No Brasil, o crescimento urbano da leishmaniose visceral (LV) está associado com a adaptação do seu vetor, Lutzomyia longipalpis, aos ambientes modificados pelo homem. Este estudo relata a vigilância entomológica de L. longipalpis e os efeitos das variáveis ambientais sobre a sua densidade populacional. Os flebotomíneos foram capturados no município de Mossoró, Rio Grande do Norte, no Nordeste do Brasil, a partir de janeiro de 2005 a dezembro de 2006. Duas armadilhas tipo CDC foram colocadas mensalmente durante quatro noites consecutivas no peridomicílio das casas escolhidas. A análise dos dados foi baseada no teste Qui-quadrado e regressão linear. Um total de 2.087 flebotomíneos foram capturados, dos quais 99,86% foram L. longipalpis. Mais fêmeas do que machos foram capturados (p < 0,05). Na análise mensal das variáveis ambientais a temperatura, umidade relativa e a chuva não tiveram impacto significativo sobre a densidade populacional de L. longipalpis. No entanto, houve diferenças sazonais: aproximadamente 70% dos flebotomíneos foram capturados durante a estação chuvosa (p < 0,05). Assim, L. longipalpis, a espécie predominante, representa um risco à saúde pública. Portanto, devido à maior prevalência no período chuvoso, recomendamos intensificar as medidas de controle da LV antes e durante este período para reduzir o risco de transmissão da doença.
Lutzomyia longipalpis; sazonalidade; epidemiologia; controle vetorial; leishmaniose visceral