RESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:
O cirurgião-dentista é apontado como um profissional muito vulnerável a problemas ocupacionais e essas lesões às vezes ocorrem devido a posturas adotadas e esforços repetitivos durante seu trabalho. O objetivo deste estudo foi verificar a prevalência de dores osteomusculares e observar se o trabalho dos cirurgiões-dentistas que atuam no setor público e privado foi realizado de forma ergonômica.
MÉTODOS:
Trata-se de um estudo com desenho transversal, descritivo e observacional, com cirurgiões-dentistas (n=80). Com um questionário autoaplicável verificou-se a frequência de dores musculoesqueléticas e lesões ocupacionais, bem como o registro das atividades laborais, prática de atividade física e suas frequências. Os profissionais foram observados enquanto realizavam o atendimento odontológico baseado nas recomendações contidas no documento “Adopting a healthy sitting working posture during patient treatment”, que é parte da normatização da International Standards Organization, 106/SC 6 N 411 de 2006.
RESULTADOS:
Houve experiência de dor relacionada ao trabalho em pelo menos 65,67% dos cirurgiões-dentistas. O número de indivíduos que adotam posições incorretas e inadequadas durante os atendimentos foi elevado, tais como: rotação da cabeça (73,13%); rotação da coluna (47,76%) e angulação das pernas menor que 90º (91,04%). Afastamentos relacionados a lesões ocupacionais foram encontrados numa proporção maior entre os profissionais do serviço público (64%).
CONCLUSÃO:
Houve alta prevalência de dores osteomusculares relacionadas com as posturas inadequadas adotadas durante os atendimentos clínicos e a longas jornadas de trabalho sem pausas.
Descritores:
Dor; Dor musculoesquelética; Engenharia humana; Epidemiologia; Odontologia