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Colecistectomia laparoscópica realizada por residentes de cirurgia geral. É seguro? Quanto custa?

RESUMO

Objetivo:

avaliar a efetividade e segurança da realização de colecistectomias laparoscópicas por residentes do primeiro e segundo ano do programa de cirurgia geral. Foram estudados como desfechos primários o custo médio total de tratamento e os índices de complicações, comparando os grupos operados por cirurgiões seniores e residentes.

Métodos:

trata-se de estudo de coorte retrospectivo de pacientes submetidos a colecistectomias laparoscópicas realizadas em hospital escola de grande volume cirúrgico, no Brasil, no período entre 01 de junho de 2018 e 31 de maio de 2019. A população do estudo compreendeu pacientes que realizaram colecistectomias eletivas por colecistite calculosa crônica não complicada ou por presença de pólipos de vesícula biliar com indicação cirúrgica. Os casos foram divididos em 3 grupos, baseados na graduação do cirurgião principal no momento do procedimento: residentes do primeiro ano (R1), residentes do segundo ano (R2) e cirurgiões formados (CG).

Resultados:

no período do estudo, foram realizadas 1.052 colecistectomias videolaparoscópicas, sendo que, após aplicados os critérios de exclusão, foram incluídos no estudo 1.035 procedimentos, com 78 (7,5%) pacientes operados com a participação de residentes do primeiro ano (R1), 500 (48,3%) pacientes com a participação de residentes do segundo ano (R2) e 457 (44,2%) apenas com a participação somente de cirurgiões seniores. Não houve diferença nas taxas de conversão, de complicações e de notificações de eventos adversos entre os grupos. Foi evidenciada diferença com relação aos custos de internação (p= 0,003), sendo observado maior custo médio de internação para os pacientes operados com participação dos R1, com custo médio de US$ 2.671,13, versus US$ 2.414,60 e US$ 2.396,24 das operações realizadas pelos cirurgiões seniores e R2, respectivamente.

Conclusões:

é segura a realização de colecistectomia videolaparoscópica com a participação de residentes, mesmo em seus primeiros anos de formação. Existe custo adicional de cerca de 10% no tratamento de pacientes operados com a participação de residentes do primeiro ano. Não foi observada diferença significativa no custo do grupo operado por residentes do segundo ano.

Palavras chave:
Análise de Custo; Educação Médica; Residência Médica; Avaliação de Resultados; Cirurgia Geral; Colecistectomia Videolaparoscópica

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