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Sentimento do investidor, incerteza econômica e política monetária no Brasil* * Trabalho apresentado no 7º Encontro Brasileiro de Economia e Finanças Comportamentais, São Paulo, SP, Brasil, novembro de 2020. ,** ** Os autores agradecem a Claudia Emiko Yoshinaga, Daniel Christian Henrique e aos participantes do 7º Encontro Brasileiro de Economia e Finanças Comportamentais por seus comentários e sugestões, e a Igor Bernardi Sonza pelas valiosas sugestões de leituras. Os autores também agradecem à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível de Superior (Capes) pelo suporte financeiro e à equipe editorial e aos revisores anônimos pelas excelentes contribuições que aprimoraram a redação e a qualidade deste artigo.

RESUMO

O objetivo da pesquisa é analisar como a incerteza econômica e a política monetária afetam o sentimento do investidor no Brasil. O sentimento do investidor é um elemento importante na literatura financeira, econômica e contábil, e seu impacto nos mercados financeiros é expressivamente documentado. Entretanto, compreender as variáveis que o afetam ainda é um importante desafio, e essa pesquisa procura explorar essa lacuna no contexto brasileiro. A pesquisa fornece evidências iniciais sobre o impacto da incerteza econômica e da política monetária sobre o sentimento do investidor no Brasil. Os achados aqui documentados fornecem contribuições teóricas, gerenciais e sociais, com possível impacto nas áreas de finanças, economia e contabilidade. Foram utilizados dados mensais de quatro mecanismos de transmissão da incerteza econômica e da política monetária (taxa de juros, taxa de câmbio, taxa de inflação e índice de incerteza econômica) e do índice de confiança do consumidor como proxy para sentimento do investidor (período de janeiro de 2006 a março de 2020), e estimado um modelo autorregressivo de defasagens distribuídas, capturando relações de curto e longo prazo entre as variáveis. Os resultados indicam que o sentimento do investidor é afetado pela incerteza econômica e pelos principais mecanismos de transmissão da política monetária em diferentes magnitudes e nos diferentes horizontes temporais. Essas evidências sugerem que investidores, formuladores de políticas e autoridades monetárias devem considerar o sentimento um sinal, seja para alteração em portfólios de investimentos, seja para antecipação dos rumos da economia. Ainda fornece subsídios para um maior enfoque da política econômica e monetária na Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF) recentemente adotada no Brasil.

Palavras-chave:
sentimento do investidor; incerteza econômica; política monetária; finanças comportamentais

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