Open-access Cinquentenário da Revista Brasileira de Saúde Ocupacional: um marco para celebrar o passado e construir o futuro

Resumo

A Revista Brasileira de Saúde Ocupacional (RBSO) é um periódico considerado referência pela comunidade da área de segurança e saúde do trabalhador, sendo veículo dedicado à publicação de artigos científicos que contribuam para a reflexão e análise científica de questões atuais e relevantes relacionadas às relações entre trabalho e saúde. Em 2023, a RBSO completa 50 anos de existência. Esta nota editorial dedica-se a relatar o evento comemorativo, descrevendo os principais aspectos abordados nas apresentações e nos debates ocorridos, com vistas a registrar este importante momento, que pode ser considerado um marco para celebrar o passado e construir o futuro da revista. Tal evento foi uma oportunidade crucial, não somente para celebrar o meio século de existência da RBSO, mas também para propiciar o encontro de uma comunidade dedicada à publicação científica em saúde do trabalhador, que proporcionou reflexões, propostas e recomendações voltadas ao fortalecimento da revista e do campo. A presença e o envolvimento da equipe editorial, bem como dos convidados, foram fundamentais para o sucesso desse encontro, durante o qual a RBSO reafirmou o compromisso com a busca contínua por aprimoramento editorial, a partir das experiências e ideias debatidas.

Palavras-chave: saúde do trabalhador; revistas eletrônicas; publicação periódica; publicação comemorativa; comunicação acadêmica

Abstract

The Brazilian Journal of Occupational Health (RBSO) is a reference journal within the occupational health and safety community. It is dedicated to publishing scientific articles that contribute to the critical analysis of current and pertinent issues concerning the relationship between work and health. In 2023, RBSO celebrates its 50th anniversary. This editorial note is dedicated to reporting on the commemorative event, describing the main topics covered in the presentations and discussions, with the aim of documenting this important moment, which can be considered a milestone for celebrating the past and building the future of RBSO. This event offered a crucial opportunity not only to celebrate RBSO’s five decades of existence but also to bring together a community deeply committed to scientific publishing in the field of occupational health. It brought valuable reflections, proposals, and recommendations aimed at strengthening both the journal and the field it represents. The presence and active participation of the editorial team, along with the invited attendees, played an indispensable role in the success of this gathering. During this event, RBSO reaffirmed its dedication to keep enhancing its editorial standards, drawing from the experiences and ideas that have been discussed.

Keywords: occupational health; electronic journals; periodical; festschrift; scholarly communication

Introdução

A Revista Brasileira de Saúde Ocupacional (RBSO) foi criada em 1973 e, desde então, é editada pela Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro). Sua missão é difundir “artigos originais de pesquisas sobre Segurança e Saúde do Trabalhador (SST) cujo conteúdo venha a contribuir para o entendimento e a melhoria das condições de trabalho, para a prevenção de acidentes e doenças do trabalho e para subsidiar a discussão e a definição de políticas públicas relacionadas ao tema” 1.

Trata-se de periódico considerado referência pela comunidade da área de SST, sendo veículo dedicado à publicação de artigos científicos que contribuam para a reflexão e análise científica de questões atuais e relevantes, atinentes às relações entre trabalho e saúde. Reconhecendo o percurso histórico da revista, com desafios inerentes a um campo em evolução, ao vínculo com uma instituição governamental - a Fundacentro, vinculada ao Ministério do Trabalho, em diferentes configurações políticas e organizacionais -, bem como dificuldades intrínsecas à publicação de um periódico científico dedicado ao nicho da SST no Brasil, é primordial o diálogo com sua comunidade mais ampla e a constante busca por aprimoramento de suas políticas editoriais2), (3.

Nesse contexto, como parte das atividades voltadas à comemoração do cinquentenário da RBSO4, realizou-se, em 31 de agosto de 2023, um evento no Centro Técnico Nacional da Fundacentro, em São Paulo, planejado para ter dois momentos. No primeiro, o período da manhã, houve reunião com a equipe editorial ampliada da RBSO, incluindo os Editores-Chefes, a Editora Adjunta, os Editores Executivos, a equipe da Secretaria Executiva, bem como o conjunto dos Editores Associados, tanto internos quanto externos à Fundacentro. O segundo, no período da tarde, contou com a participação de palestrantes externos, editores de revistas afins à RBSO, que apresentaram seu olhar sobre os desafios futuros na publicação científica, com destaque para o tema da saúde do trabalhador (Figura 1). Foi um evento aberto ao público e com transmissão online pelo canal do Youtube da Fundacentro (disponível no link: https://www.youtube.com/watch?v=qfDjrDoIleY&t=3568s).

Figura 1
Card de divulgação do evento comemorativo dos 50 anos da Revista Brasileira de Saúde Ocupacional

Esta Nota Editorial dedica-se a relatar tal evento, descrevendo os principais aspectos abordados nas apresentações e nos debates ocorridos, com vistas a registrar esse importante momento, que pode ser considerado um marco para celebrar o passado e construir o futuro da RBSO.

Primeiro momento: reunião da equipe editorial ampliada

Nesta reunião, foram realizadas três apresentações, que contemplaram o panorama e desenvolvimento da RBSO, seguidas por debate com os(as) editore(as) participantes.

A primeira apresentação foi realizada por Júlio César Lopardo Alves, representando a equipe da Secretaria Executiva da RBSO, composta por ele, Maria Angela Pizzani Cruz e Tarsila Baptista Ponce. Foram citadas as atribuições da secretaria, destacando sua atuação como “elo de ligação” entre o núcleo editorial, a equipe editorial, os autores e a empresa contratada para os serviços de produção editorial. Foram apresentados os fluxos das diferentes etapas do processo editorial, desde a conferência dos manuscritos recebidos, a triagem, o processo de revisão por pares, a decisão editorial, as revisões pós-publicação, as etapas de produção editorial, até, finalmente, a publicação no portal SciELO. Foram exibidos dados extraídos da plataforma ScholarOne Manuscripts TM (sistema de gerenciamento de manuscritos utilizado pela RBSO) a respeito da quantidade de artigos submetidos e publicados, e dos tempos de processamento até a recusa ou publicação. Com base nestes elementos, foram transmitidas orientações à equipe editorial, com o intuito de garantir o bom seguimento dos manuscritos no fluxo, bem como a diminuição dos prazos.

Eduardo Garcia Garcia, Editor Executivo, abordou na segunda apresentação da manhã o andamento do periódico. Foram apresentados indicadores de citação da RBSO, com destaque para a evolução dos índice H5 e mediana H5, produzidos pelo Google Acadêmico. Em 2022, a RBSO ocupou a 47ª colocação no ranking do Google Acadêmico para revistas científicas publicadas em português. Ficou evidente o grande alcance da revista, com elevado número de acessos, partindo de diferentes locais do mundo, bem como o espaço que ocupa como veículo de publicação científica na área da saúde do trabalhador, entre outros periódicos deste campo e da saúde coletiva. A citação de artigos publicados na RBSO em decisões proferidas por juízes do Tribunal Superior do Trabalho (TST) reforça a relevância deste periódico e seu impacto para além das métricas de citação.

Leila Posenato Garcia, Editora Adjunta, apresentou perspectivas para o aprimoramento da RBSO. Inicialmente, destacou alguns aspectos relacionados ao acesso aberto e à qualidade da publicação científica, como a hegemonia das grandes editoras comerciais do Norte global, a associação equivocada entre acesso aberto e periódicos predatórios, a relevância do Projeto SciELO, em seus 25 anos de existência, e a valorização insuficiente dos periódicos brasileiros pelas agências nacionais de fomento. Expôs as estratégias que visam ampliar as indexações da RBSO, a partir da revisão das instruções aos autores, cuja versão atualizada foi publicada em 2023. Também comentou aspectos relacionados à sustentabilidade, no âmbito dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), pactuados pelos países-membros da Organização das Nações Unidas (ONU), bem como ações em curso para acelerar os fluxos editoriais e aumentar a quantidade de artigos publicados. Em um contexto de evolução acelerada da publicação científica, a equipe editorial da RBSO deve se manter atenta, atualizada, capacitada e motivada face ao papel fundamental que exerce para a qualidade do periódico.

No debate, coordenado pelo Coeditor-Chefe Eduardo Algranti, os(as) Editores(as) Associados(as) expuseram suas questões e propostas. O principal ponto debatido foi o reconhecimento da relevância da RBSO, sua liderança como periódico em português dedicado à área da saúde do trabalhador, estabelecido ao longo de 50 anos, e com evidente impacto social. Foi proposto o estabelecimento de um consenso, ou pacto, por meio da articulação dos pesquisadores da área da saúde do trabalhador no Brasil, visando a realização de ações colaborativas para o fortalecimento da revista.

Dentre os demais temas abordados, destacam-se: a qualidade dos artigos submetidos, a sobrecarga dos revisores, as estratégias para ampliar o conjunto de revisores e incentivar seu engajamento, as iniciativas para incrementar a comunicação científica voltada à população geral, a articulação com sociedades científicas, a ampliação da visibilidade e das conexões da RBSO com países do Sul global, e o uso de ferramentas de inteligência artificial para o apoio às atividades de publicação científica.

Segundo momento: RBSO 50 anos, um olhar sobre os desafios futuros

Na mesa de abertura, com a participação dos dirigentes da Fundacentro e de José Marçal Jackson Filho, Coeditor-Chefe da RBSO, foi exaltada a importância da revista no campo da SST, como instrumento para a ciência e a saúde do trabalhador e da trabalhadora no Brasil. Foi registrado que o rol de revistas científicas brasileiras que tem 50 anos ou mais é bastante pequeno, reforçando o empenho da equipe editorial atual e pregressa da RBSO para a construção de bases sólidas para o periódico e para a manutenção de sua qualidade científica. A equipe editorial trabalha permanentemente visando ao fortalecimento da revista e conta com o apoio da atual gestão da Fundacentro, para que a RBSO continue a cumprir sua nobre missão.

Em seguida, passou-se para o painel coordenado pela professora Ada Ávila Assunção, Coeditora-Chefe da RBSO, com a participação de duas editoras e um editor de revistas científicas (Figura 1).

A primeira palestra foi proferida por Taissa Vieira Machado Vila, Editora-Chefe da revista The Lancet Regional Health Americas, que abordou os desafios editoriais Norte-Sul e relacionados ao tema saúde e trabalho. Relatou, também, o desafio de criar, em 2021, durante a pandemia da COVID-19, um periódico novo, dentro de uma família de revistas já consolidada, cujo periódico original - The Lancet - comemora, em 2023, 200 anos de existência. Destacou o olhar diferenciado da revista para a contextualização dos problemas de saúde, com uma lente focada na saúde pública e no contexto regional, visando dar voz para questões que normalmente não encontram espaço em outras publicações internacionais. Mencionou também as dificuldades em conseguir revisores, especialmente mulheres da América Latina, face à política de promoção da equidade de gênero adotada pelas revistas da família Lancet. A The Lancet Regional Health Americas é uma revista de acesso aberto de via dourada, o que cria uma barreira para publicação, pois cobra taxas para publicação em dólares americanos. Além da barreira linguística, uma vez que a revista aceita somente submissões em inglês, o que é uma dificuldade dupla, tanto para o acesso dos autores, como dos leitores. Criticou a exigência do fator de impacto, que, em sua opinião, precisa ser revisto. Apresentou exemplos de artigos publicados na revista, que apresentam aspectos relacionados à SST e COVID-19, e que apresentam grande volume de citações. Relatou sentir alegria ao ver os resultados das pesquisas científicas publicadas influenciando políticas e diretrizes em saúde.

Narufumi Suganuma, Editor-Chefe do Journal of Occupational Health, da Sociedade Japonesa de Saúde Ocupacional (JSOH), foi o segundo palestrante. Ele destacou que sua revista compartilha parte do nome com a RBSO e, certamente, possui muitas afinidades. Criada em 1929, foi transformada em um periódico em inglês em 1996. A revista cobre diversos temas, como toxicologia, ergonomia, promoção da saúde, epidemiologia, prática em saúde ocupacional e saúde mental. É uma revista internacional, com editores e revisores, bem como autores, de diversos países do mundo. Em 2019, foi lançada sua revista-irmã, Environmental and Occupational Health Practice (EOH-P). Finalmente, saudou a RBSO por seus 50 anos de existência, reconhecendo o empenho da equipe editorial ao longo do tempo para a continuidade e qualidade da revista, e, partindo disso, desejou sucesso por este importante marco.

A terceira palestrante, Angélica Ferreira Fonseca, é Editora-Chefe da revista Trabalho, Educação e Saúde, editada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Coordenadora do Fórum de Editores de Periódicos de Saúde Coletiva, da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco). Em sua fala sobre os desafios dos periódicos com temas em saúde coletiva, bem como saúde e trabalho, pensando na celebração dos 50 anos da RBSO, propôs outro ângulo para pensar o fazer científico, destacando a importância da determinação em manter viva a capacidade de formular boas perguntas. Afirmou acreditar que o papel central dos periódicos é permitir a mobilização de ideias, perguntas e caminhos investigativos que respondam a questões sociais e promovam mudanças sociais. As revistas da área da Saúde Coletiva buscam não ser conservadoras, com o compromisso de olhar para o Brasil e reconhecer os diversos Brasis, um olhar que se reconfigura com o tempo e a história. O cinquentenário da RBSO é um momento propício para a persistência da renovação crítica. Ao verificar os artigos mais citados da revista no Google Acadêmico5), (6), (7), (8), (9), (10), (11, foi percebido que contribuiu para colocar em questão estigmas e trazer à luz temas relacionados à diminuição das desigualdades e inclusão social.

É possível dizer que a RBSO, assim como outros periódicos da Saúde Coletiva, desempenha papel extremamente relevante de construção social democrática, em diálogo com a comunidade científica e com a sociedade. Um desafio importante é a adequação dos manuscritos, revelada pelas altas proporções de rejeição. Tais produções são resposta a um sistema que pressiona agressivamente por volume de publicação. Concomitantemente, observa-se a ampliação da formação de pesquisadores e pesquisadoras em cursos de pós-graduação, inclusive de natureza profissional, que utilizam objetos do trabalho e da experiência para a pesquisa. Nessa intersecção, por vezes ocorre uma crise na qual o volume de submissões não é absorvido pelas revistas, muitas vezes há apenas mais do mesmo, conforme afirmam as editoras dos Cadernos de Saúde Pública12. Para superar esses desafios, as revistas devem participar de mais encontros e debates sobre produção editorial. Editores e potenciais autores devem atuar como aliados, não como adversários. Publicar não é fácil, porém, o manuscrito não deve ser pensado como um produto de consumo acadêmico, as atuais formas de divulgação científica pelas mídias digitais podem contribuir para a circulação de ideias e o alcance da ciência.

Na Saúde Coletiva, a publicação não visa apenas cientistas e pesquisadores, é desejável dialogar com trabalhadores, profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS), movimentos sociais, estudantes e a sociedade em geral, a quem importa o conhecimento. Sempre interessa ampliar a divulgação científica, que é outro desafio permanente. Somente vai existir um futuro para periódicos científicos brasileiros se houver a inclusão do trabalho editorial, como parte de um projeto científico-tecnológico nacional e soberano, no contexto do movimento da ciência aberta. Essa meta, bem como outras ações visando o aprimoramento das revistas, podem ser mais facilmente executadas por meio da união de esforços entre os editores e mediante a adoção de estratégias para a redução das desigualdades. Em movimento contrário a pressão de oligopólios internacionais da publicação científica, deve ser feito um enfrentamento em várias dimensões, nos campos político e técnico. É necessário ultrapassar os desafios que as instituições públicas têm enfrentado para compor ações, para que, em conjunto, as revistas brasileiras possam lograr merecido destaque.

Durante o debate com a participação do público, emergiram os desafios das revistas brasileiras frente às exigências das agências de avaliação e fomento, que têm uma visão favorável à publicação nos periódicos hegemônicos, editados por grandes editoras comerciais do Norte global. O que tem influência sobre a escolha das perguntas de pesquisa, privilegiando temas com maior potencial de aceitação nesses periódicos, ao mesmo tempo em que afasta bons autores, editores e revisores das revistas nacionais.

A dificuldade em obter a colaboração de revisores ad hoc foi abordada como problema comum a diversos periódicos. Além de alargar os tempos de processamento dos artigos, este problema impacta a sustentabilidade das revistas, no sentido de que o processo de revisão por pares é o que caracteriza os periódicos científicos que, por sua vez, dependem do trabalho voluntário dos revisores.

Também foi abordado o papel dos editores científicos que, com atribuição distinta de coautores, se aproximam mais de leitores qualificados, buscando contribuir para o aprimoramento do relato dos estudos, visando colaborar para sua aprovação no processo de revisão e, finalmente, publicação na revista. A visão dos editores de periódicos sobre a importância do crescimento do ecossistema brasileiro de publicação científica, muitas vezes, não é compartilhada pelos dirigentes da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) (13, de modo que deve ser feito um movimento, envolvendo editores e pesquisadores, que contemple as diferenças de temas, problemas e perguntas, sendo convergente em favor do fortalecimento dos periódicos nacionais.

Ao final do evento, foi realizado registro fotográfico com a equipe editorial da RBSO (Figura 2).

Figura 2
Registro fotográfico do encerramento do evento comemorativo dos 50 anos da Revista Brasileira de Saúde Ocupacional

Considerações finais

O evento comemorativo do aniversário da RBSO foi uma oportunidade crucial, não somente para celebrar o meio século de existência da revista, mas também para propiciar o encontro de uma comunidade dedicada à publicação científica em saúde do trabalhador, o que proporcionou reflexões, propostas e recomendações voltadas ao fortalecimento da revista e do campo.

A presença e o envolvimento da equipe editorial, bem como dos convidados, foram fundamentais para o sucesso desse encontro, durante o qual a RBSO reafirmou o compromisso com a busca contínua por seu aprimoramento editorial, a partir das experiências e ideias debatidas.

A discussão no período da tarde convergiu com o debate realizado pela manhã, sobre os desafios e dificuldades das revistas científicas e como superá-los. Evidenciou-se a necessidade de mobilizar esforços, com envolvimento da comunidade editorial e das sociedades científicas, para lograr maior valorização das revistas brasileiras, do trabalho editorial relacionado e do papel desses periódicos para a produção científica do país. Nesse sentido, repensar o papel e a construção dos critérios Qualis CAPES é uma questão crítica. Deve-se buscar construir consensos em torno da relevância das revistas científicas brasileiras, ou mesmo formar um pacto com a comunidade acadêmica, buscando fazer com que a garantia da sustentabilidade dos periódicos científicos seja compreendida como intrínseca às políticas públicas de ciência e tecnologia, assim como parte de um projeto de soberania, visando apoiar o desenvolvimento da ciência nacional.

Referências

  • 1 Revista Brasileira de Saúde Ocupacional. Instruções aos autores [Internet]. São Paulo; 2023 [citado em: 20 set 2023]. Disponível em: https://www.scielo.br/journal/rbso/about/#instructions
    » https://www.scielo.br/journal/rbso/about/#instructions
  • 2 Jackson Filho JM, Algranti E, Saito CA, Garcia EG. Da segurança e medicina do trabalho à Saúde do Trabalhador: história e desafios da Revista Brasileira de Saúde Ocupacional. Ciênc saúde coletiva. 2015;20(7):2041-51.
  • 3 Assunção AA, Algranti E, Jackson Filho JM. Sociedade neoliberal, saúde e segurança no trabalho. Rev bras saúde ocup. 2023;48:edcinq1.
  • 4 Garcia LP, Assunção AA, Algranti E, Jackson Filho JM, Saito CA, Garcia EG. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional: rumo aos 50 anos. Rev bras saúde ocup. 2022;47:e20.
  • 5 Jackson Filho JM, Assunção AA, Algranti E, Garcia EG, Saito CA, Maeno M. A saúde do trabalhador e o enfrentamento da COVID-19. Rev bras saúde ocup. 2020;45:e14.
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  • 7 Moreira HA, Souza KN, Yamaguchi MU. Síndrome de Burnout em médicos: uma revisão sistemática. Rev bras saúde ocup. 2018;43:e3.
  • 8 Ribeiro AP, Oliveira GL, Silva LS, Souza ER. Saúde e segurança de profissionais de saúde no atendimento a pacientes no contexto da pandemia de Covid-19: revisão de literatura. Rev bras saúde ocup. 2020;45:e25.
  • 9 Araújo TM, Lua I. O trabalho mudou-se para casa: trabalho remoto no contexto da pandemia de COVID-19. Rev bras saúde ocup. 2021;46:e27.
  • 10 Andrade CB, Assis SG. Assédio moral no trabalho, gênero, raça e poder: revisão de literatura. Rev bras saúde ocup. 2018;43:e11.
  • 11 Vedovato TG, Andrade CB, Santos DL, Bitencourt SM, Almeida LP, Sampaio JFS. Trabalhadores(as) da saúde e a COVID-19: condições de trabalho à deriva?. Rev bras saúde ocup. 2021;46:e1
  • 12 Carvalho MS, Travassos C, Coeli CM. Mais do mesmo?. Cad Saúde Pública. 2013Nov;29(11):2141.
  • 13 Garcia LP, Boing AF. Desafios para a sustentabilidade dos periódicos científicos brasileiros e do Programa SciELO. Ciênc saúde coletiva. 2021;26(suppl 3):5183-6.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    18 Dez 2023
  • Data do Fascículo
    2023
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