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Ocorrência de catarata em pacientes tratados com antipsicóticos

OBJETIVO: Os antipsicóticos típicos, principalmente as fenotiazinas, têm sido associados à formação de catarata há mais de quarenta anos. Nos últimos anos, tem existido um questionamento acerca do potencial dos antipsicóticos atípicos de induzir essa patologia lenticular. Neste estudo, buscamos determinar a taxa de catarata e de outros efeitos oculares adversos em pacientes em uso de antipsicóticos a longo prazo. MÉTODO: Oitenta pacientes tratados ambulatorialmente com diagnóstico de esquizofrenia segundo o DSM-IV, de dois centros, que preencheram os critérios de inclusão pré determinados foram submetidos a uma avaliação oftalmológica para pesquisa de alterações oculares com ênfase no cristalino e na córnea. Eles foram divididos em dois grupos: o grupo 1 (n = 52) era formado por pacientes que tinham usado predominantemente antipsicóticos típicos por pelo menos dois anos e o grupo 2 (n = 28) por pacientes que tinham usado predominantemente antipsicóticos atípicos por pelo menos dois anos. RESULTADOS: Catarata foi encontrada em 26 pacientes (33%) com predomínio de catarata capsular anterior. A taxa de catarata entre os pacientes do grupo 1 (40%) foi maior do que naqueles do grupo 2 (18%). A acuidade visual estava reduzida em 21 pacientes (26%). Não foram encontradas alterações nem na córnea nem na retina. CONCLUSÕES: Pessoas em uso de antipsicóticos devem ser submetidas à avaliação oftalmológica periódica.

Agentes antipsicóticos; Esquizofrenia; Catarata; Fatores de risco; Polimedicação


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