Resumo
A eclâmpsia permanece como emergência obstétrica tempo dependente, com risco elevado de morte e sequelas quando há atrasos, omissões ou decisões precipitadas. Este artigo operacionaliza o mnemônico ABCDEFG [vias aéreas e oxigenação; ventilação; circulação e parcimônia hídrica; prevenção de dano neurológico com sulfato de magnésio (MgSO₄); reconhecimento e tratamento imediato da hipertensão grave e exames dirigidos; avaliação fetal; e decisão obstétrica] como protocolo integrado, alinhado à gramática do atendimento de urgência e às especificidades da gestante. A estrutura prioriza A-E, para só então avançar a F e G. São descritos critérios objetivos para manejo avançado da via aérea, metas operacionais da saturação periférica de oxigênio (SpO₂), conduta e meta terapêutica dos níveis pressóricos, preparo/monitorização do MgSO₄, painel laboratorial mínimo e indicações de neuroimagem. A decisão obstétrica da via de parto como preferencial é a vaginal, sendo a cesariana reservada a indicações específicas. O manuscrito propõe ainda elementos para implementação institucional: comunicação em alça fechada, simulação breve, auditoria de tempos críticos e indicadores (porta magnésio, porta controle pressórico e cesariana por traçado transitório). Ao traduzir evidências em rotinas exequíveis, o ABCDEFG busca reduzir variabilidade assistencial, encurtar tempos decisivos e favorecer escolhas obstétricas proporcionais ao risco.
Palavras-chave
Eclâmpsia; Pré; eclâmpsia; Sulfato de magnésio; Emergências; Protocolos clínicos
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Fonte: elaborado pelos autores.