Acessibilidade / Reportar erro

Da contabilidade de custos à gestão estratégica de custos

EDITORIAL

Da contabilidade de custos à gestão estratégica de custos

Na evolução dialética tese-antítese-síntese, a Nova Economia Institucional veio aperfeiçoar a Teoria Neoclássica da firma, trazendo consigo, entre outros artefatos, a Teoria das Organizações Industriais e a Economia de Custo de Transação. No contexto dessas novas abordagens, a Gestão Estratégica de Custos vem provocando importantes transformações.

À clássica separação dos custos em fixos e variáveis em relação ao volume de produção, a GEC soma o reconhecimento de que vários outros fatores, além do volume, interagem de forma complexa para explicar a variabilidade dos custos. A análise, gestão e mensuração de custos passam então a requerer uma visão mais ampla, por meio de direcionadores.

À clássica segregação dos custos de produção em diretos e indiretos em relação aos produtos, a GEC soma o reconhecimento de que sorrateiros são os custos de overhead, que se insinuam e se avolumam tanto na produção como na administração. Novamente, para medir e administrar esse novo vilão, uma nova visão e postura fazem-se necessárias.

O clássico Custo Padrão, nascido na segunda metade do Século XIX para planejamento e controle de custos de produtos de longo ciclo de vida, tende a ser substituído, no Século XXI, pelo Custo Alvo.

O clássico custo unitário médio do produto, apurado a cada período contábil – cuja existência os fundamentalistas sempre negaram – tende a ser substituído pelo custo total do produto ao longo de todo o seu – agora curto – ciclo de vida. Chegaram ao paraíso?

À clássica e limitada visão dos custos da empresa, a GEC soma a análise de custos da cadeia de valor e a gestão de custos interorganizacionais. Daí surge uma nova unidade de natureza econômico-contábil ainda carente de estudos e pesquisas.

À clássica demonstração de custos por natureza e por centros de custos, a GEC acrescenta o reporte de custos por atividades, separando as que adicionam das que não adicionam valor.

Da clássica e limitada visão dos custos apenas da empresa passa-se à análise do custo dos principais concorrentes.

Vê-se, portanto, que a Gestão Estratégica de Custos configura-se como um novo e promissor campo para pesquisas, como já vislumbrava Nakagawa há quase quinze anos atrás.

Welington Rocha

Professor do Departamento de Contabilidade e Atuária da FEA-USP

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    06 Maio 2008
  • Data do Fascículo
    Abr 2007
Universidade de São Paulo, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Departamento de Contabilidade e Atuária Av. Prof. Luciano Gualberto, 908 - prédio 3 - sala 118, 05508 - 010 São Paulo - SP - Brasil, Tel.: (55 11) 2648-6320, Tel.: (55 11) 2648-6321, Fax: (55 11) 3813-0120 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: recont@usp.br