RESUMO
Os tratamentos endovasculares para a doença arterial obstrutiva fêmoro-poplítea tornaram os procedimentos de revascularização menos invasivos, porém os stents metálicos autoexpansíveis utilizados podem sofrer grande desgaste em artérias com extrema mobilidade.
Objetivo:
avaliar a prevalência de fraturas em stents implantados no segmento fêmoro-poplíteo, identificar fatores predisponentes e possíveis consequências sobre a patência arterial.
Métodos:
entre março a junho de 2019, trinta pacientes previamente operados por obstrução fêmoro-poplítea realizaram RX dos stents em incidências ântero-posterior e perfil para detectar fraturas e eco Doppler para analisar a patência arterial.
Resultados:
observamos 12 casos com fraturas (33,3%): 1 do tipo I (2,8%), 3 do tipo II (8,3%), 5 do tipo III (13,9%), 3 do tipo IV (8,3%) e nenhuma tipo V. Segundo a classificação TASC II, tivemos 1 no grupo B (8,3%), 6 no grupo C (50%) e 5 no grupo D (41,6%) p<0,004. O número de stents por membro foi de 3,1 (±1,3) nos casos de fratura contra 2,3 (±1,3) nos casos sem fratura (p = 0,08). A extensão tratada foi 274,17mm (±100,94) nos casos de fratura e 230,83mm (±135,44) nos casos sem fratura (p=0,29). No Doppler tivemos: 17 pacientes (47,2%) sem estenose, 9 pacientes (25%) com estenose>50% e 10 pacientes (27,8%) com oclusão (p=0,37). Não houve correlação entre fratura e obstrução arterial (p=0,33).
Conclusão:
as fraturas de stents são um achado frequente no setor fêmoro-poplíteo (33,3%) sendo mais prevalentes nos casos de doença mais avançada TASC II C e D. Não houve associação entre o achado de fratura e obstrução arterial.
Palavras chave:
Stents; Stents Metálicos Autoexpansíveis; Angioplastia; Doença Arterial Periférica; Artéria Femoral