Acessibilidade / Reportar erro

Plantas medicinais conhecidas por especialistas locais de uma comunidade rural maranhense

Known medicinal plants by local experts in a rural community in Maranhão

RESUMO

Este trabalho objetivou realizar o inventário das plantas medicinais de uma comunidade rural maranhense, analisando o valor de uso e a importância relativa das espécies, assim como o consenso dos informantes quanto às doenças tratadas. Foram realizadas 50 entrevistas semiestruturadas utilizando-se o método de amostragem “bola-de-neve” e usou-se a técnica “turnê-guiada” para coletar as espécies citadas. Os especialistas locais citaram 63 espécies pertencentes a 44 famílias, das quais Fabaceae, Apocynaceae, Lamiaceae e Myrtaceae apresentaram o maior número de espécies. A planta que obteve maior valor de uso foi Morinda citrifolia L.. Himatanthus drasticus (Müll.Arg.) Woodson foi a espécie que apresentou maior importância relativa. Dentre os sistemas corporais tratados com os recursos vegetais, os que obtiveram maior consenso entre os informantes foram os relacionados às doenças do estômago, esôfago e duodeno e infecções virais caracterizadas por lesões na pele (ambas com FCI = 0,83). Em virtude da riqueza de conhecimento sobre plantas medicinais em um Estado do Brasil onde o sistema de saúde é bastante precário e onde os estudos de cunho etnobotânico ainda são escassos, sugere-se que novos estudos etnobotânicos sejam realizados afim de evidenciar a dinâmica de conhecimento local e suas implicações ecológicas e sociais.

Palavras-Chave
Plantas medicinais; Etnobotânica; Zona rural

ABSTRACT

This study aimed to conduct an inventory of medicinal plants in a rural community in Maranhão, analyzing the use value and the relative importance of species as well as the consensus of the informants about the treated diseases. Fifty semi-structured interviews were conducted using the sampling method “snow-ball” and the technique “guided tour” was employed in order to collect the species mentioned. Local experts mentioned 63 species belonging to 44 families, from which Fabaceae, Apocynaceae, Lamiaceae and Myrtaceae represented the highest number of species. The plant which had the highest use value was the Morinda citrifolia L.. The Himatanthus drasticus (Müll.Arg.) Woodson was the species with the highest relative importance. Among the body systems treated with plant resources, those who had the most consensus among the informants were related to stomach, esophagus and duodenum diseases and viral infections characterized by skin lesions (both ICF = 0.83). Because of the abundance of knowledge about medicinal plants in this state of Brazil, where the health system is quite precarious and where the nature of ethnobotanical studies are still scarce, it is suggested that new ethnobotanical studies are conducted in order to show the dynamics of local knowledge and its ecological and social implications.

Keywords
Medicinal plants; Ethnobotany; Rural zone

INTRODUÇÃO

Reconhecido pela sua riqueza biológica e cultural, favorecida pela presença de diferentes biomas e pelo processo histórico de ocupação humana, o Brasil é um dos signatários da Convenção sobre a Diversidade Biológica (Diegues & Arruda, 2001DIEGUES, A. C.; ARRUDA, S. V. (Orgs.) Saberes tradicionais e biodiversidade no Brasil. 2ed. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2001. 176p.). No estado do Maranhão, essa diversidade biológica encontra-se distribuída principalmente nos biomas Cerrado e Mata dos Cocais (MMA, 2014MMA - MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE . O Bioma Cerrado, 2014. Disponível em: < http://www.mma.gov.br/biomas/cerrado>. Acesso em: 10 de dez. 2014.
http://www.mma.gov.br/biomas/cerrado...
). O Cerrado ocupa 22% do território brasileiro e é considerado um dos hotspots mundiais devido à sua grande abundância de espécies nativas (MMA, 2014MMA - MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE . O Bioma Cerrado, 2014. Disponível em: < http://www.mma.gov.br/biomas/cerrado>. Acesso em: 10 de dez. 2014.
http://www.mma.gov.br/biomas/cerrado...
). A Mata de Cocais é considerada uma área de transição, sendo formada por espécies de palmeiras, tais como o babaçu (Orbignya oleifera Burret), a carnaúba (Copernicia prunifera (Mill.) H.E.Moore) e o buriti (Mauritia flexuosa L.f.) (Santos Filho et al., 2013SANTOS-FILHO, F.S.; et al., Cocais: zona ecotonal natural ou artificial? Revista Equador (UFPI), n.1, p.02-13, 2013.). Além de sua importância biológica, esses biomas possuem também grande importância social, pois diversas comunidades humanas sobrevivem de seus recursos vegetais (Santos Filho et al., 2013SANTOS-FILHO, F.S.; et al., Cocais: zona ecotonal natural ou artificial? Revista Equador (UFPI), n.1, p.02-13, 2013.; MMA, 2014MMA - MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE . O Bioma Cerrado, 2014. Disponível em: < http://www.mma.gov.br/biomas/cerrado>. Acesso em: 10 de dez. 2014.
http://www.mma.gov.br/biomas/cerrado...
).

Especificamente para as comunidades rurais, que possuem baixo nível de desenvolvimento socioeconômico, os recursos vegetais exercem um papel extremamente importante no atendimento das necessidades básicas, como o provimento de medicamentos fitoterápicos, por exemplo, sendo esta muitas vezes, a única alternativa para o tratamento de doenças (Cunha & Bortolotto, 2011CUNHA, S.A.; BORTOLOTTO, I.M. Etnobotânica de Plantas Medicinais no Assentamento Monjolinho, município de Anastácio, Mato Grosso do Sul, Brasil. Acta Botanica Brasilica, v.25, n.3, p.685-698, 2011.). Além disso, diversos estudos sobre plantas medicinais revelam que a proximidade das comunidades rurais com a natureza facilita o uso dessas, e que o conhecimento botânico local tem sido preservado ao longo das gerações (Pinto et al., 2006PINTO, E.P.P.; et al., Conhecimento popular sobre plantas medicinais em comunidades rurais de mata atlântica – Itacaré, BA, Brasil. Acta Botanica Brasilica, n.20, v.4, p.751-762, 2006.; Roque et al., 2010ROQUE, A.A.; et al. Uso e diversidade de plantas medicinais da Caatinga na comunidade rural de Laginhas, município de Caicó, Rio Grande do Norte (nordeste do Brasil). Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.12, n.1, p.31-42, 2010.; Silva et al., 2011SILVA, F.S.; et al. Dynamics of traditional knowledge of medicinal plants in a rural community in the Brazilian semi-arid region. Revista Brasileira de Farmacognosia, v.21, n.3, p.382-391, 2011.).

Estudos sobre plantas medicinais em comunidades rurais da região Nordeste do Brasil são inúmeros Albuquerque & Andrade, 2002ALBUQUERQUE, U.P.; ANDRADE, L.H.C. Conhecimento botânico tradicional e conservação em uma área de caatinga no estado de Pernambuco, Nordeste do Brasil. Acta Botanica Brasilica, v.16, n.3, p.273-285, 2002.; Almeida & Albuquerque, 2002ALMEIDA, C.F.C.B.R. de; ALBUQUERQUE, U.P. Uso e conservação de plantas e animais Medicinais no estado de Pernambuco (nordeste do Brasil): um estudo de caso. Interciência. v.27, n.6, p. 276-285, 2002.; Oliveira Júnior & Conceição, 2010OLIVEIRA JÚNIOR, S.R.; CONCEIÇÃO, G.M. da. Espécies vegetais nativas do cerrado utilizadas como medicinais pela Comunidade Brejinho, Caxias, Maranhão Brasil. Cadernos de Geociências, v.7, n.2, 2010.; Pinto et al., 2006PINTO, E.P.P.; et al., Conhecimento popular sobre plantas medicinais em comunidades rurais de mata atlântica – Itacaré, BA, Brasil. Acta Botanica Brasilica, n.20, v.4, p.751-762, 2006.; Roque et al., 2010ROQUE, A.A.; et al. Uso e diversidade de plantas medicinais da Caatinga na comunidade rural de Laginhas, município de Caicó, Rio Grande do Norte (nordeste do Brasil). Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.12, n.1, p.31-42, 2010.; Silva et al., 2011SILVA, F.S.; et al. Dynamics of traditional knowledge of medicinal plants in a rural community in the Brazilian semi-arid region. Revista Brasileira de Farmacognosia, v.21, n.3, p.382-391, 2011.; Cordeiro & Félix, 2014CORDEIRO, J.M.P.; FÉLIX, L.P. Conhecimento botânico medicinal sobre espécies vegetais nativas da caatinga e plantas espontâneas no agreste da Paraíba, Brasil. Revista Brasileira Plantas Medicinais, v.16, n.3, supl. I, p.685-692, 2014.; Neto et al., 2014NETO, F.R.G.; et al., Estudo Etnobotânico de plantas medicinais utilizadas pela Comunidade do Sisal no município de Catu, Bahia, Brasil. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.16, n.4, p.856-865, 2014.; Silva et al., 2015SILVA,C.G.; et al., Levantamento etnobotânico de plantas medicinais em área de Caatinga na comunidade do Sítio Nazaré, município de Milagres, Ceará, Brasil. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.17, n.1, p.133-142, 2015.). No entanto, no estado do Maranhão, eles ainda são escassos. Alguns trabalhos com este mesmo enfoque foram desenvolvidos apenas em comunidades indígenas (Coutinho et al., 2002COUTINHO, D.F.et al. Estudo etnobotânico de plantas medicinais utilizadas em comunidades indígenas no estado do maranhão - Brasil. Visão Acadêmica, v.3, n.1, p.7-12, 2002.) e quilombolas Monteles & Pinheiro 2007MONTELES, R; PINHEIRO, C.U.B. Plantas medicinais em um quilombo maranhense: uma perspectiva etnobotânica. Revista de biologia e ciências da terra, v.7, n.2, p.38-48, 2007.; Nascimento & Conceição, 2011NASCIMENTO, J.M.; CONCEIÇÃO, G.M. Plantas medicinais e indicações terapêuticas da comunidade quilombola Olho d’água do Raposo, Caxias, Maranhão, Brasil. Revista de Biologia e Farmácia, v.6, n.2, p.138-151, 2011.). Outros trataram sobre a comercialização das plantas medicinais em áreas urbanas (Amaral et al., 2003AMARAL, F.M.M.et al. Avaliação da qualidade de drogas vegetais comercializadas em São Luís/Maranhão. Revista Brasileira de Farmacognosia. v.13, p. 27-30, 2003.; Pinho et al., 2012PINHO, A.N.; NASCIMENTO, J.M.; SANTOS, F.J.L.dos; CONCEIÇÃO, G.M. Aspectos da comercialização de plantas medicinais por “raizeiros” no município de Caxias, Maranhão. Revista de Biologia e Farmácia, n.2, v.8, 2012.). Há, portanto, uma lacuna sobre o conhecimento e uso de plantas medicinais em comunidades rurais do Estado.

Estudos etnobotânicos em comunidades rurais, e neste caso, aqueles relacionados às plantas medicinais, são importantes por diversas razões. Além de salvaguardarem o repertório cultural de uma sociedade (Oliveira Júnior & Conceição, 2010OLIVEIRA JÚNIOR, S.R.; CONCEIÇÃO, G.M. da. Espécies vegetais nativas do cerrado utilizadas como medicinais pela Comunidade Brejinho, Caxias, Maranhão Brasil. Cadernos de Geociências, v.7, n.2, 2010.; Santos et al., 2008SANTOS, M.R.A. et al., Uso de plantas medicinais pela população de Ariquemes, em Rondônia. Horticultura Brasileira, n.26, p.244-250, 2008.) e registrar uma prática que é mantida e transmitida através de gerações (Berkes, 1999BERKES, F. Sacred ecology: tradicional ecological knowledge and resource management. Philadelphia, Pennsylvania: Taylor and Francis, 1999. 209p.), evitando que tais informações sejam perdidas (Alcorn, 1995ALCORN, J. The scope and aims of ethnobotany in a developing world. In: SCHULTES, R.E. & VON REIS, S. (Eds.). Ethnobotany: evolution of a discipline. Portland: Discorides Press, 1995. p. 23-39.; Hanazaki, 2004HANAZAKI, N. Etnobotânica. In: BEGOSSI, A. (Ed). Ecologia Humana de Pescadores da Mata Atlântica e da Amazônia. São Paulo: FAPESP/HUCITEC, p. 37-57, 2004.; Gandolfo & Hanazaki, 2011GANDOLFO, E.S.; HANAZAKI, N. Etnobotânica e urbanização: conhecimento e utilização de plantas de restinga pela comunidade nativa do distrito do Campeche (Florianópolis, SC). Acta Botanica Brasilica, v.25, n.1, p.168-177, 2011.), proporcionam o progresso dos estudos básicos e aplicados, sejam eles fitoquímicos e/ou farmacológicos (Santos et al., 2008SANTOS, M.R.A. et al., Uso de plantas medicinais pela população de Ariquemes, em Rondônia. Horticultura Brasileira, n.26, p.244-250, 2008.) e evidenciam a necessidade de órgãos públicos envolverem tais comunidades na criação de políticas públicas e estratégias de conservação da biodiversidade.

Diante disso, este trabalho tem como objetivo conhecer o repertório local de plantas medicinais de uma comunidade rural maranhense, buscando contribuir com o conhecimento sobre o uso de plantas medicinais no Estado.

MATERIAL E MÉTODOS

Comunidade rural estudada

A comunidade rural São Benedito (3°07’39”S; 42°40’57”W), distrito do município de Tutóia, no estado do Maranhão, localiza-se a 80 km da sede municipal, em uma área contemplada pelo Cerrado e Mata de Cocais (Oliveira & Frota, 2011OLIVEIRA, W.R.; FROTA, P.V. Caracterização socioambiental do município de Tutóia – Maranhão. Revista Geográfica de América Central. Número Especial EGAL, II Semestre p.1-15, 2011.). Conforme o censo populacional cedido pelas agentes de saúde, na comunidade residem cerca de 500 pessoas que sobrevivem, principalmente, da agricultura de subsistência, sendo a mandioca (Manihot esculenta Crantz.) a espécie mais cultivada para consumo e/ou comercialização. O povoado possui uma escola, porém, não possui posto de saúde.

Coleta de dados

Os 50 especialistas locais em plantas medicinais foram selecionados por meio da técnica “bola-de-neve” (Albuquerque et al., 2014aALBUQUERQUE, U.P.; LUCENA, R.F.P.; NETO, E.M.F.L. Selection of Research Participants. In: ALBUQUERQUE, U.P.; CUNHA, L.V.F.; LUCENA, R.F.P; ALVES, R.R.N. Methods and Techniques in Ethnobiology and Ethnoecology. Humana press, 2014a, p.1-13.). Com cada especialista local foi realizada uma entrevista semiestruturada (Albuquerque et al., 2014bALBUQUERQUE, U.P.; RAMOS, M.A.; LUCENA, R.F.P.; ALENCAR, N.L. Methods and Techniques Used to Collect Ethnobiological Data. In: ALBUQUERQUE, U.P; CUNHA, L.V.F; L.V.F.; LUCENA; ALVES, R.R.N. Methods and Techniques in Ethnobiology and Ethnoecology. Humana press, 2014b, p.15-38.). Os entrevistados foram questionados sobre o conhecimento de plantas medicinais, especificamente, foram feitas as seguintes perguntas: 1) Quais as plantas conhecidas e/ou usadas no tratamento de doenças? 2) Quais as partes da planta que são utilizadas, as formas de preparo do medicamento e as enfermidades tratadas.

Todas as plantas citadas nas entrevistas foram coletadas em “turnê-guiada” (Albuquerque et al., 2014bALBUQUERQUE, U.P.; RAMOS, M.A.; LUCENA, R.F.P.; ALENCAR, N.L. Methods and Techniques Used to Collect Ethnobiological Data. In: ALBUQUERQUE, U.P; CUNHA, L.V.F; L.V.F.; LUCENA; ALVES, R.R.N. Methods and Techniques in Ethnobiology and Ethnoecology. Humana press, 2014b, p.15-38.). O material vegetal coletado foi herborizado de acordo com a metodologia usual em botânica (Santos et al., 2014SANTOS, L.L.; VIEIRA, F.J.; NASCIMENTO, L.G.S.; SILVA, A.C.O.; SANTOS, L.L.; SOUSA, G.M. Techniques for Collecting and Processing Plant Material and Their Application. In: ALBUQUERQUE, U.P; CUNHA, L.V.F; L.V.F.; LUCENA; ALVES, R.R.N. Methods and Techniques in Ethnobiology and Ethnoecology. Humana press, 2014c, p.161- 174.). A identificação das amostras coletadas foi feita por meio da literatura especializada, consulta às amostras tombadas em herbários e a especialistas. As espécies foram depositadas no Herbário “HDelta” da Universidade Federal do Piauí/Campus Ministro Reis Velloso. A lista florística foi ordenada alfabeticamente por família, seguindo a proposta do Angiosperm Phylogeny Group III (APG III, 2009ANGIOSPERM PHYLOGENY GROUP (APG III). 2009. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG III. Botanical Journal of the Linnean Society, v. 161, p.105-121.). As sinonímias botânicas foram atualizadas através de consultas à Lista de Espécies da Flora do Brasil (Forzza et al., 2014FORZZA, R. C., et al., Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br>. Acesso em: 20 dezembro 2014.
http://floradobrasil.jbrj.gov.br...
).

Análise de dados

Inicialmente, os dados foram tabulados no Excel. As enfermidades foram classificadas, utilizando-se a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID 10). A Importância Relativa (IR), que permite identificar qual espécie foi indicada para um maior número de sistemas corporais, foi calculada pela fórmula: IR = NSC + NP; em que NSC é obtido por meio da divisão entre o número de sistemas corporais tratados por uma espécie (NSCE) e o número de sistemas corporais tratados pela espécie mais versátil (NSCEV) e NP pela divisão entre o número de propriedades atribuídas a uma espécie (NPE) e o número de propriedades atribuídas à espécie mais versátil (NPEV), sendo o seu valor máximo igual a 2 (Bennett & Prance, 2000BENNETT, B.C.; PRANCE, G.T. Introduced plants in indigenous pharmacopoeia of Northern South America. Economic Botany, v.54, n.1, p.90-102, 2000.).

Para conhecer os sistemas corporais com maior importância relativa local foi calculado o Fator de Consenso dos Informantes (FCI) (Trotter & Logan, 1986TROTTER, R.T.; LOGAN, M.H. Informant consensus: a new approach for identifying potentially effective medicinal plants. In: N.L. ETKIN (ed.). Plants in indigenous medicine and diet: biobehavioral approachs. New York: Redgrave Publishing, 1986, p. 91-112.). O FCI é dado pela fórmula: FCI = nur-na/nur-1; onde, nur é a soma dos usos registrados por cada informante para uma categoria de doenças do CID 10; e, na é o número de espécies indicadas para cada categoria. O valor máximo do FCI é 1, o que indica haver consenso entre os informantes sobre as plantas medicinais para uma categoria de doença em particular.

Para saber a espécie mais citada pela comunidade foi calculado o Valor de Uso (VU) para cada espécie por meio da seguinte fórmula; VU = ΣUi/n (adaptado de Phillips & Gentry, 1993PHILLIPS, O.; GENTRY, A.H. The useful plants of Tambopata, Peru: I. Statistical hypotheses tests with a new quantitative technique. Economic Botany, n. 47, v.1, p.15-32, 1993) em que ΣUi é a soma das citações para cada espécie e n é o número total de informantes. A adaptação da fórmula foi feita porque cada informante foi entrevistado apenas uma única vez.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram citadas 63 espécies pertencentes a 57 gêneros e 44 famílias (Tabela 1). Destas, as que apresentaram maior número de espécies foram Fabaceae (oito), Apocynaceae, Lamiaceae e Myrtaceae (quatro cada), Anacardiaceae e Rubiaceae (três cada). O maior uso de espécies da família Fabaceae também foi registrado em outros estudos com comunidades rurais, em Inhamã- PE (Rodrigues & Andrade, 2014RODRIGUES, A.P.; ANDRADE, L.H.C. Levantamento etnobotânico das plantas medicinais utilizadas pela comunidade de Inhamã, Pernambuco, Nordeste do Brasil. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.16, n.3, supl. I, p.721-730, 2014.), em Currais- PI (Baptistel et al., 2014BAPTISTEL, A.C.et al. Plantas medicinais utilizadas na Comunidade Santo Antônio, Currais, Sul do Piauí: um enfoque etnobotânico. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.16, n.2, supl. I, p.406-425, 2014.) e Milagres- CE (Silva et al., 2015SILVA,C.G.; et al., Levantamento etnobotânico de plantas medicinais em área de Caatinga na comunidade do Sítio Nazaré, município de Milagres, Ceará, Brasil. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.17, n.1, p.133-142, 2015.). Oliveira Júnior & Conceição (2010)OLIVEIRA JÚNIOR, S.R.; CONCEIÇÃO, G.M. da. Espécies vegetais nativas do cerrado utilizadas como medicinais pela Comunidade Brejinho, Caxias, Maranhão Brasil. Cadernos de Geociências, v.7, n.2, 2010. registraram um número maior de espécies para esta família (16) em estudo com espécies medicinais do Cerrado, na comunidade Brejinho em Caxias, Maranhão. Alguns trabalhos (Pilla et al., 2006PILLA, M.A.C.; et al., Obtenção e uso das plantas medicinais no distrito de Martim Francisco, Município de Mogi-Mirim, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica, n.20, v.4, p.789-802, 2006.; Albertasse et al., 2010ALBERTASSE, P.D. et al. Plantas medicinais e seus usos na comunidade da Barra do Jucu, Vila Velha, ES. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.12, n.3, p.250-260, 2010.; Oliveira & Menini Neto, 2012OLIVEIRA, E.R.; MENINI NETO, L. Levantamento etnobotânico de plantas medicinais utilizadas pelos moradores do povoado de Manejo, Lima Duarte – MG. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.14, n.2, p.311-320, 2012.), apresentam a família Lamiaceae como a mais representativa. O mesmo não ocorre no presente trabalho provavelmente pelo maior uso de espécies nativas (66,6%) pela comunidade estudada, e os representantes da família Lamiaceae, destacam-se quanto ao uso medicinal.

TABELA 1
Espécies medicinais utilizadas pelos especialistas locais da comunidade rural São Benedito,Tutóia, Maranhão, Nordeste do Brasil. Convenções: NV = Nome Vernacular; H = hábito: erv = erva, sub = subarbusto, arb = arbusto, arv = árvore, lia = liana; NC = Número de Coletor de Larissa dos Santos Vieira; S = status: n = nativa, e = exótica; VU = Valor de Uso; IR = importância relativa.

As partes das plantas citadas para preparo dos remédios caseiros foram as folhas (40,49%), casca do caule (22,07%), fruto (14,87%), raiz (12,67%), látex (6,88%), flor e casca da raiz (3,02%). O uso significativo de folhas registrado provavelmente deve-se ao fato da disponibilidade das mesmas durante todo o ano. Outros trabalhos em comunidades rurais também relatam como parte mais usada das plantas com fins medicinais, as folhas (Neto et al., 2014NETO, F.R.G.; et al., Estudo Etnobotânico de plantas medicinais utilizadas pela Comunidade do Sisal no município de Catu, Bahia, Brasil. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.16, n.4, p.856-865, 2014.; Rodrigues & Andrade, 2014RODRIGUES, A.P.; ANDRADE, L.H.C. Levantamento etnobotânico das plantas medicinais utilizadas pela comunidade de Inhamã, Pernambuco, Nordeste do Brasil. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.16, n.3, supl. I, p.721-730, 2014.; Baptistel et al., 2014BAPTISTEL, A.C.et al. Plantas medicinais utilizadas na Comunidade Santo Antônio, Currais, Sul do Piauí: um enfoque etnobotânico. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.16, n.2, supl. I, p.406-425, 2014.).

Os modos de preparo mais citados foram a decocção (134), maceração (129), suco (39) e garrafada (34). Para decocção foi constatado o maior uso de folhas (75,37%), para maceração, casca ou entrecasca (37,20%), para o suco, o fruto, e para garrafada, a casca do caule. A decocção também foi o método mais empregado por populações em outras comunidades rurais (Neto et al., 2014NETO, F.R.G.; et al., Estudo Etnobotânico de plantas medicinais utilizadas pela Comunidade do Sisal no município de Catu, Bahia, Brasil. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.16, n.4, p.856-865, 2014.; Rodrigues & Andrade, 2014RODRIGUES, A.P.; ANDRADE, L.H.C. Levantamento etnobotânico das plantas medicinais utilizadas pela comunidade de Inhamã, Pernambuco, Nordeste do Brasil. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.16, n.3, supl. I, p.721-730, 2014.; Baptistel et al., 2014BAPTISTEL, A.C.et al. Plantas medicinais utilizadas na Comunidade Santo Antônio, Currais, Sul do Piauí: um enfoque etnobotânico. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.16, n.2, supl. I, p.406-425, 2014.; Cordeiro & Félix, 2014CORDEIRO, J.M.P.; FÉLIX, L.P. Conhecimento botânico medicinal sobre espécies vegetais nativas da caatinga e plantas espontâneas no agreste da Paraíba, Brasil. Revista Brasileira Plantas Medicinais, v.16, n.3, supl. I, p.685-692, 2014.).

As espécies mais versáteis ou com maior IR foram: H. drasticus (IR = 2,00), Mentha x villosa L. (IR = 1,39) e M. citrifolia (IR = 1,19). A espécie H. drasticus é utilizada para problemas relacionados ao sistema digestório como gastrite, inflamações em órgãos do sistema reprodutor feminino e, no tratamento de tumores. Baldauf & Santos (2013)BALDAUF, C.; SANTOS, F.A.M. Ethnobotany, traditional knowledge, and diachronic changes in non–timber forest products management: a case study of Himatanthus drasticus (Apocynaceae) in the Brazilian Savanna. Economic Botany, v.67, n.2, p.110-120, 2013., relatam que o látex dessa espécie é conhecido pelo seu potencial anti-inflamatório, o que torna sua coleta, para uso medicinal, frequente nas regiões de Cerrado. Mentha x villosa foi citada para o tratamento de diferentes doenças, principalmente aquelas relacionadas ao sistema respiratório e no tratamento contra parasitas intestinais.

Dentre os 18 sistemas corporais, aqueles que obtiveram maior FCI foram os relacionados à doenças do estômago, esôfago e duodeno e infecções virais caracterizadas por lesões na pele (ambas com FCI = 0,83), doenças do aparelho geniturinário (FCI= 0,78) e doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas (FCI= 0,68). O resultado de destaque para doenças do aparelho geniturinário pode estar aliado ao fato do grande número de citações referentes ao sistema reprodutor feminino, como infecções, cólicas e câncer.

As espécies com maior VU foram Morinda citrifolia (VU = 0,66), Ximenia americana e Himatanthus drasticus (ambas com VU = 0,4) e Libidibia ferrea e Hancornia speciosa (ambas com VU = 0,3). Na comunidade estudada, as propriedades curativas atribuídas à M. citrifolia estão relacionadas, principalmente, ao tratamento de câncer. Estudos fitoquímicos e farmacológicos têm comprovado o efeito analgésico (Younos et al., 1990YOUNOS, C.; et al., Analgesic and behavioral effects of Morinda citrifolia. Planta Medica, v.56, n.5, p.430-434, 1990.), anticancerígeno (Wang & Su, 2001WANG, M.Y.; SU, C. Cancer preventive effect of Morinda citrifolia (noni). Annals of the New York Academy of Science. n.953, p.161-168, 2001.; Wang et al., 2002WANG, M.Y.; et al.,Morinda citrifolia (Noni): A literature review and recent advances in Noni research. Acta Pharmacologica Sinica, v.23, n.12, p.1127-1141, 2002.; Jayaraman et al., 2008JAYARAMAN, S. K.; MANOHARAN, M. S.; ILLANCHEZIAN, S. Antibacterial, Antifungal and Tumor cell suppression potential of Morinda citrifolia fruit extracts. International Journal of Integrative Biology. v. 3, n. 1, 44, 2008.; Taskin et al., 2009TASKIN, E.I.; et al., Apoptosis-inducing effects of Morinda citrifolia .. and doxorubicin on the Ehrlich ascites tumor in Balb-c mice. Cell Biochem Funct. n.27, p.1-5, 2009.), antiviral (Selvam et al., 2010SELVAM, P.; et al. Studies of antiviral activity and citotoxicity of Wrightia tinctoria and Morinda citrifolia. Indian Journal Pharmacy Science, n.71, p. 670-672, 2010.), no sistema imunológico (Palu et al., 2008PALU, A.K.; et al., Morinda citrifolia L. (noni) improves athelete endurance: Its mechanisms of action. Journal of Medicinal Plants Research, v.2, n.7, p. 154-158, 2008.) e em pacientes com diabetes (Sabitha et al., 2009SABITHA, P.; et al., The beneficial effects of noni fruit juice in diabetic patients. Journal of Clinical and Diagnostic Research. n.3, p.1822-1826, 2009.) desta espécie.

De maneira geral, observou-se que M. citrifolia e H. drasticus são espécies muito importantes no tratamento de enfermidades da comunidade rural estudada, pois foram as plantas que apresentaram o maior número de citações de uso pelos especialistas locais. M. citrifolia mesmo que tenha sido introduzida há pouco tempo na região, foi citada por mais da metade dos entrevistados (60%), o que demonstra haver consenso quanto ao seu uso. H. drasticus possui grande importância local na comunidade porque é utilizada no tratamento de diversas doenças, assim como M. citrifolia. Estudos sobre os efeitos e composição química de M. citrifolia (LV et al., 2011LV, L.; CHEN, H.; HO, C.T.; SANG, S. Chemical components of the roots of Noni (Morinda citrifolia) and their cytotoxic effects. Fitoterapia, n. 82, p.704-708, 2011.; Satwadhar et al., 2011SATWADHAR, P.N.; et al., nutritional composition and identification of some of the bioactive components in Morinda citrifolia juice International Journal of Pharmacy and Pharmaceutical Sciences, v.3, n.1, 2011.; West et al., 2011WEST, B.J.; et al., Toxicity and Antioxidant Tests of Morinda citrifolia (noni) Seed Extract Advance Journal of Food Science and Technology, v.3, n.4, p.303-307, 2011.) e H. drasticus (Lucetti et al., 2010LUCETTI, D.L.; et al., Anti-inflammatory effects and possible mechanism of action of lupeol acetate isolated from Himatanthus drasticus (Mart.) Plumel. Journal of Inflammation, v.7, n.60, 2010.; Sousa et al., 2010SOUSA, E.L.; et al., Antitumor activity of leaves of Himatanthus drasticus (Mart.) Plumel-Apocynaceae (Janaguba) in the treatment of Sarcoma 180 tumor. Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences, v.46, n.2, 2010.; França et al., 2011FRANÇA, W.C.S.C.et al. Analysis of the action of Himatanthus drasticus in progression of urethane-induced lung cancer in mice. Einstein, v.9, p.350-353, 2011.) têm sido cada vez mais frequentes e, relatos de seus usos são cruciais para contribuir com esses estudos.

As populações humanas que ainda vivem próximas à natureza são detentoras de uma gama de conhecimentos importantíssimos para o meio científico, sendo assim, o registro do mesmo é crucial para desvendar todos os recursos que ela nos oferece e assim utilizá-los da melhor maneira possível (Souza & Felfili, 2006SOUZA, C.D.; FELFILI, J.M. Uso de plantas medicinais na região de Alto Paraíso de Goiás, GO, Brasil. Acta Botanica Brasilica. n. 20,v.1,p. 135-142, 2006.; Santos et al., 2008SANTOS, M.R.A. et al., Uso de plantas medicinais pela população de Ariquemes, em Rondônia. Horticultura Brasileira, n.26, p.244-250, 2008.; Gandolfo & Hanazaki, 2011GANDOLFO, E.S.; HANAZAKI, N. Etnobotânica e urbanização: conhecimento e utilização de plantas de restinga pela comunidade nativa do distrito do Campeche (Florianópolis, SC). Acta Botanica Brasilica, v.25, n.1, p.168-177, 2011.).

Em suma, foi observado que os especialistas locais da comunidade rural estudada possuem um considerável repertório sobre plantas medicinais. Para melhor evidenciar a dinâmica de conhecimento local e suas implicações ecológicas e sociais, recomenda-se que novos estudos etnobotânicos sejam desenvolvidos no Estado.

AGRADECIMENTOS

Aos moradores do povoado São Benedito pela atenção e receptividade demonstradas, contribuindo com a realização desta pesquisa, em especial ao Sr. Raimundo pela ajuda nas coletas botânicas em campo.

REFERÊNCIAS

  • ALBERTASSE, P.D. et al. Plantas medicinais e seus usos na comunidade da Barra do Jucu, Vila Velha, ES. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.12, n.3, p.250-260, 2010.
  • ALBUQUERQUE, U.P.; ANDRADE, L.H.C. Conhecimento botânico tradicional e conservação em uma área de caatinga no estado de Pernambuco, Nordeste do Brasil. Acta Botanica Brasilica, v.16, n.3, p.273-285, 2002.
  • ALBUQUERQUE, U.P.; LUCENA, R.F.P.; NETO, E.M.F.L. Selection of Research Participants. In: ALBUQUERQUE, U.P.; CUNHA, L.V.F.; LUCENA, R.F.P; ALVES, R.R.N. Methods and Techniques in Ethnobiology and Ethnoecology Humana press, 2014a, p.1-13.
  • ALBUQUERQUE, U.P.; RAMOS, M.A.; LUCENA, R.F.P.; ALENCAR, N.L. Methods and Techniques Used to Collect Ethnobiological Data. In: ALBUQUERQUE, U.P; CUNHA, L.V.F; L.V.F.; LUCENA; ALVES, R.R.N. Methods and Techniques in Ethnobiology and Ethnoecology Humana press, 2014b, p.15-38.
  • ALCORN, J. The scope and aims of ethnobotany in a developing world. In: SCHULTES, R.E. & VON REIS, S. (Eds.). Ethnobotany: evolution of a discipline. Portland: Discorides Press, 1995. p. 23-39.
  • ALMEIDA, C.F.C.B.R. de; ALBUQUERQUE, U.P. Uso e conservação de plantas e animais Medicinais no estado de Pernambuco (nordeste do Brasil): um estudo de caso. Interciência v.27, n.6, p. 276-285, 2002.
  • AMARAL, F.M.M.et al. Avaliação da qualidade de drogas vegetais comercializadas em São Luís/Maranhão. Revista Brasileira de Farmacognosia v.13, p. 27-30, 2003.
  • ANGIOSPERM PHYLOGENY GROUP (APG III). 2009. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG III. Botanical Journal of the Linnean Society, v. 161, p.105-121.
  • BALDAUF, C.; SANTOS, F.A.M. Ethnobotany, traditional knowledge, and diachronic changes in non–timber forest products management: a case study of Himatanthus drasticus (Apocynaceae) in the Brazilian Savanna. Economic Botany, v.67, n.2, p.110-120, 2013.
  • BAPTISTEL, A.C.et al. Plantas medicinais utilizadas na Comunidade Santo Antônio, Currais, Sul do Piauí: um enfoque etnobotânico. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.16, n.2, supl. I, p.406-425, 2014.
  • BENNETT, B.C.; PRANCE, G.T. Introduced plants in indigenous pharmacopoeia of Northern South America. Economic Botany, v.54, n.1, p.90-102, 2000.
  • BERKES, F. Sacred ecology: tradicional ecological knowledge and resource management. Philadelphia, Pennsylvania: Taylor and Francis, 1999. 209p.
  • CORDEIRO, J.M.P.; FÉLIX, L.P. Conhecimento botânico medicinal sobre espécies vegetais nativas da caatinga e plantas espontâneas no agreste da Paraíba, Brasil. Revista Brasileira Plantas Medicinais, v.16, n.3, supl. I, p.685-692, 2014.
  • COUTINHO, D.F.et al. Estudo etnobotânico de plantas medicinais utilizadas em comunidades indígenas no estado do maranhão - Brasil. Visão Acadêmica, v.3, n.1, p.7-12, 2002.
  • CUNHA, S.A.; BORTOLOTTO, I.M. Etnobotânica de Plantas Medicinais no Assentamento Monjolinho, município de Anastácio, Mato Grosso do Sul, Brasil. Acta Botanica Brasilica, v.25, n.3, p.685-698, 2011.
  • DIEGUES, A. C.; ARRUDA, S. V. (Orgs.) Saberes tradicionais e biodiversidade no Brasil 2ed. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2001. 176p.
  • FORZZA, R. C., et al., Lista de Espécies da Flora do Brasil Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br>. Acesso em: 20 dezembro 2014.
    » http://floradobrasil.jbrj.gov.br
  • FRANÇA, W.C.S.C.et al. Analysis of the action of Himatanthus drasticus in progression of urethane-induced lung cancer in mice. Einstein, v.9, p.350-353, 2011.
  • GANDOLFO, E.S.; HANAZAKI, N. Etnobotânica e urbanização: conhecimento e utilização de plantas de restinga pela comunidade nativa do distrito do Campeche (Florianópolis, SC). Acta Botanica Brasilica, v.25, n.1, p.168-177, 2011.
  • HANAZAKI, N. Etnobotânica. In: BEGOSSI, A. (Ed). Ecologia Humana de Pescadores da Mata Atlântica e da Amazônia São Paulo: FAPESP/HUCITEC, p. 37-57, 2004.
  • JAYARAMAN, S. K.; MANOHARAN, M. S.; ILLANCHEZIAN, S. Antibacterial, Antifungal and Tumor cell suppression potential of Morinda citrifolia fruit extracts. International Journal of Integrative Biology. v. 3, n. 1, 44, 2008.
  • LUCETTI, D.L.; et al., Anti-inflammatory effects and possible mechanism of action of lupeol acetate isolated from Himatanthus drasticus (Mart.) Plumel. Journal of Inflammation, v.7, n.60, 2010.
  • LV, L.; CHEN, H.; HO, C.T.; SANG, S. Chemical components of the roots of Noni (Morinda citrifolia) and their cytotoxic effects. Fitoterapia, n. 82, p.704-708, 2011.
  • MONTELES, R; PINHEIRO, C.U.B. Plantas medicinais em um quilombo maranhense: uma perspectiva etnobotânica. Revista de biologia e ciências da terra, v.7, n.2, p.38-48, 2007.
  • MMA - MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE . O Bioma Cerrado, 2014 Disponível em: < http://www.mma.gov.br/biomas/cerrado>. Acesso em: 10 de dez. 2014.
    » http://www.mma.gov.br/biomas/cerrado
  • NASCIMENTO, J.M.; CONCEIÇÃO, G.M. Plantas medicinais e indicações terapêuticas da comunidade quilombola Olho d’água do Raposo, Caxias, Maranhão, Brasil. Revista de Biologia e Farmácia, v.6, n.2, p.138-151, 2011.
  • NETO, F.R.G.; et al., Estudo Etnobotânico de plantas medicinais utilizadas pela Comunidade do Sisal no município de Catu, Bahia, Brasil. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.16, n.4, p.856-865, 2014.
  • OLIVEIRA, E.R.; MENINI NETO, L. Levantamento etnobotânico de plantas medicinais utilizadas pelos moradores do povoado de Manejo, Lima Duarte – MG. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.14, n.2, p.311-320, 2012.
  • OLIVEIRA JÚNIOR, S.R.; CONCEIÇÃO, G.M. da. Espécies vegetais nativas do cerrado utilizadas como medicinais pela Comunidade Brejinho, Caxias, Maranhão Brasil. Cadernos de Geociências, v.7, n.2, 2010.
  • OLIVEIRA, W.R.; FROTA, P.V. Caracterização socioambiental do município de Tutóia – Maranhão. Revista Geográfica de América Central Número Especial EGAL, II Semestre p.1-15, 2011.
  • PALU, A.K.; et al., Morinda citrifolia L. (noni) improves athelete endurance: Its mechanisms of action. Journal of Medicinal Plants Research, v.2, n.7, p. 154-158, 2008.
  • PHILLIPS, O.; GENTRY, A.H. The useful plants of Tambopata, Peru: I. Statistical hypotheses tests with a new quantitative technique. Economic Botany, n. 47, v.1, p.15-32, 1993
  • PILLA, M.A.C.; et al., Obtenção e uso das plantas medicinais no distrito de Martim Francisco, Município de Mogi-Mirim, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica, n.20, v.4, p.789-802, 2006.
  • PINHO, A.N.; NASCIMENTO, J.M.; SANTOS, F.J.L.dos; CONCEIÇÃO, G.M. Aspectos da comercialização de plantas medicinais por “raizeiros” no município de Caxias, Maranhão. Revista de Biologia e Farmácia, n.2, v.8, 2012.
  • PINTO, E.P.P.; et al., Conhecimento popular sobre plantas medicinais em comunidades rurais de mata atlântica – Itacaré, BA, Brasil. Acta Botanica Brasilica, n.20, v.4, p.751-762, 2006.
  • RODRIGUES, A.P.; ANDRADE, L.H.C. Levantamento etnobotânico das plantas medicinais utilizadas pela comunidade de Inhamã, Pernambuco, Nordeste do Brasil. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.16, n.3, supl. I, p.721-730, 2014.
  • ROQUE, A.A.; et al. Uso e diversidade de plantas medicinais da Caatinga na comunidade rural de Laginhas, município de Caicó, Rio Grande do Norte (nordeste do Brasil). Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.12, n.1, p.31-42, 2010.
  • SABITHA, P.; et al., The beneficial effects of noni fruit juice in diabetic patients. Journal of Clinical and Diagnostic Research n.3, p.1822-1826, 2009.
  • SANTOS-FILHO, F.S.; et al., Cocais: zona ecotonal natural ou artificial? Revista Equador (UFPI), n.1, p.02-13, 2013.
  • SANTOS, M.R.A. et al., Uso de plantas medicinais pela população de Ariquemes, em Rondônia. Horticultura Brasileira, n.26, p.244-250, 2008.
  • SANTOS, L.L.; VIEIRA, F.J.; NASCIMENTO, L.G.S.; SILVA, A.C.O.; SANTOS, L.L.; SOUSA, G.M. Techniques for Collecting and Processing Plant Material and Their Application. In: ALBUQUERQUE, U.P; CUNHA, L.V.F; L.V.F.; LUCENA; ALVES, R.R.N. Methods and Techniques in Ethnobiology and Ethnoecology Humana press, 2014c, p.161- 174.
  • SATWADHAR, P.N.; et al., nutritional composition and identification of some of the bioactive components in Morinda citrifolia juice International Journal of Pharmacy and Pharmaceutical Sciences, v.3, n.1, 2011.
  • SELVAM, P.; et al. Studies of antiviral activity and citotoxicity of Wrightia tinctoria and Morinda citrifolia Indian Journal Pharmacy Science, n.71, p. 670-672, 2010.
  • SILVA,C.G.; et al., Levantamento etnobotânico de plantas medicinais em área de Caatinga na comunidade do Sítio Nazaré, município de Milagres, Ceará, Brasil. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.17, n.1, p.133-142, 2015.
  • SILVA, F.S.; et al. Dynamics of traditional knowledge of medicinal plants in a rural community in the Brazilian semi-arid region. Revista Brasileira de Farmacognosia, v.21, n.3, p.382-391, 2011.
  • SOUSA, E.L.; et al., Antitumor activity of leaves of Himatanthus drasticus (Mart.) Plumel-Apocynaceae (Janaguba) in the treatment of Sarcoma 180 tumor. Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences, v.46, n.2, 2010.
  • SOUZA, C.D.; FELFILI, J.M. Uso de plantas medicinais na região de Alto Paraíso de Goiás, GO, Brasil. Acta Botanica Brasilica n. 20,v.1,p. 135-142, 2006.
  • TASKIN, E.I.; et al., Apoptosis-inducing effects of Morinda citrifolia .. and doxorubicin on the Ehrlich ascites tumor in Balb-c mice. Cell Biochem Funct n.27, p.1-5, 2009.
  • TROTTER, R.T.; LOGAN, M.H. Informant consensus: a new approach for identifying potentially effective medicinal plants. In: N.L. ETKIN (ed.). Plants in indigenous medicine and diet: biobehavioral approachs. New York: Redgrave Publishing, 1986, p. 91-112.
  • WANG, M.Y.; SU, C. Cancer preventive effect of Morinda citrifolia (noni). Annals of the New York Academy of Science n.953, p.161-168, 2001.
  • WANG, M.Y.; et al.,Morinda citrifolia (Noni): A literature review and recent advances in Noni research. Acta Pharmacologica Sinica, v.23, n.12, p.1127-1141, 2002.
  • WEST, B.J.; et al., Toxicity and Antioxidant Tests of Morinda citrifolia (noni) Seed Extract Advance Journal of Food Science and Technology, v.3, n.4, p.303-307, 2011.
  • YOUNOS, C.; et al., Analgesic and behavioral effects of Morinda citrifolia. Planta Medica, v.56, n.5, p.430-434, 1990.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    2015

Histórico

  • Recebido
    16 Jan 2015
  • Aceito
    27 Maio 2015
Sociedade Brasileira de Plantas Medicinais Sociedade Brasileira de Plantas Medicinais, Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Farmácia, Bloco T22, Avenida Colombo, 5790, 87020-900 - Maringá - PR, Tel: +55-44-3011-4627 - Botucatu - SP - Brazil
E-mail: revista@sbpmed.org.br