RESUMO
Radares altimétricos são equipamentos que permitem a obtenção da elevação da superfície, especialmente nos oceanos ou geleiras. O uso de dados de altimetria em cursos d’água continentais envolve desafios metodológicos, como a frequência de passagem do satélite (27 a 35 dias tipicamente), acurácia de decímetros, manipulação e processamento dos dados, especialmente para rios mais estreitos (largura < 1 km) como o Rio São Francisco. A altimetria por satélite radar propicia ganhos como a cobertura espacial e referência altimétrica global dos dados, que seriam impensáveis para a rede de monitoramento fluviométrico in situ convencional. Assim, os dados altimétricos deveriam ser usados como uma fonte complementar e/ou alternativa aos dados in situ. Neste contexto, este trabalho se propõe a consolidar e avaliar séries altimétricas de cinco diferentes missões: Envisat nas duas órbitas, Saral, Sentinel 3-A e Sentinel 3-B. Para análise do desempenho dos altímetros, 17 séries de nível d’água foram comparadas aos dados de estações fluviométricas niveladas viabilizando o cálculo do erro absoluto e relativo. Os erros encontrados são compatíveis aos encontrados na literatura, variando entre 0.13 m a 0.36 m nos melhores casos (41%). Os satélites Sentinel-3 apresentaram os melhores resultados de RMSE absoluto/relativo: 0.95/0.49 m (S-3A) e 0.96/0.52 m (S-3B). Na sequência, Envisat-X (1.39/0.50 m), Envisat (1.87/0.56 m) e Saral (1.74/0.60 m).
Palavras-chave:
Altimetria por satélite; Erro absoluto; Séries de nível d’água; Rio São Francisco; Sentinel-3