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Tratamento cirúrgico

DIRETRIZES GUIDELINES

Tratamento cirúrgico

Tarcísio Eloy Barros FilhoI; Mario Augusto TariccoII

IProfessor Titular do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e Presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT)

IIProfessor-Associado da Disciplina de Neurocirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e Coordenador do Grupo de Coluna da Divisão de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da FMUSP

Endereço para correspondência Endereço para correspondência: Tarcísio Eloy Barros Filho Rua Edma Jafet, 50, 2o and., cj.21, Bela Vista 01308-050, São Paulo, SP e-mail: pebarros@netpoint.com.br

A lombalgia mecânica comum é sempre de tratamento conservador. Se resistente e existindo evidente substrato clinicopatológico para essa evolução atípica, podem ser realizadas infiltrações nas discopatias (Modic tipos I, II ou III), infiltração de pontos dolorosos, infiltração perifacetária, denervação facetária e artrodese do segmento vertebral(58).

O tratamento cirúrgico da hérnia discal está indicado nos casos com déficit neurológico grave agudo (menos de três semanas), com ou sem dor; na lombociatalgia hiperálgica e nas outras de menor intensidade, apenas para os pacientes que não melhoram após 90 dias de adequado tratamento clínico. Considerando que possa haver precipitação e abusos na indicação de cirurgia para hérnia discal, é importante que haja concordância entre o quadro clínico de compressão radicular e os achados nos exames de imagem, tomando-se cuidado com a possibilidade de existirem diagnósticos diferenciais que possam simular essa doença.

Nesses casos, discute-se o tempo que se deve aguardar para indicar o tratamento cirúrgico. Alguns autores(59) colocam que os melhores resultados são os casos operados nos dois primeiros meses de sintoma, período em que também pode haver melhora espontânea. Nygaard et al.(60) encontraram piores resultados nos pacientes operados com mais de oito meses de dor irradiada. Sorensen et al.(61) obtiveram dados que sugerem que pacientes submetidos com mais de 16 meses de sintomas têm resultado preditivo pior. Baseando-se na literatura, propõem-se indicar tratamento cirúrgico para hérnia de disco lombar nos pacientes com mais de três meses com dor irradiada e evitar que os sintomas passem dos 12 meses. O importante é que nos casos de dor irradiada sem déficit neurológico não há urgência na indicação do tratamento cirúrgico.

Na síndrome da cauda eqüina (alteração de esfíncter, potência sexual e paresia dos membros inferiores), a cirurgia está indicada em caráter emergencial, como também nas lombalgias infecciosas (espondilodiscites) com evolução desfavorável(62,63).

A indicação de cirurgia no canal lombar estreito é feita em caráter individual, caso a caso, na síndrome da cauda eqüina (paresia de membros inferiores, disfunção urinária e sexual), na claudicação neurogênica intermitente incapacitante e progressiva e na radiculopatia unilateral que não responda a tratamento conservador(64,65).

A cirurgia também está indicada na espondilolise, com espondilolistese e espondilolistese degenerativa, com dor lombar que não melhore com tratamento clínico; escorregamento vertebral progressivo no jovem (mesmo assintomático); lombociatalgia e claudicação neurogênica em razão de canal estreito que não responderam ao protocolo de tratamento conservador(66).

Mario Augusto Taricco

Rua Manoel de Nóbrega, 489, ap.211

04001-083, São Paulo, SP

e-mail: taricco@terra.com.br

  • Endereço para correspondência:
    Tarcísio Eloy Barros Filho
    Rua Edma Jafet, 50, 2o and., cj.21, Bela Vista
    01308-050, São Paulo, SP
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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      18 Dez 2013
    • Data do Fascículo
      Abr 2008
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