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Avaliação dos fatores de aderência ao tratamento medicamentoso entre pacientes brasileiros com esquizofrenia

INTRODUÇÃO: A não aderência ao tratamento em pacientes com esquizofrenia chega a 50%. Com a finalidade de avaliar a taxa de aderência e as principais diferenças entre pacientes aderentes e não aderentes, uma população de pacientes esquizofrênicos em tratamento ambulatorial foi acompanhada por um ano. MÉTODOS: Cinqüenta pacientes foram selecionados. Foi realizada uma entrevista clínica e aplicadas as escalas BPRS-A (Escala Breve de Avaliação Psiquiátrica - Versão Ancorada) e uma versão expandida da ROMI (Escala de Influências Medicamentosas) na avaliação basal. A BPRS-A foi utilizada nas visitas seguintes (cerca de uma vez por mês). A falta consecutiva a duas consultas sem explicação ou a ingestão de menos de 75% (segundo relato familiar escrito) da medicação foram consideradas não aderência ao tratamento. RESULTADOS: A taxa de não aderência encontrada foi de 48% em um ano. O grupo não aderente teve uma piora na sintomatologia psicótica inicial (p < 0,05) e havia estado em tratamento por um tempo mais curto (p = 0,007). A escala ROMI mostrou que a "percepção de benefício diário" foi o fator mais associado à aderência e o sentimento de "desconforto por efeitos colaterais" estava mais associado à não aderência. DISCUSSÃO: Este estudo avalia a freqüência de não aderência e as principais razões para aderir ao tratamento numa população de pacientes esquizofrênicos. CONCLUSÕES: A gravidade da sintomatologia pode ser um fator relacionado com a aderência, mas não necessariamente sua causa, bem como o tempo de duração do tratamento. As taxas de não aderência são altas e devem ser consideradas em qualquer programa de tratamento.

Esquizofrenia; Cooperação do paciente; Antipsicóticos; Aceitação do paciente de cuidados de saúde; Recusa do paciente ao tratamento


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