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Auto-anticorpos contra antígenos específicos e não-específicos da esclera no soro de pacientes com esclerite anterior não-infecciosa

OBJETIVOS: estudar a freqüência e especificidade de auto-anticorpos contra antígenos específicos e não específicos da esclera no soro de pacientes com esclerite anterior não infecciosa. MÉTODOS: foi realizado estudo prospectivo envolvendo 25 pacientes examinados no Setor de Córnea e Doenças Externas do Departamento de Oftalmologia da Unifesp-EPM e no Laboratório de Imuno-Reumatologia da Unifesp-EPM, durante um ano. Os critérios de esclerite foram estabelecidos conforme a classificação de Watson e Hayreh (1976). Os critérios de exclusão foram as esclerites infecciosas. Todos os pacientes tiveram avaliações clínica e oftalmológica completas, incluindo exames laboratoriais para afastar doenças infecciosas como a sífilis e a tuberculose. Os seguintes auto-anticorpos foram testados: fator reumatóide, anticorpos antinucleares, anticorpos anticardiolipina, ANCA (anticorpos anticitoplasmáticos de neutrófilos), anti-SS-A/Ro, anti-SS-B/La, anti-Sm, anti-DNA e anti-APF (anticorpos antifator perinuclear). Para a pesquisa de auto-anticorpos contra antígenos específicos da esclera, o soro dos pacientes foi submetido à técnica de imunofluorescência indireta e Western-blot utilizando esclera humana obtida em banco de olhos, como substrato. Os soros de 25 pacientes hígidos foram utilizados como grupo controle nos testes imunológicos. RESULTADOS: auto-anticorpos contra antígenos não específicos da esclera foram detectados: um paciente com fator reumatóide positivo, dois pacientes com fator antinúcleo positivos, dois pacientes com anticorpos anticardiolipina positivos e dois pacientes com anti-APF. Auto-anticorpos contra antígenos específicos da esclera pela técnica de imunofluorescência indireta e Western-blot foram detectados no soro de dois pacientes com esclerite. Os dois pacientes com auto-anticorpos contra antígenos específicos da esclera não apresentavam auto-anticorpos contra antígenos não específicos da esclera nem tinham doença reumática auto-imune. Os controles normais foram negativos para todos os auto-anticorpos testados. CONCLUSÕES: Auto-anticorpos contra antígenos específicos da esclera foram detectados única e isoladamente no soro de pacientes com esclerite anterior não infecciosa. A presença de auto-anticorpos contra antígenos não específicos da esclera foi observada em pacientes com doença reumática auto-imune e em pacientes com esclerite isolada.

auto-anticorpos; esclerites; auto-imunidade; auto-antígenos


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