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Frequência de sintomas de ansiedade, depressão e estresse em brasileiros na pandemia COVID-19

Resumo

Objetivos:

analisar a frequência de ansiedade, estresse e depressão em brasileiros no período da pandemia COVID-19.

Métodos:

estudo transversal, realizado com brasileiros durante a pandemia COVID-19. A coleta de dados foi realizada via formulário eletrônico online contendo variáveis sociodemográficas e de saúde mental autodeclaradas através da escala de depressão, ansiedade e estresse (DASS-21) utilizando a técnica snow-ball sampling. Para todo o estudo foi considerado um nível de significância de 0.05, salvo a aplicação do método stepwise que considerou um nível de 0.2.

Resultados:

1.775 pessoas responderam à pesquisa, maioria mulheres (78,07%); brancos (58,13%); solteiros (45, 78%); trabalhando atualmente (63,74%). Faziam psicoterapia ou recebiam algum tipo de suporte emocional antes da pandemia 32,03%; 19,03% tinham algum diagnóstico psiquiátrico e 8,49% iniciaram algum suporte após o início da pandemia. As médias dos escores investigados pela escala DASS-21 foram: 5,53869 para depressão; 4,467334 para ansiedade e 8,221202 para estresse.

Conclusão:

na pandemia COVID-19 foram mapeadas características sociodemográficas e de saúde mental e em brasileiros e identificados sintomas de ansiedade, depressão e estresse principalmente em mulheres, pessoas solteiras, que não trabalham atualmente e já apresentavam algum sintoma de saúde mental anterior.

Palavras-chave
Ansiedade; Depressão; Estresse; Pandemia; COVID-19

Abstract

Objectives:

to analyze the frequency of anxiety, stress and depression in Brazilians during the COVID-19 pandemic period.

Methods:

cross-sectional study conducted with Brazilians during the COVID-19 pandemic. Data collection was performed via an online electronic form containing self-reported sociodemographic and mental health variables using the Depression, Anxiety and Stress Scale (DASS-21) using the snow-ball sampling technique. For the whole study, a significance level of 0.05 was considered, except for the application of the stepwise method, which considered a level of 0.2.

Results:

1,775 people responded the survey, mostly women (78.07%), white (58.13%), single (45.78%), currently working (63.74%). 32.03% received psychotherapy or some type of emotional support before the pandemic, 19.03% had some psychiatric diagnosis and 8.49% started some support after the beginning of the pandemic. The mean scores investigated by the DASS-21 scale were 5.53869 for depression, 4.467334 for anxiety and 8.221202 for stress.

Conclusions:

during the COVID-19 pandemic, sociodemographic and mental health characteristics were mapped and in Brazilians and the symptoms of anxiety, depression and stress were identified mainly in women, single people, who did not currently work and already had some previous mental health symptom.

Key words
Anxiety; Depression; Stress; Pandemic; COVID-19

Introdução

A COVID-19 é uma doença infecciosa causada por um novo coronavírus, o SARS-CoV-2, descoberto em dezembro de 2019 na China. A maioria das pessoas infectadas por esse novo agente infeccioso experimentará doença respiratória leve a moderada e se recuperará sem a necessidade de tratamento especial.11. Zheng Z, Peng F, Xu B, Zhao J, Liu H, Peng J, Li Q Jiang C, Zhou Y, Liu S, Ye C, Zhang P, Xing Y, Guo H, Tang W. Risk factors of critical & mortal COVID-19 cases: A systematic literature review and meta-analysis. J Infect. 2020; 81 (2): e16-e25. Alguns grupos de riscos, como os dos idosos e aqueles com problemas médicos subjacentes, como doenças cardiovasculares, diabetes, doenças respiratórias crônicas e câncer, poderão desenvolver a doença na forma grave.11. Zheng Z, Peng F, Xu B, Zhao J, Liu H, Peng J, Li Q Jiang C, Zhou Y, Liu S, Ye C, Zhang P, Xing Y, Guo H, Tang W. Risk factors of critical & mortal COVID-19 cases: A systematic literature review and meta-analysis. J Infect. 2020; 81 (2): e16-e25.

A COVID-19 foi rapidamente transmitida na China, Macau, Hong Kong e outros países asiáticos e europeus.22. Yang WLY, Liu Z, Zhao Y, Zhang Q, Zhang L, Cheung T Xiang Y Progression of Mental Health Services during the COVID-19 Outbreak in China. Int J Biol Sci. 2020; 16 (10): 1732-8.,33. Wang D, Hu B, Hu C, Zhu F, Liu X, Zhang J, Zhao Y Clinical characteristics of 138 hospitalized patients with 2019 novel coronavirus–infected pneumonia in Wuhan, China. Jama. 2020; 323 (11): 1061-9. Em 30 de janeiro de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou emergência de saúde pública de importância internacional (ESPII), o nível mais alto de alerta da organização, e em 11 de março de 2020 caracterizou essa nova doença como uma pandemia, quando a doença estava presente em 114 países.44. OPAS (Organização Pan-mericana de Saúde). OMS afirma que COVID-19 é agora caracterizada como pandemia. [acesso 23 mar 2020]. Disponível em: https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=6120:oms-afirma-que-covid-19-e-agora-caracterizada-como-pandemia&Itemid=812>
https://www.paho.org/bra/index.php?optio...
No Brasil, o primeiro caso registrado da nova doença aconteceu em 29 de fevereiro de 2020 e até 23 de maio de 2020, foram registrados 22.013 mortes e 347.398 casos diagnosticados.55. Brasil. Ministério da Saúde. Boletim epidemiológico. Disponível em: http://antigo.saude.gov.br/images/pdf/2020/May/29/2020-05-25---BEE17---Boletim-do-COE.pdf
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O que se tem observado é que esse número apresenta uma forma similar de crescimento, como a que ocorreu em outros países.66. Schwartz FP. Distanciamento social e o achatamento das curvas de mortalidade por COVID-19: uma comparação entre o Brasil e epicentros da pandemia. Rev Thema. 2020; 18: 54-69. Esses dados demandaram medidas de atenção e intervenções mais diretivas.11. Zheng Z, Peng F, Xu B, Zhao J, Liu H, Peng J, Li Q Jiang C, Zhou Y, Liu S, Ye C, Zhang P, Xing Y, Guo H, Tang W. Risk factors of critical & mortal COVID-19 cases: A systematic literature review and meta-analysis. J Infect. 2020; 81 (2): e16-e25.

Até este momento, não existem vacinas ou tratamentos específicos para o COVID-19. No entanto, existem estudos em andamento avaliando possíveis tratamentos, entretanto, as medidas de quarentena e recomendação de isolamento social difundidas mundialmente podem contribuir para o aumento de estresse, medo e ansiedade das pessoas. No estudo de Wen Li,22. Yang WLY, Liu Z, Zhao Y, Zhang Q, Zhang L, Cheung T Xiang Y Progression of Mental Health Services during the COVID-19 Outbreak in China. Int J Biol Sci. 2020; 16 (10): 1732-8. a experiência demonstrou que pacientes, profissionais de saúde e o público em geral, estão sob pressão psicológica insuperável, que pode levar a vários problemas como ansiedade, angústia, medo, depressão e insônia podendo no futuro próximo resultar em estresse pós-traumático.77. Lai J, Ma S, Wang Y, Cai Z, Hu J, Wei N, Wu J, Du H, Chen T, Li R, Tan H, Kang L, Yao L, Huang M, Wang H, Wang G, Liu Z, Hu S. Factors Associated With Mental Health Outcomes Among Health Care Workers Exposed to Coronavirus Disease 2019. JAMA Network Open. 2020; 3 (3): e203976.,88. Moreira WC, de Sousa AR, Maria do Perpétuo SS. Adoecimento mental na população geral e profissionais de saúde durante a pandemia da covid-19: revisão sistemática. SciELOPreprints.689 [Preprint] 2020. [acesso 24 mai 2020]. Disponível em: https://doi.org/10.1590/ SciELOPreprints.689
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O medo e a ansiedade sobre uma doença podem causar emoções fortes em adultos e crianças.99. Nikayin S, Rabiee A, Hashem MD, Huang M, Bienvenu OJ, Turnbull AE, Needham DM. Anxiety symptoms in survivors of critical illness: a systematic review and meta-analysis. General Hospital Psychiatr. 2016; 43: 23-9. Por isso, lidar com o estresse pode tornar as pessoas mais fortes para enfrentar a situação. Entre as pessoas que podem responder mais fortemente ao estresse de uma crise estão incluídos grupos de idosos e pessoas com doenças crônicas, que apresentam maior risco de agravamento da COVID-19. Acrescentam-se crianças e adolescentes, pessoas que estão ajudando na resposta à pandemia, como médicos e outros profissionais de saúde ou socorristas e pessoas com problemas de saúde mental, incluindo problemas com o uso de substâncias.88. Moreira WC, de Sousa AR, Maria do Perpétuo SS. Adoecimento mental na população geral e profissionais de saúde durante a pandemia da covid-19: revisão sistemática. SciELOPreprints.689 [Preprint] 2020. [acesso 24 mai 2020]. Disponível em: https://doi.org/10.1590/ SciELOPreprints.689
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,1010. Asmundson GJ, Paluszek MM, Landry CA, Rachor GS, McKay D, Taylor S. Do pre-existing anxiety-related and mood disorders differentially impact COVID-19 stress responses and coping?. J Anxiety Dis. 2020; 74: 102271.,1111. Zhang J, Wu W, Zhao X, Zhang W. Recommended psychological crisis intervention response to the 2019 novel coronavirus pneumonia outbreak in China: a model of West China Hospital. Precision Clin Med. 2020; 3 (1): 3-8.

Segundo Zhang et al.,1111. Zhang J, Wu W, Zhao X, Zhang W. Recommended psychological crisis intervention response to the 2019 novel coronavirus pneumonia outbreak in China: a model of West China Hospital. Precision Clin Med. 2020; 3 (1): 3-8. durante a COVID-19 na China, a rápida integração entre o governo e a sociedade com a utilização de tecnologia por meio da internet resultou na maximização do manejo efetivo do momento de crise psicológica. Os autores destacaram o quanto foi importante identificar rapidamente os problemas emocionais e de sofrimento psíquico para fomentar uma base para intervenção adequada.

Considerando a urgência da pandemia do COVID-19 no Brasil e a escassez de informações sobre os aspectos emocionais envolvidos neste processo de quarentena e isolamento social, este estudo buscou analisar a frequência de sintomas de ansiedade, estresse e depressão em pessoas que estão vivenciando o período de quarentena e isolamento social pela COVID-19.

Métodos

Estudo descritivo, transversal, com abordagem quantitativa realizado com brasileiros a partir dos 18 anos, vivendo no período da pandemia COVID-19. A coleta de dados foi realizada online via formulário (forms) do microsoft office no período de 15 a 22 de maio de 2020. A amostragem foi por conveniência e o recrutamento dos participantes via técnica de snowball sampling, mais conhecida como “bola de neve” ou “cadeia de informações”.1212. Minayo MCS. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 13 ed. São Paulo: Hucitec; 2013. O link de acesso ao formulário online foi encaminhado através das redes sociais dos pesquisadores (instagram e whatsapp) e e-mail e cada participante poderia encaminhar o link ou indicar para outra pessoa responder. Os participantes foram encorajados a salvar uma cópia do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido nos seus arquivos pessoais.

O formulário de coleta de dados continha informações sociodemográficas sobre os participantes tais como sexo, idade, escolaridade, estado civil, profissão, entre outros e ainda sobre desconforto emocional, coletados por meio da versão brasileira da escala de depressão, ansiedade e estresse (DASS-21).13-15

A escala se divide em três subescalas do tipo Likert, de quatro pontos, totalizando 21 perguntas. Cada subescala é composta por sete itens, destinados à avaliação de depressão, ansiedade e estresse. O resultado é obtido pela soma dos escores dos sete itens para cada uma das três subescalas. Ao final, a escala fornece três notas, uma para cada subescala, em que o mínimo é “0” e o máximo “21”. As notas mais elevadas em cada escala correspondem a estados afetivos mais negativos, tal como descrito no estudo de validação. A escala pode ser utilizada por diferentes profissionais da área da saúde, dispensando o uso recorrente de vários e diferentes instrumentos para avaliar os referidos estados, reduzindo tempo e investimento emocional dos indivíduos avaliados, assim como facilitando a busca mais precoce por tratamento.1313. Vignola RCB, Tucci AM. Adaptation and validation of the depression, anxiety and stress scale (DASS) to Brazilian Portuguese. J Affect Disord. 2014; 155: 104-9.

Entre os sintomas de saúde mental avaliados pelo instrumento, inércia, anedonia, disforia, diminuição de interesses, desvalorização da vida e desinteresse são identificados na subescala de depressão; apreensão, sensação de pânico, tremor, boca seca, dificuldade para respirar, sudorese, preocupação com o desempenho, sensação de perda de controle na subescala de ansiedade; e excitação, tensão, incapacidade para relaxar, irritação, nervosismo, inquietude, atitudes de intolerância na subescala de estresse.1414. Lovibond SH, Lovibond PF. Depression, Anxiety, Stress Scales Australia. Overview of the DASS and its uses. [Last updated July 26, 2018]. Disponivel em: http://www2.psy.unsw.edu.au/dass/. Acesso em: 01 de junho de 2020.
http://www2.psy.unsw.edu.au/dass/...
,1616. Apóstolo JLA, Mendes AC, Azeredo ZA. Adaptation to Portuguese of the Depression, Anxiety and Stress Scales (DASS). Rev Latino-Am Enferm. 2006; 14 (6): 863-71.

O banco de dados foi construído em planilhas Excel 2016 for Windows e, posteriormente, exportado e analisado no software R. As variáveis categóricas (sexo, estado civil, escolaridade, trabalho atual, profissão, faixa etária, condição de isolamento social antes da pandemia, psicoterapia antes da pandemia e atual e diagnóstico psiquiátrico) foram resumidas através de distribuições absolutas e relativas. As variáveis quantitativas (escores de depressão, ansiedade e estresse) foram resumidas através de medias e desvio padrão. A avaliação da distribuição dos dados sociodemográficos da amostra, bem como a investigação da frequência das medias de ansiedade, depressão e estresse tiveram a associação entre variáveis verificada através de medidas cruzadas e testes estatísticos e estimação de modelo de regressão. Foram realizados testes de normalidade de Shapiro-Wilk que confirmou a normalidade das variáveis resposta. Já os testes t de Student,quando a variável categórica tinha apenas duas categorias e o F de Fisher,quando a variável qualitativa tinha mais de duas categorias, foram considerados para avaliar a relação entre os escores e as variáveis explicativas. Para todo o estudo foi considerado um nível de significância de 0.05, salvo a aplicação do método stepwise que considerou um nível de 0.2.

O projeto foi aprovado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa vide CAAE 30546320.0.0000.5201.

Resultados

Foram coletados 1851 formulários, entretanto, apenas 1.765 foram respondidos integralmente e considerados válidos. O tempo médio de resposta foi de 15 minutos e 50 segundos. A idade média dos participantes foi 39,23 anos, variando de 18 a 86 anos (Desvio padrão = 14,74).

As médias dos escores da DASS-21 encontradas no presente estudo foram de 5,53869 (SD 4.885313) para depressão; 4,467334 (SD 4.629178) para ansiedade e 8,221202 (SD 5.047861) para estresse. Sabendo-se que em cada subescala a pontuação poderia variar de 0 a 21 pontos.

A Tabela 1 apresenta análise comparativa da média dos escores de depressão, ansiedade e estresse da DASS-21 de acordo com as características estudadas. A maioria dos participantes se declararam do sexo feminino (78,1%), cor branca (58,1%), solteiros (45,8%) e casados (40,3%), trabalhando atualmente (63,7%). Afirmaram nunca ter estado em uma condição de isolamento social ou quarentena 94,1%. Todos são brasileiros. Em relação à saúde mental, 32,0% afirmaram que faziam psicoterapia ou recebiam algum tipo de suporte emocional antes da pandemia, 19,0% tinham algum diagnóstico psiquiátrico e 8,5% iniciaram algum deles após o início da pandemia (Tabela 1).

Tabela 1
Associação entre as variáveis sociodemográficas e de saúde mental autodeclaradas pelos participantes e médias das subescalas da DASS-21. Recife, 2020.

Quando comparados, os resultados das subescalas de depressão, ansiedade e estresse das pessoas do sexo feminino e solteiros apresentaram médias superiores (p<0,001). Os participantes que não trabalhavam apresentaram médias de escores de depressão, ansiedade e estresse significantemente mais elevadas dos que informaram trabalhar (p<0,001). Apesar da maioria das pessoas nunca terem vivenciado uma situação de isolamento social decorrente de uma pandemia, as médias maiores ocorreram nos que já haviam vivido uma situação similar de isolamento social, sendo significativa apenas em relação à subescala de ansiedade (p=0.0399) (Tabela 1).

Nos participantes que já realizavam psicoterapia e também nos que já haviam recebido algum diagnóstico psiquiátrico antes da pandemia, as médias foram significativamente maiores nas três subescalas de depressão, ansiedade e estresse (p<0,001) no momento atual. As médias dos escores das subescalas também foram maiores quando comparadas as pessoas que buscaram algum tipo de suporte após a pandemia (p<0,001) (Tabela 1).

Discussão

Durante a pandemia da COVID 19, diversos estudos foram realizados em todo o mundo e o nosso contempla a população de brasileiros com informações de 1765 formulários coletados on line. A maioria dos respondentes foram mulheres, autodeclaradas brancas, solteiras e com trabalho atual, bem como foi observada maior média de sintomas de depressão, ansiedade e estresse nas pessoas que já recebiam algum tipo de suporte emocional antes da pandemia. As pessoas solteiras e que não trabalhavam apresentavam escores de depressão, ansiedade e estresse maiores quando comparados as pessoas que tinham trabalho atual. Semelhante à presente pesquisa, dois outros estudos também possuíram a amostra composta por mulheres (71,6%1717. Mazza C, Ricci E, Biondi S, Colasanti M, Ferracuti S, Napoli C, Roma, P. A Nationwide Survey of Psychological Distress among Italian People during the COVID-19 Pandemic: Immediate Psychological Responses and Associated Factors. Int J Environmental Res Public Health. 2020; 17 (9): 3165. e 76,77). O estudo de Mazza et al.1717. Mazza C, Ricci E, Biondi S, Colasanti M, Ferracuti S, Napoli C, Roma, P. A Nationwide Survey of Psychological Distress among Italian People during the COVID-19 Pandemic: Immediate Psychological Responses and Associated Factors. Int J Environmental Res Public Health. 2020; 17 (9): 3165. indica uma amostra predominantemente de pessoas solteiras (67,4%), enquanto o estudo de Lai et al.77. Lai J, Ma S, Wang Y, Cai Z, Hu J, Wei N, Wu J, Du H, Chen T, Li R, Tan H, Kang L, Yao L, Huang M, Wang H, Wang G, Liu Z, Hu S. Factors Associated With Mental Health Outcomes Among Health Care Workers Exposed to Coronavirus Disease 2019. JAMA Network Open. 2020; 3 (3): e203976. indica uma população em sua maioria casada (66,7%). %). Cabe ressaltar, ainda, que na pesquisa de Mazza et al.1717. Mazza C, Ricci E, Biondi S, Colasanti M, Ferracuti S, Napoli C, Roma, P. A Nationwide Survey of Psychological Distress among Italian People during the COVID-19 Pandemic: Immediate Psychological Responses and Associated Factors. Int J Environmental Res Public Health. 2020; 17 (9): 3165. a maior parte da amostra havia concluído o ensino médio, não havendo ensino superior completo; 37,9% estavam empregados e 15,8% eram profissionais freelancer. Este dado difere da pesquisa atual, em que, a maior parte da amostra estava trabalhando (63,74%).

Neste estudo, os resultados das subescalas mostraram médias de 5,84 para depressão, 4,47 para ansiedade e 8,22 para estresse com maiores médias encontradas nas mulheres, quando comparadas aos homens. Um levantamento semelhante realizado na Itália1717. Mazza C, Ricci E, Biondi S, Colasanti M, Ferracuti S, Napoli C, Roma, P. A Nationwide Survey of Psychological Distress among Italian People during the COVID-19 Pandemic: Immediate Psychological Responses and Associated Factors. Int J Environmental Res Public Health. 2020; 17 (9): 3165. com 2766 participantes, utilizando o mesmo instrumento, encontrou médias próximas as nossas nas subescalas de depressão (5,34), ansiedade (2,89) e estresse (7,43), com maiores escores das subescalas da DASS-21 associados ao sexo feminino. Esse resultado também pode ser notado no levantamento de Maia e Dias.1818. Maia R, Dias C. Ansiedade, depressão e estresse em estudantes universitários: o impacto da COVID-19. Estud Psicol. (Campinas). 2020; 37: e200067.

Estudantes apresentaram médias de escores significativamente maiores de depressão, ansiedade e estresse quando comparados às médias de profissionais de saúde (8,16) professores (5,38) e outras profissões (8,31). A média dos escores de um estudo com 619 universitários em Portugal durante o período pandêmico encontrou valores superiores nas três subescalas (12,66; 12,39; e 14,10, respectivamente).1818. Maia R, Dias C. Ansiedade, depressão e estresse em estudantes universitários: o impacto da COVID-19. Estud Psicol. (Campinas). 2020; 37: e200067. As incertezas e o intenso fluxo de informações durante a pandemia, assim como o isolamento podem exacerbar os sintomas de ansiedade, depressão e estresse, causando reações fisiológicas e sofrimento psicológico.1919. Araújo FJO, Lima LSA de, Cidade PIM, Nobre CB, Neto MLR. Impact Of Sars-Cov-2 And Its Reverberation In Global Higher Education And Mental Health. Psychiatry Res. 2020; 288: 112977.

Ao analisar o bem estar de profissionais de saúde, recomenda-se que intervenções especiais para promover o bem-estar mental aos expostos ao COVID-19 precisam ser implementadas imediatamente, com ênfase em mulheres, enfermeiras e aqueles da linha de frente.77. Lai J, Ma S, Wang Y, Cai Z, Hu J, Wei N, Wu J, Du H, Chen T, Li R, Tan H, Kang L, Yao L, Huang M, Wang H, Wang G, Liu Z, Hu S. Factors Associated With Mental Health Outcomes Among Health Care Workers Exposed to Coronavirus Disease 2019. JAMA Network Open. 2020; 3 (3): e203976. Os profissionais da linha de frente sofreram com alterações de fluxos de trabalhos e que produziram considerável estresse nas pessoas com transtorno mental.2020. deGirolamo G, Cerveri G, Clerici M, Monzani E, Spinogatti F, Starace F, Tura G, Vita A. Mental Health in the Coronavirus Disease 2019 Emergency — The Italian Response. JAMA Psychiatry [Internet]. 2020; Disponível em: https://jamanetwork.com/journals/jamapsychiatry/fullarticle/2765557
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Desta forma, adoção e consolidação de uso de tecnologia em ambientes de trabalho em saúde podem ser extremamente importantes para a redução do estresse laboral2020. deGirolamo G, Cerveri G, Clerici M, Monzani E, Spinogatti F, Starace F, Tura G, Vita A. Mental Health in the Coronavirus Disease 2019 Emergency — The Italian Response. JAMA Psychiatry [Internet]. 2020; Disponível em: https://jamanetwork.com/journals/jamapsychiatry/fullarticle/2765557
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e esses benefícios se estendem para a população geral.1111. Zhang J, Wu W, Zhao X, Zhang W. Recommended psychological crisis intervention response to the 2019 novel coronavirus pneumonia outbreak in China: a model of West China Hospital. Precision Clin Med. 2020; 3 (1): 3-8.

Atenção deve ser dada às intervenções em situações de crises psicológicas em populações afetadas objetivando prevenir oportunamente danos inestimáveis de uma crise psicológica secundária.2121. Jiang X, Deng L, Zhu Y, Ji H, Tao L, Liu L, Yang D, Ji W. Psychological crisis intervention during the outbreak period of new coronavirus pneumonia from experience in Shanghai. Psychiatry Res. 2020; 286: 112903. Embora previamente alavancada temporariamente nas respostas a desastres, o uso da telepsiquiatria na COVID-19 tem sido distinta e terá efeitos duradouros e abrangentes no campo da psiquiatria, incluindo prestação e configuração de serviços de saúde mental e experiências e expectativas dos pacientes.2222. Shore JH, Schneck CD, Mishkind MC. Telepsychiatry and the Coronavirus Disease 2019 Pandemic—Current and Future Outcomes of the Rapid Virtualization of Psychiatric Care. JAMA Psychiatry [Internet]. 2020; Disponível em: https://jamanetwork.com/journals/jamapsychiatry/fullar-ticle/2765954
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Esses avanços parecem também ampliar outras áreas da medicina2323. Quispe-Juli C, Vela-Anton P, Meza-Rodriguez M, Moquillaza-Alcántara V. COVID-19: Una pandemia enla era de lasalud digital. SciELOPreprints.164 [Preprint]2020[acesso em 10/06/2020]. Disponível em: https://doi.org/10.1590/SciELOPreprints.164
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e de outras profissões como psicologia.2424. Seyffert M, Lagisetty P, Landgraf J, Chopra V, Pfeiffer PN, Conte ML, Rogers MAM. Internet-Delivered Cognitive Behavioral Therapy to Treat Insomnia: A Systematic Review and Meta-Analysis. Plos One. 2016; 11 (2): e0149139.,2525. Silva JAM da, Siegmund G, Bredemeier J. Crisis interventions in online psychological counseling. Trends Psychiatry Psychother. 2015; 37 (4): 171-82.

Em outras condições de pandemia, diversas ações e recomendações já foram propostas. O estudo de Goulia et al.2626. Goulia P, Mantas C, Dimitroula D, Mantis D, Hyphantis T. General hospital staff worries, perceived sufficiency of information and associated psychological distress during the A/H1N1 influenza pandemic. BMC Infect Dis. 2010; 10 (1): 322. entrevistou 469 profissionais de saúde em um hospital de ensino e identificou que uma proporção significativa desses profissionais experimentou ansiedade moderadamente alta em relação à pandemia do H1N1. Como recomendação, o estudo propôs que os gerentes hospitalares e os serviços de psiquiatria de contato devem tentar suprir a necessidade de informações dos profissionais de saúde, a fim de oferecer condições de trabalho favoráveis em momentos de extrema angústia, como as pandemias atuais e futuras. Outros estudos indicam para a necessidade dos empregadores de realizar intervenções com os funcionários a fim de diminuir sentimentos de depressão, ansiedade e estresse entre seus trabalhadores em época de pandemia.77. Lai J, Ma S, Wang Y, Cai Z, Hu J, Wei N, Wu J, Du H, Chen T, Li R, Tan H, Kang L, Yao L, Huang M, Wang H, Wang G, Liu Z, Hu S. Factors Associated With Mental Health Outcomes Among Health Care Workers Exposed to Coronavirus Disease 2019. JAMA Network Open. 2020; 3 (3): e203976.,88. Moreira WC, de Sousa AR, Maria do Perpétuo SS. Adoecimento mental na população geral e profissionais de saúde durante a pandemia da covid-19: revisão sistemática. SciELOPreprints.689 [Preprint] 2020. [acesso 24 mai 2020]. Disponível em: https://doi.org/10.1590/ SciELOPreprints.689
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No nosso estudo, as pessoas que faziam psicoterapia ou recebiam algum tipo de suporte emocional antes da pandemia apresentaram médias maiores de depressão, ansiedade e estresse quando comparadas às pessoas que não recebiam esse tipo de suporte. Esse achado poderia ser explicado pela vivência de uma pandemia que incluiu sensação de risco iminente e as medidas restritivas de isolamento em pessoas com algum grau de vulnerabilidade emocional. Outro aspecto importante, diz respeito a um número expressivo de pessoasque passou a buscar esse tipo de suporte após o início da pandemia, reforçando o impacto emocional deste momento. Esse resultado aponta para um alerta em relação a saúde mental e vai ao encontro de informações que sinalizamo quanto a psicoterapia pode melhorar os níveis de ansiedade e transtornos relacionados.27

Além da intervenção com o objetivo de prevenir danos psicológicos, este estudo mostrou que maiores escores da DASS-21 foram presentes em pessoas que apresentavam diagnósticos psiquiátricos antes da pandemia e reforça a ideia de que pessoas com problemas de saúde mental preexistentes devem continuar com os tratamentos prévios e estar atentas a sintomas novos ou agravantes. Entre as estratégias para manejo de ansiedade e estresse nessas condições destacam-se, fazer pausas ao assistir, ler ou ouvir notícias, incluindo mídias sociais, ouvir sobre a pandemia repetidamente pode ser perturbador; ter cuidado com o corpo, fazer atividades físicas; respirar, alongar-se e meditar; tentar fazer refeições saudáveis e equilibradas; dormir; evitar álcool e drogas; fazer alguma outra atividade prazerosa e conversar com pessoas de confiança sobre os sentimentos presentes diante deste contexto de pandemia. 1010. Asmundson GJ, Paluszek MM, Landry CA, Rachor GS, McKay D, Taylor S. Do pre-existing anxiety-related and mood disorders differentially impact COVID-19 stress responses and coping?. J Anxiety Dis. 2020; 74: 102271.

Os nossos achados apontam para maiores níveis de ansiedade entre pessoas que já tinham vivenciados momentos de isolamento social o que pode indicar que experiências negativas anteriores podem não ter auxiliado no manejo da ansiedade no momento da COVID 19.

Diante desses resultados é possível pensar na vivência emocional frente a calamidades, uma vez que se trata de eventos com importante impacto na saúde física e mental dos indivíduos, podendo inclusive ocasionar Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT).28 Sintomas de ansiedade, depressão, estresse e TEPT foram mais frequentes em mulheres, estudantes e enfermeiros de acordo com uma revisão8 que verificou tal incidência na população em geral e profissionais de saúde. No nosso estudo destacamos maior média de sintomas de depressão, ansiedade e estresse em brasileiros que já recebiam algum tipo de suporte emocional antes da pandemia, em pessoas solteiras e que não trabalhavam.

Considerando o exposto, é importante um bom manejo social para tentar minimizar os danos causados à saúde da população. Dois fóruns deliberativos realizados na Austrália no período da SARS e gripe aviária discutiram, entre outros aspectos, a aceitabilidade de medidas de distanciamento social e quarentena. Ao final, chegaram à conclusão que a implementação poderia ser mais bem-sucedida se o público estivesse envolvido no planejamento de uma pandemia antes de uma pandemia e que uma comunicação eficaz dos principais pontos deveria ser uma prática antes e durante a pandemia. Além disso, o uso criterioso de medidas de apoio para ajudar as pessoas em quarentena ou afetadas por medidas de isolamento social é essencial2929. Davis MDM, Stephenson N, Lohm D, Waller E, Flowers P. Beyond resistance: social factors in the general public response to pandemic influenza. BMC Public Health. 2015; 15 (1): 436.

Entre as limitações, destacamos a não identificação do local de residência dos participantes pois esse aspecto poderia trazer informações complementares sobre possíveis influências dos aspectos culturais; pela própria dinâmica da pandemia, que acometeu diversos países com intensidades e impactos diferentes,considerando que as ações de cuidado à saúde dos órgãos responsáveis também foram distintas, algumas comparações entre os estudos podem não ser precisas.

Entre as contribuições desse estudo foram mapeadas características sociodemográficas e de saúde mental de brasileiros em um cenário de pandemia, principalmente considerando os escores identificados de ansiedade, depressão e estresse. Diversas características sugerem a necessidade de intervenções para a promoção do bem-estar, principalmente das populações expostas a condições de maior vulnerabilidade como mulheres, pessoas solteiras, que não trabalham atualmente e já apresentavam algum sintoma de saúde mental anterior. Os dados ressaltam a importância da atenção e os cuidados fundamentais à saúde mental de toda a população e sugere investigações longitudinais.

Contribuição dos autores

Barbosa LNF, Silva EFF e Melo, MCB foram responsáveis pelo desenho do estudo, análise e interpretação dos resultados do manuscrito. Da Cunha MCV, Albuquerque EN e Costa JM contribuíram na redação do manuscrito, análise e interpretação dos dados e revisaram o manuscrito. Todos os autores aprovaram a versão final do manuscrito.

Agradecimentos

Agradecemos o apoio dos Grupos de Pesquisa em Saúde Mental do Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira e de Psicologia da Saúde da Faculdade Pernambucana de Saúde.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    30 Jun 2021
  • Data do Fascículo
    Maio 2021

Histórico

  • Recebido
    11 Set 2020
  • Aceito
    29 Dez 2020
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