RESUMO
A utilização intensa dos recursos para o combate da COVID-19 causa preocupação em toda comunidade de transplantes, pois além das limitações físicas, como leitos de UTI, a falta de protocolos homogêneos para tratamentos e as incertezas dos efeitos da imunossupressão na progressão do vírus, resultam em um impacto significativo nas cirurgias de transplantes. O objetivo do presente estudo é avaliar comparativamente o número de transplantes de órgãos sólidos realizados nos anos de 2019 e 2020, e o impacto da pandemia na doação e transplantes de órgãos no Brasil. Considerando os últimos 10 anos, é possível observar uma tendência de aumento no número de transplantes de órgãos sólidos, com queda expressiva no ano de 2020. O transplante pulmonar foi o mais atingido pela pandemia, sendo realizado apenas nos estados do Rio Grande do Sul e São Paulo. O transplante hepático foi o menos afetado, apresentando uma diminuição de apenas 10,8% nos três primeiros trimestres de 2020, quando comparados com 2019. Sobre os pacientes ativos em lista de espera, houve um aumento em 2020 para transplante de coração e rim. Portanto, estratégias devem ser desenvolvidas para que a estrutura necessária ao processo de transplantes de órgãos se mantenha ativa, reduzindo assim os impactos da pandemia sobre estes pacientes.
Palavras-chave:
Infecções por Coronavirus; Transplante de Órgãos; Doadores de Tecidos; Transplantes; Doadores Vivos