Resumo
Objetivo Avaliar os fatores associados à dor musculoesquelética (DME) entre docentes da rede privada de ensino, durante o trabalho remoto na pandemia da covid-19.
Métodos Estudo transversal, realizado com docentes de todos os níveis de ensino na rede privada, na Bahia. Os dados foram coletados por meio de formulário eletrônico. Foram realizadas análises brutas e ajustadas, estratificadas por sexo.
Resultados Participaram 1.144 docentes, 76,5% do sexo feminino. A prevalência de dor em membros superiores foi 70,6%, e em coluna ou costas, 69,9%, sendo superior no sexo feminino (74,0% membros superiores e 74,1% coluna ou costas). Verificou-se diferenças entre os sexos quanto aos fatores associados. No feminino, houve associação entre DME em ambos os segmentos corporais e aumento do tempo dedicado ao trabalho; dor em coluna ou costas associou-se ao despreparo para as novas demandas e à sobrecarga doméstica. No masculino, a dor em membros superiores associou-se a dificuldades com alunos e carga horária semanal maior que 20 horas; enquanto dor em coluna ou costas associou-se ao ruído e à dificuldade para organizar a agenda.
Conclusão As prevalências de DME foram elevadas entre os docentes durante as atividades remotas. O acúmulo de tarefas e o ambiente doméstico inadequado podem ter sido potencializadores da DME.
Professor; Trabalho Remoto; Pandemia; Covid-19; Dor Musculoesquelética; Saúde do Trabalhador