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É seguro o corte femoral distal em artroplastia total do joelho com 5° a 6° de valgo empiricamente na população geriátrica brasileira?

OBJETIVO:

Determinar se existe um ângulo seguro para o corte femoral distal, para que o membro resulte alinhado após uma artroplastia total de joelho (ATJ), na população geriátrica brasileira com gonartrose.

MÉTODO:

Foram feitas radiografias panorâmicas de 99 membros inferiores em 66 pacientes consecutivos (54 mulheres e 12 homens) portadores de gonartrose do joelho. O ângulo do corte femoral distal foi determinado pelo encontro entre o eixo mecânico femoral (EMF) e o eixo anatômico femoral (EAF). Foram calculados os valores da média, o desvio padrão e a mediana do ângulo do corte femoral distal desses pacientes diferenciados por sexo e lado. O valor médio do ângulo de corte do fêmur distal ideal aqui obtido foi comparado com o valor médio de 5,7 obtido em estudo prévio semelhante a esse feito com populações europeias de pacientes osteoartríticos submetidos a ATJ.

RESULTADOS:

A média do ângulo formado pelos EAF × EMF, considerado o ângulo do corte femoral distal em uma ATJ, do grupo estudado foi de 6,05 (variação de 3° a 9°). A distribuição desse ângulo entre os sexos evidenciou uma média discretamente superior entre os homens (6,17°) em comparação com as mulheres (6,02°), porém sem significância estatística (p = 0,726). Não houve diferença estatística (p = 0,052) entre o valor médio obtido na amostra atual (6,05 - DP 1,27) com o valor médio obtido na literatura (5,7°). Entretanto, se considerarmos aceitável um erro de 3° no plano coronal, 19,7% da população operada se encontrariam fora dessa faixa aceitável se optarmos pelo corte femoral empírico de acordo com o instrumental.

CONCLUSÃO:

O corte femoral distal na ATJ em 5° ou 6° de valgo não é completamente seguro para a população geriátrica brasileira.

Articulação do joelho; Artroplastia do joelho; Osteoartrite; Radiografia panorâmica


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