OBJETIVO: Descrever como a população da cidade de São Paulo identifica a dependência alcoólica, quais causas atribui para explicar esse transtorno, e avaliar o que é percebido em relação ao estigma, risco de violência e as reações emocionais. MÉTODO: Foi realizado estudo de corte transversal com uma amostra probabilística de 500 indivíduos residentes em São Paulo, com idade entre 18 e 65 anos. Utilizou-se um questionário estruturado que se iniciava com a apresentação de uma vinheta descrevendo um indivíduo com dependência alcoólica (segundo o DSM-IV e a CID 10), seguido de um questionário dividido em várias seções examinando as causas, estigma, risco de violência e as reações emocionais ao caso apresentado na vinheta. RESULTADOS: Menos de 20% dos entrevistados disseram acreditar se tratar de uma doença mental. As causas consideradas mais relevantes foram de natureza psicossocial, seguidas por causas de natureza moral. A dependência alcoólica foi associada a elevado risco de violência e a estigma por parte de outros indivíduos. Em contraste, as reações declaradas pelos próprios entrevistados sobre as suas atitudes foram principalmente de natureza positiva. CONCLUSÕES: A dependência alcoólica é vista como um problema de natureza psicossocial e moral. Predominam imagens negativas em relação aos indivíduos com este transtorno.
Atitude frente à saúde; Alcoolismo; Opinião pública; Saúde pública; Transtornos relacionados ao uso de álcool