Fatores associados à sibilância recorrente no primeiro ano de vida entre recémnascidos prematuros provenientes de Unidades de Terapia Intensiva Neonatais

Ramos, Andréia Caroline Ribeiro; Castro, Patrícia Soares; Souza, Rafael Gomes; Carneiro, Jair Almeida; Pinho, Lucineia de; Caldeira, Antônio Prates

doi:10.1590/1806-93042021000300010

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Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil

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Sumário

ARTIGOS ORIGINAIS • Rev. Bras. Saúde Mater. Infant. 21 (03) • Jul-Sep 2021 • https://doi.org/10.1590/1806-93042021000300010 copiar

Fatores associados à sibilância recorrente no primeiro ano de vida entre recémnascidos prematuros provenientes de Unidades de Terapia Intensiva Neonatais

Autoria SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS

Resumo

Objetivos:

determinar a prevalência e fatores associados à sibilância recorrente no primeiro ano de vida entre recém-nascidos prematuros egressos de Unidades de Terapia Intensiva Neonatais, na cidade de Montes Claros, norte de Minas Gerais.

Métodos:

estudo transversal, com coleta de dados em prontuários de ambulatório de seguimento, entrevistas com mães e, eventualmente, consultas aos prontuários hospitalares. Foram realizadas análises bivariadas entre as características sociodemográficas e clínicas e a sibilância recorrente. As variáveis associadas ao desfecho até um nível de significância de p ≤20% foram analisadas por regressão logística binária e as associações definidas pelas Odds Ratios e respectivos intervalos de confiança de 95%. Somente variáveis associadas a um nível de significância de 5% foram mantidas no modelo final de regressão logística.

Resultados:

entre 277 crianças estudadas, cerca de um quinto (21,3%) eram prematuros de extremo baixo peso e mais da metade (60,7%) tinha peso de nascimento abaixo de 1500 gramas. A prevalência de sibilância recorrente foi de 14,4% (IC95%=10,3-18,4). Ventilação mecânica (OR=2,12; IC95%= 1,09-4,76; p=0,030) e tempo de oxigenioterapia ≥15 dias (OR=2,49; IC95%=1,12-5,00; p=0,010) foram os fatores de risco para o evento.

Conclusão:

existe uma elevada prevalência de sibilância recorrente no grupo avaliado e as variáveis associadas reiteram o risco do uso prolongado de oxigenioterapia e da ventilação mecânica para recém-nascidos prematuros.

Palavras-chave
Recém-nascido prematuro; Sons respiratórios; Prevalência; Fatores de risco

Variáveis	N	%
Paridade materna
Primípara	127	42,2
Multípara Intercorrências maternas na gestação	150	57,8
Hipertensão	99	35,7
Diabetes	13	4,7
Infecções	29	10,5
Nenhuma referida	112	40,4
Outros Uso corticoide pré-natal	24	8,7
Sim	142	51,3
Não Tempo de bolsa rota (horas)	135	48,7
> 18	67	24,2
≤ 18 Tipo de parto	210	75,8
Normal	88	31,8
Operatório Sexo	189	68,2
Masculino	150	54,2
Feminino Idade gestacional (semanas)	127	45,8
< 28	31	11,2
28-32	169	61,0
> 32 Apgar 5º min	77	27,8
≥ 7	194	70,0
< 7 Peso ao nascer (g)	83	30,0
< 1.000	59	21,3
1.000 - 1.499	109	39,4
≥ 1.500 Classificação do recém-nascido^* * AIG= Adequado para idade gestacional; PIG= Pequeno para idade gestacional; GIG= Grande para idade gestacional.	109	39,4
AIG	182	65,7
PIG	85	30,7
GIG	10	3,6

Variáveis	N	%
Tempo de oxigenioterapia (dias)
< 7	63	22,7
7 - 14	30	10,8
15-29	124	44,8
> 30 Uso de aminas vasoativas	60	21,7
Não	190	68,6
Sim Sepse	87	31,4
Não	112	40,4
Sim Hemotransfusão	165	59,6
Não	182	65,7
Sim Intercorrências neurológicas	95	34,3
Não	226	81,6
Sim	51	18,4

Variável	Sibilância de repetição				p	OR bruto (IC95%)
	Sim		Não
	n	%	n	%
Feminino	15	11,8	112	88,2		0,67 (0,34 - 1,33)
Masculino	25	16,7	125	83,3		1,0
Paridade materna					0,067
Primípara	13	10,2	114	89,8		0,52 (0,26-1,06)
Multípara	27	18,0	123	82,0		1,0
Corticoide anteparto					0,607
Não	21	15,6	114	84,8		1,19 (0,61-2,33)
Sim	19	13,4	123	86,6		1,0
Tempo de bolsa rota (horas)					0,788
> 18	9	13,4	58	86,6		0,89 (0,40- 1,99)
≤ 18	31	14,8	179	85,2		1,0
Tipo de parto					0,227
Operatório	24	12,7	165	87,3		1,23 (0,77 - 3,05)
Normal	16	18,2	72	81,8		1,0
Nota de Apgar					0,137
< 7	8	9,6	75	90,4		0,54 (0,24- 1,22)
≥ 7	32	16,5	162	93,5
Reanimação ao nascer					0,507
Sim	21	15,9	111	84,1		1,25 (0,64-2,46)
Não	19	13,1	126	86,9
Tempo de oxigenioterapia (dias)					0,019
≥ 15	33	19,9	151	82,1		2,68 (1,14-6,33)
< 15	7	7,5	86	92,5		1,0
Uso de ventilação mecânica					0,022
Sim	30	18,5	132	81,5		2,39 (1,12-5,10)
Não	10	8,7	105	91,3		1,0
Peso de nascimento (g)					0,259
< 1,000	12	20,3	47	79,7		1,48 (0,65-3,39)
1,000g - 1,499	12	11,0	97	89,0		0,72 (0,32-1,60)
≥ 1,500	16	14,7	93	85,3		1,0
Idade gestacional (semanas)					0,048
< 28	9	29,0	22	71,0		3,09 (1,09-8,76)
28-32	22	13,0	147	87,0		1,13 (0,49-2,59)
> 32	9	11,7	68	88,3		1,0
Uso de aminas vasoativas					0,102
Sim	17	19,5	70	80,5		1,76 (0,89-3,50)
Não	23	12,1	167	87,9		1,0
Hemotransfusão					0,024
Sim	20	21,1	75	78,9		2,16 (1,10-4,25)
Não	20	11,0	162	89,0		1,0
Sepse					0,449
Sim	26	15,8	139	84,2		1,31 (0,65-2,64)
Não	14	12,5	98	87,5		1,0

Variáveis	p	OR ajustada (IC95%)
Paridade materna	0,079
Primípara		0,47 (0,20-1,09)
Multípara		1,0
Nota de Apgar	0,067
< 7 ≥ 7		0,45 (0,19- 1,17)
Tempo de oxigenioterapia (dias)	0,010
≥ 15		2,49 (1,12-5,00)
< 15		1,0
Uso de VM	0,030
Sim		2,12 (1,09-4,76)
Não		1,0
Idade gestacional (semanas)	0,138
< 28		1,96 (0,81-4,75)
28-32		1,02 (0,88-2,20)
> 32		1,0
Uso de aminas	0,463
Sim		1,32 (0,59-2,97)
Não		1,0
Hemotransfusão	0,231
Sim		1,66 (0,72-3,80)
Não		1,0

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[1] Contribuição dos autores

Caldeira AP, Pinho L, Carneiro JA: concepção da ideia, análise dos dados, administração do projeto, redação inicial da proposta e redação e revisão final do manuscrito. Ramos ACR, Souza RG: coleta de dados, análise dos dados e revisão da redação final do manuscrito. Todos os autores aprovaram a versão final do artigo.