Open-access Resultados da herniorrafia inguinal bilateral simultânea pela técnica de Lichtenstein

Resumos

OBJETIVO: analisar os resultados da herniorrafia inguinal bilateral pela técnica de Lichtenstein. MÉTODOS: estudo dos prontuários de 59 pacientes submetidos à herniorrafia inguinal bilateral simultânea, eletiva, no período entre 2003 e 2007. Foram analisados: sexo, idade, peso, tempo operatório, tempo total de internação, classificação de Nyhus, intercorrências no pós-operatório imediato e tardio, e recidiva. Esses dados foram submetidos à análise estatística descritiva. RESULTADOS: dos 59 pacientes, 95% eram homens; e 5%, mulheres. A idade variou de 40 a 60 anos, o peso de 50 a 103 kg, o tempo operatório de 60 a 180 minutos, o tempo de internação de um a seis dias. Trinta pacientes apresentavam hérnias do tipo IIIB; nove, do tipo II; dez, do tipo IIIA; sete, do tipo IV; um, do tipo II à esquerda e tipo IIIB à direita; um, tipo IIIA à direita e IIIB à esquerda; e um, do tipo IIIA à direita e do tipo II à esquerda. No pós-operatório imediato, a dor foi a manifestação mais importante em 30,5% dos casos. Em 94,92% dos casos, não houve complicações tardias. Ocorreram dois casos de inguinodinia e um de dor em queimação local. Observou-se uma recidiva, no 29º mês de pós-operatório. CONCLUSÕES: a herniorrafia inguinal bilateral simultânea pela técnica de Lichtenstein foi segura e eficaz, pois houve baixo índice de complicações, curta permanência hospitalar e, em um período médio de 48 meses de acompanhamento, houve apenas um caso de recidiva.

Hérnia; Hérnia inguinal; Hérnia inguinal; Herniorrafia; Recidiva


OBJECTIVE: To analyze the results of bilateral inguinal hernia repairs by the Lichtenstein technique. METHODS: We studied the charts of 59 patients who underwent elective simultaneous bilateral inguinal hernia repair between 2003 and 2007. We analyzed: gender, age, weight, operative time, length of hospital stay, Nyhus classification, complications in the immediate and late postoperative periods, and recurrence. These data were submitted to descriptive statistical analysis. RESULTS: Of the 59 patients, 95% were men. Age ranged from 40 to 60 years; weight, from 50 to 103 kg; operative time, from 60 to 80 minutes; and the length of stay, from one to six days. Thirty patients had type IIIB hernias; nine, type II; ten, type IIIA; seven, type IV; one, type II on the left and type IIIB on the right; one, type IIIA on the right and IIIB on the left; and one, type IIIA on the right and type II on the left. In the immediate postoperative period, pain was the most important manifestation, in 30.5% of subjects. In 94.92% of cases there were no complications. There were two cases of inguinodinia and one of burning pain in the surgical site. There was one recurrence 29 months after the procedure. CONCLUSIONS: Simultaneous bilateral inguinal hernia repair by Lichtenstein technique was safe and effective, with a low rate of complications, short hospital stay, and only one case of recurrence at an average of 48 months follow-up.

Hernia; Hernia, inguinal; Hernia, inguinal; Herniorrhaphy; Recurrence


ARTIGO ORIGINAL

Resultados da herniorrafia inguinal bilateral simultânea pela técnica de Lichtenstein

Gustavo Sasso Benso MacielI; Romeo Lages SimõesII; Felipe Poubel Timm do CarmoIII; Julio William Rangel GarciaIV; Danilo Nagib Salomão Paulo, TCBC-ESV

IResidente de Cirurgia da Santa Casa de Misericórdia de Vitória-ES

IIResidente de Cirurgia do Hospital Universitário Cassiano Antonio de Morais, Vitória-ES

IIIAcadêmico do 6º período do Curso de Medicina da Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória-ES

IVAcadêmico do 6º período do Curso de Medicina da Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória-ES

VProfessor Titular do Departamento de Cirurgia da Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória-ES

Endereço para correspondência Endereço para correspondência: Danilo Nagib Salomão Paulo E-mail: danilo.vix@terra.com.br

RESUMO

OBJETIVO: analisar os resultados da herniorrafia inguinal bilateral pela técnica de Lichtenstein.

MÉTODOS: estudo dos prontuários de 59 pacientes submetidos à herniorrafia inguinal bilateral simultânea, eletiva, no período entre 2003 e 2007. Foram analisados: sexo, idade, peso, tempo operatório, tempo total de internação, classificação de Nyhus, intercorrências no pós-operatório imediato e tardio, e recidiva. Esses dados foram submetidos à análise estatística descritiva.

RESULTADOS: dos 59 pacientes, 95% eram homens; e 5%, mulheres. A idade variou de 40 a 60 anos, o peso de 50 a 103 kg, o tempo operatório de 60 a 180 minutos, o tempo de internação de um a seis dias. Trinta pacientes apresentavam hérnias do tipo IIIB; nove, do tipo II; dez, do tipo IIIA; sete, do tipo IV; um, do tipo II à esquerda e tipo IIIB à direita; um, tipo IIIA à direita e IIIB à esquerda; e um, do tipo IIIA à direita e do tipo II à esquerda. No pós-operatório imediato, a dor foi a manifestação mais importante em 30,5% dos casos. Em 94,92% dos casos, não houve complicações tardias. Ocorreram dois casos de inguinodinia e um de dor em queimação local. Observou-se uma recidiva, no 29º mês de pós-operatório.

CONCLUSÕES: a herniorrafia inguinal bilateral simultânea pela técnica de Lichtenstein foi segura e eficaz, pois houve baixo índice de complicações, curta permanência hospitalar e, em um período médio de 48 meses de acompanhamento, houve apenas um caso de recidiva.

Descritores: Hérnia. Hérnia inguinal. Hérnia inguinal/complicações. Herniorrafia. Recidiva.

INTRODUÇÃO

A hérnia inguinal é a doença cirúrgica mais comum da parede abdominal1. Ocorre em aproximadamente 1,5% da população geral e em 5% da população do sexo masculino2. São mais frequentes em homens3 e na faixa etária acima dos 50 anos4. Das hérnias, as indiretas são as mais comuns5. São predominantemente unilaterais e do lado direito. As bilaterais são mais raras (acometem cerca de 12% dos pacientes), sendo as diretas e as mistas mais frequentes que as indiretas6.

Durante anos acreditava-se que as hérnias inguinais bilaterais não poderiam ser corrigidas simultaneamente, uma vez que tal conduta resultava num alto índice de recorrência7. Tal pensamento passou a ser questionado com o surgimento da técnica "tension free".

Na literatura consultada há poucos trabalhos que relatam os resultados da reparação de hérnias inguinais bilaterais simultaneamente pela técnica de Lichtenstein. Esse fato motivou a realização do presente trabalho, que tem como objetivo analisar a segurança e a eficácia da herniorrafia inguinal bilateral pela técnica de Lichtenstein, no pós-operatório imediato e tardio.

MÉTODOS

Foram coletados os dados dos 59 pacientes submetidos à herniorrafia inguinal bilateral pela técnica de Lichtenstein, no período entre 2003 e 2007, referentes a: a) sexo, idade e peso dos pacientes; b) tipo de hérnia segundo classificação de Nyhus; c) tempo total de operação, tempo total de internação; d) complicações no pós-operatório imediato; e) complicações tardias; f) recidiva herniária. Os pacientes foram contatados por telefone e informados sobre o trabalho. Aqueles que concordaram em participar da pesquisa foram visitados e receberam informações adicionais por meio do TCLE. Esse documento foi lido pelo examinador tantas vezes quanto as necessárias para o seu completo entendimento pelo paciente. Aqueles que concordaram em participar da pesquisa foram incluídos na amostra após assinarem (alfabetizados) ou colocarem a sua impressão digital (não alfabetizados) no TCLE. Os pacientes foram examinados para análise das recidivas das hérnias inguinais bilaterais da seguinte maneira: após inspeção da região inguinal procurando protuberâncias, o dedo indicador do examinador foi invaginado pela pele do escroto o mais profundo possível, buscando-se o anel inguinal externo. Foi verificado se o anel era permeável apenas à ponta do dedo ou ao dedo inteiro. Mantendo-se o dedo no canal inguinal, pediu-se ao paciente para fazer a manobra de Valsalva. Caso fosse notada uma massa tocando o dedo era feito diagnóstico da recidiva.

A análise dos dados foi feita por meio da estatística descritiva, para cálculo da média aritmética, desvio padrão e percentual, das seguintes variáveis: sexo, faixa etária, peso, tipo de hérnia segundo classificação de Nyhus, tempo de duração da operação, tempo de permanência hospitalar, complicações no pós-operatório imediato e tardio, e recidiva. Este último dado foi obtido por ocasião do exame.

O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética da Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória – Emescam, número 0097/2009, e autorizado pelas chefias dos Departamentos de Arquivos/Prontuários do Hospital da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (HSCMV) e da Clínica de Cirurgia e Medicina (Climec).

RESULTADOS

Dos 59 pacientes operados, 95% era do sexo masculino e 5%, feminino; 63% era da faixa etária entre os 40 e 60 anos (MA 54; DP ±9,43). O peso variou de 50kg a 103kg (MA 75,55; DP ±8,94). Todos concordaram em participar da pesquisa.

Ao analisar-se a folha de descrição cirúrgica para se verificar o tipo de hérnia, de acordo com a classificação de Nyhus, observou-se que: 30 pacientes (50,84%) apresentavam hérnias do tipo IIIB (hérnia inguinal indireta com anel inguinal interno dilatado associado a um defeito da parede posterior do canal inguinal); nove (15,25%) tinham hérnias do tipo II (hérnias inguinais indiretas com preservação da parede posterior); dez (16,94%), hérnias do tipo IIIA (hérnias diretas); e sete (11,86%) tinham hérnia do tipo IV (recorrentes); uma paciente apresentava hérnia tipo II à esquerda e hérnia tipo IIIB à direita (1,69%); uma paciente apresentava hérnia tipo IIIA à direita e IIIB à esquerda (1,69%); e outro paciente apresentava hérnia do tipo IIIA à direita e hérnia do tipo II à esquerda (1,69%).

O tempo mínimo gasto para a realização da herniorrafia foi 60 minutos, e o máximo, 180 minutos (MA113; DP ±19,33). O tempo de permanência hospitalar variou de um a seis dias (MA 1,55; DP ±0,83).

No pós-operatório imediato, 38% dos pacientes apresentaram queixas, onde a dor foi a principal intercorrência em 27,7% dos casos (Figura 1).


O tempo de acompanhamento pós-operatório variou de 27 a 91 meses (MA 48,16; DP ±14,76). Durante o exame físico, verificou-se que apenas um paciente (1,69%) apresentou recidiva (bilateral) após correção simultânea da hérnia inguinal bilateral. Apenas três pacientes relataram queixas, sendo dois com inguinodinia (3%) e um com dor em queimação local (2%).

DISCUSSÃO

Por muito tempo admitiu-se que a reparação das hérnias inguinais bilaterais em um só tempo operatório não deveria ser realizada. Isso porque, tal conduta provocaria aumento da dor no pós-operatório, complicações da ferida e aumento do número de recorrências8. Hoje, sabe-se que a correção simultânea da hérnia bilateral é segura e eficaz.

A correção cirúrgica da hérnia inguinal bilateral em um tempo operatório visa possibilitar apenas uma internação hospitalar, um ato anestésico e a resolução definitiva da doença.

Pretende-se com apenas uma internação hospitalar minimizar o estresse psicológico, o tempo de afastamento do trabalho e do convívio familiar. Os pacientes deste estudo permaneceram em média 1,55 dias internados após a cirurgia. A maioria ficou internada um dia. Miller et al.6 descreveram um tempo de internação médio de 6,4 dias. Serpell et al., relataram um tempo de internação que variou de dois a 12 dias9. Esses autores disseram que os pacientes submetidos ao reparo simultâneo das hérnias inguinais apresentaram tempo de permanência hospitalar menor que dois reparos sequenciais. Ao confrontarem-se os resultados deste trabalho com os da literatura, observa-se que a permanência hospitalar foi consideravelmente menor nos pacientes deste estudo.

Com apenas um ato anestésico procura-se evitar maior exposição à anestesia e, consequentemente, maiores complicações anestésicas; e, com a resolução em um só tempo da doença bilateral, procura-se a solução definitiva para o paciente. Todas essas intenções, em última análise, diminuirão os custos hospitalares e os do próprio paciente, quando este tiver que custear a internação.

O tempo cirúrgico de uma herniorrafia bilateral é maior do que o de uma unilateral. Isso pode ser preocupante quando se opera paciente de alto risco. A evolução da anestesia e dos cuidados perioperatórios fez com que o tempo de cirurgia deixasse de ser um problema. Porém sabe-se que quanto maior é o tempo cirúrgico, maior é o trauma e maior é a inflamação local; e o tempo superior a três horas é considerado um fator de risco para infecção do sítio cirúrgico. Neste trabalho, o tempo médio cirúrgico foi de 113 minutos. Melchor González et al., descreveram tempo operatório médio de 120 minutos10. Segundo Dakkuri et al., embora o tempo para o reparo simultâneo seja 50% maior, os custos dos procedimentos aumentam em apenas 18%8. Ou seja, mesmo que o reparo simultâneo seja mais demorado, há significativa redução dos custos hospitalares. Outro ponto a ser considerado é que o tempo operatório depende da curva de aprendizado da equipe cirúrgica. Equipes mais bem treinadas executarão os procedimentos mais rapidamente. Assim, a tentativa de abreviar esse tempo pode ser benéfica em idosos e em outros pacientes que, frequentemente, apresentam enfermidades associadas.

No presente trabalho foi utilizada a técnica de Lichtenstein, que tem sido amplamente empregada. É considerada a técnica "tension-free", que tem reduzido as taxas de recorrência herniária em relação às técnicas que utilizam os tecidos da região para correção do defeito herniário11. A escolha da técnica de herniorrafia inguinal, atualmente, tem sido embasada na classificação de Nyhus. O modelo proposto por Nyhus leva em consideração pontos, como o local da hérnia na região inguinofemoral, o tipo de hérnia (direta ou indireta, primária ou recorrente) e a característica do assoalho do canal inguinal. Porém, na literatura não há descrição específica para as hérnias inguinais bilaterais. Assim a classificação dessas hérnias foi feita considerando-se cada lado individualmente, utilizando-se a referida classificação.

No grupo das bilaterais, está descrita na literatura maior frequência tanto das hérnias mistas6 quanto das diretas9. Entretanto, na presente casuística, o número de casos de hérnias indiretas foi quase quatro vezes maior que o das diretas.

No pós-operatório imediato, a maioria dos pacientes (62%) não apresentou complicações. A dor e o seroma foram as complicações mais frequentes. Nas herniorrafias são descritos: retenção urinária, hematoma escrotal, infecção urinária, infecção da ferida e, até, arritmia cardíaca e trombose venosa profunda6; neuralgia, atrofia testicular, hidrocele e infecção7; orquite, infecção de parede, edema testicular, hematoma e seroma12; inflamação local e dor13; infecção14.

No pós-operatório tardio, 95% dos pacientes deste estudo não apresentaram complicações. Dois pacientes (3%) queixaram-se de inguinodinia, e um (2%), de queimação local. A dor crônica pode ocorrer em cerca de 20 a 30% dos pacientes que passam por herniorrafias inguinais unilaterais15. Solorzano et al., também chegaram à mesma conclusão sobre a dor16. Post et al., disseram que as telas de menor densidade (multifilamentares) parecem ser preferíveis para a operação de Lichtenstein17, porém mais estudos de coorte serão necessários para sua indicação rotineira. Essas telas produzem mais mediadores pró-inflamatórios que as monofilamentares18 e menos dor ao exercício após seis meses de pós-operatório. Porém associam-se à maior sensação de corpo estranho17,19.

No presente estudo, a média de acompanhamento no pós-operatório foi 48 meses. Um paciente apresentou recidiva quando foi examinado no 29º mês de pós-operatório, o que representa 1,69% do total dos pacientes. Sarli et al., encontraram 4,3% de recidiva entre 43 pacientes20. Kark et al., encontraram menos de 1% de recidiva em 199 pacientes14. Amid et al., encontraram 0,1% de recidiva nos 1000 pacientes analisados7. Hidalgo et al.13 não encontraram recidivas herniárias no total de 55 pacientes estudados. Os resultados deste estudo mostram que a recidiva de 1,69% se encontra dentro do limite relatado pela literatura. As recidivas possivelmente estão relacionadas ao número de pacientes estudados e ao tempo de acompanhamento, visto que nem todos os trabalhos citados continham informações sobre o tempo de pós-operatório. Além disso, Vianna et al.21 enfatizam que 40% das recidivas ocorrerão no período de cinco anos, e 20%, após25 anos da operação primária.

Alguns pontos podem ser atribuídos ao insucesso da operação: falha da técnica, insuficiente fixação da tela, principalmente em sua posição medial no tubérculo púbico22, e deficiência do colágeno na fáscia transversalis21. O sucesso pode ser atribuído à experiência da equipe cirúrgica e aos fatores próprios dos pacientes e das telas. Com relação à equipe cirúrgica, deve-se considerar que a equipe de Amid et al.7 é a pioneira no uso da técnica de Lichtenstein. Logo é uma equipe que possui mais experiência, o que justifica o baixo índice de recidiva com a referida técnica de herniorrafia.

Assim, é consenso que o emprego da técnica de Lichtenstein apresenta bons resultados quanto ao pós-operatório imediato e tardio, e tem se mostrado eficaz entre os vários serviços que as utilizam, visto o baixo número de recidivas. Este trabalho confirma essa tese, e os resultados encontram-se entre as mais baixas taxas de recidivas, quando comparadas a outros trabalhos da literatura mundial.

Em conclusão, a correção simultânea das hérnias inguinais bilaterais pela técnica de Lichtenstein foi segura e eficaz, uma vez que houve baixo índice de complicações, curta permanência hospitalar e, em um período médio de 48 meses de acompanhamento, houve apenas um caso de recidiva.

Recebido em 25/07/2012

Aceito para publicação em 25/10/2012

Conflito de interesse: nenhum

Fonte de financiamento: nenhuma

Trabalho realizado no Centro de Pesquisa da Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória-ES.

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  • Endereço para correspondência:
    Danilo Nagib Salomão Paulo
    E-mail:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      09 Jan 2014
    • Data do Fascículo
      Out 2013

    Histórico

    • Recebido
      25 Jul 2012
    • Aceito
      25 Out 2012
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