Transtornos mentais do espectro da esquizofrenia são comumente associados a início na primeira fase da vida adulta. Quando sintomas psicóticos não-afetivos emergem pela primeira vez em fases tardias da vida, a apresentação clínica tem semelhanças e diferenças em relação às síndromes de início precoce. Essa situação resultou em debate contínuo sobre o status nosológico da psicose de início tardio e sobre se há fatores de risco associados a esse pico de incidência na terceira idade. Embora déficits cognitivos precoces sejam freqüentemente identificados entre esses pacientes, ainda não foi possível estabelecer se problemas cognitivos estão associados a um quadro demencial dos idosos. Comprometimento sensorial, isolamento social e história familiar de esquizofrenia têm sido associados à psicose de início tardio, mas esses fatores de risco parecem exercer um papel não-específico sobre a vulnerabilidade. Ainda que as questões sobre o diagnóstico mais adequado para esses quadros clínicos permaneçam não resolvidas, os psiquiatras precisam formular estratégias de tratamento que levem em consideração a complexa constelação de sintomas da apresentação clínica de pacientes idosos psicóticos.
Esquizofrenia; Transtornos psicóticos; Psicoses; Cognição; Isolamento social; Idoso