RESUMO
Animais em regiões subtropicais podem ser expostos ao estresse térmico. As raças localmente adaptadas são especialmente importantes nesse contexto, mas possuem pouca informação disponível em seus ambientes naturais. O objetivo deste estudo foi avaliar se a estação afeta o conforto térmico e as respostas fisiológicas ao aumento da temperatura de duas raças de touros em clima subtropical. Quatro touros Angus e quatro Crioulo Lageano foram utilizados neste estudo. As medidas do corpo e testículos, pigmentação e espessura da pele, número, comprimento e pigmentação de pêlos, frequência respiratória, escore ofegante, temperatura retal e perfil hematológico foram registradas no verão e inverno, manhã e tarde. A temperatura da superfície do flanco, olho e escroto foi obtida por termografia infravermelho. Os índices de conforto térmico foram calculados a partir de dados meteorológicos. A análise estatística incluiu análises de variância, correlações e uma regressão parcial de mínimos quadrados para determinar quais características foram as mais importantes na adaptabilidade térmica. A morfologia externa dos touros foi importante para explicar as mudanças fisiológicas nas duas estações, mas sua contribuição foi maior no verão. Os touros sofreram estresse térmico moderado no verão, o que levou a respostas fisiológicas significativas, que foram mais pronunciadas na Angus. As principais diferenças de adaptação térmica encontradas entre as raças foram as características do pêlo e a frequência respiratória. Apesar de usar diferentes mecanismos para lidar com os desafios ambientais, todos os touros foram capazes de manter a termorregulação testicular ideal e a normotermia, mostrando boa adaptação às condições climáticas.
Palavras chaves:
conservação; reprodução; estresse; termografia; termorregulação