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Prevalência de atividade física e fatores associados entre gestantes: estudo transversal de base populacional no sul do Brasil

Resumo

Objetivos:

descrever a prevalência de atividade física no lazer (AFL) suficiente nos trimestres da gravidez e testar sua associação com características sociodemográficas e contextuais.

Métodos:

estudo transversal que analisou em 2019 dados de 3.580 gestantes residentes em Santa Catarina, Brasil. AFL foi categorizada como “ativa” (150 minutos ou mais de LPA / semana) e “inativa” (menos de 150 minutos por semana).

Resultados:

a prevalência para o nível recomendado de AFL foi de 15,3% (IC95%= 14,116,4) antes da gravidez, diminuindo gradualmente para 7,8% (IC95%= 7,3-8,7), 7,3% (IC95%= 6,5-8,2), e 5,8% (IC95%= 5,1-6,7) nos trimestres seguintes da gravidez. Maior escolaridade foi associada aos quatro desfechos, aumentando a chance de ser ativa em 79% no terceiro trimestre da gravidez. No segundo trimestre, morar em um bairro que estimula a atividade física aumentou em 39% a chance de ser ativa. Já no terceiro trimestre, ter recebido orientação de profissional de saúde esteve associado a um aumento de 60% na chance de praticar AFL.

Conclusão:

a prevalência de AFL recomendada é baixa entre gestantes e morar em bairro favorável a atividades ao ar livre, maior escolaridade e receber orientação de profissionais de saúde aumentam a chance de gestantes serem ativas.

Palavras-chave
Atividades de lazer; Gravidez; Vizinhança; Pré-natal; Epidemiologia

Abstract

Objectives:

to describe the prevalence of sufficient leisure-time physical activity (LPA) in the trimesters of pregnancy and to test its association with sociodemographic and contextual characteristics.

Methods:

cross-sectional study that in 2019 analyzed data from 3580 pregnant women residing in Santa Catarina, Brazil. LPA was categorized as “active” (150 minutes or more of LPA/week) and “inactive” (less than 150 minutes).

Results:

the prevalence for the recommended level of LPA was 15.3% (CI95%= 14.1-16.4) before pregnancy, gradually declining to 7.8% (CI95%= 7.3-8.7), 7.3% (CI95%= 6.58.2), and 5.8% (CI95%= 5.1-6.7) in the following trimesters of pregnancy. Higher level of education was associated with the four outcomes, increasing the chance of being active by 79% in the third trimester of pregnancy. In the second trimester, living in a neighborhood that stimulates physical activity increased the chance of being active by 39%. In the third trimester, having received guidance from a health professional was associated with an increase of 60% in the chance of practicing LPA.

Conclusion:

the prevalence of recommended LPA is low among pregnant women and living in a neighborhood favorable to outdoor practices, greater education level and receiving guidance from health professionals increased the chance of pregnant women to be active.

Key words
Leisure activities; Pregnancy; Neighborhood; Prenatal; Epidemiology

Introdução

A prática de atividade física no lazer (AFL) está positivamente associada a desfechos positivos para a saúde da mulher e da criança que irá nascer.11 Kehler AK, Heinrich KM. A selective review of prenatalexercise guidelines since the 1950s until present: Written for women, health care professionals, and female athletes. Women Birth. 2015; 8 (4): e93-e98. Ela está associada a menor risco para o desenvolvimento de diabetes gestacional, hipertensão, excesso de ganho de peso gestacional, pré-eclâmpsia e sintomas de depressão pós-parto.11 Kehler AK, Heinrich KM. A selective review of prenatalexercise guidelines since the 1950s until present: Written for women, health care professionals, and female athletes. Women Birth. 2015; 8 (4): e93-e98.,22 Coll C, Domingues M, Santos I, Matijasevich A, Horta BL,Hallal PC. Changes in Leisure-Time Physical Activity From the Prepregnancy to the Postpartum Period: 2004 Pelotas (Brazil) Birth Cohort Study. J Phys Act Health. 2016; 13 (4): 361-5. Além disso, destaca-se que não há evidência, até o momento, de efeitos negativos da atividade física de intensidade moderada em gestantes saudáveis.33 van Mulken MR, McAllister M, Lowe JB. The stigmatisation of pregnancy: societal influences on pregnant women's physical activity Behaviour. Cult Health Sex. 2016; 18 (8): 921-35.

A prevalência de AFL entre gestantes varia substancialmente de acordo com a literatura, oscilando de 4,4% a 47,1% entre diferentes países e métodos utilizados.22 Coll C, Domingues M, Santos I, Matijasevich A, Horta BL,Hallal PC. Changes in Leisure-Time Physical Activity From the Prepregnancy to the Postpartum Period: 2004 Pelotas (Brazil) Birth Cohort Study. J Phys Act Health. 2016; 13 (4): 361-5.,44 Lindqvist M, Lindkvist M, Eurenius E, Persson M, Ivarsson A, Mogren I. Leisure time physical activity among pregnant women and its associations with maternal characteristics and pregnancy outcomes. Sex Reprod Health. 2016; 9: 14-20. Em gestantes brasileiras, estudos subnacionais mostraram baixa prevalência desse desfecho. Pesquisa conduzida em Pelotas, Rio Grande do Sul, identificou que apenas 4,7% das mulheres estavam ativas durante a gestação2 e outro estudo realizado em Campina Grande, Paraíba, verificou que 98,3% das gestantes eram sedentárias na 24ª semana de gestação.55 Tavares JS. et al. Padrão de atividade física entre gestantesatendidas pela estratégia saúde da família de Campina Grande - PB. Rev Bras Epidemiol. 2009; 12 (1): 10-9. No entanto, são poucos os estudos realizados com gestantes brasileiras a partir de amostra ampla e probabilística.

Fatores individuais têm sido identificados em estudos epidemiológicos como associados à prática de AFL entre gestantes. Entre eles destacam-se, pela consistência e magnitude, as características sociodemográficas, sendo observada maior prevalência de atividade física entre mulheres com maior nível educacional, maior renda familiar, que moram com o parceiro e de cor/raça branca.22 Coll C, Domingues M, Santos I, Matijasevich A, Horta BL,Hallal PC. Changes in Leisure-Time Physical Activity From the Prepregnancy to the Postpartum Period: 2004 Pelotas (Brazil) Birth Cohort Study. J Phys Act Health. 2016; 13 (4): 361-5.,44 Lindqvist M, Lindkvist M, Eurenius E, Persson M, Ivarsson A, Mogren I. Leisure time physical activity among pregnant women and its associations with maternal characteristics and pregnancy outcomes. Sex Reprod Health. 2016; 9: 14-20. Contudo, dada a complexidade de fatores que influenciam os comportamentos humanos relacionados aos hábitos de vida saudáveis durante a gravidez, apenas as características individuais não explicam toda a variabilidade interpessoal observada na prática de AFL.66 Sallis JF, Cervero RB, Ascher W, Henderson KA, Kraft MK, Kerr J. An ecological approach to creating active living communities. Annu Rev Public Health. 2006; 27: 297-322. Como muitos comportamentos indivi-duais são influenciados pelo ambiente de moradia, estudos epidemiológicos têm passado a explorar essa dimensão nos modelos causais de desfechos em saúde.77 Laraia B, Messer L, Evenson K, Kaufman JS. Neighborhood factors associated with physical activity and adequacy of weight gain during pregnancy. J Urban Health. 2007; 84 (6): 793-806. No entanto, tais estudos ainda são incipientes entre gestantes.

Sabe-se que o ambiente no entorno da moradia influencia de forma importante o estilo de vida das pessoas e suas escolhas por hábitos saudáveis.77 Laraia B, Messer L, Evenson K, Kaufman JS. Neighborhood factors associated with physical activity and adequacy of weight gain during pregnancy. J Urban Health. 2007; 84 (6): 793-806. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS),8 diversos fatores ambientais podem desestimular as pessoas a se tornarem mais ativas, como medo de violência, crime em áreas externas, tráfego de alta densidade, poluição e falta de parques, calçadas e de instalações esportivas.

Ressalta-se, ainda, que foram encontrados poucos estudos na literatura mundial sobre AF entre gestantes que incluíram aspectos do ambiente de moradia entre suas variáveis exploratórias.77 Laraia B, Messer L, Evenson K, Kaufman JS. Neighborhood factors associated with physical activity and adequacy of weight gain during pregnancy. J Urban Health. 2007; 84 (6): 793-806.,99 McEachan RR, Prady SL, Smith G, et al. The associationbetween green space and depressive symptoms in pregnant women: moderating roles of socioeconomic status and physical activity. J Epidemiol Community Health. 2016; 70 (3): 253-59.,1010 Porter AK, Rodríguez DA, Frizzelle BG, Evenson KR. TheAssociation between Neighborhood Environments and Physical Activity from Pregnancy to Postpartum: a Prospective Cohort Study. J Urban Health. 2019; 96 (5): 703-19. Além disso, esses estudos foram realizados em países de renda média e alta, aspecto que indica a necessidadede estudo do tema em países de rendas média e baixa, em particular naqueles com altas desigualdadessocioeconômicas e na ocupação do espaço urbano, como o Brasil. Assim, o objetivo deste estudo foi descrever a prevalência da prática de atividade física em gestantes e testar sua associação com fatores contextuais e sociodemográficos individuais.

Métodos

Foi realizado estudo transversal de base populacional com gestantes que realizaram seu pré-natal exclusivamente em consultas pelo Sistema único de Saúde (SUS) ou que não realizaram pré-natal. O estudo foi conduzido no Estado de Santa Catarina, que em 2019 possuía população estimada de 7.189.261 pessoas, sendo 50,4% mulheres. Em 2018 a taxa de fecundidade no estado foi de 1,74 filho por mulher em idade fértil, a taxa de mortalidade infantil foi de 9,93 óbitos a cada 1.000 nascidos vivos e a razão de morte materna igual a 38,64 por 100.000 nascidos vivos.1111 Santa Catarina. Sistema de Informação sobre NascidosVivos. [acesso em 27 out 2019]. Disponível emhttp://www.saude.sc.gov.br/cgi/deftohtm.exe?sinasc.def.
http://www.saude.sc.gov.br/cgi/deftohtm....
,1212 IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Estimativas da população. [acesso 28 set 2019]. Disponível em: https://sidra.ibge.gov.br/tabela/6579#resultado
https://sidra.ibge.gov.br/tabela/6579#re...
No ano de 2014, a rede de assistência à saúde em Santa Catarina contava com 204 hospitais gerais, sendo 36 públicos, 82 filantrópicos e 85 privados.1313 Santa Catarina. Secretaria de Estado da Saúde. RedeInteragencial de Informações para a Saúde (RIPSA). [acesso 30 out 2019]. Disponível em: http://200.19.222.8/cgi/tabcgi.exe?Ind_Recursos/leitos_E2_3_graf.def.
http://200.19.222.8/cgi/tabcgi.exe?Ind_R...

A população de referência foi constituída por puérperas de qualquer idade residentes em Santa Catarina que tiveram filhos com ao menos 22 semanas de gestação e 500g de peso em hospitais do estado no período de janeiro a agosto de 2019. Participaram do estudotodos os hospitais e maternidades que realizavam atendimento pelo SUS e que realizaram 500 ou mais partos em 2016. Foram excluídas do estudo as puérperas cujos nascimentos ocorreram em ambientes extra-hospitalares, que realizaram consultas de acompanhamento do seu pré-natal ao menos parcialmente na rede privada de serviços de saúde e/ou que não estavam em condições físicas ou emocionais de responder as perguntas. Foram consideradas recusas as puérperas que optaram por não participar do estudo ou que desejaram se retirar dele em qualquer momento.

O tamanho amostral foi calculado para estudo de prevalência, prevendo-se 50% de prevalência, 1,6 de margem de erro, 50 mil o tamanho da população, nível de confiança de 95% e 5% para reposição de perdas, totalizando 3.665 mulheres. O número de entrevistas de cada hospital/maternidade foi definido de forma proporcional ao número de partos realizados em 2016. Foi realizado estudo piloto com 5% da amostra total calculada para avaliação da dinâmica de campo. O poder estatístico da amostra foi calculado a posteriori. A amostra obtida neste estudo possibilitou identificar um risco relativo mínimo de 1,38, considerando erro alfa de 5%, poder de 80%, relação não expostos: expostos de 1: 1 e prevalência em não expostos de 8,0%.

As puérperas foram entrevistadas no hospital ou maternidade no formato face-a-face até 48h após o parto. Os entrevistadores selecionados e treinados para conduzir as coletas de dados tinham ao menos ensino médio completo, 18 anos de idade e dedicação ao projeto a fim de garantir a cobertura de todos os partos que ocorreram no período.

Foi garantida a acessibilidade, por meio de tradutores ou acompanhantes, para puérperas que não dominavam o idioma português ou que possuíam alguma deficiência que constituísse barreira para a sua comunicação. Os dados foram coletados por meio de tablets e transmitidos periodicamente de cada município para o banco de dados central da pesquisa. A equipe técnica realizou controle de qualidade dos dados periodicamente por meio de seleção aleatória de 10% da amostra.

Os desfechos analisados foramo nível adequado de AFL em quatro trimestres (trimestre pré-gestacional; primeiro, segundo e terceiro trimestres gestacionais). As mulheres foram categorizadas em “Ativas” (quando realizavam ao menos 150 minutos de atividade física no lazer por semana) e “Não ativas” (quando praticavam atividade física no lazer por menos de 150 minutos por semana ou não praticaram qualquer AFL), de acordo com as recomendações do American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG).1414 Birsner ML, Gyamfi-Bannerman C. Physical Activity andExercise During Pregnancy and the Postpartum Period: ACOG Committee Opinion, Number 804. Obstet Gynecol. 2020; 135 (4): 178-88.

Esses desfechos foram obtidos a partir das perguntas sobre a prática de AF nos períodos analisados (sim ou não) e sobre a frequência semanal e tempo dedicado em cada vez. Estas variáveis foram coletadas da seguinte maneira: 1) “Sem contar sua atividade em casa ou no emprego, a Sra. fazia algum tipo de exercício físico regular (ao menos 2x na semana) durante a gravidez?”, com alternativas de “Sim”, “Não” e “Não sabe ou não quer informar”; 2) “Em média, quantas vezes por semana? “, para as alternativas de “1 dia”, “2 dias”, “3 dias”, “4 dias”, “5 dias”, “6 dias”, “7 dias” e “Não sabe ou não quer informar”; 3) “Em média, quanto tempo cada vez?”, respondido em minutos. O formato de perguntas foi o mesmo para o período pré-gestacional.

Como variáveis exploratórias individuais foram analisadasidade (13-19 anos, 20-34 anos ou 35-46 anos), escolaridade (≤ 9 anos de estudo, 10-12 anos ou ≥ 13 anos), renda domiciliar per capita (categorizada em quartis), cor da pele/raça autorreferida (branca, parda ou preta), residência com marido ou companheiro (sim ou não), recebimento de orientação de profissional da saúde durante o pré-natal para praticar AF (sim ou não) e estar trabalhando (sim ou não).

As variáveis exploratórias contextuais que avaliaram o ambiente de vizinhança de residência das gestantes foram coesão social (sim ou não), episódios de violência (sim ou não) e estímulo à atividade física (sim ou não). A variável coesão social na vizinhança foi positiva quando a entrevistada respondeu positivamente a duas perguntas: “Na sua vizinhança, as pessoas estão dispostas a ajudar os vizinhos?” e “Sua vizinhança é bem unida, isto é, as pessoas são capazes de se unir em torno de interesses comuns?”. A variável residir em área com violência foi positiva quando a puérpera respondeu não à pergunta “A Sra. se sente segura andando de dia ou de noite na sua vizinhança?”e frequentemente ou às vezes quando indagada “Nos últimos 6 meses com que frequência houve roubo ou assalto?”O ambiente de moradia foi considerado como de estímulo à prática de atividade física quando as puérperas responderam sim às perguntas “Sua vizinhança oferece muitas condições para que as pessoas sejam fisicamente ativas (por exemplo, possam fazer caminhada, andar de bicicleta, etc.)?” e “É agradável fazer caminhadas na sua vizinhança?”.

Foram analisadas, em um primeiro momento, as frequências relativas e absolutas para os desfechos de prática de atividade física pré-gestacional e durante a gestação para cada uma das variáveis explicativas. Em um segundo momento foi realizada regressão logística univariada a fim de se obter a magnitude das possíveis associações entre cada variável explicativa selecionada com os desfechos analisados. Por fim, foi realizada regressão logística multivariada para se obter as magnitudes ajustadas das relações entre os desfechos e cada uma das variáveis independentes, estimadas por meio do Odds Ratio (OR) como medida de associação, juntamente com os respectivos intervalos de confiança de 95%. Foram consideradas associadas ao desfecho no modelo final aquelas variáveis cujo teste de Wald reportou p-valor menor que 0,05. Todas as variáveis foram incluídas no modelo múltiplo e os dados foram analisados no programa Stata 14.0.

A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina, conforme CAAE 53671016.1.1001.0121. Foi obtida, com todas as participantes, a ciência e a concordância com os objetivos e aspectos éticos da pesquisa, por meio de explicação e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, a fim de garantir o cumprimento das normas descritas na resolução CNS 510/2016.

Resultados

Participaram do estudo 3.580 gestantes, equivalendo a taxa de resposta de 97,7%. A maior parte da amostra foi constituída por mulheres que se autodeclararam brancas (63,4%), na faixa etária entre 20 e 34 anos (71,3%) e com ao menos nível médio de ensino completo (65,5%). Observou-se, ainda, que quatro entre cada cinco gestantes residiam com o marido ou companheiro, 54% trabalhavam e 60% relataram ter recebido orientação profissional para praticar atividade física. Quanto ao ambiente de vizinhança, 82,9% das entrevistadas residiam em vizinhança com coesão social, 84,0% em vizinhança com violência e 66,0% em vizinhança que estimula atividade física (Tabela 1).

Tabela 1
Distribuição da amostra e prevalência de atividade física (AF) no período pré-gestacional e durante a gestação. Santa Catarina, Brasil, 2019.

A prevalência geral para nível recomendado de AFL (ao menos 150 minutos por semana) foi de 15,3% (IC95%=14,1-16,4) antes da gestação, declinando gradativamente para 7,8% (IC95%=7,3-8,7) no primeiro, 7,3% (IC95%=6,5-8,2) no segundo e 5,8% (IC95%= 5,1-6,7) no terceiro trimestre de gestação. O estrato que apresentou maior prevalência de AFL no período pré-gestacional foi o de mulheres com alta escolaridade (24,7%). Já durante a gestação os maiores valores foram observados entre aquelas que receberam recomendação médica para a atividade física (oscilando de 9,4% a 7,0% entre os trimestres), seguidas pelas de alta escolaridade (Tabela 1).

A Tabela 2 apresenta os resultados da análise bruta. Identificou-se que ter mais anos de estudo, receber orientação de profissional da saúde e residir em vizinhançaque estimula a prática de atividades físicas (exceto para o terceiro trimestre) foram aspectos que aumentaram as chances de ser ativa na gestação. Já para o período pré-gestacional, ter maior escolaridade, maior renda e residir em vizinhança que estimula a prática de AF teve associação positiva com o desfecho, sendo que trabalhar associou-se negativamente com o mesmo.

No modelo ajustado (Tabela 3) apenas a escolaridade apresentou associação significativa com todos os quatro desfechos analisados. Para os desfechos nos três meses anteriores à gestação e no primeiro, segundo e terceiro trimestres da gestação, observaram-se chances de 201%, 56%, 65% e 79%, respectivamente, maior para permanecerem ativas as gestantes com maior escolaridade comparadas àquelas com menos anos de estudo. No segundo trimestre de gestação, residir em vizinhança que estimula a AF aumentou em 39% a chance de estarem ativas. E no terceiro trimestre, ter recebido orientação de profissional de saúde esteve associado com aumento de 60% na chance de praticar AFL suficiente.

Tabela 2
Modelo bruto dos fatores associados à prática de atividade física (AF) no período pré-gestacional e durante a gestação. Santa Catarina, Brasil, 2019.
Tabela 3
Modelo ajustado dos fatores associados à prática de atividade física (AF) no período pré-gestacional e durante a gestação. Santa Catarina, Brasil, 2019.

Com relação apenas ao período pré-gestacional, foi possível verificar que além da maior escolaridade, as entrevistadas que se autodeclararam pardas apresentaram chance 32% maior de serem ativas quando comparadas às que se autodeclararam brancas e as mulheres com 35 a 46 anos de idade 51% maior em relação às adolescentes.

Outros resultados para idade, cor autorreferida, residir com companheiro e residir em vizinhança com coesão social e com episódios de violência, embora apresentassem variações nas medidas pontuais entre as categorias, não demonstraram associações estatisticamente significativas com nenhum dos desfechos nos modelos bruto e ajustado.

Discussão

O presente estudo encontrou baixa prevalência de atividade física no lazer entre gestantes, que diminuiu aproximadamente 50% no período gestacional quando comparada ao período pré-gestacional. Ainda, que ter maior escolaridade, receber orientação de profissional da saúde para a prática de AF e residir em ambiente que estimula a prática de AF atividade estão associados à prática de atividade física entre gestantes.

Pesquisas anteriores também apontaram baixa prevalência de atividade física entre gestantes,1515 Condello G, Puggina A, Aleksovska K, et al. Behavioraldeterminants of physical activity across the life course: a "DEterminants of DIet and Physical ACtivity" (DEDIPAC) umbrella systematic literature review. Int J Behav Nutr Phys Act. 2017; 14 (1): 58. inclusive no Brasil,22 Coll C, Domingues M, Santos I, Matijasevich A, Horta BL,Hallal PC. Changes in Leisure-Time Physical Activity From the Prepregnancy to the Postpartum Period: 2004 Pelotas (Brazil) Birth Cohort Study. J Phys Act Health. 2016; 13 (4): 361-5. colocando os resultados encontrados no presente estudo nos quatro períodos analisados em consonância com a literatura científica da área. Mesmo a prevalência observada nos três meses anteriores à gestação foi inferior aos 31,5% estimados para a população geral de mulheres adultas no Brasil,1616 Brasil. Ministério da Saúde. Vigitel 2017: vigilância defatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Brasília: Ministério da Saúde, 2018. porém superior ao observado em outra pesquisa realizada também no sul do país, que encontrou prevalência aproximada de mulheres ativas na pré-gestação igual a 11%.22 Coll C, Domingues M, Santos I, Matijasevich A, Horta BL,Hallal PC. Changes in Leisure-Time Physical Activity From the Prepregnancy to the Postpartum Period: 2004 Pelotas (Brazil) Birth Cohort Study. J Phys Act Health. 2016; 13 (4): 361-5.

Esses valores ainda não refletem o acúmulo de conhecimentos sobre a importância da prática de AF durante a gestação, visto que é amplamente defendido que na ausência de complicações obstétricas deve ser incentivado que a gestante continue ativa ou inicie AF segura. Esse comportamento pode contribuir para a redução do impacto que doenças crônicas podem gerar para a saúde da gestante e do bebê (como desenvolvimento da diabetes gestacional e pré-eclâmpsia), bem como para o sistema de saúde (como cesariana de emergência e desenvolvimento de distúrbios mentais).1717 Tsakiridis I, Bakaloudi DR, Oikonomidou AC, Dagklis T,Chourdakis M. Exerciseduringpregnancy: a comparative review ofguidelines. J Perinat Med. 2020; 48 (6): 519-25.,1818 Nielsen EN, Andersen PK, Hegaard HK, Juhl M. Mode ofDelivery according to Leisure Time Physical Activity before and during Pregnancy: A Multicenter Cohort Study of Low-Risk Women. J Pregnancy. 2017; 2017: 6209605. Em comparação aos estudos de países de renda alta, por exemplo, a baixa prevalência de AFL observada no presente estudo é ainda mais expressiva, sendo observadas prevalências superiores a 40% em algumas nações.44 Lindqvist M, Lindkvist M, Eurenius E, Persson M, Ivarsson A, Mogren I. Leisure time physical activity among pregnant women and its associations with maternal characteristics and pregnancy outcomes. Sex Reprod Health. 2016; 9: 14-20. Os achados neste estudo aproximam-se, ainda, dos valores encontrados recentemente em país de renda baixa, onde verificou-se que apenas 8,4% das gestantes estavam ativas durante a gestação.1919 Hailemariam TT, Gebregiorgis YS, Gebremeskel BF, Haile TG, Spitznagle TM. Physical activity and associated factors among pregnant women in Ethiopia: facility-based crosssectional study. BMC Pregnancy Childbirth. 2020; 20 (1): 92.

A baixa prevalência de AF encontrada também se contrapõe ao conhecimento e às orientações técnico-assistenciais nesta área, principalmente no período pré-gestacional e no segundo semestre da gestação.2020 Nascimento SLet al. Recomendações para a prática de exercício físico na gravidez: uma revisão crítica da literatura. Rev Bras Ginecol Obstet. 2014; 36 (9): 423-31. Isso porqueos benefícios da AF regular geram mais impactos positivos em mulheres em idade reprodutiva, em relação ao comportamento sedentário, reduzindo as condições metabólicas indesejáveis que o sedentarismo pode causar.2121 Flannery C, Dahly D, Byrne M, et al. Social, biological,behavioural and psychological factors related to physical activity during early pregnancy in the Screening for Pregnancy Endpoints (Cork, Ireland) cohort study. BMJ Open. 2019; 9 (6): e025003. Quanto ao segundo trimestre gestacional, sabe-se que é considerado o melhor período para a prática de AF, visto que a gestante já passou pelos inconvenientes do início da gestação e encontra-se mais disposta, assegurando-se que já tenha passado por consulta de pré-natal e verificada ausência de risco gestacional.2020 Nascimento SLet al. Recomendações para a prática de exercício físico na gravidez: uma revisão crítica da literatura. Rev Bras Ginecol Obstet. 2014; 36 (9): 423-31.

A escolaridade esteve associada com maior prevalência de AF entre as gestantes nos quatro períodos analisados, achado consonante com os principais relatos na literatura científica sobre o tema.22 Coll C, Domingues M, Santos I, Matijasevich A, Horta BL,Hallal PC. Changes in Leisure-Time Physical Activity From the Prepregnancy to the Postpartum Period: 2004 Pelotas (Brazil) Birth Cohort Study. J Phys Act Health. 2016; 13 (4): 361-5.,44 Lindqvist M, Lindkvist M, Eurenius E, Persson M, Ivarsson A, Mogren I. Leisure time physical activity among pregnant women and its associations with maternal characteristics and pregnancy outcomes. Sex Reprod Health. 2016; 9: 14-20. Este fator pode estar ligado ao maior grau de compreensão e busca por informações sobre hábitos saudáveis de vida, assim como melhores situações trabalhistas, de moradia e econômicas que resultariam em maior tempo para esta finalidade.2222 Cannella D, Lobel M, Monheit A. Knowing is believing: information and attitudes towards physical activity during pregnancy. J Psychosom Obstet Gynaecol. 2010; 31 (4): 236-42. Considerando-se que muitos estudos encontraram essa associação positiva, pode-se pensar que a discrepância nos percentuais de gestantes ativas entre os países esteja relacionadaàs diferenças socioeconômicas que apresentam. Tais achados alertam para o impacto que um baixo índice de acesso à educação pode causar na saúde da população.

Outro fator que apresentou associação positiva com a AFL recomendada foi receber orientação de profissional da saúde, observação também concordante com achados da literatura.2323 Doran FM, Buckley NA. Walking patterns in pregnancy.Aust J Prim Health. 2013; 19 (3): 213-8.,2424 Coll CV, Domingues MR, Gonçalves H, Bertoldi AD.Perceived barriers to leisure-time physical activity during pregnancy: A literature review of quantitative and qualitative evidence. J Sci Med Sport. 2017; 20 (1): 17-25. Estes mesmos estudos, no entanto, destacam que esta associação possa se dar por características individuais ou intrínsecas das gestantes que propiciem maiores preocupações dos profissionais com este tema, como Diabetes Mellitus Gestacional (GDM) e interesse da gestante.2323 Doran FM, Buckley NA. Walking patterns in pregnancy.Aust J Prim Health. 2013; 19 (3): 213-8.,2424 Coll CV, Domingues MR, Gonçalves H, Bertoldi AD.Perceived barriers to leisure-time physical activity during pregnancy: A literature review of quantitative and qualitative evidence. J Sci Med Sport. 2017; 20 (1): 17-25. Na esteira desta discussão, ainda assim, há relatos de que a falta de aconselhamento e informação podem constituir barreira para a AF,2525 Toghiyani Z, Kazemi A, Nekuei N. Physical activity forhealthy pregnancy among Iranian women: Perception of facilities versus perceived barriers. J Educ Health Promot. 2019; 8: 3. concomitante com relatos de que mulheres mais jovens, solteiras, com baixa escolaridade e com menor renda apresentam menor probabilidade de receber informações sobre atividade física no prénatal.2323 Doran FM, Buckley NA. Walking patterns in pregnancy.Aust J Prim Health. 2013; 19 (3): 213-8.

Residir em uma vizinhança que oferece estrutura para AF associou-se positivamente com o desfecho no segundo trimestre gestacional, indo ao encontro de outros estudos que constataram que facilidades estruturais para a prática de atividade física auxiliam na promoção da atividade física para mulheres, principalmente no lazer, uma vez que têm impacto sobre o seu comportamento independente de conhecimento ou orientações que recebam.2525 Toghiyani Z, Kazemi A, Nekuei N. Physical activity forhealthy pregnancy among Iranian women: Perception of facilities versus perceived barriers. J Educ Health Promot. 2019; 8: 3. Pesquisa conduzida nos EUA em 2019 mostrou que a distância entre a residência e o parque mais próximo está inversamente relacionada à chance de a gestante atingir níveis adequados de AF, constatando que aspectos da vizinhança como facilidade de locomoção, acesso ao transporte público, distância das instalações de recreação e redes viárias estão associados à atividade física durante a gestação e no pós-parto.1010 Porter AK, Rodríguez DA, Frizzelle BG, Evenson KR. TheAssociation between Neighborhood Environments and Physical Activity from Pregnancy to Postpartum: a Prospective Cohort Study. J Urban Health. 2019; 96 (5): 703-19. Ainda, outro estudo demonstrou que a caminhada está entre as principais modalidades de AF praticadas entre gestantes, denotando a importância de bairros com estrutura favorável a estas práticas.2626 Menichini D, Fanetti O, Molinazzi MT, Facchinetti F,Ricchi A, Neri I. Physical activity in low risk pregnant women: a cross-sectional study. Clin Ter. 2020; 171 (4): 328-34.

Em síntese, este estudo colabora com as discussões cientificas quanto ao incentivo da AFL no pré-natal, inserindo na literatura novos dados sobre prevalência de gestantes ativas fisicamente no lazer e os efeitos dos fatores sociodemográficos e do contexto do ambiente de moradia sobre este desfecho. Acredita-se que essas possam ser evidências importantes para a gestão da rede de atenção à saúde das gestantes e para o direcionamento de ações com foco na promoção de AFL no período gestacional.

Em conformidade com os resultados principais deste estudo, este gerenciamento deve considerar o efeito das desigualdades individuais e contextuais no comportamento das gestantes, direcionando suas estratégias aos grupos com menor nível educacional e piores condições do ambiente de vizinhança para práticas ao ar livre. Ainda, dada a associação positiva com a orientação de profissional da saúde, este pode ser um momento muito importante para perfusão destas ações, considerando-se a oportunidade única de monitorar estas vulnerabilidades.

Este encontro entre profissionais de saúde e gestantes costuma ocorrer majoritariamente na atenção primária, que é o local estratégico para o desenvolvimento de ações dos profissionais de saúde que visem auxiliar com a promoção de práticas corporais e atividade física.2727 Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.436. PolíticaNacional de Atenção Básica. [acesso 26 out 2019]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html.
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Ações que empreguem estratégias pedagógicas diversificadas para qualificar as ações de educação em saúde e que alcancem as pessoas com menor escolaridade, além da busca por soluções em territórios menos favoráveis à AF podem estar na agenda dos profissionais da atenção primária.

Mesmo não apresentando associação significativa com os desfechos no presente estudo, há suporte teórico2,4 para considerar renda, trabalho, residência com o companheiro e cor autodeclara branca em todos os estudos sobre este tema, visto que tais condições podem interferir na atitude em relação à AF entre mulheres no período reprodutivo, especialmente na gravidez. Um estudo japonês2828 Morozumi R, Matsumura K, Hamazaki K, et al. Impact ofindividual and neighborhood social capital on the physical and mental health of pregnant women: the Japan Environment and Children's Study (JECS). BMC Pregnancy Childbirth. 2020; 20 (1): 450. investigou o impacto que estes fatores podem gerar na saúde física e mental de gestantes, constatando esta associação e ressaltando que a possibilidade de melhora deste capital social aumenta a chance de a gestante ter uma gestação mais saudável. Outro relato científico chamou a atenção para o fato de que atividades ocupacionais exaustivas durante a gestação podem estar relacionadas ao menor envolvimento da gestante com AFL, pois podem estar mais indispostas e até mesmo orientadas a reduzir outras situações que exijam algum esforço físico,2929 Cai C, Vandermeer B, Khurana R, et al. The impact of occupational activities during pregnancy on pregnancy outcomes: a systematic review and metaanalysis. Am J Obstet Gynecol. 2020; 222 (3): 224-38. o que poderia explicar tal associação nula neste estudo.

Uma das limitações deste estudo é que as informações foram autorreferidas e se referem aos meses anteriores à entrevista, o que pode acarretar em viés de memória e gerar impacto nas medidas de prevalência de atividade física. Além disso, as entrevistadas podem optar por reportar informações que consideram mais socialmente aceitas. Tais limitações, porém, são relatadas e consideradas aceitáveis em estudos com a mesma temática e formas de medida, visto que o momento de coleta das informações foi próximo aos eventos investigados.22 Coll C, Domingues M, Santos I, Matijasevich A, Horta BL,Hallal PC. Changes in Leisure-Time Physical Activity From the Prepregnancy to the Postpartum Period: 2004 Pelotas (Brazil) Birth Cohort Study. J Phys Act Health. 2016; 13 (4): 361-5. Além disso, este estudo analisou apenas os dados subjetivos sobre o ambiente de vizinhança. Alguns autores sugerem que utilizar dados objetivos sobre o ambiente construído e social, concomitante com dados percebidos do ambiente, representa melhor o ambiente de moradia.99 McEachan RR, Prady SL, Smith G, et al. The associationbetween green space and depressive symptoms in pregnant women: moderating roles of socioeconomic status and physical activity. J Epidemiol Community Health. 2016; 70 (3): 253-59.

Este estudo constatou que a prevalência de atividade física suficiente nolazer é baixa entre as gestantes investigadas. Demonstrou, também, que residir em vizinhança com estrutura que estimula as práticas de atividade ao ar livre, ter maior escolaridade e receber orientação de profissional de saúde para a prática de atividade física aumentam a chance de mulheres em idade reprodutiva e gestantes praticarem atividade física no lazer.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    25 Out 2021
  • Data do Fascículo
    Jul-Sep 2021

Histórico

  • Recebido
    18 Jan 2021
  • Revisado
    18 Maio 2021
  • Aceito
    19 Jul 2021
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