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Fatores associados a alterações do exame citopatológico cérvico-uterino no Sul do Brasil

Resumo

Objetivos:

identificar os fatores associados com alterações do exame citopatológico cérvico-uterino.

Métodos:

trata-se de um estudo analítico com participação de 390 mulheres que apresen-taram alterações citopatológicas em município do Estado do Paraná no período de 2012. Elas foram selecionadas aleatoriamente através de plano amostral. Informações sociode-mográficas como idade, estado civil, grau de escolaridade e etnia foram consideradas variáveis independentes enquanto que o alto ou baixo grau de lesão citológica como variável dependente. Analisaram-se os dados estatisticamente pelos Testes de Yates corrigido e Fisher e medidas de associação pela odds ratio. Para todas as análises considerou nível de significância de 5% e intervalo de confiança 95%.

Resultados:

a idade média foi de 38,8 anos sendo a maioria casada ou união estável (72,8%) e com baixa escolaridade (42,8%) e raça/cor branca (87,4%). A contaminação pelo HPV foi detectada em 49,7% das mulheres e lesões citológicas de alto grau em 18,2%. A baixa escolaridade (OR95%=4,07) e etnia não branca (OR95%=2,22) estiveram fortemente associadas ao desenvolvimento às lesões de colo uterino (p<0,05).

Conclusão:

características sociodemográficas foram determinantes para lesões de alto risco e desenvolvimento de câncer de colo uterino, especialmente nas mulheres de baixa escolaridade e raça/cor negra ou parda. Estes resultados confirmam a persistência de doenças por causas evitáveis e reduzíveis no país.

Palavras-chave
Citologia cervicovaginal; Câncer de colo uterino; Saúde da mulher; Epidemiologia

Abstract

Objectives:

to identify factors associated with abnormal cytopathological test uterine cervix.

Methods:

it is a analytical study with the participation of 390 women who presented abnormal cytopathological from a city in the state of Paraná in 2012. They were randomly selected through sampling plan. Sociodemographic information such as age, marital status, education level and ethnicity were considered independent variables while the high or low-grade cytological lesions as dependent variable. We analyzed the data statistically by Yates Corrected test, Fisher exact test and measures of association by odds ratio. For all analyzes was considered significance level of 5% and 95% confidence interval.

Results:

the mean age was 38.8 years, 72.9% were married or common-law marriage, 49.7% with low education level and 87.4% race/color white. HPV contamination was detected in 49.7% of women and high-grade cytological lesions in 18.2%. The low educa-tional level (95%OR=4.07) and non-white ethnicity (95%OR=2.22) were strongly associated with the development to cervical lesions (p<0.05).

Conclusions:

sociodemoghaphic characteristics were crucial to high-risk lesions and development of cervical cancer, especially in women with low educational level and race/color black or brown. These results confirm the persistence of diseases related to preventable and avoidable causes in the country.

Key words
Uterine cervical neoplasms; Women's health; Epidemiology

Introdução

Apesar do conhecimento e dos avanços da medicina, mais especificamente na área oncológica, o câncer continua sendo uma doença de difícil compreensão sendo considerado na maior parte do mundo industrializado, como uma doença enigmática e com tratamentos não totalmente eficientes.11 Tavares JSC, Trad LAB. Metáforas e significados do câncer de mama na perspectiva de cinco famílias afetadas. Cad Saúde Pública. 2005; 21 (2): 426-35.

O câncer pode estar associado a vários fatores relacionados ao meio externo e ao interno. Os fatores externos relacionam-se com o meio ambiente e os fatores internos são aqueles geneticamente pré-determinados, ou seja, quando o organismo tem capacidade de defender as agressões externas.22 Servantes LF. Terapia Ocupacional: pesquisa e atuação em oncologia. Campo Grande: UCDB; 2002.-33 Pinotti JA, Barros ACSD. Ginecologia Moderna: Condutas da Clínica Ginecológica da Faculdade de Medicina da USP. São Paulo: Revinter; 2003.

O câncer de colo uterino é uma doença que apresenta alto potencial de prevenção e cura quando diagnosticado precocemente. Geralmente é assintomática e a sua evolução é lenta passando por fases pré-clínicas detectáveis e curáveis.44 Instituto Nacional do Câncer (INCA), dados dos registros de câncer de base populacional [Internet]. Rio de Janeiro; 2016 [acesso em 10 mar 2016]. Disponível em: http://www.inca.gov.br/regpop/2003/index.asp?link=localizacoes.asp&ID=5 http://www.inca.gov.br/regpop/2003/index.asp?link=localizacoes.asp&ID=5
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-55 Instituto Nacional do Câncer (INCA). Estimativa 2016: Incidência de câncer no Brasil. [Internet]. Rio de Janeiro; 2016 [acesso 24 mar 2017]. Disponível em: http://www.inca.gov.br/estimativa/2016/estimativa2016v11.pdf http://www.inca.gov.br/estimativa/2016/estimativa2016v11.pdf
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O período das lesões precursoras para o câncer de colo uterino, referido como assintomático e curável, é conhecido como neoplasia intraepitelial cervical (NIC) II e NIC III e também o Adenocarcinoma in situ (AIS). Com relação ao NIC I é definido como uma expressão citomorfológica de uma infecção temporária causada pelo Human Papillomavirus (HPV) possuindo grandes chances de regressão e por isso não é considerado como lesão precursora.33 Pinotti JA, Barros ACSD. Ginecologia Moderna: Condutas da Clínica Ginecológica da Faculdade de Medicina da USP. São Paulo: Revinter; 2003.,55 Instituto Nacional do Câncer (INCA). Estimativa 2016: Incidência de câncer no Brasil. [Internet]. Rio de Janeiro; 2016 [acesso 24 mar 2017]. Disponível em: http://www.inca.gov.br/estimativa/2016/estimativa2016v11.pdf http://www.inca.gov.br/estimativa/2016/estimativa2016v11.pdf
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No Brasil, o câncer do colo do útero é o terceiro tipo de câncer mais comum. No ano de 2016 foram estimados 16.340 casos, com um risco estimado de 15,8 casos a cada 100 mil mulheres.55 Instituto Nacional do Câncer (INCA). Estimativa 2016: Incidência de câncer no Brasil. [Internet]. Rio de Janeiro; 2016 [acesso 24 mar 2017]. Disponível em: http://www.inca.gov.br/estimativa/2016/estimativa2016v11.pdf http://www.inca.gov.br/estimativa/2016/estimativa2016v11.pdf
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No Estado do Paraná as estimativas para o ano 2016 foram 860 casos novos, incidindo uma taxa bruta de incidência de 14,9 casos para 100.000 habitantes.55 Instituto Nacional do Câncer (INCA). Estimativa 2016: Incidência de câncer no Brasil. [Internet]. Rio de Janeiro; 2016 [acesso 24 mar 2017]. Disponível em: http://www.inca.gov.br/estimativa/2016/estimativa2016v11.pdf http://www.inca.gov.br/estimativa/2016/estimativa2016v11.pdf
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O câncer de colo uterino acomete, geralmente, os grupos com maior vulnerabilidade social, onde se encontram as maiores barreiras de acesso à rede de serviços para detecção e tratamento precoces da doença advindos de dificuldades econômicas e geográficas, insuficiência de serviços e questões culturais, como medo e preconceito dos companheiros.44 Instituto Nacional do Câncer (INCA), dados dos registros de câncer de base populacional [Internet]. Rio de Janeiro; 2016 [acesso em 10 mar 2016]. Disponível em: http://www.inca.gov.br/regpop/2003/index.asp?link=localizacoes.asp&ID=5 http://www.inca.gov.br/regpop/2003/index.asp?link=localizacoes.asp&ID=5
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Segundo a Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC), além do número de parceiros, início precoce da atividade sexual, o tabagismo, doenças sexualmente transmissíveis, uso de contraceptivos orais e alimentação pobre em alguns nutrientes, a incidência de câncer do colo do útero aumenta na medida em que o número de filhos é maior. Além do baixo nível socioeconômico, que engloba pobreza e baixa escolaridade, a idade da primeira gestação é também enfocada, uma vez que, as mulheres que dão a luz com idade precoce estão mais sujeitas a desenvolverem esta doença do que as que apresentam idade mais adequada à primeira gestação.66 Sociedade Brasileira de Cancerologia. Câncer ginecológico. Colo de útero. [Internet]. 2016 [acesso 25 mar 2017]. Disponível em: http://www.sbcancer.org.br/wpcontent/uploads/2016/10/cancerginecologico.pdf http://www.sbcancer.org.br/wpcontent/uploads/2016/10/cancerginecologico.pdf
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Considerando a importância na identificação dos fatores associados ao câncer de colo uterino, a fim de planejar políticas e ações na prevenção e promoção à saúde, este estudo teve como objetivo identificar os fatores associados com as alterações citológicas do exame citopatológico cérvico-uterino.

Métodos

Trata-se de um estudo transversal, analítico e de cunho epidemiológico. O estudo foi desenvolvido no município de Colorado, cidade localizada na região Noroeste do Estado do Paraná, Brasil. Tem uma população de 22.345 habitantes, destas 11.303 (50,6%) é composta por mulheres.77 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidades [Internet]. 2016 [acesso em 10 mar 2016]. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm? http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?
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A atenção primária de saúde do município é composta por seis Unidades Básica de Saúde, sendo que a Unidade Central de Saúde II foi a selecionada para a coleta de dados por ser considerada referência para as ações preventivas de câncer de colo uterino.

A escolha deste município foi motivada pelas elevadas proporções de hospitalizações devido às lesões tumorais de colo uterino ("neoplasia maligna, neoplasia em outras porções não especificadas, carcinoma in situ e leiomioma") quando comparadas com os demais tumores. Conforme dados do Ministério de Saúde, disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), no período de 2008 a 2010, uma média de 34,2% das neoplasias em mulheres do município estava relacionada ao colo uterino,88 Brasil. Ministério da Saúde. Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde - Datasus. TABNET; Morbidade hospitalar do SUS por local de residência. Colorado, Paraná, Brasil. 2017 [acesso em 22 mar 2017]. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sih/cnv/nrpr.def http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sih/cnv/nrpr.def .
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enquanto que, no Estado do Paraná, esta média foi de 21,2%.99 Brasil. Ministério da Saúde. Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde - Datasus. TABNET; Morbidade hospitalar do SUS por local de residência. Estado do Paraná, Brasil. 2017 [acesso em 22 mar 2017]. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sih/cnv/nrpr.def http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sih/cnv/nrpr.def
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O plano amostral foi realizado a partir da amostragem aleatória simples e calculado pelo Programa Epi info versão 7.2,1010 Center For Disease Control. Epi Info versão 7.2 [Internet]. Atlanta: CDC; 2016 [acesso em 5 jan 2016]. Disponível em: https://www.cdc.gov/epiinfo/pc.html https://www.cdc.gov/epiinfo/pc.html
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perfazendo uma amostra inicial de 290 mulheres, das quais foram selecionadas aleatoriamente do universo de 1.186 mulheres que haviam realizado o exame citopatológico no município. Utilizando a fórmula N=[p(1-p)]*z22 Servantes LF. Terapia Ocupacional: pesquisa e atuação em oncologia. Campo Grande: UCDB; 2002./d22 Servantes LF. Terapia Ocupacional: pesquisa e atuação em oncologia. Campo Grande: UCDB; 2002.; onde p é a proporção nas mulheres que realizaram o exame citopatológico; (1-p) proporção de mulheres que apresentaram alterações citológicas a coleta do exame citopatologico; z é o percentil da distribuição normal padronizada, baseado na confiança que se deseja da variável desfecho (apresentar ou não alterações citológicas) na população; d é a amplitude máxima para o valor absoluto da diferença entre a estimativa e o valor populacional, ajustada por um fator de correção para populações finitas. Considerou-se erro de estimativa de 5% e confiabilidade e precisão da amostra de 95%, adotou-se o percentual de 50%, que fornece o tamanho amostral máximo e com estes parâmetros obteve-se o número de 290 mulheres. Após acrescer 35% para compensar possíveis perdas e não localização, a amostra passou a ser composta por 390 mulheres.

Utilizaram-se, como fonte de dados secundários, os prontuários das mulheres, que foram disponibilizados pela Secretaria Municipal de Saúde das 390 mulheres que realizaram o exame citopatológico no período de 2010 e que apresentaram resultado positivo para alterações citológicas. Iniciou-se a coleta após seleção dos prontuários e do relatório de busca ativa no SISCOLO (Sistema de Informação do Controle do Câncer do Colo Uterino) anexados aos respectivos prontuários das pacientes. O período da coleta dos dados ocorreu entre os meses de junho a agosto de 2011.

Para compor a variável dependente adotaram-se os critérios citopatológicos descritos por Kurman e Solomon1111 Kurman RJ, Solomon DO. Sistema Bethesda para o relato de diagnóstico citológico cervicovaginal. Rio de Janeiro: Revinter; 1997. em publicação oficial do Sistema Bethesda. Por se tratar de um estudo em que todas as mulheres apresentaram alterações citológicas, foi considerado apenas o grupo diagnóstico não-negativo que incluíram os subgrupos 3 e 4. O subgrupo 3, denominadas Lesões de Baixo Grau, incluíram-se as alterações citopátológicas compatíveis com vírus do papiloma humano (HPV) e neoplasia intra-epitelial cervical grau I (NIC I) e o subgrupo 4, denominadas Lesões de Alto Grau incluíram-se os carcinomas, sendo eles a neoplasia intra-epitelial cervical de graus II (NIC II) e III (NIC III), o carcinoma escamocelular invasor (CEC), o adenocarcinomas in situ e adenocarcinoma invasor.

Fizeram parte das variáveis independentes os dados sociodemográficos. A idade foi categorizada em <25 anos, 25 a 59 anos e 60 anos ou mais, sendo a segunda considerada faixa etária prioritária para realização do exame citopatológico.44 Instituto Nacional do Câncer (INCA), dados dos registros de câncer de base populacional [Internet]. Rio de Janeiro; 2016 [acesso em 10 mar 2016]. Disponível em: http://www.inca.gov.br/regpop/2003/index.asp?link=localizacoes.asp&ID=5 http://www.inca.gov.br/regpop/2003/index.asp?link=localizacoes.asp&ID=5
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Categorizou-se o estado civil como solteira, casada, viúva e separada sendo posteriormente dicotomizada como com ou sem companheiro. O grau de escolaridade foi categorizado como sem estudo, de 4 a 7 anos, 8 a 11 e 12 ou mais anos de estudo, sendo dicotomizado em <8 anos e ≥ a 8 anos de estudos. Para a etnia consideraram-se as cores branca, negra, parda e amarela, sendo dicotomizado em branca e não branca. Realizaram-se as dicotomizações das variáveis para permitir maior rigor analítico e controlar os efeitos de interesse decorrentes da associação entre a variável dependente com as independentes.

Todas as informações coletadas foram transcritas, codificadas e tabuladas em planilha Excel for Windows®. Para a análise univariada realizaram-se as análises descritivas das tabelas de frequências, com distribuições percentuais e estimativas intervalares de proporção para as variáveis categóricas e o cálculo de medidas de tendência central como médias e desvios padrão para as variáveis numéricas.

Os testes estatísticos utilizados para a análise bivariada foram o teste de qui-quadrado de Pearson e, para as tabelas contingenciais que apresentassem caselas com valores inferiores a seis, o Teste Exato de Fisher. Também foi estimado a odds ratio (OR) ajustada para cada associação de interesse. Para todas as análises considerou-se nível de significância de 5% e intervalo de confiança de 95% (IC95%). Para realização dos testes estatísticos foi utilizado o software Epi Info versão 7.2.1010 Center For Disease Control. Epi Info versão 7.2 [Internet]. Atlanta: CDC; 2016 [acesso em 5 jan 2016]. Disponível em: https://www.cdc.gov/epiinfo/pc.html https://www.cdc.gov/epiinfo/pc.html
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O estudo obteve parecer favorável nº166/2010 emitido pelo Comitê Permanente de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos do Centro Universitário de Maringá (UniCesumar) atendendo assim, a Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde.

Resultados

As mulheres deste estudo tiveram idade média de 38,8 anos ±9,2 (desvio padrão). A faixa etária prevalente foi de 25 a 59 anos somando um total de 91,54%. A mais jovem tinha 17 e a mais velha 68 anos. Com relação às demais variáveis sociodemográficas, a maioria era casada ou em união estável (72,8%) e com baixa escolaridade (42,8%), ou seja, menos de 8 anos de estudo. Quanto a etnia prevaleceu mulheres de raça branca (87,4%) (Tabela 1).

Tabela 1
Distribuição das variáveis sociodemográficas das mulheres submetidas ao exame citopatológico com alterações citológicas.

Dentre as mulheres estudadas, 79,7% apresentaram lesões de baixo grau. Neste grupo destacaram-se, respectivamente, a contaminação pelo HPV, detectada em 49,7%, e neoplasia intracelular I (28,5%). Dentre as lesões de alto grau a maior prevalência foram os casos de neoplasia intracelular II com 17,5% (Tabela 2).

Tabela 2
Distribuição das variáveis clínicas das mulheres submetidas ao exame citopatológico segundo faixa etária.

Por meio da análise bivariada evidenciou-se que mulheres com baixo nível de escolaridade (OR=4,07; IC95%=2,06-8,16) e de raça/cor não branca (OR=2,22; IC95%=1,05-4,65) foram os aspectos sociodemográficos que apresentaram associação para o acometimento de lesões de alto grau (Tabela 3). O grupo de mulheres com 25 a 59 anos, considerada a faixa etária mais vulnerável, embora correspondessem a maior parte das mulheres, não evidenciou-se associação com as lesões de alto grau.

Tabela 3
Análise bivariada das lesões de baixo e alto grau de alterações citológicas segundo as variáveis sociodemográficas das mulheres.

Discussão

Ter baixa escolaridade e ser da raça/cor não branca foram os principais fatores determinantes para o acometimento de alterações citológicas de alto grau no colo uterino nas mulheres estudadas.

O grau de escolaridade foi fator determinante de maior relevância encontrado neste estudo. Considerando que, 57,2% das mulheres possuíam baixa escolaridade, estatisticamente se confirma, que há quatro vezes mais chances das mulheres serem acometidas por lesões de alto grau, quando pertencem a este grupo.

Estudo com 134 adolescentes, no município de São Paulo, evidenciou que a escolaridade materna não influenciou positivamente para que fosse realizado o exame citopatológico (p<0,001) inclusive na periodicidade preconizada (p<0,05).1212 Cirino FMSB, Nichiata LYI, Borges ALV. Conhecimento, atitude e práticas na prevenção do câncer de colo uterino e HPV em adolescentes. Esc Anna Nery Rev Enferm. 2010; 14 (1): 126-34. Este resultado difere do presente estudo, possivelmente pelas características dos sujeitos participantes nos dois estudos, principalmente em relação à faixa etária, que quanto mais baixa, maior o grau de dependência dos sujeitos e consequentemente menor os anos de estudos concluídos.

Em contrapartida, estudo que objetivou identificar e analisar características socioeconômicas, comportamentais e biológicas de mulheres com câncer de colo uterino no sul do Brasil verificou que 45% das entrevistadas estavam na faixa do ensino fundamental incompleto, ou seja, menos que oito anos de estudos concluídos.1313 Soares MC, Mishima SM, Meincke SMK, Simino GPR. Câncer de colo uterino: caracterização das mulheres em um município do sul do Brasil. Esc Anna Nery Rev Enferm. 2010; 14 (1): 90-6.

Outros estudos também apontam a escolaridade como fator sociodemográfico fortemente associado para o desenvolvimento de alterações citopatológicas e também para a não realização do exame citopatológico.1414 Mendonça VG, Lorenzato FRB, Mendonça JG, Menezes TC, Guimarães MJB. Mortalidade por câncer do colo do útero: características sociodemográficas das mulheres residentes na cidade de Recife, Pernambuco. Rev Bras Ginecol Obstet. 2008; 30 (5): 248-55.

15 Hachkenhaar AA, Cesar JÁ, Domingues MR. Exame citopatológico e colo uterino em mulheres com idade entre 20 e 59 anos em Pelotas, RS: prevalência, foco e fatores associados à sua não realização. Rev Bras Epidemiol. 2006; 9 (1): 103-11.
-1616 Medeiros VCRD, Medeiros RC, Moraes LM, Menezes Filho JB, Ramos ESN, Saturnino ACRD. Câncer de Colo de Útero: Análise Epidemiológica e Citopatológica no Estado do Rio Grande do Norte. RBAC 2005; 37 (4): 227-31

Por fim, a escolaridade constitui-se em um dos fatores de risco para o desenvolvimento de câncer do colo uterino fazendo-se presente com alta taxa de mortalidade nas mais variadas faixas etárias, com o pico de incidência do carcinoma in situ entre 25 e 55 anos.1717 Brasil. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Promoção da Saúde. Brasília, DF; 2006.

Neste estudo, as mulheres não brancas apresentaram duas vezes mais chances de desenvolverem lesões citológicas de alto risco ao comparar com as mulheres brancas.

Em contraposição, no Estado do Mato Grosso, um estudo com objetivo de analisar os fatores sociodemográficos e clínicos que mais se associaram ao desenvolvimento das lesões precursoras do carcinoma invasivo, não verificou significância estatística para que a raça/cor influenciasse na ocorrência de lesões para câncer de colo uterino.1818 Nakagawa JT, Espinosa MM, Barbieri M, Schirmer J. Fatores associados ao câncer invasivo do colo do útero no Estado de Mato Grosso. Ciênc Cuid Saúde. 2010; 9 (4): 799-805.

Esta diferença de resultados pode ser justificada pelas características demográficas dos dois Estados. De acordo com dados do IBGE, o Estado do Paraná possui população branca três vezes maior que a população não branca (7.344.122 e 2.951.208 respectivamente), e no Estado do Mato Grosso a população não branca é ligeiramente maior que a população branca (1.820597 e 1.137.150 respectivamente). Essa proporcionalidade entre população branca e não branca no Estado do Mato Grosso, não representou significância estatística para raça/cor.

Estudo semelhante, realizado no município de São Paulo, verificou que 15% das mulheres que apresentaram lesões de alto grau eram não brancas, porém, não houve significância estatística desta variável com a ocorrência de lesão de alto grau (p=0,674). O mesmo autor ressalta as desigualdades de raça/cor na realização do exame citopatológico principalmente aquelas inseridas em uma baixa camada socioeconômica.1919 Gamberini KST, Laganá MTC, Toriyama ATM. Relação entre raça/cor e a freqüência das lesões intraepiteliais de alto grau (NIC II e NIC III). Saúde Coletiva. 2008; 5 (20): 5-16.

No ano de 2008, em Recife-PE, ser de cor não branca categorizou-se como o risco maior de mortalidade sendo observado em 60,5% dos óbitos por câncer do colo do útero ocorreram em mulheres negras.1414 Mendonça VG, Lorenzato FRB, Mendonça JG, Menezes TC, Guimarães MJB. Mortalidade por câncer do colo do útero: características sociodemográficas das mulheres residentes na cidade de Recife, Pernambuco. Rev Bras Ginecol Obstet. 2008; 30 (5): 248-55. Estudo realizado em Pelotas-RS aponta que a variável raça/cor está associada a não realização do exame citopotológico de colo uterino.1515 Hachkenhaar AA, Cesar JÁ, Domingues MR. Exame citopatológico e colo uterino em mulheres com idade entre 20 e 59 anos em Pelotas, RS: prevalência, foco e fatores associados à sua não realização. Rev Bras Epidemiol. 2006; 9 (1): 103-11.

Apesar de não haver explicação biológica, mulheres não brancas apresentam maior mortalidade por câncer do colo do útero,1919 Gamberini KST, Laganá MTC, Toriyama ATM. Relação entre raça/cor e a freqüência das lesões intraepiteliais de alto grau (NIC II e NIC III). Saúde Coletiva. 2008; 5 (20): 5-16. entretanto estudos apontam que esta variável "raça/cor" está associada a fatores socioeconômicos como a baixa renda familiar que contribuem para os fenômenos da não realização do exame citopatológico e do aumento do risco de desenvolver lesões de alto grau.1414 Mendonça VG, Lorenzato FRB, Mendonça JG, Menezes TC, Guimarães MJB. Mortalidade por câncer do colo do útero: características sociodemográficas das mulheres residentes na cidade de Recife, Pernambuco. Rev Bras Ginecol Obstet. 2008; 30 (5): 248-55.,1919 Gamberini KST, Laganá MTC, Toriyama ATM. Relação entre raça/cor e a freqüência das lesões intraepiteliais de alto grau (NIC II e NIC III). Saúde Coletiva. 2008; 5 (20): 5-16.

A maioria dos problemas da população não depende diretamente de alta tecnologia para sua prevenção ou controle, mas da assunção da responsabilidade pelos profissionais de saúde quanto ao seu papel de educadores e formadores de uma consciência sanitária junto às mulheres, incentivando-as a prática do exame preventivo e fortalecendo sua participação social no processo. Dessa maneira se reforça a importância de um planejamento nas áreas educacional, social, política e econômica para implantação de políticas de prevenção de câncer do colo uterino.44 Instituto Nacional do Câncer (INCA), dados dos registros de câncer de base populacional [Internet]. Rio de Janeiro; 2016 [acesso em 10 mar 2016]. Disponível em: http://www.inca.gov.br/regpop/2003/index.asp?link=localizacoes.asp&ID=5 http://www.inca.gov.br/regpop/2003/index.asp?link=localizacoes.asp&ID=5
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-55 Instituto Nacional do Câncer (INCA). Estimativa 2016: Incidência de câncer no Brasil. [Internet]. Rio de Janeiro; 2016 [acesso 24 mar 2017]. Disponível em: http://www.inca.gov.br/estimativa/2016/estimativa2016v11.pdf http://www.inca.gov.br/estimativa/2016/estimativa2016v11.pdf
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,2020 Rivoire WA, Capp E, Corleta HE, Silva ISB. Bases biomoleculares da oncogênese cervical. Rev Bras Cancerol. 2001; 47 (2): 179-84.

Neste estudo a idade não representou fator de risco para desenvolvimento de alterações citológicas significativas. Uma possível explicação é que houve maior prevalência de HPV e NIC I na faixa etária de 25 a 59 anos, inferindo que, por ser considerada como uma faixa etária de risco para o desenvolvimento de câncer de colo uterino, conforme preconiza o Ministério da Saúde, neste estudo não foi confirmado. Outros estudos, realizados sobre mortalidade entre as mulheres, demonstram que o câncer do colo uterino, apesar de apresentar queda nas taxas padronizadas de mortalidade, é elevada nas mais variadas faixas etárias, sendo que o pico de incidência do carcinoma in situ está entre 25 e 40 anos e o carcinoma invasor, entre 48 e 55 anos.2121 WCN, Women's Câncer Network. Gynecologic Information [internet]. Chicago, Il: Hologic; 2010; [acesso 13 out 2010]. Disponível em: http://www.wcn.org/downloads/Understand_CC.pdf http://www.wcn.org/downloads/Understand_CC.pdf
http://www.wcn.org/downloads/Understand_...

O estado civil não apresentou influência para determinar risco para lesões de alto grau, porém importante destacar estudos que confirmaram que não ter companheiro é fator de risco para mortalidade por câncer de colo uterino.1414 Mendonça VG, Lorenzato FRB, Mendonça JG, Menezes TC, Guimarães MJB. Mortalidade por câncer do colo do útero: características sociodemográficas das mulheres residentes na cidade de Recife, Pernambuco. Rev Bras Ginecol Obstet. 2008; 30 (5): 248-55.-1515 Hachkenhaar AA, Cesar JÁ, Domingues MR. Exame citopatológico e colo uterino em mulheres com idade entre 20 e 59 anos em Pelotas, RS: prevalência, foco e fatores associados à sua não realização. Rev Bras Epidemiol. 2006; 9 (1): 103-11.,2222 Martins LFL, Thuler LCS, Valente JG. Cobertura do exame de Papanicolaou no Brasil e seus fatores determinantes: uma revisão sistemática da literatura. Rev Bras Ginecol Obstet. 2005; 27 (8): 485-92.

Com base nisto, há necessidade de reforçar a importância da educação em saúde, sobretudo a educação sexual. Mulheres com menor escolaridade, baixa renda familiar, cor mulata ou preta e com faixa etária entre 20 e 29 anos apresentam maior risco relativo de não realizar o exame preventivo de câncer de colo uterino em relação àquelas com idade acima de 30 anos.2323 Cesar JA, Horta BL, Gomes G, Houlthausen RR, Willrich RM, Kaercher A, et al. Fatores associados à não realização de exame citopatológico de colo uterino no extremo Sul do Brasil. Cad Saúde Pública. 2003; 19 (5): 1365-72.

A educação em saúde torna-se imprescindível quando olhamos para a prevenção do câncer de colo uterino, e as ações educativas e preventivas necessitam ser desenvolvidas de forma contínua na vida das mulheres, além de programar ações que facilitem o acesso e o acolhimento da mulher ao serviço de saúde.1313 Soares MC, Mishima SM, Meincke SMK, Simino GPR. Câncer de colo uterino: caracterização das mulheres em um município do sul do Brasil. Esc Anna Nery Rev Enferm. 2010; 14 (1): 90-6.,2424 Greenwood SA, Machado MFAS, Sampaio NMV. Motivos que levam mulheres a não retornarem para receber o resultado de exame Papanicolau. Rev Latinoam Enferm. 2006; 14 (4): 503-9. Os profissionais de saúde, devem estar comprometidos no exercício do seu papel de educadores e de agentes transformadores da realidade, contribuindo na diminuição do problema, através da prevenção da doença e da promoção a saúde da mulher.2424 Greenwood SA, Machado MFAS, Sampaio NMV. Motivos que levam mulheres a não retornarem para receber o resultado de exame Papanicolau. Rev Latinoam Enferm. 2006; 14 (4): 503-9.

Estes resultados confirmam que as doenças por causas evitáveis e reduzíveis ainda persistem no país, sendo necessários maiores esforços para aumentar ações de promoção à saúde e de prevenção, controle e atenção às doenças não transmissíveis. Esta persistência ocorre mesmo na Região Sul do Brasil, considerada como uma das mais desenvolvidas do país.

As características sociodemográficas das mulheres que realizaram exame citopatológico foram fatores determinantes para presença de lesões de alto risco para o desenvolvimento de câncer de colo uterino, especialmente nas mulheres com baixa escolaridade e de raça/cor não branca.

As limitações de estudos transversais, especialmente quando foi utilizada fonte de dados secundários, precisam ser considerados. Pela inexistência ou inconsistência de registros, não foi possível analisar a existência de dependência entre lesões citológicas com outros fatores de risco como as variáveis sociodemográficas como a renda, emprego, as variáveis ginecológicas como menarca precoce ou tardia, número de filhos, e as variáveis comportamentais como estilo de vida ou adesão a hábitos saudáveis.

Considerando que o câncer de colo uterino gera grandes transformações na vida das mulheres, influenciando também na vida familiar, e que a maioria delas está na fase reprodutiva da vida, destaca-se que a sua prevenção é relativamente barata quando levado em consideração a relação custo e benefício. Isto pode ser um fator impactante para um país em desenvolvimento como o Brasil, onde o câncer de colo uterino apresenta altos índices de mortalidade e continua sendo um grave problema de saúde pública.

Salienta-se o fomento, desenvolvimento e implementação de programas relacionados à educação em saúde, com intuito de reorganizar os serviços de saúde na atenção primária, contemplando a integralidade do cuidado. Há necessidade de suscitar maior interação entre os profissionais da saúde, no sentido de transformar a sua práxis em atitudes ininterruptas de ações educativas e preventivas.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Oct-Dec 2017

Histórico

  • Recebido
    10 Mar 2016
  • Revisado
    20 Jun 2017
  • Aceito
    04 Jul 2017
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