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Fundações, fatos, fotos e Facebook

Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo

Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer

Porque eu sou do tamanho do que vejo,

E não do tamanho da minha altura...

"Uma publicação que pudesse divulgar a produção científica dos reumatologistas brasileiros" - assim foi concebida em 1957 a Revista Brasileira de Reumatologia (RBR), órgão oficial da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), cuja diretoria eleita tinha como presidente Waldemar Bianchi e secretário-geral Hilton Seda. Seria de se dizer que são muitos os 60 anos de competente cumprimento do designado plano, que revela um início tão distante que nem sequer se vislumbrava o nascimento dos que compõem seu atual núcleo editorial. Por outro lado, que intervalo curto entre setembros que abrigam este e o primeiro editorial escrito por Ayrthon Ferreira da Costa, que discutia a importância do periódico para o desenvolvimento da reumatologia no Brasil.22 Seda H. Revista Brasileira de Reumatologia - 50 anos. Rev Bras Reumatol. 2007;47:319-20.

Foram décadas de dedicação da SBR para garantir o alcance de metas e a disponibilidade intrépida de perceber desafios ao amadurecimento da revista. É mais de perto que se pode observar a beleza da RBR e por isso montamos nosso álbum e recontamos nossa história. Façamos um paralelo com um artigo de grande impacto, referente a um reconhecido estudo, publicado em uma ilustre revista há 100 anos. Hoje a revisão por pares provavelmente não o aprovaria em sua fragilidade metodológica e falta de enquadramento em um guia de reporte científico. Contudo, sem sua presença histórica seguida pela evolução de demandas e modelos não se teria chegado aonde estamos. Por isso não é apenas uma reverência formal aos abnegados construtores deste periódico, mas é estudo para planejamento que incorpora as vigentes práticas de editoração científica neste cenário acelerado, globalizado e informatizado.

Mas retornando-se às origens da RBR, e, digamos, à moldagem de seu caráter, seu primeiro número incluía os artigos "Estudo clínico da osteoartrite da coluna vertebral", de Pedro Nava; "Reumatismo alérgico", de Waldemar Bianchi; e "Hidrocortisona intra-articular em reumatologia", de Waldemar Wettreich e Ideal Peres. Eles revelaram que a informação para clínicos faria parte de sua natureza. Foram dois números no primeiro ano (volume 1), quatro em 1958 (volume 2) e três em 1959 (volume 3), fundiram-se os números 2 e 3 em um especial robusto sobre o "Simpósio comemorativo do 10° aniversário da descoberta da cortisona" e a comemoração do 10° aniversário da SBR.

A diligência desses pioneiros, que fez vingar o periódico brasileiro, pode ser retratada pela disposição da Sra. Siva Bianchi. A esposa do então presidente da SBR, de forma voluntária, recebia os manuscritos aprovados pelo Professor Seda, que, salientemos, recebia verdadeiramente manuscritos - textos redigidos a mão pelos autores. A primeira dama da SBR os editava e datilografava para que fossem publicados livres de erros. Tarefa árdua, difícil de imaginar atualmente, em época de publicadoras, em era de computadores. Há décadas a RBR foi conhecida internacionalmente por alguns como Seda's Journal, porque nosso unânime professor estava à frente de várias funções, divulgava a produção científica da reumatologia brasileira e solicitava colaborações dos mais eminentes reumatologistas internacionais.

Bianchi e da Costa seguiram responsáveis pela revista por mais de uma década, mas, apesar do esforço, o modo amadorista não resistiria à prática comercialmente estruturada e a publicação seria interrompida no seu volume 13 (1969). A maneira sentimental pela qual se poderia contar essa história descreveria o evento como crise de adolescência que exigiria paciência, dedicação, pulso firme e tempo para sanar. Felizmente, a coragem e o empenho do Professor Edgard Atra trariam à vida novamente, em julho de 1974, o primeiro número do volume 14 e mais três edições anuais, dessa vez introduziu-se o profissionalismo mediante a contratação da Medisa Editora S.A. Com sua grande capacidade de mobilização, produziu cinco números em 1977 (volume 17) e seis a partir de 1978, como permanecem até hoje. No primeiro número de 1979 foi substituída a publicadora pela Associação Médica Brasileira e, após 10 anos de editoria, Edgard Atra foi sucedido por João Francisco Marques Neto, que assumiu com o número de outubro de 1984.

Entre o primeiro número de 1985 e 2001 a Redprint Editora Ltda. foi contratada e no número de setembro/outubro de 1988 a editoria foi dada a Lílian Tereza Lavras Costallat. No número 6 de 1992 retornou como editor Hilton Seda, que permaneceu por mais dois anos na função até ser substituído pelos editores Emilia Inoue Sato, Marcos Bosi Ferraz e Luís Eduardo Coelho Andrade no número de novembro/dezembro de 1994. Edgard Atra, um dos grandes responsáveis pela persistência da revista, dava apoio como editor sênior, até ocorrer, de modo lastimável, o seu falecimento no XXI Congresso Brasileiro de Reumatologia em 1996. O trio de editores manteve seu nome no cargo, in memoriam, mas ultrapassou a homenagem e apresentou também uma estratégia para buscar a inclusão da RBR em bancos de dados de referência internacionais. Foi implantada a prática de revisão sistemática dos artigos por pares, estimulada a publicação de artigos de investigação original e, especialmente, sobre temas regionais que pudessem representar real acréscimo à literatura internacional. Ademais, atuou-se para elevar o patamar de formatação homogênea, completa e consistente da revista, com inclusão de título, resumo e palavras-chave em Inglês em todos os artigos e padronização das referências bibliográficas.

Medidas que à época podiam parecer avanços discretos lograram em seu conjunto considerável aperfeiçoamento da RBR, aumentaram o número de solicitações por médicos e residentes e alcançaram sua inclusão no Embase, antiga Excerpta Medica. Haveria que se aguardar a inclusão no nosso alvo maior para aquele momento, o Index Medicus, que posteriormente seria englobado pela Pubmed. Em 1996, foram criadas as posições de editores regionais que contemplaram as cinco principais regiões geográficas do país, com o objetivo de promover a diversificação da participação.

Entre o primeiro número de 1997 e o penúltimo de 1998, Luís Eduardo Andrade permaneceu isoladamente como editor, em sequência assumiu Natalino Yoshinari, do número 6 de 1998 até o 5 de 2000.

No último número de 2000 entrou para a editoria Iêda Maria Magalhães Laurindo, que carregou o sonho declarado da SBR de ampliar a indexação da revista.33 Radominski SC. Planos de metas: o início. A revitalização da Revista. Rev Bras Reumatol. 2001;41:IX. Em 2001, o primeiro número já se apresenta com nova capa e diagramação e uma inovação no meio do ano agradou os leitores - uma separata referente ao curso "Inflamação: componentes e tratamento", ocorrido em agosto de 2001 na Jornada Rio-São Paulo.44 Separata da Rev Bras Reumatol 2001.

Os editoriais, que sempre trouxeram o reconhecimento da colaboração ampla da Sociedade, e não apenas das diretorias, começaram a indicar parâmetros pelos quais uma revista científica é avaliada. O ano de 2002 se inicia com a contratação da Etcetera Editora de Livros e Revistas, a partir do número 1.55 Laurindo IMM. 2001-2002. Rev Bras Reumatol. 2001;41:V.

No início de 2003, as ações para a inclusão na principal base científica nacional são claras e determinadas, os editoriais refletem atitudes, revelam expectativas concretas e indicam métodos para alavancar a revista.66 Laurindo IMM. Mudanças, definitivamente mudanças!. Rev Bras Reumatol. 2003;43:VII.,77 Reis FB, Lopes AD, Faloppa F, Ciconelli RM. A importância da qualidade dos estudos para a busca da melhor evidência. Rev Bras Ortop. 2008;43:209-16.

Por outro lado, ainda havia falhas na oferta dos resumos dos artigos na Bireme e da revista impressa em bibliotecas de referência, bem como na página eletrônica da SBR.88 Knoplich J. Revista Brasileira de Reumatologia - críticas e comentários. Rev Bras Reumatol. 2003;43:XIX. Pelas críticas a revista se aprimora, segue a trabalhar com seu foco, mas atenta às necessidades e aos projetos da SBR e do meio científico, inclusive a proposta de investigação de tuberculose na recém-iniciada era dos biológicos e a participação no programa de educação continuada da SBR e da Associação Médica Brasileira (AMB).99 Laurindo IMM. Algumas considerações. Rev Bras Reumatol. 2003;43:IX.

O número de julho/agosto de 2004 anuncia a felicidade e a responsabilidade trazidas com o parecer favorável da Scielo, um marco conquistado com a regularização dos trabalhos de qualidade e o aprimoramento dos padrões da publicação.1010 Laurindo IMM. Editorial Boas notícias e muito trabalho!!!. Rev Bras Reumatol. 2004;44:IX. A Professora Iêda Laurindo ocupou o cargo até o penúltimo número de 2004, mas seu aporte entusiasmado à RBR se confirmaria ainda diretamente como presidente da SBR no biênio 2008/2010.

No último número de 2004, a editoria foi destinada a Laís Lage e Roger Abramino Levy, que conduzem o interesse da RBR em ampliar o intercâmbio científico, principalmente com os países da América Latina, e lentamente se inicia a diversificação do corpo editorial.1111 Laurindo IMM, Lage L, Levy RA. Intercâmbio científico. Rev Bras Reumatol. 2004;44:XI.,1212 Lage L, Levy RA. Editorial Bienvenidos nuevos editores!. Rev Bras Reumatol. 2005;45:XI.

A partir do último número desse ano, a Congresses Update - Aquaprint Gráfica e Editora Ltda. foi incumbida de publicar a RBR. Em 2005 a RBR se expandiu pelo acesso on-line da Scielo e a partir do número 4, julho/agosto de 2005, passou a figurar na Lilacs, ensaiando seus primeiros passos para a abrangência internacional.1313 Cavalcanti F. Uma nova era. Rev Bras Reumatol. 2005;45:XIII.

Em 2006, os consensos de reumatologia foram desenvolvidos em parceria com o projeto Diretrizes AMB, mas também se iniciam, sob intento de internacionalização, as discussões sobre normas para o Conselho Editorial e a versão em Inglês com acesso livre. A submissão passa a ser oferecida on-line e se projeta uma página eletrônica própria para a revista. No número de novembro/dezembro desse ano tomam posse Francisco Airton Castro Rocha e Ricardo Machado Xavier, editores que exibem o amadurecimento do periódico, através da apresentação de questões sobre ética editorial, conflito de interesses, independência editorial com separação de questões financeiro-administrativas sob responsabilidade da diretoria da SBR e a adoção de recomendações de nível internacional, como o registro de protocolos clínicos.1414 Rocha FAC, Xavier RM. Ética, dedicação e muito trabalho. Rev Bras Reumatol. 2006;46:374.,1515 Rocha FAC, Xavier RM. Registro de protocolos clínicos. Rev Bras Reumatol. 2007;47:149. Ao primeiro número de 2007 foi promovida nova alteração para a firma Segmento Farma Editores Ltda., a nova capa estampou a comemoração de 50 anos e a perseguição de novas indexações continua com a mesma obstinação.

O desenvolvimento de um periódico científico sem dúvida decorre de incontáveis colaborações, mas especialmente de destacáveis editores e gestores que em momentos cruciais regalaram sua competência e dedicação, por vezes com grande sacrifício de suas próprias carreiras acadêmicas e de pesquisadores. No número 6 de 2008 a editoria foi designada a Mittermayer Santiago e Ricardo Fuller, sob a gestão de Iêda Laurindo, com o objetivo de fazer a RBR integrar-se à PubMed/Medline, lance fundamental para conquistar sua visibilidade mundial.1616 Santiago M, Fuller R. Recebendo a bola. Rev Bras Reumatol. 2008;48:317. Uma editora multinacional foi contratada para todo o processo, desde o sistema de submissão on-line à editoração, tradução e adequação às recomendações do International Committee of Medical Journal Editors e às requisições da National Library of Medicine (NLM) americana. O corpo editorial foi reestruturado com expoentes internacionais, nossos pesquisadores foram conclamados a submeter alguns de seus manuscritos de padrão internacional e autores estrangeiros também foram convidados a escrever. O processo editorial passou a ser minuciosamente descrito, a revisão por pares cega foi rigorosamente seguida, rotinas editoriais foram implantadas para não haver atrasos. Foram priorizados os trabalhos originais e aqueles sobre condições clínicas próprias do Brasil, editou-se um fascículo somente com artigos sobre a repercussão reumática de doenças infecciosas do nosso meio. A Revista foi apresentada nos congressos anuais americano e europeu e para os editores de grandes periódicos - Arthritis and Rheumatism, Autoimmunity Reviews e Journal of Clinical Rheumatology - que elaboraram cartas de recomendação submetidas em maio de 2010 à NLM.

Ao primeiro número de 2009 inaugurou-se a Revista totalmente bilíngue, Inglês e Português, publicada pela Elsevier, exposta em sua plataforma virtual ScienceDirect, que oferece ampla divulgação. E assim, com o investimento logístico e financeiro, e os esforços então sustentados sobre a maior publicadora mundial na área da saúde, alcançou-se em novembro de 2010 a tão almejada indexação da RBR na Pubmed. Certamente identificada como fato dos mais relevantes na vida da SBR, a conquista novamente deflagrou o mantra entre editores e gestores - que apontaram esforço, privilégio de servir, satisfação de compartilhar, apoio institucional, compromisso com a revista, agradecimento aos revisores.1717 Laurindo IMM. Indexação da RBR. Rev Bras Reumatol. 2010;50:609-12.,1818 Santiago MB, Fuller R. RBR indexada no MEDLINE. Rev Bras Reumatol. 2010;50:613-6.

Em 2011 entraram Paulo Louzada-Junior e Max Victor Carioca de Freitas com a meta de manter regular a periodicidade da RBR, para preservar as indexações e obter o fator de impacto do Journal of Citation Report. Os dados de citação passam a ser mais bem observados e relatados à Sociedade - precisamos não apenas submeter artigos originais, mas citar artigos publicados na RBR, sobretudo em publicações que a reumatologia brasileira faz em outros periódicos.1919 Louzada-Junior P, Freitas MVC. A Revista Brasileira de Reumatologia nos últimos dez anos - uma visão baseada em cienciometria. Rev Bras Reumatol. 2010;50:609-12. Em julho de 2012, a RBR passou a fazer parte da Web of Science, recentemente adquirida pela Clarivate Analytics, que fornece o mais importante fator de impacto de revistas científicas.2020 Louzada-Junior P, Freitas MVC. A indexação da Revista Brasileira de Reumatologia no Web of Science. Rev Bras Reumatol. 2012;52:661-4.

Em 2013, Roberto Ezequiel Heymann assumiu como editor-chefe em parceria com Max Victor Carioca de Freitas e a RBR recebeu, ao meio do ano, seu primeiro fator de impacto de 0,864, ficou ranqueada como o 12° periódico nacional científico de saúde dentre as publicações brasileiras indexadas.2121 Heymann RE, Freitas MVC. O fator de impacto. Rev Bras Reumatol. 2013;53:321. Em 2014 a RBR foi incluída na Science Direct, uma enorme base de dados de propriedade da Elsevier que abriga quase um quarto do conteúdo científico, revisado por pares, do mundo e passa a dispor da publicação de artigos on-line first logo após seu aceite. Isso fez com que se reduzisse o tempo entre a submissão e a publicação.2222 Louzada-Junior P. ScienceDirect: a indexação que faltava à RBR. Rev Bras Reumatol. 2014;54:165.

No fim de 2014, o cargo de editor-chefe foi dividido entre Roberto Ezequiel Heymann e Marcos Renato de Assis, que conduziram uma enquete junto à SBR sobre os rumos da revista, com vistas a sua profissionalização. Nota-se que a comunidade anseia por critérios de meritocracia e entrevê que a RBR assumirá padrões das revistas científicas de maior projeção. Na metade do ano, se anuncia a marca 1,087 - pela primeira vez o fator de impacto da revista ultrapassa o valor de 1,0; somos a 10ª das revistas nacionais de maior impacto entre as 24 publicações internacionais da área de reumatologia e a primeira na América Latina.2323 Heymann RE, de Assis MR. E a história continua. Rev Bras Reumatol. 2015;55:395. Com os progressos atingidos nos últimos anos, o volume de submissões de manuscritos é grande e os editores associados assumiram um papel mais ativo, auxiliaram nas avaliações dos trabalhos e nas suas revisões, que passaram a exigir um nível mais alto. A inevitável reestruturação da revista acusou ajustes no estatuto e no regimento interno, cuja anuência total foi formalizada por votação em assembleia societária.

No fim de 2016, Marcos Renato de Assis passou a dividir o cargo com Simone Appenzeller e ambos, com o investimento da SBR, iniciaram a certificação de editor científico pelo Council of Science Editors (CSE), de acordo com a proposta de tornar-se cada vez mais profissional e competitiva. A RBR passou a ser publicada exclusivamente on-line e sua divulgação foi aprimorada na página eletrônica da SBR e em mídias sociais. As oportunidades de crescimento surgiram, a manutenção do status quo não é mais opção diante da velocidade e da efervescência do universo de publicações científicas e novamente se desperta a discussão a respeito do papel da revista frente aos leitores do mundo e à SBR.

As dificuldades para se publicarem resultados nacionais em revistas de maior impacto de divulgação por vezes extrapolam condições puramente técnicas. Nesse cenário a RBR tem sido o canal para divulgarmos assuntos e resultados absolutamente pertinentes à nossa realidade, como é o caso das diretrizes sobre infecção por vírus chikungunya ou os dados de tuberculose em artrite reumatoide do nosso registro Biobada, presentes neste número, assim como várias outras recomendações da SBR e registros de dados brasileiros regularmente publicados.2424 Marques CDL, Duarte ALBP, Ranzolin A, Dantas AT, Cavalcanti NG, Gonçalves RSG, et al. Recomendações da Sociedade Brasileira de Reumatologia para diagnóstico e tratamento da febre chikungunya. Parte 1 - Diagnóstico e situações especiais. Rev Bras Reumatol. 2017;57:421-37.

25 Marques CDL, Duarte ALBP, Ranzolin A, Dantas AT, Cavalcanti NG, Gonçalves RSG, et al. Recomendações da Sociedade Brasileira de Reumatologia para diagnóstico e tratamento da febre chikungunya. Parte 2 - Tratamento. Rev Bras Reumatol. 2017;57:438-51.
-2626 Yonekura CL, Oliveira RDR, Titton DC, Ranza R, Ranzolin A, Hayata AL, et al. Incidência de tuberculose em pacientes com artrite reumatoide em uso de bloqueadores do TNF no Brasil: dados do Registro Brasileiro de Monitoração de Terapias Biológicas BiobadaBrasil. Rev Bras Reumatol. 2017;57:477-83. Com certeza esses artigos são de interesse prioritário para a revista, porém não sobreviveremos apenas de consensos e guias da SBR e reconhecemos a necessidade de aprimorar nosso funcionamento, tornar mais expedita nossa revisão por pares, preservar-se o rigor nas críticas, atrair melhor material para publicação. Isso exigirá outro perfil de participação, com mais submissões e revisões em Inglês.

Portanto a RBR vivencia agora o desafio de progredir em sua internacionalização e informatização, seguir parâmetros que regem também seus competidores, e com isso vem o receio de que a nova trajetória a faça esquecer-se de ser, por expectativa de concepção ou imputação de batismo, a revista da reumatologia brasileira. Todavia, como já se previra em antigo editorial - como órgão oficial de comunicação científica dessa sociedade a RBR não refugará sua transmutação em periódico científico de âmbito internacional - pois nossa sociedade também se avultou e produziu várias contribuições que extrapolam os limites do nosso país, entre elas o Congresso Brasileiro de Reumatologia, terceiro evento da especialidade no mundo. Também já foi dito que a RBR "representa cada um e todos os nossos associados" e assim refletirá o crescimento da nossa Sociedade em um novo ritmo e de novas formas.

Este editorial segue impresso junto a sete artigos de grande relevância para o reumatologista clínico, inclusive assuntos como osteoporose, fibromialgia, vasculite, com perspectivas de grande auxílio em relação a outras especialidades e impacto sobre a saúde coletiva.2727 Loures MAR, Zerbini CAF, Danowski JS, Pereira RMR, Moreira C, Paula AP, et al. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Reumatologia para diagnóstico e tratamento da osteoporose em homens. Rev Bras Reumatol. 2017;57:497-514.

28 Radominski SC, Bernardo W, Paula AP, Albergaria B-H, Moreira C, Fernandes CE, et al. Diretrizes brasileiras para o diagnóstico e tratamento da osteoporose em mulheres na pós menopausa. Rev Bras Reumatol. 2017;57:452-66.

29 Heymann RE, Paiva ES, Martinez JE, Helfenstein M, Rezende MC, Provenza JR, et al. Novas diretrizes para o diagnostico da fibromialgia. Rev Bras Reumatol. 2017;57:467-76.
-3030 Souza AWS, Calich AL, Mariz HA, Ochtrop MLG, Bacchiega ABS, Ferreira GA, et al. Recomendações da Sociedade Brasileira de Reumatologia para a terapia de indução para vasculite associada a ANCA. Rev Bras Reumatol. 2017;57:484-96. Ele escapa ao padrão exclusivamente on-line, tendência universal, que foi adotada pela RBR nos últimos meses. Entretanto, é festa de 60 anos e hoje contamos nossa aguerrida história, com um álbum ao colo, que aponta algumas fotos do povo da nossa aldeia. Mas não perderemos o compasso e nesta nova maneira de se expressar haveremos de ampliar o alcance das nossas narrativas com disparos de uma breve epifania de Fernando Pessoa em um twitter com a declaração "a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer porque eu sou do tamanho do que vejo"; e, por fim, para que toda a SBR possa curtir e compartilhar, daremos nosso recado mais amplo através de uma postagem no Facebook, identificada por um #RBRninguemsegura!

Referencias

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    2017
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