RESUMO
Introdução: O artigo investigou o perfil informacional de estudantes de cursos superiores, com foco em suas necessidades informacionais e o impacto do letramento informacional.
Objetivo: O objetivo foi identificar como essas necessidades podem ser atendidas para desenvolver estratégias eficazes de letramento.
Metodologia: a pesquisa foi realizada com alunos de Agroecologia e Física de uma instituição de ensino técnico e superior no Acre, por meio de questionários anônimos que coletaram dados sobre suas práticas de pesquisa e uso de fontes de informação.
Resultados: os resultados mostram que, embora muitos alunos conheçam ferramentas de busca como o Google Acadêmico, há um desconhecimento significativo sobre bases de dados especializadas e normas de citação, o que compromete a qualidade das pesquisas. A maioria dos alunos não está familiarizada com a avaliação crítica de fontes, habilidades essenciais no ambiente informacional contemporâneo.
Conclusão: no estudo conclui que há uma necessidade urgente de integrar o letramento informacional nos currículos acadêmicos. Treinamentos e oficinas são recomendados para capacitar os alunos a localizar, avaliar e usar informações de maneira crítica e ética. Diferenças entre os cursos destacam a importância de abordagens adaptadas às necessidades específicas de cada área de estudo. Investir no letramento informacional é crucial para preparar estudantes para desafios acadêmicos e profissionais, promovendo uma cultura de pesquisa que valoriza qualidade e ética.
PALAVRAS-CHAVE:
Competência informacional; Ensino; Pesquisa; Necessidade informacional; Fontes de informação
ABSTRACT
Introduction: This article investigated the information profile of higher education students, focusing on their information needs and the impact of information literacy.
Objective: The objective was to identify how these needs can be met to develop effective literacy strategies.
Methodology: The research was conducted with Agroecology and Physics students from a technical and higher education institution in Acre through anonymous questionnaires that collected data on their research practices and use of information sources.
Results: The results show that, although many students are familiar with search tools such as Google Scholar, there is a significant lack of knowledge about specialized databases and citation standards, which compromises the quality of research. Most students are not familiar with the critical evaluation of sources, essential skills in the contemporary information environment.
Conclusion: The study concludes that there is an urgent need to integrate information literacy into academic curricula. Training and workshops are recommended to enable students to locate, evaluate, and use information critically and ethically. Differences between courses highlight the importance of approaches tailored to the specific needs of each area of study. Investing in information literacy is crucial to preparing students for academic and professional challenges, promoting a research culture that values quality and ethics.
KEYWORDS:
Information literacy; Teaching; Research; Information needs; Sources of information
1 INTRODUÇÃO
A alfabetização e o letramento são conceitos amplamente reconhecidos, mesmo por aqueles que não têm formação na área educacional. Quando se fala em ser alfabetizado ou letrado, as pessoas intuitivamente associam essas ideias às habilidades de leitura e escrita. No entanto, o conceito de “letramento informacional” ainda é menos compreendido, mesmo entre profissionais da educação. Na era atual, caracterizada pela abundância de informações, os desafios enfrentados por aqueles que lidam com a gestão de informações, incluindo os bibliotecários, são cada vez mais complexos.
A biblioteconomia, com suas bases na interação com o mundo impresso ao longo dos séculos, tem se adaptado para organizar e facilitar o acesso à informação no ambiente digital. Essa evolução é fundamental, pois a crescente necessidade de compreensão do vasto universo informacional exige que os indivíduos adquiram habilidades para utilizar informações de forma autônoma e crítica. Nesse contexto, o letramento informacional surge como uma abordagem educacional essencial, permitindo que os estudantes desenvolvam competências necessárias para navegar pela complexidade da informação contemporânea (Campello, 2009a).
O letramento informacional representa um avanço significativo na função do bibliotecário, transformando seu papel de mero fornecedor de informações para um facilitador do aprendizado. Com a introdução de serviços de orientação em bibliotecas, os bibliotecários têm se empenhado em ajudar os usuários a entenderem a estrutura do ambiente informacional e a utilizarem as fontes disponíveis. Essa mudança de enfoque destaca a importância de desenvolver habilidades informacionais, em vez de simplesmente proporcionar acesso às informações.
Entretanto, observa-se que o ensino das habilidades de pesquisa muitas vezes se limita ao ingresso no ensino superior, o que pode ser insuficiente. Na "era da informação", em que a recuperação de dados é instantânea, é essencial que os alunos aprendam a discernir a origem e a qualidade dos conteúdos que consomem. Muitos estudantes chegam ao ensino superior sem as competências necessárias para realizar pesquisas eficazes, o que poderia ser mitigado através de uma maior ênfase na iniciação à pesquisa desde a educação básica (Lorenzetti; Delizoicov, 2001; Sasseron; Carvalho, 2011).
Diante desse panorama, a pesquisa buscou compreender as necessidades e os perfis informacionais dos alunos de dois cursos superiores, com o objetivo de identificar seu perfil e as necessidades informacionais para desenvolver estratégias eficazes de letramento informacional. A pergunta que norteou este trabalho foi: quais são as necessidades informacionais dos estudantes de cursos superiores e como o letramento informacional pode contribuir para atendê-las? A relevância deste estudo residiu na necessidade de sensibilizar e orientar os alunos a se tornarem pesquisadores críticos e eficientes, capazes de buscar e utilizar informações que atendam suas demandas acadêmicas.
A pesquisa sobre o perfil informacional dos estudantes foi conduzida por um profissional bibliotecário que atua na realização de treinamentos e minicursos voltados à normalização documentária da pesquisa científica e fontes de informação desde 2018. O público-alvo dessas atividades é composto, em sua maioria, por alunos que, ao concluírem o ensino médio, ingressam no ensino superior para cursar sua primeira graduação. Ao longo de sua trajetória profissional, o bibliotecário teve a oportunidade de acompanhar de perto o percurso acadêmico desses alunos, desde o início da pesquisa científica até a conclusão de seus cursos. Essa observação atenta possibilitou uma compreensão aprofundada das deficiências enfrentadas pelos estudantes, evidenciando a falta de conhecimento sobre como conduzir uma pesquisa eficaz e apropriada, o que está diretamente relacionado ao letramento informacional.
A carência de habilidades em pesquisa e escrita acadêmica não compromete apenas a qualidade dos trabalhos produzidos, mas também afeta a capacidade dos alunos de desenvolverem um pensamento crítico e analítico. A pesquisa científica exige não só a coleta de informações, mas também a habilidade de avaliar criticamente essas informações, discernindo entre fontes confiáveis e não confiáveis, além de aplicar corretamente as normas de citação e referência, aspectos fundamentais do letramento informacional.
Por meio da investigação das necessidades informacionais e do letramento informacional, associada a oficinas, minicursos e treinamentos, o objetivo é capacitar os alunos não apenas a localizar informações, mas também a questioná-las de maneira crítica. Esse processo de aprendizado não apenas enriquece a qualidade dos trabalhos acadêmicos, mas também desenvolve habilidades essenciais para a vida, como o pensamento crítico, o raciocínio rigoroso e a capacidade de expressar ideias de forma clara e fundamentada.
Essa sensibilização, que propõe ensinar e orientar desde o ensino básico, é um dos pontos chave para formar pesquisadores críticos e assertivos. A alfabetização científica, com ênfase no letramento informacional, constitui uma importante aliada na formação cidadã dos estudantes, pois visa à apropriação dos conhecimentos científicos por parte dos alunos (Araújo; Chesini; Rocha Filho, 2014). Portanto, investir em pesquisas que explorem o perfil informacional dos alunos e suas necessidades é fundamental para promover uma educação de qualidade, preparando-os para enfrentar os desafios da pesquisa científica e para se tornarem cidadãos críticos e informados, plenamente capacitados em letramento informacional.
2 NECESSIDADE E COMPORTAMENTO INFORMACIONAL
A necessidade e o comportamento informacional são conceitos inter-relacionados que descrevem como as pessoas buscam, acessam, avaliam e utilizam informações para atender às suas necessidades e objetivos. A seguir, apresentamos uma exploração mais detalhada desses conceitos, baseada em Martínez-Silveira e Oddone (2007).
A necessidade informacional refere-se à percepção de que um indivíduo precisa de informações para alcançar um objetivo ou resolver um problema. Essa necessidade pode emergir em diversos contextos, desde situações cotidianas, como a busca por receitas, até questões acadêmicas e profissionais, como a pesquisa para projetos. As motivações por trás dessas necessidades podem incluir curiosidade, aprendizado e resolução de problemas, tornando evidente a importância do letramento informacional na capacitação dos indivíduos para atender a essas demandas. O comportamento informacional abrange as ações que um indivíduo realiza para satisfazer suas necessidades informacionais. Este processo envolve a busca, obtenção, avaliação, uso e compartilhamento de informações, sendo influenciado por diversos fatores, como a disponibilidade de recursos, habilidades de pesquisa, preferências pessoais e a natureza da necessidade informacional.
A pesquisa em comportamento informacional, por sua vez, tem suas raízes na conferência da Royal Society de 1948 e, ao longo dos anos, produziu uma vasta quantidade de artigos e relatórios sobre as necessidades de informação e o comportamento de busca de informação. Entretanto, uma crítica constante é a falta de construção sobre pesquisas anteriores, o que impede a formação de um corpo acumulativo de teoria e achados empíricos. Wilson (1999) identifica três razões principais para essa situação: a adoção de métodos quantitativos inadequados, a ignorância dos trabalhos relacionados em áreas afins e a emergência tardia de modelos gerais de comportamento informacional.
Para embasar essa natureza subjetiva da necessidade, é apresentada a teoria de Maslow (1943) em seu artigo intitulado “Uma teoria da motivação humana”. Maslow propõe que as necessidades humanas estão organizadas em uma hierarquia, onde as necessidades básicas, como as fisiológicas e de segurança, devem ser atendidas antes que as necessidades superiores, como amor, estima e autorrealização, possam se manifestar. O autor enfatiza a relevância da autorrealização, que representa um estado de plenitude e harmonia com o mundo, destacando que a sociedade, ao priorizar a escassez e a competição, dificulta a conquista desse estado. Assim, a obra de Maslow (1943) oferece uma perspectiva inspiradora sobre o potencial humano e a busca por uma vida significativa.
De acordo com Maslow (1943), a satisfação das necessidades permite a emergência de novas necessidades, e uma necessidade satisfeita deixa de ser um motivador ativo. As necessidades básicas são frequentemente inconscientes, mas ainda exercem uma influência significativa no comportamento. Ele argumenta que as necessidades humanas são organizadas em uma hierarquia, onde a satisfação de uma necessidade mais básica permite o surgimento de necessidades mais elevadas. Esse conceito é relevante para o letramento informacional, pois sugere que, à medida que as pessoas atendem suas necessidades informacionais básicas, podem buscar informações mais complexas e especializadas.
A adaptação de Barreto (1994) ao conceito da pirâmide de necessidades humanas de Maslow (1943) para explicar a demanda e a oferta de informação sugere que a informação deve ser estruturada e distribuída de acordo com as necessidades de diferentes níveis sociais. Barreto discute a relação temporal entre a acumulação de estoques de informação e a assimilação dessa informação pelo indivíduo, ressaltando que grandes volumes de informação podem comprometer a vivência cotidiana do conhecimento.
Observa-se que a demanda por informação varia conforme o estágio em que os indivíduos se encontram na pirâmide de necessidades. Barreto (1994) sugere que a demanda é mais intensa e diversificada nos níveis superiores da pirâmide, com a qualidade da informação exigida aumentando à medida que se sobe na pirâmide. Indivíduos em busca de autorrealização requerem informações mais complexas e especializadas. A base da pirâmide, embora tenha um maior número de indivíduos, apresenta uma demanda de informação mais básica e uniforme. À medida que se avança na pirâmide, o número de indivíduos diminui, mas a demanda torna-se mais específica e qualitativa.
A oferta de informação, ou seja, os estoques de informação, deve ser organizada para atender às demandas em seus diferentes níveis. Barreto (1994) propõe uma estrutura piramidal inversa para os estoques de informação, figura 1, onde a base da pirâmide inversa contém uma grande quantidade de informações básicas e de utilidade geral, acessíveis a um amplo público. O nível intermediário é composto por pequenos estoques de informações mais especializadas, destinadas a grupos com interesses e necessidades comuns, enquanto o topo da pirâmide inversa abriga estoques de informações altamente especializadas e restritas, acessíveis apenas a uma elite informacional com altas competências cognitivas e recursos.
A discussão de Barreto (1994) sobre a relação temporal entre a acumulação de estoques de informação e a assimilação dessa informação pelo indivíduo aborda um aspecto crucial da dinâmica da informação na sociedade contemporânea. O autor descreve a acumulação de estoques de informação como um processo contínuo e linear no tempo. Isso significa que, à medida que o tempo avança mais informações são coletadas, armazenadas e organizadas em bases de dados, bibliotecas, arquivos etc. A quantidade de informações acumuladas cresce exponencialmente, criando grandes repositórios de dados, impulsionados pelas necessidades de novidade, qualidade e abrangência dos estoques.
A demanda e o estoque de informação revelam a complexidade de equilibrar a oferta com as variadas necessidades dos indivíduos. Barreto (1994) destaca a importância de estratégias de distribuição que considerem as competências cognitivas e contextuais dos receptores, além da necessidade de infraestruturas informacionais que promovam a assimilação efetiva do conhecimento. Em última análise, a democratização da informação deve ir além do mero acesso, capacitando os indivíduos a transformarem informação em conhecimento significativo e libertador, alinhando-se ao objetivo maior do letramento informacional.
2.1 A importância do letramento informacional
O letramento informacional vai além do simples acesso à informação; trata-se de um conjunto de habilidades essenciais para identificar quando uma informação é necessária, assim como a capacidade de localizá-la, avaliá-la e utilizá-la de maneira apropriada. Em outras palavras, envolve saber como e onde buscar o conhecimento requerido (Campello, 2009a).
Historicamente, os bibliotecários desempenhavam o papel central de intermediários entre os usuários e as informações que buscavam. Entretanto, essa dinâmica tem mudado à medida que os usuários se tornam mais autônomos na identificação e no acesso às informações necessárias. Ao mesmo tempo, a explosão de recursos de informação eletrônica, como bases de dados de texto completo, repositórios institucionais e bibliotecas digitais, representa um desafio adicional para os bibliotecários (Garcia; Silva, 2005).
A questão que surge é se os usuários ainda necessitam de serviços de referência em bibliotecas digitais e de que forma esses serviços podem ser aprimorados para atender às demandas em constante evolução. Essa indagação é particularmente pertinente no contexto atual, em que a disponibilidade de informações online é vasta e os usuários têm acesso a uma variedade de recursos. Portanto, os profissionais da informação enfrentam o desafio de se adaptar às transformações tecnológicas e às necessidades dos usuários, mantendo um papel relevante na facilitação do acesso à informação (Garcia; Silva, 2005).
Outra perspectiva sobre a necessidade dos serviços de referência informacional foi apresentada por Camillo (2022) em sua dissertação de mestrado, onde ele destaca a possível exclusão de professores e alunos devido à falta de acesso à formação adequada em tecnologia, resultante da resistência dos educadores ao uso de ferramentas tecnológicas. Essa situação cria barreiras entre professores e alunos proficientes em tecnologia, gerando desigualdades. Camillo (2022) identifica a falta de habilidades de alguns professores em aproveitar o potencial dos alunos em relação às Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), o que pode levar à exclusão dos alunos, que acabam se desinteressando pelas aulas e recorrendo a práticas prejudiciais online. O autor defende a necessidade de abordar esses problemas com transparência e sinceridade, buscando desmistificar o uso das tecnologias digitais nas escolas e promovendo a inclusão e a aproximação entre estudantes e professores.
A jornada do letramento informacional inicia-se com o reconhecimento da necessidade de informação. Esse é o momento de conscientização em que um indivíduo identifica uma lacuna em seu conhecimento ou compreensão. Seja para a tomada de decisões, elaboração de projetos acadêmicos ou satisfação da curiosidade pessoal, reconhecer que existe algo que não se sabe é o primeiro passo crucial. Esse reconhecimento possibilita a formulação de perguntas pertinentes e orienta todo o processo subsequente de busca e avaliação de informações (Campello, 2009a).
Encontrar informação é apenas uma parte do desafio; a avaliação crítica é igualmente essencial. Dada a proliferação de desinformação e “fake news”, torna-se fundamental discernir a qualidade, relevância e confiabilidade das fontes. Ao avaliar uma informação, deve-se considerar sua origem, o propósito da publicação, possíveis vieses, atualidade e a precisão dos dados apresentados. Também é crucial cruzar informações de várias fontes para obter uma compreensão mais ampla e equilibrada de um tópico ou questão (Pires, 2012).
Em síntese, o letramento informacional serve como uma bússola em meio ao mar de informações que caracteriza o mundo moderno. Ele não apenas capacita os indivíduos a navegar com confiança e discernimento nesse cenário, mas também contribui para a construção de uma sociedade mais informada, crítica e, em última instância, democrática. À medida que avançamos na era digital, cultivar e aprimorar essas habilidades se tornará cada vez mais vital para cada cidadão.
Após localizar e avaliar a informação, o próximo passo é utilizá-la de maneira eficaz e ética. Isso implica integrar a informação de modo a atender à necessidade original, seja por meio da escrita, apresentação ou tomada de decisões. Além disso, o uso ético envolve o respeito aos direitos autorais, citando as fontes adequadamente e evitando o plágio. Reconhecimento, localização, avaliação e uso da informação constituem a base do letramento informacional (Brandão; Santos; Borges, 2020).
Com o advento das redes sociais e plataformas de compartilhamento, a velocidade e a abrangência com que as informações circulam aumentaram exponencialmente. Simultaneamente, observou-se um crescimento alarmante de notícias falsas. Estas muitas vezes são criadas deliberadamente para enganar, servindo a agendas políticas, econômicas ou sociais. Em outras situações, resultam de interpretações errôneas ou da falta de verificação. Devido ao seu caráter frequentemente sensacionalista, as “fake news” tendem a se espalhar rapidamente, causando confusão, medo e, em alguns casos, consequências reais e prejudiciais na vida das pessoas (Martínez-Silveira; Oddone, 2007).
Mello (2020) destaca em sua obra como a desinformação se propaga através de recursos de midialização, como a compra de engajamentos e práticas automatizadas de disparo em massa de mensagens. Uma das investigações centrais do livro do autor é a compra ilegal de pacotes de disparos em massa no WhatsApp por empresas nacionais e estrangeiras para beneficiar candidatos em épocas de eleição. Mello (2020) enfatiza a ilegalidade dessas práticas e argumenta que a sociedade está saindo da “Era da Informação” e entrando na “Era da Desinformação”, onde narrativas falsas influenciam as relações sociais fora do ambiente digital.
Portanto, em um mundo onde a informação é abundante, mas nem sempre correta, o letramento informacional se torna uma defesa essencial contra a maré de desinformação. Dominar as habilidades de discernir, avaliar e verificar informações é mais do que uma competência; é uma necessidade cívica para garantir uma sociedade informada e resistente às influências das “fake news”.
3 METODOLOGIA
A pesquisa foi conduzida em conformidade com os princípios éticos, assegurando a integridade e o bem-estar dos participantes. Todos foram informados sobre os objetivos, procedimentos, riscos e benefícios do estudo. A participação foi voluntária, garantindo o direito de se retirar a qualquer momento sem penalidades. O estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), com o CAAE: 69708623.5.0000.5010, que aprovou a pesquisa sob o Parecer nº 6.470.803. Todas as etapas seguiram as diretrizes éticas do CEP, incluindo o consentimento informado e a confidencialidade dos dados.
A coleta de dados ocorreu na cidade de Cruzeiro do Sul/AC. Inicialmente, considerou-se realizar a coleta com todos os alunos do ensino médio da cidade; no entanto, devido à dificuldade em alcançar um universo tão amplo, optou-se por focar em uma instituição de ensino técnico e superior, o Instituto Federal do Acre, localizado na região do Vale do Juruá. A pesquisa foi realizada com estudantes de graduação, especificamente 11 alunos do curso superior tecnólogo em agroecologia e 7 alunos do curso de licenciatura em física, todos em fase de elaboração do trabalho de conclusão de curso.
Para alcançar o objetivo geral da pesquisa, foi utilizado um questionário composto por 20 perguntas fechadas, o que possibilitou obter respostas mais precisas sobre a temática abordada. O questionário foi aplicado de forma anônima, sem a necessidade de identificação pessoal dos alunos, coletando apenas dados demográficos, como sexo, idade, município de residência e se moram na zona urbana ou rural. Essa abordagem impessoal, conforme afirmam Cervo e Bervian (2002, p. 48), confere aos respondentes uma maior confiança, permitindo a coleta de informações mais verídicas.
As respostas obtidas foram tratadas e analisadas quantitativamente, utilizando métodos estatísticos para identificar padrões e tendências nas práticas de pesquisa e nas fontes de informação utilizadas pelos estudantes. A análise buscou compreender como essas práticas se refletem nas transcrições de suas produções acadêmicas, contribuindo assim para um entendimento mais aprofundado do perfil informacional dos alunos em relação ao uso de fontes de informação em seus trabalhos. Essa abordagem permitiu a formulação de recomendações para melhorar o letramento informacional e a eficácia das práticas de pesquisa entre os estudantes.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A pesquisa envolveu 18 alunos, sendo 11 do curso Tecnólogo de Agroecologia e 7 da Licenciatura em Física. A composição de gênero é equilibrada, com 9 mulheres e 9 homens. A maioria dos participantes, 13 alunos, está na faixa etária de 19 a 25 anos, enquanto 2 alunos têm entre 26 e 30 anos e 3 estão acima de 30. Geograficamente, 14 alunos residem em Cruzeiro do Sul e 4 em Mâncio Lima, a aproximadamente 38 km do Instituto Federal. Em relação à localização, 11 moram na zona urbana e 7 na zona rural, sendo que apenas 1 aluno não possui acesso à internet em casa.
Os dados indicaram que, entre os 18 alunos questionados sobre conhecimento de fontes de informação, 13 estão familiarizados com o conceito, enquanto 5 não estão. Essa maioria (72%) demonstra um bom nível de alfabetização informacional, mas a ausência de familiaridade de 28% dos alunos representa um desafio acadêmico, especialmente considerando que quase metade dos alunos do curso de Agroecologia não compreende o que são fontes de informação.
É importante investigar as razões dessa falta de conhecimento, que podem incluir a ausência de ênfase no currículo ou diferenças nos recursos disponíveis. Há uma oportunidade de aprendizagem, não apenas por meio de treinamentos e oficinas, mas também incentivando a troca de conhecimentos entre os alunos. Aqueles que estão familiarizados podem ajudar os colegas, promovendo um ambiente colaborativo.
Além disso, o conhecimento sobre fontes de informação é crucial para bibliotecários, que precisam entender suas características e métodos de avaliação para selecionar as mais adequadas. A formação não deve se limitar ao reconhecimento das fontes, mas também incluir a avaliação crítica delas. Após o questionário, os alunos foram solicitados a indicar uma fonte de informação, sendo o Google a mais mencionada. Embora seja um motor de busca útil, é vital que os alunos aprendam a avaliar a credibilidade das informações encontradas, uma vez que o Google é uma fonte terciária que direciona para outras fontes, nem sempre confiável academicamente.
Os alunos também mencionaram a Internet como uma referência. A habilidade de discernir entre fontes confiáveis e não confiáveis é essencial, pois a internet é mais um mecanismo do que uma fonte de informação em si. O YouTube, uma plataforma de conteúdo gerado pelo usuário, oferece uma vasta gama de vídeos, mas a precisão e verificação das informações nem sempre são garantidas. Portanto, é crucial ensinar os alunos a identificar vídeos de fontes autorizadas e educativas.
Jornais e televisão, embora considerados fontes confiáveis, podem ser influenciados por viés editorial. As revistas científicas, embora mencionadas com menos frequência pelos alunos, são altamente confiáveis devido ao processo de revisão por pares, representando credibilidade para pesquisas acadêmicas. Os alunos devem aprender a identificar revistas respeitáveis e distinguir o tipo de pesquisa publicada.
Os livros, também pouco citados, oferecem informações aprofundadas e geralmente são confiáveis, mas podem se tornar desatualizados rapidamente. A relevância e atualidade devem ser consideradas ao utilizar livros como fontes.
Enfim, cada tipo de fonte possui suas vantagens e limitações. A alfabetização informacional vai além de encontrar informações; envolve a avaliação crítica dessas fontes, considerando o contexto, propósito, público-alvo, autoridade e credibilidade. É fundamental que educadores ensinem os alunos a não apenas localizar informações, mas também a pensar criticamente sobre as fontes e seu conteúdo. Campello, Cendón e Kremer (2000) destacam que o modelo tradicional de publicação enfrenta desafios com o avanço tecnológico, que oferece vantagens além das possibilidades da impressão, ao mesmo tempo em que reconhece as oportunidades e desafios da informação disponível na internet.
Todos os alunos entrevistados afirmaram saber o que são fake news, indicando um alto nível de consciência sobre o tema. No entanto, apenas 14 dos 18 alunos conseguiram descrever o que consideram fake news, definindo-as como informações falsas, distorcidas, manipuladas ou inventadas, e reconhecendo seu potencial para espalhar desinformação e influenciar negativamente a sociedade.
Em relação à identificação da confiabilidade de uma informação, 8 dos 11 alunos do curso de Agroecologia (72,7%) afirmaram saber como fazê-lo, enquanto 3 alunos (27,3%) disseram não saber. No curso de Física, apenas 2 dos 7 alunos (28,6%) afirmaram ter essa habilidade, enquanto 5 (71,4%) não souberam identificar informações confiáveis. Isso demonstra uma diferença significativa entre os cursos, com a maioria dos alunos de Agroecologia se sentindo capacitada, ao contrário da maioria em Física.
Embora a maioria dos alunos declare saber identificar informações confiáveis, é importante questionar a efetividade dessas habilidades. A simples afirmação de que se sabe identificar confiabilidade não garante que os alunos realmente possuam as competências necessárias, podendo alguns ter uma compreensão superficial ou confiança excessiva, o que resulta em erros na prática.
Os resultados ressaltaram a necessidade de promover o pensamento crítico, que deve ir além da avaliação de fontes e incluir a análise de argumentos, reconhecimento de vieses e tomada de decisões informadas. Há um trabalho considerável a ser feito para melhorar o letramento informacional e a capacidade de identificar informações confiáveis entre os alunos. Silva (2019b) destaca que a educação deve focar no desenvolvimento de habilidades que capacitem os alunos a questionar, investigar e validar informações, preparando-os para serem consumidores críticos em um ambiente saturado de desinformação.
Na análise das respostas dos 18 alunos sobre como identificam a confiabilidade da informação, apenas 11 conseguiram responder. Muitos ressaltaram a importância de avaliar a fonte, considerando-a um indicador de confiabilidade, embora nem todas as fontes sejam igualmente válidas. Outros alunos mencionaram a verificação de informações em várias fontes como uma estratégia eficaz, apesar de ser demorada e suscetível à repetição de desinformação.
Além disso, alguns alunos avaliaram o histórico do autor, o que é importante, mas nem sempre prático. Um aluno destacou a verificação do cadeado na barra de endereço (HTTPS), embora isso proteja a privacidade e não indique diretamente a confiabilidade. A popularidade da informação também foi mencionada, mas não garante veracidade. Verificações em canais de checagem de fatos, como “Fato ou Fake”, foram citadas como práticas sólidas.
Um aluno admitiu não verificar a confiabilidade em alguns casos, destacando a falta de tempo como um desafio. As estratégias dos alunos mostram uma conscientização sobre a importância da avaliação da informação, mas também revelam a complexidade do processo. A maioria parece não entender completamente os critérios de avaliação, especialmente o conceito de autoridade, que é fundamental para pesquisa acadêmica e decisões informadas. A autoridade refere-se à credibilidade e expertise do autor ou da fonte, essencial para determinar a qualidade da informação.
Dos 18 alunos respondentes, 8 afirmaram saber o que são bases de dados, enquanto 10 disseram que não sabem. No curso de Agroecologia, dos 11 alunos, 6 conhecem bases de dados e 5 não. No curso de Física, entre 7 alunos, apenas 2 afirmaram saber o que são bases de dados, enquanto 5 não têm esse conhecimento.
Há uma diferença significativa na percepção sobre bases de dados entre os alunos de Agroecologia e Física, com mais alunos de Agroecologia afirmando saber sobre o tema, possivelmente devido à natureza da disciplina e ao uso mais frequente de bases de dados em suas pesquisas. As bases de dados são fundamentais para a pesquisa acadêmica, pois permitem acesso a informações científicas, artigos e dados experimentais. A falta de familiaridade com essas ferramentas pode colocar os alunos em desvantagem em seus estudos e futuras carreiras.
Essas bases são essenciais para a disseminação da literatura científica e, nos currículos de Biblioteconomia e outras áreas, o desenvolvimento da competência informacional é vital para preparar os alunos para suas futuras carreiras. Essa competência envolve habilidades e conhecimentos necessários para o uso eficaz de fontes de informação. A educação dos usuários é crucial para garantir que os alunos aprendam a navegar e utilizar essas ferramentas, evitando desvantagens acadêmicas. Portanto, as bases de dados são mais do que repositórios de informação; elas são pilares do processo educacional, promovendo a construção de significados a partir do conhecimento adquirido e compartilhado, como destacado por Campello, Cendón e Kremer (2000), e por Campello (2003; 2009b).
Ao solicitar aos alunos que nomeassem uma base de dados, as respostas revelaram uma compreensão mista e, em alguns casos, conceitos equivocados sobre o que realmente constitui uma base de dados. Por exemplo, um aluno mencionou “UOL”, confundindo-o com uma base de dados, quando na verdade é um provedor de serviços de internet. Outra resposta associou bases de dados a documentos específicos, como leis, o que demonstra uma visão limitada, já que uma base de dados é um sistema organizado para armazenar e gerenciar informações de diversas fontes.
Dois alunos citaram o Google, que, embora seja um motor de busca que indexa informações, não é uma base de dados no sentido tradicional. Uma resposta sobre “dados do cartão” se referiu a informações pessoais, e duas respostas que mencionavam onde as informações são armazenadas mostraram uma compreensão geral sobre o armazenamento, mas sem identificar uma base de dados específica.
Essas respostas evidenciam que, apesar de os alunos acreditarem ter conhecimento sobre bases de dados, há confusão em relação ao conceito. Uma base de dados é uma estrutura organizada que permite o armazenamento, gerenciamento e recuperação eficiente de informações, composta por tabelas e registros. Isso ressalta a necessidade de uma educação mais abrangente em Letramento Informacional, que forneça conceitos claros sobre bases de dados e sua importância, ajudando os alunos a utilizarem melhor os recursos de pesquisa em contextos acadêmicos e profissionais.
Os alunos foram questionados sobre o formato utilizado para suas pesquisas, e todos afirmaram usar apenas o formato digital/virtual. Essa preferência reflete a conveniência e acessibilidade dos recursos online, mas também levanta preocupações sobre a necessidade de desenvolver habilidades críticas para avaliação de fontes, ética de pesquisa e segurança cibernética.
Em relação às fontes de informação, todos os 18 alunos consideraram livros, físicos ou digitais, como relevantes, destacando a importância da profundidade e autoridade que eles oferecem. A maioria (15 alunos) mencionou a internet e o Google como fontes de informação, embora essa referência seja genérica, já que a internet abriga uma variedade de fontes e o Google funciona como um mecanismo de busca.
As bibliotecas foram citadas por 14 alunos como fontes importantes, evidenciando seu papel significativo na pesquisa acadêmica. Revistas acadêmicas foram mencionadas por 11 alunos, reconhecendo a importância dos artigos revisados por pares para pesquisas atualizadas. Vídeos também foram citados por 11 alunos, refletindo a popularidade de plataformas de vídeo como recursos educacionais acessíveis.
Além disso, 12 alunos destacaram a relevância das interações com pessoas, como professores e colegas, no processo de aprendizado. Filmes foram mencionados por 5 alunos como uma fonte útil para ilustrar conceitos, enquanto 8 alunos citaram o celular como uma ferramenta de acesso à informação. No entanto, é importante notar que o celular é um dispositivo de acesso e não uma fonte de informação em si.
Esses dados revelam como os alunos buscam e valorizam diferentes recursos em seus estudos, sublinhando a necessidade de uma educação que promova a compreensão crítica das fontes utilizadas.
A obra organizada por Campello, Cendón e Kremer (2000), “Fontes de informação para pesquisadores e profissionais”, oferece uma visão abrangente sobre a diversidade e evolução das fontes de informação, refletindo as tendências percebidas entre os alunos de ensino superior. Ao destacar a importância contínua dos livros, a confiabilidade das bibliotecas, e a rápida acessibilidade da internet, a obra sublinha a necessidade de habilidades críticas para navegar no vasto mar de informações disponíveis. A valorização das revistas acadêmicas e das interações interpessoais como fontes de informação de alta qualidade reafirma o papel fundamental da comunicação científica e do aprendizado colaborativo. Em um mundo cada vez mais digital, a obra serve como um guia essencial para compreender e utilizar eficazmente as múltiplas fontes de conhecimento disponíveis.
Em resumo, os alunos de cursos de ensino superior aproveitam de uma variedade de fontes de informação em seus estudos, o que reflete a diversidade de recursos disponíveis na era digital. A capacidade de discernir entre fontes confiáveis e menos confiáveis é uma habilidade fundamental que os estudantes devem desenvolver para obter o máximo benefício dessas fontes em seus estudos acadêmicos e na vida profissional futura.
Os alunos dos cursos de Agroecologia e Física demonstraram preferências variadas ao buscar fontes de informação. Todos os 18 respondentes utilizam o Google, o que evidencia sua conveniência e acessibilidade, mas também destaca a necessidade de avaliar criticamente as informações encontradas, uma preocupação ressaltada por Santaella (2004), que discute a importância da alfabetização digital.
A utilização de bases de dados especializadas foi baixa, com apenas um aluno relatando seu uso. Isso é preocupante, pois essas bases oferecem informações acadêmicas confiáveis e específicas. Campello, Cendón e Kremer (2000) enfatizam a necessidade de conscientização sobre a importância dessas ferramentas, que proporcionam precisão e relevância que muitas vezes faltam em pesquisas gerais na internet.
Quanto ao uso de bibliotecas, cinco alunos mencionaram utilizar livros da biblioteca do campus e quatro da biblioteca virtual, indicando que ainda valorizam esses recursos. No entanto, seria útil entender quais materiais estão buscando e sua consciência sobre todos os recursos disponíveis, conforme destacado por Silva (2019a), que sugere a necessidade de um planejamento estratégico nas bibliotecas universitárias.
O uso de redes sociais, como WhatsApp, Instagram e Facebook, para buscar informações é baixo em comparação ao Google. Embora essas plataformas possam ser úteis para comunicação, não são consideradas fontes confiáveis de informações acadêmicas. Recuero (2009) discute a importância de distinguir entre o uso pessoal e acadêmico dessas redes.
É evidente que os alunos precisam de mais conscientização sobre as fontes de informação, pois muitos não estão cientes das melhores práticas para encontrar informações acadêmicas confiáveis. Portanto, instituições educacionais devem oferecer orientação e treinamento sobre como avaliar e selecionar fontes, beneficiando tanto suas atividades acadêmicas quanto sua formação profissional.
Além disso, a pesquisa sobre o conhecimento dos alunos sobre periódicos científicos revelou que apenas 4 dos 18 respondentes têm alguma familiaridade com o conceito, com apenas 3 conseguindo citar um exemplo. Essa falta de conhecimento é preocupante, pois os periódicos são fundamentais para a disseminação de pesquisas acadêmicas. Campello, Cendón e Kremer (2000) destacam a necessidade de integrar o conhecimento sobre periódicos no currículo acadêmico, promovendo uma alfabetização informacional robusta.
Enfim, a falta de compreensão sobre periódicos científicos entre os alunos pode impactar sua capacidade de realizar pesquisas de qualidade. Medidas educacionais são necessárias para aumentar a familiaridade dos alunos com fontes de pesquisa confiáveis. A utilização de websites de informação geral pelos alunos aponta para uma diversidade de fontes, apresentando tanto oportunidades quanto desafios em relação ao rigor acadêmico e à confiabilidade das informações.
Os dados sobre o uso de fontes de informação entre os alunos revelam um padrão significativo. O Google Acadêmico se destaca como a base de dados mais utilizada, com 11 alunos indicando seu uso, o que se deve à sua acessibilidade, à variedade de artigos acadêmicos disponíveis e à interface amigável. Em seguida, vem a SciELO, utilizada por 9 alunos, conhecida por sua coleção de revistas científicas de países latino-americanos, atraindo estudantes que buscam recursos relevantes para suas regiões. O Periódicos Capes foi relatado por apenas 2 alunos, o que pode ser atribuído a uma menor familiaridade ou acessibilidade.
Além disso, 2 alunos afirmaram não conhecer nenhuma base de dados, o que indica uma lacuna no letramento informacional. O uso de Brasil Escola e UOL por 1 aluno cada revela uma dependência de fontes de informação geral, que são menos especializadas. Curiosamente, nenhum aluno relatou o uso da BDTD (Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações), o que pode indicar falta de relevância ou conhecimento sobre essa ferramenta.
A preferência pelo Google Acadêmico reflete a tendência dos alunos em utilizar plataformas amplas e de fácil navegação. O uso da SciELO e dos Periódicos Capes demonstra um interesse em recursos regionais e específicos, mas o baixo uso dessas bases, assim como o desconhecimento sobre outras, destaca a necessidade de melhorar o letramento informacional entre os alunos.
Em relação à forma como os alunos conheceram essas bases de dados, 8 alunos mencionaram que aprenderam por meio de seus professores, evidenciando o papel crucial dos educadores na introdução a recursos acadêmicos. Outros 8 alunos disseram que descobriram as bases através de amigos, o que ressalta a importância das redes sociais entre estudantes, embora a qualidade das recomendações possa variar. Além disso, 7 alunos relataram ter encontrado as bases de dados por conta própria, indicando autonomia na busca por recursos acadêmicos. Por fim, 2 alunos afirmaram não ter conhecimento sobre as bases, o que é preocupante, pois esses alunos podem estar em desvantagem em relação aos colegas que têm acesso a recursos acadêmicos.
Esses resultados ressaltam a importância de promover a conscientização e o desenvolvimento de habilidades no uso de bases de dados acadêmicas, garantindo que todos os alunos tenham acesso a recursos que apoiem seu sucesso acadêmico. É fundamental que as instituições de ensino identifiquem e ofereçam suporte aos alunos que carecem de conhecimento sobre essas ferramentas.
Para Campello (2009a), o desenvolvimento cognitivo é influenciado pelo ambiente social e pelas experiências pessoais. As interações sociais são fundamentais para a aprendizagem, pois proporcionam um contexto no qual as pessoas constroem significados. Além disso, o conhecimento é moldado a partir das experiências individuais, onde hipóteses pessoais ajudam a interpretar e compreender o mundo. Neste sentido, uma pesquisa orientada, por exemplo, sugere a criação de um ambiente que equilibre a colaboração social com o espaço para a aprendizagem significativa individual.
Os dados revelam que os alunos de ensino superior conhecem as bases de dados de diversas maneiras, com os professores desempenhando um papel significativo na introdução a esses recursos, enquanto amigos e a autodescoberta também são fontes comuns de conhecimento. No entanto, é crucial abordar a falta de conhecimento identificada entre os alunos para assegurar que todos tenham acesso igualitário às ferramentas necessárias para suas pesquisas acadêmicas.
Além das bases de dados, um questionário foi aplicado para verificar o conhecimento dos alunos sobre ferramentas e técnicas de busca de informações. A análise dos dados mostrou que o conhecimento é limitado: apenas 4 alunos afirmaram conhecer o uso de aspas para pesquisas exatas, e apenas 1 aluno mencionou o operador "filetype", que permite restringir pesquisas a tipos específicos de arquivo. Além disso, nenhum aluno demonstrou conhecimento sobre operadores booleanos (AND, OR, AND NOT) ou o uso do asterisco (*), ferramentas essenciais para refinar consultas de pesquisa.
A maioria dos alunos (13 de 18) afirmou não conhecer as ferramentas e técnicas de busca mencionadas, indicando uma lacuna significativa em suas habilidades de pesquisa. Essa falta de conhecimento pode limitar a capacidade de encontrar informações relevantes e confiáveis para suas necessidades acadêmicas.
Afinal, a falta de familiaridade com ferramentas e técnicas de busca pode impactar negativamente a produtividade das pesquisas acadêmicas dos alunos. É fundamental que as instituições de ensino incluam treinamento ou workshops sobre habilidades de busca de informações em seus currículos, ajudando os alunos a se tornarem pesquisadores mais competentes e independentes. Dias (2008) destaca a importância de entender os mecanismos de busca e suas ferramentas avançadas, além da necessidade de uma análise criteriosa das fontes para garantir a credibilidade das informações coletadas. O desenvolvimento dessas competências é essencial para aperfeiçoar a busca por informações relevantes e confiáveis.
Além de localizar informações confiáveis e relevantes, é crucial saber como usar e apresentar essas informações em trabalhos acadêmicos, incluindo referências e embasamento. Para avaliar o conhecimento dos alunos sobre as Normas Brasileiras Regulamentadoras (NBR) de citações e referências, foram abordadas a NBR 10520 e a NBR 6023.
Os dados revelam um conhecimento limitado sobre essas normas, com apenas 1 aluno familiarizado com a NBR 10520 e 3 alunos com a NBR 6023. A maioria dos alunos (8 para cada norma) relatou não conhecê-las, o que é preocupante, pois a falta de familiaridade pode resultar em problemas de formatação e citação inadequada, aumentando o risco de plágio. Além disso, 7 alunos afirmaram não lembrar se conhecem as normas, sugerindo uma familiaridade incerta.
A maioria dos alunos não está familiarizada com as normas NBR 10520 e NBR 6023, o que pode comprometer a qualidade de seus trabalhos acadêmicos. O uso correto dessas normas é essencial para a integridade acadêmica e a documentação adequada das fontes. Para melhorar a formação acadêmica e promover a integridade na pesquisa, as instituições de ensino deveriam considerar a inclusão de treinamentos sobre o uso dessas normas nas atividades acadêmicas, por meio do letramento informacional.
A última pergunta do questionário abordou os meios físicos e digitais utilizados pelos alunos dos cursos de Agroecologia e Física para suas pesquisas informacionais. Os alunos foram solicitados a classificar a usabilidade de diferentes ferramentas com os indicativos: “Não uso”, “Uso muito pouco”, “Uso regular” e “Uso com frequência”.
Os dados mostraram que 7 alunos não utilizam redes sociais para suas pesquisas, enquanto 4 as usam com frequência, indicando uma divisão nas preferências. A maioria (14 alunos) não utiliza periódicos científicos, o que pode refletir falta de acesso ou interesse, com apenas 1 aluno usando regularmente e 2 usando pouco.
O Google Acadêmico é a ferramenta mais popular, com 13 alunos utilizando-a regularmente ou com frequência, devido à facilidade de acesso a artigos acadêmicos. Além disso, 11 alunos usam motores de busca, como Google, Yahoo ou Bing, com frequência, dada a disponibilidade e versatilidade dessas ferramentas.
Em relação à biblioteca virtual do campus, 11 alunos relataram não utilizá-la, indicando falta de conhecimento ou preferência por outras ferramentas. A biblioteca física é utilizada por 9 alunos, embora 12 relatem uso raro. O uso de computadores é comum, com 14 alunos utilizando-os para suas pesquisas, enquanto o celular também é amplamente utilizado, com 14 alunos usando-o com frequência, evidenciando a importância dos dispositivos móveis, embora haja preocupações sobre distrações.
Esses dados sobre as preferências dos alunos em relação às ferramentas e meios para suas pesquisas informacionais destacam a necessidade de discutir as vantagens e desvantagens de cada um desses recursos. Cada ferramenta e meio de pesquisa tem seu lugar na academia, e a escolha depende dos objetivos e das preferências individuais dos alunos. É importante que os alunos sejam orientados sobre como usar essas ferramentas de forma eficaz e crítica, verificando a confiabilidade das fontes e selecionando aquelas mais adequadas para suas necessidades acadêmicas. Além disso, as instituições podem considerar promover o acesso a recursos acadêmicos de alta qualidade, para melhorar a pesquisa informacional de seus alunos.
A consideração dos dados sobre as preferências dos alunos em relação às ferramentas e meios de pesquisa informacional é de grande importância para a instituição educacional. Esses dados podem ajudar a instituição a tomar decisões informadas sobre como disponibilizar e promover recursos de pesquisa que atendam às necessidades e preferências dos alunos.
5 CONCLUSÃO
O estudo sobre o perfil informacional dos estudantes de ensino superior revelou lacunas significativas no letramento informacional, destacando a necessidade de estratégias educacionais mais eficazes para capacitar os alunos em suas práticas de pesquisa. As descobertas indicam que, embora muitos alunos demonstrem familiaridade com ferramentas de busca comuns, como o Google Acadêmico, há um desconhecimento substancial em relação às bases de dados especializadas e periódicos científicos, que são cruciais para a pesquisa acadêmica rigorosa.
A falta de conhecimento sobre as normas de citação e referências, como a NBR 10520 e a NBR 6023, também reflete uma necessidade urgente de intervenções educacionais que promovam a integridade acadêmica e o uso ético das informações. Essas normas são fundamentais para a apresentação correta de trabalhos acadêmicos e para evitar problemas de plágio.
O letramento informacional, portanto, emerge como uma ferramenta essencial para preencher essas lacunas. Através de treinamentos e oficinas, os alunos podem ser instruídos não apenas a localizar informações, mas também a questioná-las criticamente e a utilizá-las de maneira ética e eficiente. A promoção de habilidades de avaliação crítica, reconhecimento de fontes confiáveis, e o uso apropriado de dados são componentes chaves para formar cidadãos informados e pesquisadores competentes.
Além disso, a pesquisa revelou que as diferenças no uso de recursos informacionais entre os cursos de Agroecologia e Física destacam a necessidade de abordagens personalizadas no ensino do letramento informacional. Reconhecer as especificidades de cada área de estudo permitirá desenvolver programas mais alinhados às necessidades dos alunos, maximizando o impacto educacional.
Investir no letramento informacional é crucial para preparar os estudantes para os desafios do mundo acadêmico e do mercado de trabalho, promovendo uma cultura de pesquisa que valoriza a qualidade, a ética e a eficiência. Este estudo sublinha a importância de se adotar medidas que integrem o letramento informacional de forma consistente e abrangente no currículo das instituições de ensino superior, garantindo que os alunos estejam bem equipados para navegar no complexo cenário informacional contemporâneo.
Para fortalecer o letramento informacional entre estudantes de ensino superior e garantir sua inclusão efetiva no currículo escolar, é essencial adotar uma abordagem estruturada e integrada. Primeiramente, o desenvolvimento de módulos específicos de letramento informacional deve ser uma parte obrigatória do currículo, adaptados para abordar as necessidades específicas de cada disciplina. Isso demanda uma abordagem interdisciplinar, onde o letramento informacional é visto como um componente transversal que interage com outras disciplinas, promovendo habilidades de pesquisa e pensamento crítico em diversos contextos acadêmicos.
Além disso, a formação contínua dos professores é crucial. É necessário oferecer programas de capacitação que os habilitem a integrar o letramento informacional em suas práticas pedagógicas, utilizando efetivamente recursos tecnológicos e informacionais. Para apoiar esse processo, o desenvolvimento de materiais didáticos e recursos de ensino podem ajudar os professores a facilitar o aprendizado de maneira interativa e envolvente.
Para os estudantes, a organização de oficinas e workshops regulares é fundamental. Esses eventos devem ensinar técnicas de pesquisa, avaliação crítica de fontes e o uso adequado das normas de citação e referência, como a NBR 10520 e NBR 6023. Sessões práticas são igualmente importantes, permitindo aos alunos explorar bases de dados acadêmicas, usar ferramentas de busca avançadas e aplicar suas habilidades em projetos de pesquisa realísticos.
O desenvolvimento de recursos e ferramentas também desempenha um papel vital. As bibliotecas, tanto digitais quanto físicas, devem ser fortalecidas como centros de apoio ao letramento informacional, garantindo acesso a bases de dados confiáveis e promovendo o uso desses serviços entre os estudantes. Além disso, a criação de guias e tutoriais online acessíveis pode orientar os alunos na utilização de ferramentas de pesquisa e na avaliação crítica de fontes.
A implementação de mecanismos de avaliação contínua é necessária para monitorar o progresso dos estudantes em letramento informacional, utilizando feedback para adaptar os programas às suas necessidades. A autoavaliação deve ser incentivada, permitindo que os alunos reflitam sobre suas habilidades e áreas de melhoria no uso da informação.
Por fim, a colaboração entre professores, bibliotecários e especialistas em informação é essencial. Estabelecer parcerias estratégicas cria um ambiente colaborativo que valoriza o letramento informacional como parte essencial da experiência educacional. Estas ações visam criar uma base sólida para que os estudantes desenvolvam competências informacionais críticas, preparando-os para os desafios acadêmicos e profissionais do século XXI. A integração eficaz do letramento informacional no currículo escolar contribuirá significativamente para a formação de cidadãos informados e engajados.
Reconhecimentos:
Não aplicável.
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Financiamento:
Não aplicável.
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Aprovação ética:
O estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), com o CAAE: 69708623.5.0000.5010, que aprovou a pesquisa sob o Parecer nº 6.470.803. Todas as etapas seguiram as diretrizes éticas do CEP, incluindo o consentimento informado e a confidencialidade dos dados.
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Disponibilidade de dados e material:
Não aplicável.
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Imagem:
Extraída da Plataforma Lattes.
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JITA:
BH. Information needs and information requirements analysis
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ODS:
17 - Parcerias e meios de implementação
Disponibilidade de dados
Não aplicável.
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
31 Jul 2025 -
Data do Fascículo
2025
Histórico
-
Recebido
26 Nov 2024 -
Aceito
08 Maio 2025 -
Publicado
18 Jun 2025




Fonte: Elaborado pelos autores, adaptado de 
