RESUMO
Introdução:
a atração das mulheres pela Cirurgia sempre existiu. Embora a Cirurgia seja considerada especialidade para homens, várias mulheres a escolheram, apesar de questões de preconceito de gênero que têm se mantido ao longo de vários anos. Vários obstáculos têm impactado na prática das cirurgiãs, levando-as a abandonar a profissão, mas outras, talvez, as de espírito mais forte, conseguiram superá-los e venceram.
Objetivo:
avaliar a taxas de percepção de assédio contra cirurgiãs como causa de dificuldade e sentimentos negativos relacionados com a especialidade.
Método:
pesquisa, quantitativa e qualitativa (relatos pessoais), realizada por meio de questionário via Google Forms® enviado para todas as cirurgiãs registradas no Colégio Brasileiro de Cirurgiões e em grupo WhatsApp de cirurgiãs. A análise qualitativa foi feita com o aplicativo Wordle®.
Resultados:
Foram enviados 821 questionários e obtidas 232 respostas (28,2%). A percepção de assédio durante o treinamento foi de 49.1% (n=114). As cirurgiãs com percepção de assédio foram estatisticamente aquelas que reportaram ter tido treinamento diferente do que ansiavam (56,1%) (p<0,001). O quesito tratamento distinto por ser mulher também impactou na percepção do assédio (77,2% assediadas vs 47,5%; p<0,001). Ameaça física (42,1% vs 6,8%) e emocional (92,1% vs 39,8%) também foram distintas entre os grupos.
Conclusão:
cirurgiãs ainda reportam grande percepção de assédio moral e sexual, o que impacta na forma de encarar a profissão.
Palavras-chave:
Cirurgia; Mulheres; Identidade de Gênero; Preconceito