OBJETIVOS: Conhecer a prevalência de transtornos mentais comuns na clientela atendida no Programa de Saúde da Família (PSF) em Petrópolis-RJ e seu perfil nosológico. MÉTODO: Foram estudados todos os pacientes entre 18 e 65 anos atendidos no período de 30 dias, entre agosto e dezembro de 2002 (n = 714). A prevalência de transtornos mentais comuns foi avaliada por meio do General Health Questionnaire 12 itens. Aos pacientes considerados positivos para transtornos mentais comuns foi aplicado o Composite International Diagnostic Interview para caracterização nosológica (n = 215). RESULTADOS: Detectou-se prevalência de 56% de transtornos mentais comuns para o ponto de corte 2/3 e de 33% para 4/5. As categorias nosológicas mais comumente encontradas entre os pacientes com transtornos mentais comuns positivos foram depressão e ansiedade, junto com transtorno de estresse pós-traumático, transtorno de dor somatoforme e transtornos dissociativos. Houve alta freqüência de comorbidade, especialmente entre transtornos ansiosos, depressivos, somatoformes e dissociativos. CONCLUSÕES: A prevalência de transtornos mentais comuns e o perfil nosológico encontrados foram equivalentes àqueles de outros estudos em Atenção Primária no Brasil, porém destacaram-se transtornos não pesquisados anteriormente neste campo (transtorno de estresse pós-traumático, transtorno de dor somatoforme e transtornos dissociativos). A alta prevalência de transtornos mentais comuns reforça a necessidade urgente de inclusão sistemática desse nível de cuidado no planejamento da assistência em saúde mental.
Transtornos mentais; Epidemiologia; Prevalência; Atenção primária à saúde; Saúde da família