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Abordagem direta para avaliar o ajuste de risco de acordo com a IFRS 17* * Thiago Signorelli e César Neves agradecem à Superintendência de Seguros Privados (Susep) pelo apoio à realização desta pesquisa. Carlos Heitor Campani agradece às seguintes instituições brasileiras pelo apoio financeiro à sua pesquisa: Cátedra de Pesquisa Brasilprev, Escola de Negócios e Seguros (ENS), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) e Quantum Finance (Provedor de Dados).

RESUMO

Este estudo tem por objetivo desenvolver um método que possa ser adotado por seguradoras para avaliar o ajuste de risco para os riscos não financeiros (AR) exigido pela Norma Internacional de Contabilidade 17 (IFRS 17). Diferentemente de outros métodos, o método aqui proposto retorna diretamente o AR para cada passivo relacionado com um grupo de contratos de seguro: cobertura remanescente e sinistros ocorridos. Além disso, cada parte do AR é alocada corretamente ao passivo atuarial correspondente, o que constitui uma vantagem diante dos demais métodos. O método segue as diretrizes da IFRS 17 e contribui com a padronização das práticas contábeis das seguradoras no mundo inteiro, aumentando assim o grau de comparabilidade entre as demonstrações financeiras nas diferentes jurisdições. Este estudo deve ser considerado relevante pelas companhias de seguros, pelos supervisores e reguladores do mercado de seguros e pela maioria dos profissionais envolvidos. O método se vale da teoria do risco coletivo e da técnica de simulação de Monte Carlo para ajustar as distribuições probabilísticas adotadas para calcular dois diferentes fatores de carregamento que, quando aplicados ao valor contábil dos prêmios não ganhos e ao valor presente esperado dos sinistros ocorridos, resultam diretamente no AR para cada passivo relacionado com um grupo de contratos de seguro: coberturas remanescentes e sinistros ocorridos. Nossos resultados mostram que, para carteiras de grande porte, vale o teorema do limite central e as distribuições usadas para avaliar os fatores de carregamento podem ser bem aproximadas pela distribuição normal. Adicionalmente, os valores obtidos para cada fator de carregamento são baixos, o que significa que o AR é relativamente baixo quando comparado ao valor contábil dos prêmios não ganhos e ao valor presente esperado dos sinistros ocorridos. Esse resultado se alinha à lei dos grandes números, que estabelece que, para carteiras de grande porte, o risco assumido pela seguradora se torna consideravelmente menor, pois é mais fácil prever o comportamento dos sinistros futuros agregados.

Palavras-chave:
ajuste de risco; IFRS 17; provisões técnicas de seguros; teoria do risco coletivo; simulação de Monte Carlo

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