral e anterior do tornozelo, no dorso do pé, na face lateral do retropé e no terço inferior da perna. Outras indicações, como cobertura total do calcanhar, face medial do terço distal da perna, são consideradas relativas devido à distância ser diminuta em relação ao ponto de rotação, o que pode afetar o pedículo vascular ao tentar atingir essas regiões, pode comprometer o retalho.11 Masquelet AC, Romana MC, Wolf G. Skin island flaps supplied by the vascular axis of the sensitive superficial nerves: anatomic study and clinical experience in the leg. Plast Reconstr Surg 1992; 89(06):1115-1121 22 Masquelet AC. Sural flap. In: Grabb's encyclopedia of flaps. 3rd ed. Philadelphia: Taylor & Francis; 2009 33 Mandarano Filho LG, Bezuti MT, Penno RAL, Mazzer N, Barbieri CH. O retalho fasciocutâneo sural de base distal. Rev Ortop Traumatol (B Aires) 2010;2(01):12-18 66 Belém LF, Lima JC, Ferreira FP, Ferreira EM, Penna FV, Alves MB. Retalho sural de fluxo reverso em ilha. Rev Bras Cir Plást 2007; 22(04):195-201

Severo et al99 Severo AL, Scorsatto C, Valente EB, Lech OL. Retalhos para reconstrução de perdas musculocutâneas em membros inferiores: análise de 18 casos. Rev Bras Ortop 2004;39(10):578-589 afirmam que retalhos pediculados locais têm preferência sempre que houver viabilidade vascular e de tecido suficiente na área doadora para preenchimento da lesão.

A grande mobilidade e versatilidade do retalho sural de fluxo reverso, além de não sacrificar artérias importantes, tem mostrado crescentes taxas de sucesso e poucas complicações. Estudos feitos há mais de 10 anos mostram taxas maiores de complicações (até 35%), enquanto nos últimos 10 anos apresentam importante redução (até 12%).66 Belém LF, Lima JC, Ferreira FP, Ferreira EM, Penna FV, Alves MB. Retalho sural de fluxo reverso em ilha. Rev Bras Cir Plást 2007; 22(04):195-201 1010 Almeida MF, da Costa PR, Okawa RY. Reverse-flow island sural flap. Plast Reconstr Surg 2002;109(02):583-591 1111 Turan K, Tahta M, Bulut T, Akgün U, Sener M. Soft tissue reconstruction of foot and ankle defects with reverse sural fasciocutaneous flaps. Rev Bras Ortop 2017;53(03):319-322 1212 Vendramin FS, Silva CS. Retalho sural estendido de pedículo distal. Rev Col Bras Cir 2004;31(04):248-252 Fato também observado por Vendramin e Silva,1313 VendraminFS.Retalhosural defluxo reverse: 10anosde experiência clínica e modificaç ões. Rev Bras Cir Plást 2012;27(02):309-315 ao encontrarem diferentes taxas de complicações após avaliar resultados de uma mesma equipe cirúrgica em períodos diferentes da curva de aprendizagem. Esses achados da literatura não reproduzem os encontrados no presente trabalho, cuja taxa de sucesso foi de 87,5%, pois as complicações não mostraram relação com a curva de aprendizagem. Visto que essa técnica começou a ser usada neste serviço em 2001 e as complicações apresentaram-se em 2009, 2013 e 2015. Os dois casos de necrose parcial representaram cerca de 10% da área do retalho, ocorreu fechamento completo da lesão por segunda intenção em ambos.

O paciente que evoluiu para necrose total e posterior amputação do membro (Fig. 3) era diabético tipo 2, insulinodependente e hipertenso. Na opinião dos presentes autores, as complicações possivelmente decorreram das comorbidades, o que concorda com Severo et al99 Severo AL, Scorsatto C, Valente EB, Lech OL. Retalhos para reconstrução de perdas musculocutâneas em membros inferiores: análise de 18 casos. Rev Bras Ortop 2004;39(10):578-589 e Parrett et al,1414 Parrett BM, Pribaz JJ,Matros E, PrzyleckiW, Sampson CE, OrgillDP. Risk analysis for the reverse sural fasciocutaneous flap in distal leg reconstruction. Plast Reconstr Surg 2009;123(05):1499-1504 que encontraram correlação da presença de complicações e comorbidades, como diabetes, obesidade, doença vascular periférica e tabagismo. Esse último, ainda, seria o principal fator de risco isolado para complicações desse retalho.

Fig. 3
Fratura exposta maléolo lateral (A) e medial (B). Infeccão na ferida operatória bilateral levou à falência de tecidos de cobertura. Feito retalho fasciocutâneo sural de fluxo reverso para maléolo lateral (C) e retalho pedioso para maléolo medial (D). Necrose total de ambos os retalhos (E). Evolucão para amputacão (F).

Almeida et al1010 Almeida MF, da Costa PR, Okawa RY. Reverse-flow island sural flap. Plast Reconstr Surg 2002;109(02):583-591 apresentaram 25,3% de necrose em 71 casos (21,1% parcial e 4,2% total). No ano seguinte, Baumeister et al1515 Baumeister SP, Spierer R, ErdmannD, Sweis R, LevinLS,GermannGK. A realistic complication analysis of 70 sural artery flaps in a multimorbid patient group. Plast Reconstr Surg 2003;112(01):129-140 analisaram 70 pacientes portadores de comorbidades clínicas, principalmente diabetes, e a taxa encontrada de necrose parcial foi de 17% e total de 18%. No estudo de Belém et al,66 Belém LF, Lima JC, Ferreira FP, Ferreira EM, Penna FV, Alves MB. Retalho sural de fluxo reverso em ilha. Rev Bras Cir Plást 2007; 22(04):195-201 com 22 pacientes, a necrose parcial correspondeu a 22%, enquanto a total foi de 4,1% da amostra. Seguindo, Garcia et al55 GarciaAM. Retalho sural de fluxo reverso para reconstrução distal da perna, tornozelo, calcanhar e do pé. Rev Bras Cir Plást 2009; 24(01):96-103 relataram necrose parcial em apenas um paciente (6,6%) no total de 15 retalhos feitos. Dhamangaonkar et al,1616 Dhamangaonkar AC, Patankar HS. Reverse sural fasciocutaneous flap with a cutaneous pedicle to cover distal lower limb soft tissue defects: experience of 109 clinical cases. J Orthop Traumatol 2014;15(03):225-229 com 81 casos, apresentaram apenas necroses parciais em nove pacientes (11,1%). Nesses dois últimos estudos, os resultados aproximam-se dos achados no presente trabalho.

Em relação ao sexo dos pacientes, o presente trabalho teve como maioria o masculino, também encontrado em diversos outros estudos sobre reconstruções cirúrgicas em membros inferiores.11 Masquelet AC, Romana MC, Wolf G. Skin island flaps supplied by the vascular axis of the sensitive superficial nerves: anatomic study and clinical experience in the leg. Plast Reconstr Surg 1992; 89(06):1115-1121 44 De Rezende MR, Rabelo NT, Benabou JE, Wei TH, Mattar Junior R, Zumiotti AV, et al. Cobertura do terço distal da perna com retalhos de perfurantes pediculados. Acta Ortop Bras 2008;16(04):223-229 1616 Dhamangaonkar AC, Patankar HS. Reverse sural fasciocutaneous flap with a cutaneous pedicle to cover distal lower limb soft tissue defects: experience of 109 clinical cases. J Orthop Traumatol 2014;15(03):225-229 1717 Yildirim S, Akan M, Aköz T. Soft-tissue reconstruction of the foot with distally based neurocutaneous flaps in diabetic patients. Ann Plast Surg 2002;48(03):258-264 1818 D'Avila F, Franco D, D'Avila B, Arnaut M Jr. Use of local muscle flaps to cover leg bone exposures. Rev Col Bras Cir 2014; 41(06):434-439 O fato de as lesões serem em sua maioria traumáticas e o sexo masculino ser mais envolvido nesses incidentes pode explicar tais achados.

Conclusão

Tem-se como relevância clínica que a técnica de retalho fasciocutâneo sural de fluxo reverso para cobertura de lesões no terço distal dos membros inferiores mostrou-se segura, de fácil execução e sem a necessidade de técnica microcirúrgica complexa. Por conseguinte, com resultados satisfatórios e baixo índice de complicações, o que determina uma importante opção para o arsenal terapêutico na reconstrução cirúrgica de membros inferiores.

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    Trabalho desenvolvido no Hospital São Vicente de Paulo, Passo Fundo, RS, Brasil. Publicado originalmente por Elsevier Ltda.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    03 Jun 2019
  • Data do Fascículo
    Mar-Apr 2019

Histórico

  • Recebido
    26 Set 2017
  • Aceito
    14 Dez 2017
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