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O papel do editor de estatística

NOTA DO EDITOR DE ESTATÍSTICA STATISTICAL EDITOR'S NOTE

O papel do editor de estatística

Como é do conhecimento dos colaboradores da RBP, venho nos últimos dois anos avaliando a maioria dos trabalhos submetidos para publicação. Minha avaliação se restringe aos métodos estatísticos utilizados. É com muita honra que a partir de agora me torno, oficialmente, editor estatístico da Revista Brasileira de Psiquiatria (RBP). Aceito esta tarefa por entender que os métodos estatísticos fazem parte do trabalho científico de qualidade, como os que são reportados por meio das publicações da RBP.

Ao iniciar os trabalhos de avaliação científica na RBP, recebi orientações gerais, as quais estão sempre em minha memória: o nosso papel é o de apoio e orientação; devemos forçar a maior simplicidade sem perder o rigor; o foco dos artigos é a psiquiatria e não a estatística, entre outras. Embora seguir as orientações seja o nosso objetivo, vez por outra saímos um pouco do rumo e entramos em discussões mais gerais. Tenho certeza de que em alguns casos erramos pedindo análises mais detalhadas e assim um ou outro artigo sofre pequeno atraso, tudo em nome da excelência. Creiam que nosso objetivo é sempre o de incentivar e apoiar os pesquisadores - escasso grupo de nossa sociedade.

Aproveito esta mensagem para uma orientação de caráter geral: 1) o autor deve ter sempre em mente a unidade amostral que trabalhou. O número de unidades amostrais é que define o tamanho da amostra. Não há como ter o trabalho feito com 10 unidades, por exemplo, e nas análises aparecer 30 como tamanho amostral; 2) a cultura de escrever-se m ± s (m para mean e s para standard deviation) não é adequada. Para um leitor desavisado isto poderia sugerir que há um intervalo estatístico de m-s até m+s. Esta interpretação é equivocada! Nossa sugestão é escrever os valores do tamanho da amostra, da média e do desvio padrão da forma mais clara. Por exemplo, escreva o vetor (n;m;s); 3) no caso de pesquisa envolvendo a totalidade da população-alvo, não é necessário realizar-se estudo estatístico inferencial, somente o descritivo deve ser apresentado, pois a amostra é a própria população.

Agradeço a confiança que os editores da RBP depositaram em nosso grupo de trabalho. Objetivando a excelência, esperamos aperfeiçoar o relacionamento com os autores. Como estatísticos, entendemos que nossa colaboração, entendida e aceita como essencial, é de fato trabalho de operários da ciência. Cientistas vivem para servir a sociedade enquanto nós estatísticos vivemos para o apoio à ciência; tratamos adequadamente e racionalmente o invisível essencial.

"The statistician is the Wizard who makes 'scientific' statements about invisible states and quantities. However, contrary to the real wishes (or witches), (s)he attaches uncertainties to these statements".

Carlos Pereira

Editor de estatística

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    16 Jul 2010
  • Data do Fascículo
    Jun 2010
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