Disfagia em idosos em instituições de longa permanência - revisão sistemática da literatura

Comentário realizado sobre artigo “Disfagia em idosos em instituições de longa permanência - revisão sistemática da literatura”, elaborado por mim Menezes EC, Santos BP, Andrade MJC. Revista CEFAC. 2018;20(1): 123-30, teve objetivo de revisar aspectos da disfagia e indicadores de risco na deglutição em idosos. O estudo buscou verificar na literatura, por meio de uma revisão sistemática, as condições alimentares dos idosos matriculados em instituições de longa permanência, considerando os cuidados gerais e os agentes potencializadores da disfagia nessa população.

Primeiramente, peço desculpas, pela falta de clareza em relação aos aspectos metodológicos do trabalho. Pontuarei as questões/demandas apresentadas na carta aos editores a seguir:

1. Os descritores utilizados foram em inglês e em português, mas é comum em publicações não apresentar descritores em português, como também os sinônimos que são utilizados para realizar a pesquisa. Informo que os descritores em português foram: geriatria, envelhecimento, deglutição e desordens da deglutição.

2. Seguiu-se os princípios de revisões sistemáticas, em que “apenas estudos com níveis de evidência 1 e 2 devem ser selecionados”.

3. Quanto à colocação dos prezados autores de que não há desfechos de interesse, a fim de esclarecer, informo que os desfechos foram pontuar fatores de risco a disfagia em idoso em instituições de longa permanência, citados anteriormente na introdução do artigo intitulado em questão, Disfagia em idosos em instituições de longa permanência - revisão sistemática da literatura:

1. o comportamento do idoso,

2. alterações dentárias,

3. consistência inadequada do alimento,

4. a postura e posicionamento inadequado durante a alimentação,

5. oferta rápida do alimento pelo cuidador,

6. alterações cognitivas, neurológicas, físicas e ambientais,

7. falta de higiene oral adequada.

A este ponto, na revisão de literatura e conclusão, saliento que os fatores de risco preponderantes ao favorecimento da disfagia nos estudos selecionados foram a falta de higiene oral adequada, a postura inadequada durante a alimentação e o método de oferta. Por isso, incluiu-se os estudos realizados com questionário para gerentes ou funcionários, mas foram incluídos estudos com população idosa, já que os desfechos são os fatores de risco à disfagia no idoso^1-3, estudos com aplicação de questionário estão descritos a seguir:

• Furkim AM, Duarte ST, Hildebrandt PT, Rodrigues KA. The asylum as worsening factor for dysphagia. Rev. CEFAC. 2010;12(6):954-63.

• de Oliveira JP, Marcolino JF, de Andrade MS. A formação do cuidador de idosos institucionalizados: Ênfase na rotina de alimentação. Estudos interdisciplinares sobre o envelhecimento. 2011;16(2):199-214.

Por ser um estudo de fatores de risco à disfagia no idoso, considero que, seguiu-se uma linearidade, a fim de pontuar aspectos importantes sobre a dinâmica das instituições de longa-permanência. Por fim, as considerações apresentadas na carta ao editor são de grande importância, demonstrando a necessidade de haver mais rigor no desenvolvimento de revisões sistemáticas futuras, incluindo o procedimento de registro no Prospero (International Prospective Register of Systematic Reviews).

References

• ¹
  Furkim AM, Duarte ST, Hildebrandt PT, Rodrigues KA. A instituição asilar como fator potencializador da disfagia. Rev. CEFAC. 2010;12(6):954-63.
• ²
  Pace CC, McCullough GH. The association between oral microorgansims and aspiration pneumonia in the institutionalized elderly: review and recommendations. Springer Science Business Media. 2010;25(4):307-22
• ³
  Oliveira JP, Marcolino JF, de Andrade MS. A formação do cuidador de idosos institucionalizados: Ênfase na rotina de alimentação. Estudos interdisciplinares sobre o envelhecimento. 2011;16(2):199-214.

Datas de Publicação

• Publicação nesta coleção
  08 Abr 2019
• Data do Fascículo
  2019

Histórico

• Recebido
  05 Dez 2018
• Aceito
  08 Jan 2019