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Alternativas para mitigação de emissão de metano em sistemas de criação de animais domésticos

As atividades humanas têm contribuído para a mudança do clima global, pela produção de gases de efeito estufa, dos quais podem resultar no aumento da temperatura atmosférica e mudanças extremas de precipitação em regiões de altas e baixas pluviosidades. Os gases de efeito estufa mais importantes são o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O). Estima-se que 18% das emissões anuais de GEE são provenientes de diferentes tipos de animais e que 37% do CH4, com maior potencial de aquecimento global (23) em relação ao CO2 (1), decorrem dos processos fermentativos dos ruminantes. Possivelmente, no futuro, os países produtores de carne e leite estarão sujeitos a proibições, caso os sistemas de bovinocultura não cumpram as medidas de redução de gases de efeito estufa. Há diversas alternativas disponíveis e em estudo para reduzir as emissões de CH4 entérica de bovinos, que vão desde a manipulação da composição da dieta, suplementação com aditivos (ionóforos, ácidos orgânicos, compostos halogênios, óleos) e seleção de plantas forrageiras de alta qualidade contendo metabólitos secundários (taninos e saponinas) ao melhoramento animal, imunização e transformação genética dos microrganismos ruminais. Os resultados mostram que é possível a inibição da emissão entérica de CH4 utilizando-se ionóforos, ácidos orgânicos e óleos. O uso de ionóforos pode resultar em resistência dos microorganimos ruminais e, como resultado, o efeito é de curta duração. O custo elevado dos ácidos orgânicos torna-os economicamente inviáveis se adicionados diretamente na dieta de ruminantes. No entanto, os ácidos orgânicos estão presentes em concentrações relativamente elevadas no tecido foliar das plantas, e devem ser feitas tentativas para selecionar e produzir forragens com altos níveis destes compostos. Argumenta-se que uma estratégia mais eficiente para redução entérica de CH4 em ruminantes seja com a escolha de forragens de alta qualidade (alta concentração de carboidratos solúveis), de leguminosas contendo metabólitos secundários como taninos e de frutos e/ou plantas contendo saponinas, desde que estes não afetem o consumo e a digestibilidade. Melhora da nutrição de bovinos por meio da alimentação com forrageiras de alta qualidade pode resultar em bom desempenho dos animais e na redução da emissão de CH4 por unidade de consumo de matéria seca e por unidade de produto.

aditivos químicos dos alimentos; defaunação; gases de efeito estufa; imunização; mudança climática; saponinas; taninos; transformação genética de bactérias


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