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Preservação Digital desafios, requisitos, estratégias e produção científica

RESUMO

O objetivo do artigo foi prover uma visão ampla e reflexiva dos principais aspectos da preservação digital, a partir dos desafios indicados, dos requisitos reconhecidos e das estratégias analisadas pela comunidade científica. A metodologia adota pesquisa quanti-qualitativa e exploratória-descritiva, com revisão da literatura nacional e internacional dos últimos vinte um anos acerca da preservação digital, a fim de apoiar a apreensão de tendências e políticas do tema como aprofundar as discussões sobre as necessidades no arquivamento e preservação de conteúdos digitais a longo prazo. Analisa dados do levantamento bibliográfico de publicações científicas nas bases Scopus e Web of Science dos últimos cinco anos (2015-2019) que tratam do assunto “digital preservation”. Observa que dos métodos discutidos, orçamentos, custos e metadados para preservação e arquivamento da Web são temas emergentes e carentes de estudos na Ciência da Informação brasileira. Na produção científica internacional, o Brasil destaca-se pelas quantias de publicações indicando uma maduração do tema e pactuando com o avanço dos projetos nacionais, como a Rede Cariniana. Porém, temos demandas financeiras, humanas e tecnológicas que, unido às características das estratégias para preservação digital, expõem a utilidade das colaborações e dos tópicos nacionais pouco explorados.

PALAVRAS-CHAVE:
Preservação de documentos digitais; Objetos digitais; Estratégias de preservação digital; Levantamentos; Ciência da Informação; Preservação digital

ABSTRACT

The aim of this article is to provide a broad and reflective perspective on the main aspects of digital preservation, based on the challenges indicated, the recognized requirements and the strategies analyzed by the scientific community. The methodology adopts quantitative-qualitative and exploratory-descriptive research, with a review of the national and international literature of the last twenty-one years on digital preservation, in order to delineate the trends and policies on the theme as well as deepening the discussion on the needs for archiving and long-term preservation of digital content. Data is analyzed from the bibliographic survey of scientific publications indexed by Scopus and Web of Science from the last five years (2015-2019) that deal with the subject “digital preservation”. It was found that among the themes discussed, budgets, costs and metadata for preserving and Web archiving are emerging and studies lacking in Brazilian Information Science. In the international scientific output, Brazil stands out for publication quantity, indicating a maturation of the theme, coinciding with the advance of national projects, such as the Cariniana Network. However, we have financial, human and technological demands that, together with the characteristics of strategies for digital preservation, highlight the usefulness of collaborations and of little-explored national topics.

KEYWORDS:
Preservation of digital documents; Digital objects; Digital preservation strategies; Surveys; Information Sciences; Digital preservation

1 INTRODUÇÃO

As sociedades modernas são grandes produtoras e consumidoras de informação, consistindo num bem vital para o seu desenvolvimento cultural, econômico, político e de conhecimento. O uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) associado a World Wide Web proposta por Tim Berners-Lee em 1989 e a Internet, permitiu uma explosão informacional mundial com a rápida produção, disseminação e aquisição de recursos de informação digital, seja nas esferas públicas ou privadas. Contudo, a dinamicidade e a efemeridade dos ambientes digitais impõem perdas rápidas e definitivas de registros importantes disponíveis online, retratando um dos desafios globais do século XXI de garantir a preservação e o acesso contínuo à uma memória pessoal, corporativa e cultural digital.

Em reconhecimento a existência desses riscos, organizações de todo o mundo - em especial, instituições de patrimônio cultural e universidades - têm implementado técnicas e ferramentas para criação, gestão e preservação de materiais digitais acessíveis ao longo do tempo. No caso brasileiro, encontram-se políticas de preservação digital planejadas por Instituições de Ensino Superior (IES), tais como na Universidade Estadual de Campinas (2011) e na Universidade Estadual Paulista (2017). De modo similar estas universidades integram, também, a Rede Brasileira de Serviços de Preservação Digital (Cariniana)1 1 Disponível em: http://cariniana.ibict.br/index.php/inicio. Acesso em: 20 abr. 2020. , que foi criada em 2013 pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) no intuito de assegurar o acesso contínuo de documentos eletrônicos nacionais.

A preservação digital vêm sendo um tema de estudo da Ciência da Informação. Trata-se de um desafio complexo, inevitável e da atualidade nas publicações nacionais e internacionais da área, necessitando de análises e soluções inter/multidisciplinares. Como definição de preservação digital, Grácio, Fadel e Valentim (2013GRÁCIO, José Carlos Abbud; FADEL, Bárbara; VALENTIM, Marta Lígia Pomim. Preservação digital nas instituições de ensino superior: aspectos organizacionais, legais e técnicos. Perspect. ciênc. inf., Belo Horizonte, v. 18, n. 3, p. 111-129, jul./set. 2013. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pci/v18n3/08.pdf. Acesso em: 20 abr. 2020.
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, p. 113) interpretam que a preservação digital se refere à “[...] um processo de gestão organizacional que abrange várias atividades necessárias para garantir que um objeto digital possa ser acessado, recuperado e utilizado no futuro, a partir das TIC existentes na época e com garantias de autenticidade.”, julgando o conceito de autenticidade de um recurso/objeto digital ligado à salvaguarda do conteúdo informacional original de sua produção. A partir de Márdero Arellano (2008MÁRDERO ARELLANO, Miguel Ángel. Critérios para a preservação digital da informação científica. 2008. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) - Departamento de Ciência da Informação e Documentação, Universidade de Brasília, Brasília, 2008. Disponível em: http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/1518/1/2008_MiguelAngelMarderoArellano.pdf. Acesso em: 20 abr. 2020.
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) e Santos e Flores (2015SANTOS, Henrique Machado dos; FLORES, Daniel. Preservação de documentos arquivísticos digitais: reflexões sobre as estratégias de emulação. Encontros Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação, Florianópolis, SC, v. 20, n. 43, p. 3- 19, maio/ago. 2015. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/eb/article/view/15182924.2015v20n43p3/30007. Acesso em: 20 abr. 2020.
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), um objeto digital é qualquer tipo de arquivo em meio digital, o qual é representado em cadeias de bits (bitstream) e formado por estrutura lógica, conteúdo e estrutura de apresentação.

Diante disso, este trabalho tem por objetivo proporcionar uma visão ampla e reflexiva das principais questões da preservação digital, em que subsidie a compreensão de tendências e políticas acerca do tema como competência exigida aos profissionais em unidades de informação (BOERES, 2017BOERES, Sonia Araújo de Assis. Competências necessárias para equipes de profissionais de preservação digital. 2017. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) - Faculdade de Ciência da Informação, Universidade de Brasília, Brasília, 2017. Disponível em: http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/24354/1/2017_SoniaAraujodeAssisBoeres.pdf. Acesso em: 20 abr. 2020.
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) e, ainda, aprofunde as discussões sobre as necessidades de preservação digital para geração de novos conhecimentos e efetivação de estudos e ações futuras neste domínio. Consideramos que o entendimento de atualidades e interesses da comunidade científica de preservação digital permite a sinergia das abordagens estratégicas, institucionais e tecnológicas contemporâneas aos problemas vigentes e vindouros da gerência da preservação e acesso por longo prazo de informações digitais.

Para uma ideal estruturação do presente trabalho, dispomos com a descrição da metodologia adotada, seguido da exibição e debate dos resultados obtidos, que incluem os problemas, requisitos e estratégias de preservação digital descritos na literatura clássica e recente especializada, os dados recuperados em bases de dados científicas e as considerações finais sobre a pesquisa desenvolvida.

2 METODOLOGIA

Adotamos uma pesquisa quanti-qualitativa, de abordagem exploratória-descritiva (SILVA; MENEZES, 2005SILVA, Edna Lúcia da; MENEZES, Estera Muszkat. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. 4. ed. rev. e atual. Florianópolis, SC: Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), 2005. 139 p. Disponível em: https://projetos.inf.ufsc.br/arquivos/Metodologia_de_pesquisa_e_elaboracao_de_teses_e_diss ertacoes_4ed.pdf. Acesso em: 20 abr. 2020.
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), pautada na revisão da literatura específica nacional e internacional dos últimos vinte um anos sobre preservação digital; e na coleta e análise dos dados, disponíveis em bases de dados escolhidas, relativos à produção científica recente desse tema de investigação. As discussões do trabalho fornecem uma síntese da concepção atual de questões da preservação digital, partindo-se das principais dificuldades discernidas, dos critérios deste processo reconhecidos e das soluções estratégicas, políticas e tecnológicas exploradas pela comunidade de preservação digital, retratando o que tem sido articulado até o momento no arquivamento de conteúdos digitais em longo prazo.

Quanto aos procedimentos metodológicos, adotou-se o método bibliográfico (MARCONI; LAKATOS, 2017MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica. 8. ed. atual. São Paulo: Atlas, 2017. 368 p.; SEVERINO, 2016SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 24. ed. rev. e atual. São Paulo: Cortez, 2016. 320 p.) no qual foram levantadas publicações científicas do assunto ‘preservação digital’ na Scopus (Elsevier)2 2 Disponível em: https://www.elsevier.com/pt-br/solutions/scopus. Acesso em: 20 abr. 2020. , maior base de dados de resumos e citações da literatura com revisão por pares, e na Web of Science Coleção Principal (Clarivate Analytics)3 3 Disponível em: https://clarivate.com/webofsciencegroup/solutions/web-of-science/. Acesso em: 20 abr. 2020. , base de dados de publicações da mais alta qualidade e com maior impacto no mundo. Disponíveis via Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), ambas as bases de abrangência mundial, multidisciplinar e de referenciais com resumos e dados de citações oferecem também ferramentas bibliométricas para acompanhar, analisar e/ou visualizar pesquisas.

Como limitadores no levantamento bibliográfico realizado em 20 de março de 2020, usamos a pesquisa avançada (Advanced) com o termo “digital preservation” nos campos de título, resumo e palavras-chave (Title, Abstract, Keywords/Tópico), definimos as opções de filtro por atas/anais de conferências (conference/proceedings paper) e artigos de periódicos (article), publicados em língua portuguesa, inglesa e espanhola nos últimos cinco anos (20152019) a fim de obter um panorama mais recente das publicações sobre o tema através de fontes acadêmicas nacionais e internacionais com ritmo mais intenso de produção e validação científica. Na exploração e análise dos resultados, através do programa Microsoft Excel 2016 ilustramos com quantitativos da produção científica recente sobre preservação digital, destacando os pesquisadores mais produtivos, além das instituições, dos países e das áreas de pesquisa com o maior número de publicações neste período.

3 PRESERVAÇÃO DIGITAL: O DESAFIO PARA AS GERAÇÕES PRESENTES E FUTURAS

As principais dificuldades da preservação digital advêm das especificidades dos objetos que procura salvaguardar ao longo do tempo. Estes objetos digitais, nascidos digitais ou digitalizados, são suscetíveis às constantes alterações e a efemeridade dos meios onde são criados, transportados ou armazenados bem como a alta dependência de tecnologias de hardware, de software e de suporte para a sua reprodução que se tornam obsoletas com rapidez ou são danificadas fisicamente. Assim, essas particularidades resultam em refletir as questões de fidedignidade, autenticidade e integridade dos documentos digitais no seu gerenciamento, arquivamento e acesso utilizável por longo período. Através de Arquivo Nacional (2016) e Barbedo, Corujo e Sant’Ana (2011BARBEDO, Francisco; CORUJO, Luís; SANT’ANA, Mário. Recomendações para a produção de planos de preservação digital. Versão 2.1. Lisboa: Direção-Geral de Arquivos (DGARQ), nov. 2011. 111 p. Disponível em: http://arquivos.dglab.gov.pt/wpcontent/uploads/sites/16/2014/02/Recomend_producao_PPD_V2.1.pdf. Acesso em: 20 abr. 2020.
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), um documento digital autêntico constitui aquele que comprovamos ser o que significa ser e é isento de alterações não autorizadas; por sua vez, a integridade de um documento digital remete a guarda de plenitude e fixidade, onde são cruciais informações a serem registradas em metadados para identificação da proveniência e do contexto de criação e manutenção do documento ao longo do tempo. Santos e Flores (2014SANTOS, Henrique Machado dos; FLORES, Daniel. As estratégias de emulação como fundamento para a preservação de objetos digitais interativos: a garantia de acesso fidedigno em longo prazo. Informação Arquivística, Rio de Janeiro, v. 3, n. 1, p. 95-116, jan./jun. 2014. Disponível em: http://www.aaerj.org.br/ojs/index.php/informacaoarquivistica/article/view/79/34. Acesso em: 29 maio 2020.
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, p. 100) apontam que a fidedignidade de um documento “[...] está relacionada a sua custódia, desta forma o documento fidedigno deve ser capaz de atingir os mesmos efeitos de quando foi manifestado pela primeira vez, para atingir os mesmos efeitos a fidedignidade deverá incorporar qualidade de integridade e autenticidade.”

Diferentemente da preservação dos meios não digitais, os objetos digitais são facilmente capazes de dissociarem em seus elementos individuais dificultando mantê-los inteiramente. Pode-se, por exemplo, manter o conteúdo de um documento eletrônico, mas perder/adulterar seu leiaute pelas migrações contínuas ou, ainda, preservar a presença física (o arquivo de dados) de um objeto, porém deixar de manter sua capacidade de interpretação (BULLOCK, 1999BULLOCK, Alison. Preservation of digital information: issues and current status. Network Notes, National Library of Canada, Ottawa, n. 60, Apr. 1999. Disponível em: http://epe.lacbac.gc.ca/100/202/301/netnotes/netnotes-h/notes60.htm. Acesso em: 20 abr. 2020.
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; THOMAZ; SOARES, 2004THOMAZ, Katia de Padua; SOARES, Antonio José. A preservação digital e o modelo de referência Open Archival Information System (OAIS). DataGramaZero - Revista de Ciência da Informação, Rio de Janeiro, RJ, v. 5, n. 1, fev. 2004. Disponível em: http://www.brapci.inf.br/index.php/res/download/45229. Acesso em: 20 abr. 2020.
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). Isto posto, segundo Márdero Arellano (2008MÁRDERO ARELLANO, Miguel Ángel. Critérios para a preservação digital da informação científica. 2008. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) - Departamento de Ciência da Informação e Documentação, Universidade de Brasília, Brasília, 2008. Disponível em: http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/1518/1/2008_MiguelAngelMarderoArellano.pdf. Acesso em: 20 abr. 2020.
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, 2012), Baggio e Flores (2012BAGGIO, Claudia Carmem; FLORES, Daniel. Estratégias, critérios e políticas para preservação de documentos digitais em arquivos. Ci. Inf., Brasília, DF, v. 41, n. 2/3, p. 58-71, maio/dez. 2012. Disponível em: http://revista.ibict.br/ciinf/article/view/1336/1515. Acesso em: 20 abr. 2020.
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) e Innarelli (2009INNARELLI, Humberto Celeste. Preservação digital e seus dez mandamentos. In: SANTOS, Vanderlei Batista dos; INNARELLI, Humberto Celeste; SOUSA, Renato Tarciso Barbosa de. (org.). Arquivística: temas contemporâneos: classificação, preservação digital, gestão do conhecimento. 3. ed. Brasília, DF: Senac, 2009. p. 21-71., 2014), a preservação dos documentos digitais e eletrônicos requisita esforços específicos para manter as propriedades originais e a capacidade de servirem de registro e fonte de informação, haja vista suas fragilidades sobre a complexidade, os custos, a obsolescência tecnológica e a degradação física.

Agregam-se a estes problemas fundamentais da preservação digital, demais desafios de natureza gerencial, técnica, jurídica, política, econômica e social, dentre as quais ressaltamos conforme Quadro 1 abaixo:

Quadro 1
Alguns desafios da preservação digital

À vista dos desafios indicados, ainda que os objetos digitais incluam conteúdos dinâmicos, multimídia, funcionalidades e vantagens de transmissão, replicação e edição em ambientes digitais, suas complexidades trazem obstáculos para a preservação e a acessibilidade em longo prazo. Dos aspectos da preservação digital, são evidentes os amplos investimentos, as exigências jurídicas e as garantias de localização, contexto, autenticidade e integridade dos conteúdos digitais. Portanto, torna-se vital reconhecer os requisitos, as estratégias e os recursos tecnológicos existentes, descritos na literatura especializada, a serem considerados para esforços efetivos e exequíveis neste domínio.

4 OS REQUISITOS PARA A PRESERVAÇÃO DIGITAL, COM BASE NO MODELO DE REFERÊNCIA OAIS

A preservação digital exige o cumprimento de um conjunto mínimo de requisitos funcionais e não funcionais, com o objetivo de alcançar os resultados almejados. Das abordagens existentes, Bullock (1999BULLOCK, Alison. Preservation of digital information: issues and current status. Network Notes, National Library of Canada, Ottawa, n. 60, Apr. 1999. Disponível em: http://epe.lacbac.gc.ca/100/202/301/netnotes/netnotes-h/notes60.htm. Acesso em: 20 abr. 2020.
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), Formenton, Gracioso e Castro (2015FORMENTON, Danilo; GRACIOSO, Luciana de Souza; CASTRO, Fabiano Ferreira de. Revisitando a preservação digital na perspectiva da ciência da informação: aproximações conceituais. Rev. digit. bibliotecon. cienc. inf., Campinas, SP, v. 13, n. 1, p. 170-191, jan./abr. 2015. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rdbci/article/view/1587/pdf_91. Acesso em: 20 abr. 2020. doi:10.20396/rdbci.v13i1.1587
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), Thomaz (2004THOMAZ, Katia de Padua; SOARES, Antonio José. A preservação digital e o modelo de referência Open Archival Information System (OAIS). DataGramaZero - Revista de Ciência da Informação, Rio de Janeiro, RJ, v. 5, n. 1, fev. 2004. Disponível em: http://www.brapci.inf.br/index.php/res/download/45229. Acesso em: 20 abr. 2020.
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) e Thomaz e Soares (2004) identificam nove requisitos a serem analisados para a preservação de objetos digitais a longo prazo, enquanto que Innarelli (2009INNARELLI, Humberto Celeste. Preservação digital e seus dez mandamentos. In: SANTOS, Vanderlei Batista dos; INNARELLI, Humberto Celeste; SOUSA, Renato Tarciso Barbosa de. (org.). Arquivística: temas contemporâneos: classificação, preservação digital, gestão do conhecimento. 3. ed. Brasília, DF: Senac, 2009. p. 21-71., 2014) cita os princípios da preservação digital em dez mandamentos passíveis de interpretação e de aplicação conforme a realidade e a estrutura da organização; ambas propostas respaldadas no modelo de referência Open Archival Information System (OAIS).

A partir das considerações apontadas pelos autores mencionados, idealizamos um conjunto de cinco requisitos básicos para a preservação digital, que podem ser assim compreendidos:

  • Manter uma política de preservação - elaboração, implantação e manutenção de diretrizes, objetivos e métodos institucionais para o arquivamento das coleções digitais, abrangendo a delimitação clara dos tipos de informações ou de quais elementos do objeto digital serão selecionados, visto a natureza multimídia, hipertextual e dinâmica dos conteúdos digitais.

  • Garantir a fidedignidade, a autenticidade e a integridade - confiança de que o objeto digital acessado é justamente aquele que se busca, onde as prováveis alterações ou deslocamentos advindos de medidas de preservação pelas quais foi submetido (as migrações contínuas de suportes, formatos e versões, por exemplo), mantiveram a sua identificação e localização inequívoca e o seu conteúdo com leiaute e funcionalidades originais ao longo do tempo.

  • Manter o contexto - salvaguarda das dependências de hardware e software específicos que definem o objeto digital, das razões para sua produção, de seus modos de distribuição e das relações com demais objetos. De preferência, deve-se utilizar padrões e formatos abertos, estabelecidos no mercado e aceitos por órgãos oficiais nacionais e internacionais reconhecidos, que permita autonomia sobre desenvolvedores, fabricantes ou fornecedores para a análise das especificações dos formatos e o acesso às informações no arquivamento.

  • Manter a proveniência - identificação da origem ou fonte do objeto digital, sua cadeia de custódia e o detalhamento do histórico de alterações ocorridas, através dos metadados para preservação digital, com o intuito de comprovar ou garantir a autenticidade e a integridade do objeto digital e apoiar a sua reconstituição, consistência e persistência por longo prazo. Sobre a descrição de documentos eletrônicos, ressaltamos o formato Extensible Markup Language (XML) como um padrão aberto para produção, armazenamento e transferência de documentos por meio eletrônico, independente das plataformas operacionais e dos fabricantes de software, compreensível por diversas aplicações e autoexplicativo. Na preservação digital, a linguagem XML é considerada um tipo particular de migração, o qual enriquece informação sobre estruturas e significado, garante o encapsulamento dos metadados e das informações exigidas para interpretação dos objetos digitais originais e beneficia a interoperabilidade entre recursos de distintas áreas (MÁRDERO ARELLANO, 2008MÁRDERO ARELLANO, Miguel Ángel. Critérios para a preservação digital da informação científica. 2008. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) - Departamento de Ciência da Informação e Documentação, Universidade de Brasília, Brasília, 2008. Disponível em: http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/1518/1/2008_MiguelAngelMarderoArellano.pdf. Acesso em: 20 abr. 2020.
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    ).

  • Manter a recuperação - implantação e revisão assídua de uma política de backup ou cópia de segurança, que preze a replicação do objeto digital (e seus metadados) em local físico separado e o uso combinado de diferentes tipos de tecnologias de armazenamento, com o propósito de assegurar o acesso e a restauração confiável, integra e segura dos dados.

Em síntese, os cinco requisitos indicados a serem discutidos e adaptados pelas organizações comprometidas com a manutenção em longo prazo de informações digitais, objetivam, sobretudo, salvaguardar os objetos digitais e a capacidade de acesso contínuo e

utilizável aos seus conteúdos, refletindo assim os pressupostos das estratégias de preservação digital. Embora cada requisito tenha as suas particularidades, todos eles estão intrinsecamente associados e detêm como componentes-chave a construção da política de preservação e a elaboração dos metadados para preservação.

Dado o caráter geral, os requisitos descritos ainda são usados no trabalho como critérios de referência para conceber a preservação digital. No entanto, outros aspectos devem ser analisados na implementação deste processo, incorporando-os numa política de preservação digital, tais como a identificação das necessidades informacionais da comunidade usuária; a disposição de recursos financeiros, humanos e tecnológicos; os direitos e deveres éticos, morais e legais das várias partes envolvidas; e a aplicação de métodos e tecnologias para preservação das propriedades originais dos objetos digitais que sustentam a validade de sua confiabilidade, autenticidade e integridade. Além disso, estes requisitos também se baseiam no OAIS, um dos principais modelos de referência para padronização das atividades de preservação digital.

O OAIS ou Sistema Aberto de Arquivamento de Informação (SAAI) 4 4 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 15472: sistemas espaciais de dados e informações: modelo de referência para um sistema aberto de arquivamento de informação (SAAI), Rio de Janeiro: ABNT, 2007. , esquema conceitual que normaliza um sistema de repositório direcionado para a preservação e o acesso à informação digital em longo prazo, da International Organization for Standardization (ISO) e do Consultative Committee for Space Data Systems (CCSDS), defini um modelo funcional e de informação, o qual especificam as operações a serem feitas pelo sistema e as informações registradas por metadados requeridas para a representação dos materiais mantidos e o arquivamento digital de longo prazo.

Para solucionar os atuais problemas e desafios impostos pelo ambiente digital à preservação por longo prazo de objetos digitais e, juntamente, usufruir dos avanços científicos e das modernas aplicações ou ferramentas tecnológicas que disponibilizam, várias estratégias vêm sendo propostas para a preservação digital. É preciso entendê-las, explorando as suas capacidades e limitações.

5 ESTRATÉGIAS: SOLUÇÕES PARA OS DESAFIOS DA PRESERVAÇÃO DIGITAL

Bullock (1999BULLOCK, Alison. Preservation of digital information: issues and current status. Network Notes, National Library of Canada, Ottawa, n. 60, Apr. 1999. Disponível em: http://epe.lacbac.gc.ca/100/202/301/netnotes/netnotes-h/notes60.htm. Acesso em: 20 abr. 2020.
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) reuni as estratégias de preservação digital em dois tipos: as estratégias para tentar solucionar o problema da obsolescência tecnológica, abrangendo a migração, a transferência para suportes analógicos, a emulação e a preservação de tecnologia; e as estratégias para “assumir o controle”, compreendendo a adoção de padrões e de diretrizes, a documentação e a descrição dos recursos (metadados), a construção de parcerias e estabelecimento de infraestrutura. Pearson e Del Pozo (2009PEARSON, David; DEL POZO, Nick. Explaining pres actions: a working document. [Canberra]: National Library of Australia, Nov. 2009. 42 p. Disponível em: https://www.nla.gov.au/content/explaining-pres-actions-a-working-document. Acesso em: 20 abr. 2020.
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) ainda optam por ordenar as estratégias em ações de preservação primárias, que alteram diretamente os materiais digitais a serem preservados, como a migração; e as ações de preservação secundárias, o qual mudam a maneira como o material é acessado e como este acesso é preservado no decorrer do tempo, incluindo a emulação e a coleta e manutenção de um “museu tecnológico”. Por outro lado, Long (2009LONG, Andrew Stawowczyk. Long-term preservation of web archives: experimenting with emulation and migration methodologies. [S. l.]: International Internet Preservation Consortium (IIPC), Dec. 2009. 54 p. Disponível em: https://www.ltu.se/cms_fs/1.67312!/file/LongtermPresOfWebArchivesOsv.pdf. Acesso em: 20 abr. 2020.
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) divide as estratégias em termos de maiores chances de prover ao menos soluções parciais de preservação, isto é, as metodologias não sustentáveis em longo prazo, tal como os museus tecnológicos; e as que são sustentáveis por longo prazo, como a migração e a emulação. Independentemente da preservação de tecnologia e os museus tecnológicos terem designações distintas, neste trabalho julgaremos que ambos se tratam da mesma estratégia de preservação digital. Através de Long (2009) e Pearson e Del Pozo (2009), uma lista de prós e contras poderá ser obtida para consulta e investigação acerca da coleta e manutenção dependente do contexto tecnológico original de criação e uso de materiais digitais a serem preservados em curto prazo.

Em Santos e Flores (2017SANTOS, Henrique Machado dos; FLORES, Daniel. Os impactos da obsolescência tecnológica frente à preservação de documentos digitais. Brazilian Journal of Information Science: research trends, Marília, SP, v. 11, n. 2, p. 28-37, jun. 2017. Disponível em: http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/bjis/article/view/5550/4511. Acesso em: 20 abr. 2020.
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) as estratégias para preservação digital também estão organizadas por suas prioridades na preservação dos três níveis dos objetos digitais: nível físico (a integridade do hardware e do suporte), integrando o refrescamento ou recopia de conteúdos em suportes mais atuais; nível lógico (o software e a integridade da cadeia de bits original), englobando a emulação, a preservação de tecnologia e o encapsulamento ou reunião de tudo que seja requerido para o acesso e interpretação dos objetos; e nível conceitual (a representação visual do conteúdo interpretado por humanos), incluindo a migração. Conforme Márdero Arellano (2008MÁRDERO ARELLANO, Miguel Ángel. Critérios para a preservação digital da informação científica. 2008. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) - Departamento de Ciência da Informação e Documentação, Universidade de Brasília, Brasília, 2008. Disponível em: http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/1518/1/2008_MiguelAngelMarderoArellano.pdf. Acesso em: 20 abr. 2020.
http://repositorio.unb.br/bitstream/1048...
), Formenton, Gracioso e Castro (2015FORMENTON, Danilo; GRACIOSO, Luciana de Souza; CASTRO, Fabiano Ferreira de. Revisitando a preservação digital na perspectiva da ciência da informação: aproximações conceituais. Rev. digit. bibliotecon. cienc. inf., Campinas, SP, v. 13, n. 1, p. 170-191, jan./abr. 2015. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rdbci/article/view/1587/pdf_91. Acesso em: 20 abr. 2020. doi:10.20396/rdbci.v13i1.1587
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/in...
), Santos e Flores (2015, 2018), Thomaz (2004THOMAZ, Katia de Padua; SOARES, Antonio José. A preservação digital e o modelo de referência Open Archival Information System (OAIS). DataGramaZero - Revista de Ciência da Informação, Rio de Janeiro, RJ, v. 5, n. 1, fev. 2004. Disponível em: http://www.brapci.inf.br/index.php/res/download/45229. Acesso em: 20 abr. 2020.
http://www.brapci.inf.br/index.php/res/d...
) e Thomaz e Soares (2004) as diferentes estratégias de preservação digital podem ser usualmente agrupadas em: estratégias estruturais, que consistem nos investimentos iniciais advindos das instituições, a fim de construir um ambiente adequado para a preservação digital; e estratégias operacionais, o qual constituem as medidas reais de preservação física, lógica ou conceitual dos objetos digitais a serem executadas pelas respectivas organizações.

Baseando-se nesta categorização genérica, a seguir discutiremos algumas estratégias para a preservação digital atualmente mais adotadas, difundidas e/ou relatadas na literatura especializada.

5.1 Estratégias estruturais

a) Adoção de padrões abertos

A adoção e a conformidade com padrões abertos, seja para criação ou gestão de documentos digitais, propicia a redução dos efeitos da obsolescência tecnológica na preservação digital. Santos e Flores (2015SANTOS, Henrique Machado dos; FLORES, Daniel. Preservação de documentos arquivísticos digitais: reflexões sobre as estratégias de emulação. Encontros Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação, Florianópolis, SC, v. 20, n. 43, p. 3- 19, maio/ago. 2015. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/eb/article/view/15182924.2015v20n43p3/30007. Acesso em: 20 abr. 2020.
https://periodicos.ufsc.br/index.php/eb/...
, 2017) e Schäfer e Constante (2012SCHÄFER, Murilo Billig; CONSTANTE, Sônia Elisabete. Políticas e estratégias para a preservação da informação digital. Ponto de Acesso, Salvador, v. 6, n. 3, p. 108-140, dez. 2012. Disponível em: https://portalseer.ufba.br/index.php/revistaici/article/view/6449/4817. Acesso em: 20 abr. 2020.
https://portalseer.ufba.br/index.php/rev...
), considerando a migração dos padrões em caso de obsolescência e a restrição de formatos para armazenar os dados inferem que os padrões abertos e não proprietários possibilitam a reconstrução do software interpretador e a distribuição irrestrita, que assegura a não dependência por atualizações dos desenvolvedores para o acesso as informações e a reprogramação e adaptação do software em consenso com a política de preservação. Sobre exemplos de diretrizes para identificação dos formatos de arquivo digital confiáveis para preservação em longo prazo, podemos indicar as “Guidelines on File Formats for Transferring Information Resources of Enduring Value” da Library and Archives Canada (2015); e os “Long-term File Formats” dos National Archives of Australia (c2020).

Os padrões abertos para preservação digital e arquivamento são fixados por órgãos oficiais de normalização e consórcios internacionais, como a National Digital Stewardship Alliance (NDSA)5 5 Disponível em: https://ndsa.org/about/. Acesso em: 20 abr. 2020. , o World Wide Web Consortium (W3C)6 6 Disponível em: https://www.w3.org/Consortium/. Acesso em: 20 abr. 2020. , a ISO7 7 Disponível em: https://www.iso.org/about-us.html. Acesso em: 20 abr. 2020. e o International Internet Preservation Consortium (IIPC)8. A NDSA, lançada em 2010, é um consórcio de organizações envolvidas na preservação a longo prazo da informação digital, o qual as suas atividades ocorrem através de grupos de interesse e trabalho, como pesquisas sobre arquivamento da Web pelo Web Archiving Survey Working Group. O W3C, fundado em 1994, é uma comunidade internacional onde as organizações membros (o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR - NIC.br do Comitê Gestor da Internet no Brasil, por exemplo), uma equipe e o público trabalham para desenvolver padrões Web. Instaurada em 1947, a ISO é uma rede global de órgãos de normalização nacionais de 164 países (apenas um membro por país), tendo o Brasil a participação da ABNT, que define a norma internacional ISO 14721:2012 Space Data and Information Transfer Systems - OAIS. Formado em 2003 na Biblioteca Nacional da França, o IIPC dispõe da participação de várias organizações, tais como a Biblioteca Nacional do Chile e a Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, que se dedicam a criação de padrões e ferramentas para o arquivamento da Web.

b) Documentos de políticas e estratégias institucionais

O conjunto de documentos criados ao redor do mundo, através da iniciativa de instituições envolvidas com a preservação digital e de pesquisadores do tema, cedem diretrizes para o acertado desenvolvimento e implementação de políticas e estratégias de gestão de materiais digitais. Podem-se citar, como exemplo, as “Recomendações para a Produção de Planos de Preservação Digital” da Direção-Geral de Arquivos de Portugal (BARBEDO; CORUJO; SANT’ANA, 2011BARBEDO, Francisco; CORUJO, Luís; SANT’ANA, Mário. Recomendações para a produção de planos de preservação digital. Versão 2.1. Lisboa: Direção-Geral de Arquivos (DGARQ), nov. 2011. 111 p. Disponível em: http://arquivos.dglab.gov.pt/wpcontent/uploads/sites/16/2014/02/Recomend_producao_PPD_V2.1.pdf. Acesso em: 20 abr. 2020.
http://arquivos.dglab.gov.pt/wpcontent/u...
); e a “Política de Preservação Digital do Programa Permanente de Preservação e Acesso a Documentos Arquivísticos Digitais - AN Digital” do Arquivo Nacional (2016). Uma política de preservação digital, segundo Grácio (2012GRÁCIO, José Carlos Abbud. Preservação digital na gestão da informação: um modelo processual para as instituições de ensino superior. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2012. 214 p. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/113727/ISBN9788579833335.pdf?sequen ce=1&isAllowed=y. Acesso em: 20 abr. 2020.
https://repositorio.unesp.br/bitstream/h...
) e Grácio, Fadel e Valentim (2013), respalda-se em elementos distribuídos em três categorias: organizacional, incluindo elementos de gestão para fixação e estabilização institucional sobre a política e as medidas de preservação; legal, abrangendo normas institucionais e a legislação vigente a nível nacional e internacional; e técnico, envolvendo elementos sobre os fluxos, os processos e as medidas de preservação. Ademais, certos aspectos devem ser analisados na criação dessas políticas e estratégias, como entender e incorporar o contexto organizacional que irão existir (DIGITAL PRESERVATION COALITION, c2015).

c) Orçamentos e custos da preservação digital

O cálculo dos custos da preservação digital é uma atividade complexa e primordial para a determinação de práticas rentáveis e a justificação dos investimentos de recursos e despesas. Entre as questões de impacto para os custos a serem analisadas estão os recursos humanos (especialistas e equipe multidisciplinar de profissionais); a implantação, a operação e a manutenção das medidas de preservação; os recursos materiais; e a missão e os objetivos institucionais, com a inserção do tipo e do volume das coleções, dos níveis de preservação e de acesso definidos e o prazo proposto às ações (BARBEDO; CORUJO; SANT’ANA, 2011BARBEDO, Francisco; CORUJO, Luís; SANT’ANA, Mário. Recomendações para a produção de planos de preservação digital. Versão 2.1. Lisboa: Direção-Geral de Arquivos (DGARQ), nov. 2011. 111 p. Disponível em: http://arquivos.dglab.gov.pt/wpcontent/uploads/sites/16/2014/02/Recomend_producao_PPD_V2.1.pdf. Acesso em: 20 abr. 2020.
http://arquivos.dglab.gov.pt/wpcontent/u...
; DIGITAL PRESERVATION COALITION, c2015). Há ainda incertezas dos custos da preservação digital, onde a maioria dos estudos apontam para altas despesas envolvidas, como Boeres (2017BOERES, Sonia Araújo de Assis. Competências necessárias para equipes de profissionais de preservação digital. 2017. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) - Faculdade de Ciência da Informação, Universidade de Brasília, Brasília, 2017. Disponível em: http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/24354/1/2017_SoniaAraujodeAssisBoeres.pdf. Acesso em: 20 abr. 2020.
http://repositorio.unb.br/bitstream/1048...
), e alguns indicam o baixo custo deste processo em comparação a preservação de acervos tradicionais, como Andrade, Borges e Jambeiro (2006ANDRADE, Ricardo; BORGES, Jussara; JAMBEIRO, Othon. Digitalizando a memória de Salvador: nossos presente e passado têm futuro. Perspect. ciênc. inf., Belo Horizonte, v. 11, n. 2, p. 243-254, maio/ago. 2006. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pci/v11n2/v11n2a08.pdf. Acesso em: 20 abr. 2020.
http://www.scielo.br/pdf/pci/v11n2/v11n2...
).

d) Seleção para preservação digital e conformidade legal

Os volumes crescentes de informações criadas em ambientes digitais com suas restrições, dependências e relevância variável, tornam indispensável a seletividade daquilo em que o acesso será mantido para um certo fim e período. Conforme Boeres e Márdero Arellano (2005BOERES, Sonia Araújo de Assis; ARELLANO, Miguel Ángel Márdero. Políticas e estratégias de preservação de documentos digitais. In: ENCONTRO NACIONAL DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO - CINFORM, 6., 2005, Salvador, BA. Anais [...] Salvador, BA: UFBA, 2005. p. 1-15. Disponível em: http://www.cinformanteriores.ufba.br/vi_anais/docs/SoniaMiguelPreservacaoDigital.pdf. Acesso em: 20 abr. 2020.
http://www.cinformanteriores.ufba.br/vi_...
) e Grácio (2012GRÁCIO, José Carlos Abbud. Preservação digital na gestão da informação: um modelo processual para as instituições de ensino superior. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2012. 214 p. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/113727/ISBN9788579833335.pdf?sequen ce=1&isAllowed=y. Acesso em: 20 abr. 2020.
https://repositorio.unesp.br/bitstream/h...
), a preservação a longo prazo de tudo e para todos é inviável e nulo, assim uma política de preservação digital deverá definir critérios de seleção com base nos objetivos institucionais, nas necessidades acadêmicas e da sociedade e em termos de custo-benefício da preservação. Outra dificuldade colocada por Digital Preservation Coalition (c2015), envolve a legalidade na coleta, preservação e acesso aos materiais digitais geridos e armazenados, visto os deveres legais sobre a proteção/disposição de dados, os direitos autorais e os contratos de serviço, além da lei que muitas vezes também está atrasada quanto a mudança tecnológica e as demandas de preservação digital. No Brasil, destacamos a Lei nº 12.527, de 2011, que regula o direito de acesso dos cidadãos a informações produzidas ou sob a guarda de entidades públicas, como as IES; a Lei nº 9.610, de 1998, que defini os direitos autorais no país; a Lei nº 13.709, de 2018, que dispõe sobre a proteção de dados pessoais e o seu tratamento, inclusive em meios digitais; o Decreto nº 10.278, de 2020, que estabelece a técnica e os requisitos para a digitalização de documentos públicos ou privados; a resolução do Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ) nº 43, de 2015, que estabelece diretrizes para a implementação de repositórios arquivísticos digitais confiáveis; e a Lei nº 12.682, de 2012, que regula a elaboração e o arquivamento de documentos em meios eletromagnéticos.

e) Treinamento e desenvolvimento de pessoal

Como levantado por Farias, Araújo e Evangelista (2018FARIAS, Juliana Pinheiro; ARAÚJO, Luiza Martins de Santana; EVANGELISTA, Raimunda Lima. Percepções da importância da preservação digital. RICI: R.Ibero-amer. Ci. Inf., Brasília, DF, v. 11, n. 1, p. 200-218, jan./abr. 2018. Disponível em: http://periodicos.unb.br/index.php/RICI/article/view/8475/7062. Acesso em: 20 abr. 2020.
http://periodicos.unb.br/index.php/RICI/...
), as instituições da Rede Cariniana colocam a carência de recursos humanos, de pessoal especializado e de orçamento específico como fatores preponderantes na adoção das estratégias de preservação digital. Nesta perspectiva, é crucial um programa de treinamento de pessoal e de desenvolvimento profissional contínuo, que considere as diferentes habilidades para preservação e a definição clara das funções e responsabilidades das diversas partes interessadas, com garantias de sua implementação, aceitação e aprimoramento. Estas questões são notadamente discutidas em Boeres (2017BOERES, Sonia Araújo de Assis. Competências necessárias para equipes de profissionais de preservação digital. 2017. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) - Faculdade de Ciência da Informação, Universidade de Brasília, Brasília, 2017. Disponível em: http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/24354/1/2017_SoniaAraujodeAssisBoeres.pdf. Acesso em: 20 abr. 2020.
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) que, através das indicações de especialistas brasileiros e estrangeiros, identifica um conjunto de competências requeridas para equipes de profissionais de preservação digital em unidades de informação, entre as quais estão: o saber em gestão de dados digitais por longo prazo; e a compreensão acerca de confiabilidade, autenticidade e integridade dos registros, de tendências e de políticas de preservação digital. Das alternativas de treinamento, desenvolvimento e aprendizado das equipes estão o compartilhamento de informações e troca de pessoal com organizações similares, além de cursos de curta duração ou programas completos teóricos e práticos acerca da preservação digital, disponíveis presencialmente ou, ainda, na modalidade a distância e online (DIGITAL PRESERVATION COALITION, c2015).

f) Metadados para preservação digital

A adoção efetiva de padrões ou esquemas de metadados é um dos aspectos para a garantia da preservação digital, de modo a apoiar a gerência do arquivamento e manutenção do acesso contínuo de objetos digitais em ambientes informacionais, como repositórios e serviços de nuvem. Dos exemplos de padrões de metadados para preservação digital, estão: o Metadata Object Description Schema (MODS)8 8 Disponível em: http://netpreserve.org/about-us/. Acesso em: 20 abr. 2020. como esquema de metadados descritivos para serviços de biblioteca; o Metadata Encoding and Transmission Standard (METS)9 9 Disponível em: http://www.loc.gov/standards/mods/. Acesso em: 30 maio 2020. para codificação de metadados descritivos, administrativos e estruturais sobre objetos numa biblioteca digital; e o PREservation Metadata: Implementation Strategies (PREMIS) 10 10 Disponível em: http://www.loc.gov/standards/mets/. Acesso em: 30 maio 2020. para codificação, gerenciamento e intercâmbio de metadados de preservação entre sistemas de repositórios para preservação digital de longo prazo. Conforme Formenton et al. (2017FORMENTON, Danilo. et al. Os padrões de metadados como recursos tecnológicos para a garantia da preservação digital. Biblios, Pittsburgh, n. 68, p. 82-95, 2017. Disponível em: http://www.scielo.org.pe/pdf/biblios/n68/a06n68.pdf. Acesso em: 20 abr. 2020.
http://www.scielo.org.pe/pdf/biblios/n68...
) e Lavoie e Gartner (2013LAVOIE, Brian; GARTNER, Richard. Preservation metadata. 2nd edition. DPC Technology Watch Report, [s. l.], v. 13, n. 3, p. 1-36, May 2013. Disponível em: https://www.dpconline.org/docs/technology-watch-reports/894-dpctw13-03/file. Acesso em: 20 abr. 2020.
https://www.dpconline.org/docs/technolog...
), estes esquemas determinarão a identidade, a representação, a coesão e a persistência do objeto no repositório, com garantias de fidedignidade, autenticidade e integridade, além de definir a interoperabilidade entre sistemas. A interoperabilidade é “[...] a capacidade de vários sistemas com diferentes plataformas de hardware e software, estruturas de dados e interfaces, de trocar dados com perda mínima de conteúdo e funcionalidade.” (NATIONAL INFORMATION STANDARDS ORGANIZATION, c2004, p. 2, tradução nossa). Sobre padrões de metadados de preservação digital nos serviços em nuvem, Castro e Silveira (2018CASTRO, Fabiano Ferreira de; SILVEIRA, Júlio César Tauil. Mapeamento de padrões de metadados de preservação digital em cloud services. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO - ENANCIB, 19., 2018, Londrina, PR. Anais [...] Londrina, PR: UEL, 2018. p. 5183-5204. Disponível em: http://enancib.marilia.unesp.br/index.php/XIX_ENANCIB/xixenancib/paper/view/1003/1697. Acesso em: 20 abr. 2020.
http://enancib.marilia.unesp.br/index.ph...
) inferem que a temática se situa ainda pouco explorada na área da Ciência da Informação, seja a nível nacional ou internacional, mesmo com o uso crescente destes ambientes digitais no armazenamento de objetos digitais como estratégia na preservação de longo período para conter a obsolescência tecnológica.

g) Investimento e montagem de infraestrutura tecnológica

Uma factual preservação digital exige amplos investimentos em infraestrutura tecnológica para sustentação dos fluxos, processos e atividades de arquivamento dos materiais digitais. Tendo em vista o tratamento de quantias crescentes de dados, através de Boeres e Márdero Arellano (2005BOERES, Sonia Araújo de Assis; ARELLANO, Miguel Ángel Márdero. Políticas e estratégias de preservação de documentos digitais. In: ENCONTRO NACIONAL DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO - CINFORM, 6., 2005, Salvador, BA. Anais [...] Salvador, BA: UFBA, 2005. p. 1-15. Disponível em: http://www.cinformanteriores.ufba.br/vi_anais/docs/SoniaMiguelPreservacaoDigital.pdf. Acesso em: 20 abr. 2020.
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) e Digital Preservation Coalition (c2015), algumas instalações devem ser presumidas: os serviços em nuvem e os sistemas de armazenamento corporativo para a replicação dos dados mantidos; os sistemas de repositório digital fiáveis para armazenar, gerir e acessar a produção intelectual das IES no decorrer do tempo; e uma computação de alto desempenho para manipular dados grandes, sejam de pesquisa ou arquivos da Web. Nesta infraestrutura é cabível dois ambientes tecnológicos pois, para Grácio (2012GRÁCIO, José Carlos Abbud. Preservação digital na gestão da informação: um modelo processual para as instituições de ensino superior. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2012. 214 p. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/113727/ISBN9788579833335.pdf?sequen ce=1&isAllowed=y. Acesso em: 20 abr. 2020.
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), Grácio, Fadel e Valentim (2013) e Universidade Estadual Paulista (2017), deverá atender a preservação dos objetos (e seus metadados) e viabilizar o seu ideal acesso, busca e recuperação.

h) Formação de redes de colaboração

O sucesso na superação dos desafios da preservação digital requer uma maior colaboração entre organizações, equipes de profissionais e criadores de objetos digitais a serem mantidos. Por exemplo, o IBICT na criação da Rede Cariniana aderiu a Aliança Internacional LOCKSS para a preservação das publicações nacionais de acesso livre incluídas no Open Journal Systems (OJS) e no software DSpace, ensejando a troca de experiências com instituições ao redor do mundo unidas em demais redes colaborativas (MÁRDERO ARELLANO, 2012MÁRDERO ARELLANO, Miguel Ángel. Cariniana: uma rede nacional de preservação digital. Ci. Inf., Brasília, DF, v. 41, n. 1, p. 83-91, jan./abr. 2012. Disponível em: http://revista.ibict.br/ciinf/article/view/1354/1533. Acesso em: 20 abr. 2020.
http://revista.ibict.br/ciinf/article/vi...
). De fato, segundo Grácio (2012GRÁCIO, José Carlos Abbud. Preservação digital na gestão da informação: um modelo processual para as instituições de ensino superior. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2012. 214 p. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/113727/ISBN9788579833335.pdf?sequen ce=1&isAllowed=y. Acesso em: 20 abr. 2020.
https://repositorio.unesp.br/bitstream/h...
) e Grácio, Fadel e Valentim (2013), as iniciativas colaborativas incluem os atrativos da troca de saberes e de experiências como da padronização de estratégias institucionais em suporte à interoperabilidade dos objetos digitais entre sistemas. Todavia, estas medidas impõem flexibilidade no interior das estruturas organizacionais e implicam conflitos potenciais que podem se manifestar sob a forma de múltiplas agendas, prazos ou mecanismos de financiamento. Assim, julgando a preservação digital como um esforço global, vital e exequível, a chave da construção e manutenção das colaborações está no diálogo eficaz entre as partes interessadas, através do uso de termos e de linguagem inteligível por todos (DIGITAL PRESERVATION COALITION, c2015).

A primeira parte dessa seção do artigo dedicou-se nas principais estratégias estruturais propostas. A segunda parte irá discutir atuais estratégias operacionais de preservação digital.

5.2 Estratégias operacionais

a) Definição do meio de armazenamento

A preservação digital depende da escolha apropriada do meio de armazenamento de dados a longo prazo. Nas últimas décadas, o uso de mídias magnéticas e ópticas julgava critérios técnicos para a sua avaliação contínua, como os fatores citados em Brown (2008BROWN, Adrian. Selecting storage media for long-term preservation. The National Archives Digital Preservation Guidance Note 2, [London], Issue 2, p. 1-7, Aug. 2008. Disponível em: https://www.nationalarchives.gov.uk/documents/selecting-storage-media.pdf. Acesso em: 20 abr. 2020.
https://www.nationalarchives.gov.uk/docu...
) e Thomaz e Soares (2004THOMAZ, Katia de Padua; SOARES, Antonio José. A preservação digital e o modelo de referência Open Archival Information System (OAIS). DataGramaZero - Revista de Ciência da Informação, Rio de Janeiro, RJ, v. 5, n. 1, fev. 2004. Disponível em: http://www.brapci.inf.br/index.php/res/download/45229. Acesso em: 20 abr. 2020.
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): capacidade (de armazenamento, leitura etc.); obsolescência; padronização; viabilidade (de reter a integridade probatória etc.); custo; e outros. Porém, hoje fez-se mais comum o uso de sistemas de armazenamento local e/ou em nuvem resilientes (o DSpace11 11 Disponível em: https://www.loc.gov/standards/premis/. Acesso em: 30 maio 2020 , o Flexible Extensible Digital Object Repository Architecture - Fedora12 12 Disponível em: https://duraspace.org/dspace/about/. Acesso em: 20 abr. 2020. e o Lots of Copies Keep Stuff Safe - LOCKSS13 13 Disponível em: https://duraspace.org/fedora/about/. Acesso em: 20 abr. 2020. , por exemplo) apoiado em princípios, tais como de redundância e diversidade (o uso de várias cópias independentes de material digital armazenadas em diferentes localizações geográficas e o uso combinado de diferentes tipos de tecnologia de armazenamento, por exemplo), de fixidez, monitoração e reparo (o uso de somas de verificação para registro e monitoramento da integridade de cada cópia do material e o uso de outras cópias para criar uma substituição em caso de detecção de perda/corrupção, por exemplo) etc., para volumes crescentes de material digital a serem acessados, preservados e recuperados com facilidade, rapidez e maior precisão (DIGITAL PRESERVATION COALITION, c2015; SANTOS; FLORES, 2017SANTOS, Henrique Machado dos; FLORES, Daniel. Os impactos da obsolescência tecnológica frente à preservação de documentos digitais. Brazilian Journal of Information Science: research trends, Marília, SP, v. 11, n. 2, p. 28-37, jun. 2017. Disponível em: http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/bjis/article/view/5550/4511. Acesso em: 20 abr. 2020.
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).

O projeto DSpace é um software de código aberto desenvolvido pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts nos Estados Unidos e amplamente usado por organizações acadêmicas na criação de repositórios para preservação e acesso aberto a todo tipo de conteúdo digital. Lançado em 1998 e desenvolvido pelas Universidades da Virgínia e Cornell nos Estados Unidos, o projeto Fedora é um software de código aberto empregado na construção de sistemas de repositório para gerenciamento, disseminação, acesso e preservação de objetos digitais. Como uma iniciativa de preservação digital em operação desde 1999 sob os auspícios da Universidade Stanford nos Estados Unidos, o Programa LOCKSS oferece um software de repositório confiável e de código aberto elaborado para preservar publicações acadêmicas.

b) Migração

A migração é uma das estratégias mais adotadas na preservação de longo prazo. Através de Baggio e Flores (2012BAGGIO, Claudia Carmem; FLORES, Daniel. Estratégias, critérios e políticas para preservação de documentos digitais em arquivos. Ci. Inf., Brasília, DF, v. 41, n. 2/3, p. 58-71, maio/dez. 2012. Disponível em: http://revista.ibict.br/ciinf/article/view/1336/1515. Acesso em: 20 abr. 2020.
http://revista.ibict.br/ciinf/article/vi...
), Barbedo, Corujo e Sant’Ana (2011BARBEDO, Francisco; CORUJO, Luís; SANT’ANA, Mário. Recomendações para a produção de planos de preservação digital. Versão 2.1. Lisboa: Direção-Geral de Arquivos (DGARQ), nov. 2011. 111 p. Disponível em: http://arquivos.dglab.gov.pt/wpcontent/uploads/sites/16/2014/02/Recomend_producao_PPD_V2.1.pdf. Acesso em: 20 abr. 2020.
http://arquivos.dglab.gov.pt/wpcontent/u...
), Hedstrom (2001HEDSTROM, Margaret. Digital preservation: problems and prospects. Digital Library Network (DLnet), [s. l.], n. 20, Mar. 2001. Disponível em: http://www.dl.slis.tsukuba.ac.jp/DLjournal/No_20/1-hedstrom/1-hedstrom.html. Acesso em: 20 abr. 2020.
http://www.dl.slis.tsukuba.ac.jp/DLjourn...
) e Pearson e Del Pozo (2009PEARSON, David; DEL POZO, Nick. Explaining pres actions: a working document. [Canberra]: National Library of Australia, Nov. 2009. 42 p. Disponível em: https://www.nla.gov.au/content/explaining-pres-actions-a-working-document. Acesso em: 20 abr. 2020.
https://www.nla.gov.au/content/explainin...
) consiste em transferir objetos digitais de plataformas tecnológicas em vias de obsolescência, degradação física ou descontinuidade para outras mais novas, estáveis e padronizadas, assegurando a atualização/conversão de versões, formatos e suportes, a compatibilidade com tecnologias atuais e o acesso às informações. Contudo, para os autores as variações de migração intervêm na estrutura e conteúdo original do objeto, exigindo um plano contínuo e a apreensão, controle e documentação eficaz das alterações. Em Santos e Flores (2017SANTOS, Henrique Machado dos; FLORES, Daniel. Os impactos da obsolescência tecnológica frente à preservação de documentos digitais. Brazilian Journal of Information Science: research trends, Marília, SP, v. 11, n. 2, p. 28-37, jun. 2017. Disponível em: http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/bjis/article/view/5550/4511. Acesso em: 20 abr. 2020.
http://www2.marilia.unesp.br/revistas/in...
, 2018) e Schäfer e Constante (2012SCHÄFER, Murilo Billig; CONSTANTE, Sônia Elisabete. Políticas e estratégias para a preservação da informação digital. Ponto de Acesso, Salvador, v. 6, n. 3, p. 108-140, dez. 2012. Disponível em: https://portalseer.ufba.br/index.php/revistaici/article/view/6449/4817. Acesso em: 20 abr. 2020.
https://portalseer.ufba.br/index.php/rev...
) as constantes migrações podem ainda refletir em perda/adição de dados, falhas de representação fiel dos objetos complexos e incompatibilidades entre formatos de origem e destino, requerendo outras estratégias. Tido como um tipo de migração (SCHÄFER; CONSTANTE, 2012SCHÄFER, Murilo Billig; CONSTANTE, Sônia Elisabete. Políticas e estratégias para a preservação da informação digital. Ponto de Acesso, Salvador, v. 6, n. 3, p. 108-140, dez. 2012. Disponível em: https://portalseer.ufba.br/index.php/revistaici/article/view/6449/4817. Acesso em: 20 abr. 2020.
https://portalseer.ufba.br/index.php/rev...
), a estratégia de refrescamento, de acordo com Ferreira (2006FERREIRA, Miguel. Introdução à preservação digital: conceitos, estratégias e actuais consensos. Guimarães, Portugal: Escola de Engenharia da Universidade do Minho, 2006. 88 p. Disponível em: https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/5820/1/livro.pdf. Acesso em: 28 maio 2020.
https://repositorium.sdum.uminho.pt/bits...
, p. 33), apoia-se “[...] na transferência de informação de um suporte físico de armazenamento para outro mais actual antes que o primeiro se deteriore ou se torne irremediavelmente obsoleto.”, como um CD-ROM para a nuvem. Para informações não protegidas, este processo implica baixo grau de conhecimentos técnicos e de investimentos em equipamentos, porém o refrescamento somente soluciona os problemas de degradação física e de obsolescência dos suportes (BAGGIO; FLORES, 2012BAGGIO, Claudia Carmem; FLORES, Daniel. Estratégias, critérios e políticas para preservação de documentos digitais em arquivos. Ci. Inf., Brasília, DF, v. 41, n. 2/3, p. 58-71, maio/dez. 2012. Disponível em: http://revista.ibict.br/ciinf/article/view/1336/1515. Acesso em: 20 abr. 2020.
http://revista.ibict.br/ciinf/article/vi...
).

c) Transferência para suportes analógicos

A transferência para suportes analógicos de longa duração é um método a ser utilizado em última alternativa para o arquivamento das informações digitais. De acordo com Bullock (1999), Hedstrom (2001HEDSTROM, Margaret. Digital preservation: problems and prospects. Digital Library Network (DLnet), [s. l.], n. 20, Mar. 2001. Disponível em: http://www.dl.slis.tsukuba.ac.jp/DLjournal/No_20/1-hedstrom/1-hedstrom.html. Acesso em: 20 abr. 2020.
http://www.dl.slis.tsukuba.ac.jp/DLjourn...
) e Rothenberg (1999ROTHENBERG, Jeff. Avoiding technological quicksand: finding a viable technical foundation for digital preservation. A Report to the Council on Library and Information Resources. Washington, DC: Commission on Preservation and Access and Council on Library and Information Resources, Jan. 1999. 35 p. Disponível em: https://clir.wordpress.clir.org/wp-content/uploads/sites/6/pub77.pdf. Acesso em: 20 abr. 2020.
https://clir.wordpress.clir.org/wp-conte...
) a cópia impressa em papel fixa os objetos digitais simples como um todo, mantêm o conteúdo e, de certo modo, o leiaute, sendo uma ação paliativa, operosa e aplicável na ausência de uma infraestrutura tecnológica. Não obstante, os autores inferem que a impressão resulta na perda de funcionalidade interativa ou dinâmica e da forma original de objetos complexos restringindo a prática desta abordagem. Por isso, outra opção seria a estratégia híbrida de uso de cópias em microfilme como substitutos arquivísticos e da geração de cópias digitais pois, consoante Schäfer e Constante (2012SCHÄFER, Murilo Billig; CONSTANTE, Sônia Elisabete. Políticas e estratégias para a preservação da informação digital. Ponto de Acesso, Salvador, v. 6, n. 3, p. 108-140, dez. 2012. Disponível em: https://portalseer.ufba.br/index.php/revistaici/article/view/6449/4817. Acesso em: 20 abr. 2020.
https://portalseer.ufba.br/index.php/rev...
) e Thomaz e Soares (2004THOMAZ, Katia de Padua; SOARES, Antonio José. A preservação digital e o modelo de referência Open Archival Information System (OAIS). DataGramaZero - Revista de Ciência da Informação, Rio de Janeiro, RJ, v. 5, n. 1, fev. 2004. Disponível em: http://www.brapci.inf.br/index.php/res/download/45229. Acesso em: 20 abr. 2020.
http://www.brapci.inf.br/index.php/res/d...
), possibilita a reformatação dos documentos produzidos originalmente em papel e a melhoria da funcionalidade e da acessibilidade.

d) Emulação

A emulação propõe a criação e o uso de um emulador moderno que substitua e reproduza o comportamento de tecnologias de hardware e de software antigas e/ou obsoletas. Como observado em Barbedo, Corujo e Sant’Ana (2011BARBEDO, Francisco; CORUJO, Luís; SANT’ANA, Mário. Recomendações para a produção de planos de preservação digital. Versão 2.1. Lisboa: Direção-Geral de Arquivos (DGARQ), nov. 2011. 111 p. Disponível em: http://arquivos.dglab.gov.pt/wpcontent/uploads/sites/16/2014/02/Recomend_producao_PPD_V2.1.pdf. Acesso em: 20 abr. 2020.
http://arquivos.dglab.gov.pt/wpcontent/u...
), Long (2009LONG, Andrew Stawowczyk. Long-term preservation of web archives: experimenting with emulation and migration methodologies. [S. l.]: International Internet Preservation Consortium (IIPC), Dec. 2009. 54 p. Disponível em: https://www.ltu.se/cms_fs/1.67312!/file/LongtermPresOfWebArchivesOsv.pdf. Acesso em: 20 abr. 2020.
https://www.ltu.se/cms_fs/1.67312!/file/...
) e Rothenberg (1999ROTHENBERG, Jeff. Avoiding technological quicksand: finding a viable technical foundation for digital preservation. A Report to the Council on Library and Information Resources. Washington, DC: Commission on Preservation and Access and Council on Library and Information Resources, Jan. 1999. 35 p. Disponível em: https://clir.wordpress.clir.org/wp-content/uploads/sites/6/pub77.pdf. Acesso em: 20 abr. 2020.
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), este método mantêm o conteúdo e a visualização dos objetos digitais em seu formato nativo com leiaute e funcionalidade original, sendo livre da manutenção de plataformas e sistemas específicos e, também, útil quando há interesse na preservação do contexto tecnológico original dos objetos. Porém, os autores expõem que a emulação esta suscetível aos riscos da dependência e obsolescência dos emuladores e supõe limitações com o tempo na capacidade de representação fidedigna dos materiais. Assim, conforme Santos e Flores (2015SANTOS, Henrique Machado dos; FLORES, Daniel. Preservação de documentos arquivísticos digitais: reflexões sobre as estratégias de emulação. Encontros Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação, Florianópolis, SC, v. 20, n. 43, p. 3- 19, maio/ago. 2015. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/eb/article/view/15182924.2015v20n43p3/30007. Acesso em: 20 abr. 2020.
https://periodicos.ufsc.br/index.php/eb/...
), a emulação se aplica junto com o encapsulamento e em troca da conservação de tecnologia, tendo função em curto e médio prazo através de altos recursos técnicos e financeiros. Ferreira (2006FERREIRA, Miguel. Introdução à preservação digital: conceitos, estratégias e actuais consensos. Guimarães, Portugal: Escola de Engenharia da Universidade do Minho, 2006. 88 p. Disponível em: https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/5820/1/livro.pdf. Acesso em: 28 maio 2020.
https://repositorium.sdum.uminho.pt/bits...
, p. 43) explica que o encapsulamento se baseia “[...] em preservar, juntamente com o objecto digital, toda a informação necessária e suficiente para permitir o futuro desenvolvimento de conversores, visualizadores ou emuladores”. Tal estratégia possibilita preservar o formato original do objeto, contanto que acompanhado por instruções que concedam a interpretação dos formatos do documento como o conteúdo da informação (BAGGIO; FLORES, 2012BAGGIO, Claudia Carmem; FLORES, Daniel. Estratégias, critérios e políticas para preservação de documentos digitais em arquivos. Ci. Inf., Brasília, DF, v. 41, n. 2/3, p. 58-71, maio/dez. 2012. Disponível em: http://revista.ibict.br/ciinf/article/view/1336/1515. Acesso em: 20 abr. 2020.
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).

e) Conservação de tecnologia

A conservação de tecnologia trata-se de um método interino e de curto prazo. Baseado em Márdero Arellano (2008MÁRDERO ARELLANO, Miguel Ángel. Critérios para a preservação digital da informação científica. 2008. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) - Departamento de Ciência da Informação e Documentação, Universidade de Brasília, Brasília, 2008. Disponível em: http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/1518/1/2008_MiguelAngelMarderoArellano.pdf. Acesso em: 20 abr. 2020.
http://repositorio.unb.br/bitstream/1048...
), Bullock (1999BULLOCK, Alison. Preservation of digital information: issues and current status. Network Notes, National Library of Canada, Ottawa, n. 60, Apr. 1999. Disponível em: http://epe.lacbac.gc.ca/100/202/301/netnotes/netnotes-h/notes60.htm. Acesso em: 20 abr. 2020.
http://epe.lacbac.gc.ca/100/202/301/netn...
) e Santos e Flores (2017SANTOS, Henrique Machado dos; FLORES, Daniel. Os impactos da obsolescência tecnológica frente à preservação de documentos digitais. Brazilian Journal of Information Science: research trends, Marília, SP, v. 11, n. 2, p. 28-37, jun. 2017. Disponível em: http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/bjis/article/view/5550/4511. Acesso em: 20 abr. 2020.
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) envolve a manutenção do hardware e do software original de criação ou acesso aos objetos digitais a fim de disponibilizá-lo para uso. Para os autores esta estratégia mantêm o conteúdo e a visualização dos materiais digitais em seu formato nativo com leiaute e funcionalidade original, porém a criação de “museus” não reduz os efeitos da obsolescência tecnológica e requer condições de custo, espaço e suporte técnico de difícil operação, tornando o seu uso útil para objetos valiosos em formato proprietário e em software obsoleto. Um dos papéis possíveis dos “museus de computadores” na preservação digital, segundo Rothenberg (1999ROTHENBERG, Jeff. Avoiding technological quicksand: finding a viable technical foundation for digital preservation. A Report to the Council on Library and Information Resources. Washington, DC: Commission on Preservation and Access and Council on Library and Information Resources, Jan. 1999. 35 p. Disponível em: https://clir.wordpress.clir.org/wp-content/uploads/sites/6/pub77.pdf. Acesso em: 20 abr. 2020.
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), pode estar em efetuar esforços heroicos de recuperação de dados legíveis em mídias antigas e na verificação de emuladores cotejando seu comportamento com o de máquinas obsoletas salvas. Embora seja tida em declínio, a conservação de tecnologia ainda é utilizada por algumas organizações. Por exemplo, a Biblioteca Nacional da Austrália tem atuado na coleta de doações de hardwares e softwares obsoletos para comporem a sua coleção, a fim de apoiar a recuperação de dados valiosos em formatos digitais desatualizados com a aplicação de emuladores para a criação de ambientes virtuais que possibilitam o uso de tecnologias ultrapassadas (THORPE, 2015THORPE, Clarissa. Trash to treasure: retro computer, software collection helps national library access digital pieces. Australian Broadcasting Corporation (ABC) News, Sydney, 19 June 2015. Disponível em: https://www.abc.net.au/news/2015-06-20/collecting-retrocomputer-technology-to-save-digital-treasures/6560494. Acesso em: 20 abr. 2020.
https://www.abc.net.au/news/2015-06-20/c...
).

f) Arqueologia digital

A arqueologia digital é um método dispendioso e parcial de preservação. Como analisado em Baggio e Flores (2012BAGGIO, Claudia Carmem; FLORES, Daniel. Estratégias, critérios e políticas para preservação de documentos digitais em arquivos. Ci. Inf., Brasília, DF, v. 41, n. 2/3, p. 58-71, maio/dez. 2012. Disponível em: http://revista.ibict.br/ciinf/article/view/1336/1515. Acesso em: 20 abr. 2020.
http://revista.ibict.br/ciinf/article/vi...
), Hedstrom (2001HEDSTROM, Margaret. Digital preservation: problems and prospects. Digital Library Network (DLnet), [s. l.], n. 20, Mar. 2001. Disponível em: http://www.dl.slis.tsukuba.ac.jp/DLjournal/No_20/1-hedstrom/1-hedstrom.html. Acesso em: 20 abr. 2020.
http://www.dl.slis.tsukuba.ac.jp/DLjourn...
) e Schäfer e Constante (2012SCHÄFER, Murilo Billig; CONSTANTE, Sônia Elisabete. Políticas e estratégias para a preservação da informação digital. Ponto de Acesso, Salvador, v. 6, n. 3, p. 108-140, dez. 2012. Disponível em: https://portalseer.ufba.br/index.php/revistaici/article/view/6449/4817. Acesso em: 20 abr. 2020.
https://portalseer.ufba.br/index.php/rev...
) consiste no resgate de materiais digitais inacessíveis, seja pela obsolescência tecnológica e/ou pela degradação física do suporte, os quais não foram atendidos por outras estratégias ou ficaram carecidos de qualquer ação de preservação. Para os autores a arqueologia digital é indicada somente para situações em que a relevância das informações legitime os elevados custos do procedimento, uma vez que não existem garantias de recuperação, restauração e interpretação da plenitude dos dados que, dessa maneira, comprometem a definição da identidade, da integridade e do contexto do material recuperado. A título de exemplo, Galrão (2017GALRÃO, Ana Filomena. Estudo de caso em arqueologia digital: o gabinete da área de Sines. Páginas a&b, Porto, n. especial, p. 99-114, 2017. Disponível em: http://ojs.letras.up.pt/index.php/paginasaeb/article/view/2658/2446. Acesso em: 20 abr. 2020.
http://ojs.letras.up.pt/index.php/pagina...
) traz um caso prático de dados digitais submetidos à arqueologia digital, onde se constatou que apenas uma parte da documentação pôde ser somente interpretada.

g) Arquivamento da Web

O arquivamento da Web alude o processo de seleção e coleta, armazenamento, recuperação, acesso e preservação em longo prazo de conteúdos na Web. Através de Costa, Gomes e Silva (2017COSTA, Miguel; GOMES, Daniel; SILVA, Mário J. The evolution of web archiving. International Journal on Digital Libraries, [s. l.], v. 18, n. 3, p. 191-205, Sept. 2017. Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1007/s00799-016-0171-9. Acesso em: 20 abr. 2020.
https://link.springer.com/article/10.100...
) e Pennock (2013PENNOCK, Maureen. Web-Archiving. DPC Technology Watch Report, [s. l.], v. 13, n. 1, p. 1-45, Mar. 2013. Disponível em: https://www.dpconline.org/docs/technology-watchreports/865-dpctw13-01-pdf/file. Acesso em: 20 abr. 2020.
https://www.dpconline.org/docs/technolog...
), a execução destes métodos inclui se defrontar com algumas dificuldades, como o amplo volume de informações que são perdidas ou ficam indisponíveis rapidamente em sua forma original pela dinâmica da Web e as condições de legalidade e de licenças/permissões do proprietário do conteúdo. Para apoiar o avanço e a preservação da Web, iniciativas vêm sendo criadas no mundo (por exemplo, o Internet Archive14 14 Disponível em: https://www.lockss.org/about/why-lockss. Acesso em: 20 abr. 2020. e o Arquivo.pt15 15 Disponível em: https://archive.org/about/. Acesso em: 20 abr. 2020. ) como ferramentas e técnicas são desenvolvidas por consórcios, frisando o W3C e o IIPC. Criado em 1996, o Internet Archive é uma organização sem fins lucrativos que fornece acesso gratuito e universal a uma biblioteca digital de páginas Web, livros, textos, vídeos, músicas, imagens, softwares etc., através do seu website oficial e pela ferramenta Wayback Machine. O arquivo da Web portuguesa, iniciado em 2008, consiste numa infraestrutura que propicia a pesquisa e o acesso a páginas Web de Portugal arquivadas desde 1996, objetivando a preservação da informação publicada na Web para fins de investigação.

Na esfera nacional, de acordo com Rockembach e Pavão (2018ROCKEMBACH, Moises; PAVÃO, Caterina Marta Groposo. Políticas e tecnologias de preservação digital no arquivamento da web. RICI: R.Ibero-amer. Ci. Inf., Brasília, DF, v. 11, n. 1, p. 168-182, jan./abr. 2018. Disponível em: http://periodicos.unb.br/index.php/RICI/article/view/8473/7060. Acesso em: 20 abr. 2020.
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), o tema é atual na área da Ciência da Informação e não há ainda iniciativas sistematizadas, implicando a carência de uma memória cultural da Web brasileira às gerações presentes e futuras. Apesar de não haver iniciativas organizadas de arquivamento da Web no Brasil, nos últimos anos, grupos de pesquisa foram formados para investigar o tema, tal como o Núcleo de Pesquisa em Arquivamento da Web e Preservação Digital (NUAWEB)16 16 Disponível em: https://sobre.arquivo.pt/pt/ajuda/o-que-e-o-arquivo-pt/. Acesso em: 20 abr. 2020. da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação (FABICO) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

À vista das estratégias discutidas, observamos que não há soluções plenamente satisfatórias e definitivas quando aplicadas isoladamente, sendo necessário uma combinação de estratégias para a preservação digital. Não obstante, as estratégias operacionais trazem alterações nas propriedades originais dos objetos digitais que poderão suceder em perda significativa de dados no decorrer do tempo aos usuários finais ou, ainda, preveem restrições de acesso, uso e preservação de conteúdos atreladas a condições legais e a disposição de recursos financeiros, humanos e tecnológicos; o qual contrariam os princípios da preservação de longo prazo (em especial, garantir a fidedignidade, a autenticidade e a integridade, manter o contexto e a proveniência). Estas questões são potencializadas com a rápida obsolescência tecnológica e a crescente complexidade e interatividade dos objetos digitais, refletindo a urgência de maiores estudos, políticas e tecnologias padronizadas e em colaboração.

Assim, as estratégias estruturais (sobretudo, orçamentos e custos, metadados de preservação e formação de redes de relações) podem vir a mitigar os problemas supracitados. O uso de modelos para o cálculo de custos, como Boté, Fernandez-Feijoo e Ruiz (2013BOTÉ, Juanjo; FERNANDEZ-FEIJOO, Belen; RUIZ, Silvia. Digital preservation cost: a cost accounting approach. The Learning Organization, [s. l.], v. 20, n. 6, p. 419-432, Sept. 2013. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/263478773_Digital_preservation_cost_A_cost_acco unting_approach. Acesso em: 20 abr. 2020.
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) e Willer et al. (2008WILLER, Mirna. et al. Selective archiving of web resources: a study of processing costs. Program: electronic library and information systems, [s. l.], v. 42, n. 4, p. 341-364, Sept. 2008. Disponível em: https://www.emerald.com/insight/content/doi/10.1108/00330330810912043/full/html. Acesso em: 20 abr. 2020.
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), ajudam nas decisões sobre investimentos em preservação e o registro das alterações por metadados trazem garantias de que as perdas ocorridas não afetaram a confiabilidade, autenticidade e integridade dos materiais (e suas propriedades significativas); mas, são métodos carentes de estudos na Ciência da Informação nacional. Ademais, as parcerias colaborativas cedem respostas a falta de subsídios e a superação de entraves onde, através de Márdero Arellano (2012MÁRDERO ARELLANO, Miguel Ángel. Cariniana: uma rede nacional de preservação digital. Ci. Inf., Brasília, DF, v. 41, n. 1, p. 83-91, jan./abr. 2012. Disponível em: http://revista.ibict.br/ciinf/article/view/1354/1533. Acesso em: 20 abr. 2020.
http://revista.ibict.br/ciinf/article/vi...
) e Farias, Araújo e Evangelista (2018FARIAS, Juliana Pinheiro; ARAÚJO, Luiza Martins de Santana; EVANGELISTA, Raimunda Lima. Percepções da importância da preservação digital. RICI: R.Ibero-amer. Ci. Inf., Brasília, DF, v. 11, n. 1, p. 200-218, jan./abr. 2018. Disponível em: http://periodicos.unb.br/index.php/RICI/article/view/8475/7062. Acesso em: 20 abr. 2020.
http://periodicos.unb.br/index.php/RICI/...
), pode ser evidenciado pelo avanço expressivo da preservação digital na Rede Cariniana com o LOCKSS.

Considerando as publicações nas bases Scopus e Web of Science, a seguir apresentamos os somatórios da produção científica nos últimos anos sobre preservação digital, realçando os autores mais produtivos como as instituições, países e áreas de pesquisa com maior número de publicações.

6 ANÁLISE DAS PUBLICAÇÕES EM PRESERVAÇÃO DIGITAL NAS BASES SCOPUS E WEB OF SCIENCE

No levantamento bibliográfico da base Scopus, através dos procedimentos metodológicos descritos, foram recuperados 274 artigos (56,5%) e 211 anais de conferências (43,5%) totalizando 485 documentos. Quanto os autores que publicaram no período definido, os mais produtivos foram Efstratios Kontopoulos do Centro de Pesquisa e Tecnologia Hellas17 17 Disponível em: http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/1769372358627653. Acesso em: 20 abr. 2020. na Grécia e Michael L. Nelson da Universidade de Old Dominion nos Estados Unidos, com 9 publicações cada. As instituições que detêm maior produção científica são as Universidades de Illinois em Urbana-Champaign e de Old Dominion nos Estados Unidos e a Universidade de Toronto no Canadá, além disso, os países que mais publicaram foram o Reino Unido e, especialmente, os Estados Unidos como o Gráfico 1.

Gráfico 1
Número de publicações em “digital preservation” por país (2015-2019) na base Scopus

A Universidade de Old Dominion, membro do IIPC mediante Departamento de Ciência da Computação, ainda coordena junto ao Laboratório Nacional de Los Alamos dos Estados Unidos o Memento Framework (RFC 7089)18 18 Disponível em: https://www.certh.gr/root.en.aspx. Acesso em: 20 abr. 2020. e a ferramenta Time Travel19 19 Disponível em: https://tools.ietf.org/html/rfc7089. Acesso em: 20 abr. 2020. para busca de versões anteriores de websites armazenados em arquivos da Web, como Arquivo.pt e Internet Archive. Também parte das publicações da Universidade de Toronto afiliam-se a Faculdade de Informação que dispõe do Instituto de Curadoria Digital20 20 Disponível em: http://timetravel.mementoweb.org/. Acesso em: 20 abr. 2020. , uma unidade interdisciplinar de pesquisadores para investigação da preservação de recursos digitais. Das publicações do Reino Unido, se destaca as Universidades de Glasgow, de Edinburgh e de Cambridge, membros da Digital Preservation Coalition (DPC)21 21 Disponível em: http://dci.ischool.utoronto.ca/about-the-dci/. Acesso em: 20 abr. 2020. , uma organização associativa sem fins lucrativos fundada em 2002 e dedicada a preservação digital.

Reforçando a pesquisa de Rockembach e Pavão (2018ROCKEMBACH, Moises; PAVÃO, Caterina Marta Groposo. Políticas e tecnologias de preservação digital no arquivamento da web. RICI: R.Ibero-amer. Ci. Inf., Brasília, DF, v. 11, n. 1, p. 168-182, jan./abr. 2018. Disponível em: http://periodicos.unb.br/index.php/RICI/article/view/8473/7060. Acesso em: 20 abr. 2020.
http://periodicos.unb.br/index.php/RICI/...
), a multi e interdisciplinaridade da preservação digital também manifesta nos documentos recuperados, segundo exposto no Gráfico 2.

Gráfico 2
Distribuição das publicações em "digital preservation" por área de pesquisa (2015-2019) na base Scopus

Em vista disto, verificamos que as duas grandes áreas de pesquisa que estudam e publicam sobre o tema de preservação digital agrupam-se na Ciência da Computação e nas Ciências Sociais, junto de Artes e Humanidades, Engenharia, Matemática, Decision Sciences, Negócios, Gestão e Contabilidade, Earth and Planetary Sciences, Física e Astronomia, Ciência Ambiental e outras. Dos termos utilizados nas palavras-chave dos 485 documentos recuperados, foram 241 registros para “Digital Storage”, 25 registros para “Information Management”, 23 registros para “Metadata”, 17 registros para “Web Archiving”, 15 registros para “Digital Repository”, 12 registros para “OAIS” e 8 registros para “Collaboration”, reproduzindo parte dos aspectos do tema tratados neste trabalho.

Por sua vez, no levantamento bibliográfico da base Web of Science, através da metodologia descrita, foram recuperados 363 documentos. Sobre os autores que publicaram no período, os mais produtivos foram Michael L. Nelson e Michele C. Weigle, da Universidade de Old Dominion, com 8 e 6 publicações cada, respectivamente; e Daniel Flores, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) no Brasil, com 7 publicações. As duas grandes áreas de pesquisa que publicam acerca do tema concentram-se na Biblioteconomia e Ciência da Informação e na Ciência da Computação. As instituições que detêm maior produção científica são a Universidade de Old Dominion e a UFSM, e os países que mais publicaram foram o Brasil e, principalmente, os Estados Unidos como o Gráfico 3.

Gráfico 3
Número de publicações em "digital preservation" por país (2015-2019) na base Web of Science

As publicações dos Estados Unidos afiliam-se, sobretudo, a Universidade de Oklahoma em que mediante a Biblioteca de Direito Donald E. Pray participa da Legal Information Preservation Alliance (LIPA)22 22 Disponível em: https://www.dpconline.org/about. Acesso em: 20 abr. 2020. , um consórcio de bibliotecas criado em 2003 e dirigido a projetos de preservação de informações jurídicas impressas e eletrônicas. Por fim, nas publicações do Brasil, a sua maioria associa-se a UFSM e o IBICT, acompanhado da Universidade de Brasília (UnB), Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), da Universidade Federal de Goiás (UFG), dentre outras, instituições estas que configuram parte dos parceiros integrais da Rede Cariniana coordenada pelo próprio IBICT23 23 Disponível em: https://www.lipalliance.org/history-of-lipa. Acesso em: 20 abr. 2020. .

Diante dos resultados apresentados, vemos que nos últimos anos a produção científica sobre preservação digital se manteve em geral nos países desenvolvidos, considerando as limitações da representação de periódicos, áreas e países das bases de dados tratadas no presente trabalho. Ainda assim, países como o Brasil que, por sua vez, detêm as primeiras publicações sobre o tema no ano de 2007 e 2003 na Scopus e na Web of Science, nesta ordem, destaca-se pelas quantias notáveis de estudos nas Ciências Sociais (em especial, Biblioteconomia e Ciência da Informação). Reforçando Boeres (2017BOERES, Sonia Araújo de Assis. Competências necessárias para equipes de profissionais de preservação digital. 2017. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) - Faculdade de Ciência da Informação, Universidade de Brasília, Brasília, 2017. Disponível em: http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/24354/1/2017_SoniaAraujodeAssisBoeres.pdf. Acesso em: 20 abr. 2020.
http://repositorio.unb.br/bitstream/1048...
), os dados indicam uma maduração do tema (e sua relevância) no Brasil ante a maior solidez deste no exterior, condizendo com o crescimento de iniciativas nacionais onde, por exemplo, o uso do LOCKSS ensejou a aplicação de saberes teóricos em preservação digital (MÁRDERO ARELLANO, 2012MÁRDERO ARELLANO, Miguel Ángel. Cariniana: uma rede nacional de preservação digital. Ci. Inf., Brasília, DF, v. 41, n. 1, p. 83-91, jan./abr. 2012. Disponível em: http://revista.ibict.br/ciinf/article/view/1354/1533. Acesso em: 20 abr. 2020.
http://revista.ibict.br/ciinf/article/vi...
).

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao fornecer uma visão ampla e reflexiva das principais questões da preservação digital, a pesquisa realizada mostra um quadro atual de desafios, experiências e oportunidades entre instituições e profissionais envolvidos na produção, manutenção e gerenciamento de materiais digitais. Abrangendo diversos tipos de objetos digitais - textos, imagens, áudios, vídeos, softwares, jogos, conteúdos em mídias sociais, páginas da Web etc. - as estratégias para preservação digital, em resguardo a uma possibilidade de as gerações futuras terem pouco ou nenhum registro do século XXI (tido por Vint Cerf, um dos fundadores da Internet, como uma “idade das trevas digital”)24 24 Disponível em: http://cariniana.ibict.br/index.php/parceiros-da-rede/parceiros-integrais. Acesso em: 20 abr. 2020. , ainda apresentam um caráter relativamente insuficiente de conhecimentos e ensaios práticos na comunidade científica.

Apesar do destaque da Rede Cariniana em publicações obtidas nas bases de dados tratadas no trabalho, através do estudo de Farias, Araújo e Evangelista (2018FARIAS, Juliana Pinheiro; ARAÚJO, Luiza Martins de Santana; EVANGELISTA, Raimunda Lima. Percepções da importância da preservação digital. RICI: R.Ibero-amer. Ci. Inf., Brasília, DF, v. 11, n. 1, p. 200-218, jan./abr. 2018. Disponível em: http://periodicos.unb.br/index.php/RICI/article/view/8475/7062. Acesso em: 20 abr. 2020.
http://periodicos.unb.br/index.php/RICI/...
) observamos que a maioria das instituições parceiras da Rede não têm uma estimativa de crescimento das atividades e nem prospectiva de implementação de estratégias nos próximos anos em razão da falta de pessoal especializado, de orçamentos próprios e de apoio tecnológico. Unido a esta realidade, mesmo na condição de estar entre os países líderes no número de usuários em mídias sociais, como Twitter 26 e Facebook25 25 Disponível em: https://www.bbc.com/news/science-environment-31450389. Acesso em: 15 mar. 2020. , ou também de possuir em 2019 aproximadamente 149 milhões de usuários da Internet26 26 Disponível em: https://www.statista.com/statistics/242606/number-of-active-twitter-users-in-selectedcountries/. Acesso em: 20 abr. 2020. , constatamos a partir de Rockembach e Pavão (2018ROCKEMBACH, Moises; PAVÃO, Caterina Marta Groposo. Políticas e tecnologias de preservação digital no arquivamento da web. RICI: R.Ibero-amer. Ci. Inf., Brasília, DF, v. 11, n. 1, p. 168-182, jan./abr. 2018. Disponível em: http://periodicos.unb.br/index.php/RICI/article/view/8473/7060. Acesso em: 20 abr. 2020.
http://periodicos.unb.br/index.php/RICI/...
) que no Brasil o arquivamento da Web é um dos temas mais em ascensão e carente de ações efetivas e de estudos na Ciência da Informação.

Não obstante, outros temas relacionados à preservação digital constatados na pesquisa são hoje igualmente pouco analisados por esta grande área de pesquisa no panorama nacional, ou seja: o planejamento orçamentário e o cálculo dos custos aproximados para preservação, que trazem um entendimento sobre a viabilidade de investimentos e efetivação de cooperações ou terceirização; e os padrões de metadados de preservação, estruturas formais de descrição de recursos, que registram informações contextuais e de proveniência para que os conteúdos digitais sejam interpretados no presente e futuro. Ambos os temas são vitais na preservação digital de larga escala em arquivos da Web, sistemas etc., dado a alta produção de objetos complexos, heterogêneos e com dependências.

Em vista disso, com base nas discussões deste trabalho, propomos que além da urgência de maiores estudos nacionais da Ciência da Informação sobre preservação digital, as novas pesquisas poderiam focar as dificuldades e os tópicos pouco explorados identificados (especialmente, orçamentos, custos e metadados para preservação digital e arquivamento da Web), prevendo a ampliação de nossos saberes e experiências nesse domínio. Há que cuidar da conscientização da importância do processo aos que produzem, usam e acessam objetos digitais e do dever das partes interessadas em todo o ciclo de vida do objeto, como da definição de parâmetros para avaliação dos efeitos das abordagens de preservação vigentes (e o uso de emuladores, tecnologias de arquivamento etc.), no intuito de não cometermos um distanciamento dos princípios da preservação digital de longo prazo.

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  • JITA:

    JH. Digital preservation.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    18 Set 2023
  • Data do Fascículo
    2020

Histórico

  • Recebido
    22 Abr 2020
  • Aceito
    22 Maio 2020
  • Publicado
    09 Jun 2020
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