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Níveis de alta resistência em populações de Plutella xylostella no Brasil: necessidade de ajuste da dose de campo

RESUMO

Plutella xylostella causa graves danos em plantas crucíferas em todo o mundo. Agricultores em várias regiões do Brasil relatam uma crescente ineficiência no controle químico, mesmo com o uso de altas concentrações de inseticidas. O objetivo deste trabalho foi avaliar a suscetibilidade de populações brasileiras da traça-das-crucíferas aos inseticidas Premio® (Chlorantraniliprole), Dipel® (Bacillus thuringiensis var. kurstaki) e Lannate® BR (Metilcarbamato de oxina), frequentemente usados no Brasil. Os bioensaios de suscetibilidade foram realizados com cinco populações de traça-das-crucíferas coletadas em campo e duas de laboratório e foram conduzidos com concentrações crescentes de inseticidas até dez vezes acima da concentração recomendada. Resistências extremamente altas e dependentes da região foram encontradas em populações de campo para o Chlorantraniliprole e B. thuringiensis, com Razões de Resistência de até 370,0 vezes para a população de Camocin de São Felix . Para Metilcarbamato de oxina, não foi possível realizar a análise Probit para as populações de campo devido baixa mortalidade. Populações de laboratório demonstraram resistência aos três inseticidas testados com concentrações de CL50 excedendo as doses recomendadas em pelo menos 3,0 vezes. Os resultados demonstraram resistência forte e variável aos três inseticidas testados de acordo com a região de origem. Para manter o controle de pragas eficiente em um país grande como o Brasil, os níveis locais de resistência precisam ser monitorados pelas autoridades e reavaliações e ajustes de doses regionais dos inseticidas deveriam ser implementadas como política pública para evitar a disseminação massiva de inseticidas em campo, assim como, aumentos dos casos de resistência.

Palavras-chave:
Inseticida; Falha de controle; Monitoramento de resistência

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