RESUMO
Introdução:
apesar de infrequente, a incontinência urinária gera imenso impacto na qualidade de vida dos pacientes submetidos a prostatectomia radical, mesmo com a técnica robótica-assistida.
Objetivo:
avaliar a evolução dos sintomas urinários desde o pré-operatório até 12 meses após a prostatectomia radical robótica-assistida.
Métodos:
foram coletados os dados de 998 pacientes submetidos à prostatectomia radical robótica-assistida. Foram documentados dados demográficos, informações pré-operatórias e pós-operatórias dos pacientes. Também foram aplicados os questionários ICIQ e IPSS no pré-operatório e após 1, 3, 6 e 12 meses de pós-operatório. Resultados: de 998 pacientes, 257 preencheram corretamente todos os questionários. A idade média dos pacientes foi de 60±0,74 anos. Verificou-se que o IPSS total subia inicialmente e aos 6 meses após a operação, este já se tornava inferior ao valor inicial pré-operatório (7,76 aos 6 meses vs. 9,90 pré-operatório, p<0.001), sendo que as questões referentes a sintomas de esvaziamento foram as primeiras a melhorar e posteriormente as questões referentes a sintomas pós-miccionais e de armazenamento. Quanto às variáveis do ICIQ, houve elevação com a prostatectomia radical e nenhuma delas retornou ao patamar pré-operatório (p<0,001).
Conclusões:
a prostatectomia radical robótica assistida causa num primeiro momento uma piora nos sintomas urinários do trato inferior com uma recuperação subsequente. A recuperação se inicia pelos sintomas de esvaziamento, seguido dos sintomas pós-miccionais e de armazenamento. Os sintomas avaliados pelo IPSS acabam evoluindo a parâmetros melhores inclusive que os do pré-operatório, enquanto os sintomas de perda urinária avaliados pelo ICIQ não atingem os níveis pré-operatórios no intervalo estudado.
Palavras chave:
Neoplasias da Próstata; Prostatectomia; Incontinência Urinária; Sintomas do Trato Urinário Inferior