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A educação não influencia igualmente todas subescalas e itens do Mini-Exame do Estado Mental: inferências de uma amostra comunitária brasileira

OBJETIVO: Vários pontos de corte foram propostos para o Mini Exame do Estado Mental para rastrear cognição. Entretanto, os itens podem se comportar diferentemente dependendo da educação. O objetivo deste estudo foi examinar o impacto da educação nas subescalas e itens do Mini Exame do Estado Mental. MÉTODO: Participantes com idade de 65 anos ou mais e residentes na comunidade (n = 990, feminino = 637, idade = 74,1 anos, 65-108) foram estratificados como analfabetos (n = 373), 1-8 (n = 540), 9-12 (n = 63), e mais de 12 anos de escolaridade (n = 14) e foram rastreados com Mini Exame do Estado Mental e com Questionário de Atividades Funcionais de Pfeffer. Para tornar os itens do Mini Exame do Estado Mental comparáveis, cada item foi transformado em escore z. Regressão linear múltipla foi usada para estimar o efeito da escolaridade nos subitens do Mini Exame do Estado Mental controlando para idade, sexo e atividades de vida diária. RESULTADOS: Orientação temporal e espacial, atenção/cálculo, repetição, leitura, escrita e desenho melhoraram à medida que a escolaridade aumentava, mas não registro, comando em três etapas e nomeação. Leitura e escrita tiveram os maiores coeficientes, enquanto a educação não influenciou na nomeação ou comando em três etapas. CONCLUSÃO: Educação não exerce efeito importante em nomeação, comando em três etapas, registro de memória e memória tardia. Sendo memória fator-chave para diagnosticar demência, esses itens podem ser considerados apesar da educação.

Idosos; Demência; Cognição; Escolaridade; Saúde mental


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