Resumo
Objetivos:
analisar a evolução da assistência ao parto no Brasil, entre 1999-2013.
Métodos:
foi realizado um estudo ecológico de séries temporais, utilizando dados dos sistemas de informações do Ministério da Saúde, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e Rede Interagencial de Informações para a Saúde. Analisaram-se 18 indicadores referentes aos nascimentos e óbitos.
Resultados:
percebeu-se redução da fecundidade, natalidade e número total de partos. Houve crescimento dos leitos em UTI adulto, e redução dos leitos de obstetrícia. Identificou-se aumento dos nascimentos entre mulheres com 40 anos e mais, com crescimento maior de 100% de primíparas nesse grupo etário, e 19% de nascimentos de mães adolescentes. O expressivo crescimento dos partos cesarianos, da cobertura de consultas pré-natal e hospitalização dos partos ocorreram simultaneamente com o crescimento: dos óbitos infantis preveníveis por adequada atenção na gestão e parto, da prematuridade; do baixo peso; da síndrome de Down; e da persistência das mortes maternas por causas obstétricas diretas.
Conclusões:
persiste hegemônico o modelo tecnocrático de assistência ao parto, frente às mudanças observadas no perfil das mães e nascimentos, com redução lenta dos óbitos perinatais e neonatais e manutenção de elevada mortalidade materna demonstrando que a situação crítica do modelo de assistência ao parto no Brasil ainda não foi superada.
Palavras-chave:
Assistência à saúde; Saúde materno-infantil; Indicadores básicos de saúde