Resumo
Introdução Como socorristas essenciais da linha de frente, os bombeiros militares enfrentaram alto risco ocupacional durante a pandemia de COVID-19.
Objetivos Analisar a incidência e o absenteísmo por infeção por SARS-CoV-2 na coorte completa de bombeiros militares de Minas Gerais, Brasil, entre março de 2020 e março de 2023.
Métodos Estudo de coorte retrospectivo de base populacional (5.786 militares na ativa), usou dados administrativos do Sistema Integrado de Gestão de Saúde do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais.
Resultados Observou-se uma carga elevada da doença, com uma incidência cumulativa de 49,8% ao longo do período de três anos. No pico da pandemia, a taxa de incidência diária entre os bombeiros foi aproximadamente cinco vezes superior à da população geral de Minas Gerais (Razão de Taxas de Incidência [RTI] ≈ 5,0). O absenteísmo por casos confirmados e suspeitos teve um impacto operacional significativo, correspondendo a 24.653 dias de trabalho perdidos apenas no primeiro ano da pandemia.
Conclusão Os bombeiros militares sofreram um impacto desproporcionalmente alto da pandemia, o que demonstra a sua elevada vulnerabilidade ocupacional. Estes achados reforçam a necessidade urgente de categorizar formalmente os bombeiros como um grupo de alto risco nas políticas de saúde pública e nos planos de preparação para emergências. A proteção destes trabalhadores é essencial para assegurar a resiliência e a capacidade operacional dos serviços de emergência em toda a comunidade no caso de futuras crises de saúde.
Palavras-chave
Covid-19; Bombeiros; Absenteísmo; Saúde do Trabalhador
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Legenda: O gráfico de barras azuis representa os casos inicialmente classificados como suspeitos com base nos protocolos do CBMMG, correspondentes a infecções respiratórias agudas (códigos CID-10 J00–J22). O gráfico de linhas vermelhas representa os casos confirmados de COVID-19 (CID-10 U07.1) dentro do CBMMG. As setas vermelhas indicam picos nos casos observados.
