Acessibilidade / Reportar erro

Efeito do exercício físico supervisionado sobre a flexibilidade de pacientes com fibromialgia

RESUMO

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:

A fibromialgia é uma síndrome caracterizada por dor musculoesquelética crônica e difusa no corpo humano. A síndrome, que ainda não tem etiologia conhecida, acomete predominantemente pacientes do sexo feminino. Considerando que exercícios aeróbicos, resistidos e de flexibilidade podem colaborar na redução do impacto negativo que a fibromialgia impõe à qualidade de vida, o objetivo deste estudo foi verificar o efeito do exercício físico supervisionado sobre a flexibilidade de pacientes mulheres com fibromialgia tratadas no Projeto de Extensão "Tratamento Interdisciplinar para pacientes com fibromialgia", desenvolvido na Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

MÉTODOS:

A intervenção do estudo consistiu em um programa de exercícios físicos supervisionados com duração de seis meses. A frequência de treinamento foi igual a duas sessões semanais com uma hora de duração cada. O instrumento utilizado para avaliação da flexibilidade foi o teste de sentar e alcançar, o qual foi aplicado no início, depois de três meses e após seis meses de intervenção.

RESULTADOS:

A amostra do estudo foi composta por 29 mulheres (idade: 48,6±10,3 anos) diagnosticadas com fibromialgia. Após os três primeiros meses de intervenção com exercício físico supervisionado, não foram encontradas alterações significativas na flexibilidade da amostra do estudo. A ANOVA one-way apresentou melhora significativa (p<0,05) na amostra do momento inicial para o final (Δ=22,77%).

CONCLUSÃO:

Uma intervenção de seis meses de duração com exercícios físicos supervisionados pode melhorar os níveis de flexibilidade de mulheres com fibromialgia.

Descritores:
Dor; Exercício físico; Feminino; Fibromialgia; Flexibilidade; Reabilitação

ABSTRACT

BACKGROUND AND OBJECTIVES:

Fibromyalgia is characterized by chronic diffuse musculoskeletal pain. The syndrome, of still unknown etiology, predominantly affects females. Considering that aerobic, resisted and flexibility exercises may help improving the negative impact of fibromyalgia on quality of life, this study aimed at observing the effect of supervised physical exercise on the flexibility of female patients with fibromyalgia treated in the Extension Project "Interdisciplinary treatment of fibromyalgia patients", developed in the Universidade do Rio de Janeiro.

METHODS:

The study consisted in a program of supervised physical exercises lasting six months. Training frequency was equal to two weekly sessions lasting one hour each. Flexibility evaluation tool was the sit and reach test, which was applied in the beginning, three months and six months after intervention.

RESULTS:

Sample was made up of 29 females (age: 48.6±10.3 years) diagnosed with fibromyalgia. No significant changes in flexibility were observed after three months of intervention. ANOVA one-way has shown significant improvement (p<0.05) from beginning of intervention to completion (Δ=22.77%).

CONCLUSION:

Six months intervention with supervised physical exercises may improve flexibility levels of fibromyalgia females.

Keywords:
Female; Fibromyalgia; Flexibility; Pain; Physical exercise; Rehabilitation

INTRODUÇÃO

A fibromialgia (FM) é uma síndrome clínica caracterizada principalmente por dor musculoesquelética difusa e crônica11 Geneen L, Moore RA, Clarke C, Martin D, Colvin LA, Smith BH. Physical activity and exercise for chronic pain in adults: an overview of Cochrane Reviews. Cochrane Database Syst Rev. 2017;(1):CD011279.. Além do quadro doloroso, está frequentemente associada a um conjunto de sinais e sintomas, como fadiga generalizada, rigidez matinal, distúrbios cognitivos22 Soriano-Maldonado A, Artero EG, Segura-Jiménez V, Aparicio VA, Estévez-López F, Álvarez-Gallardo IC, et al. Association of physical fitness and fatness with cognitive function in women with fibromyalgia. J Sports Sci. 2016;34(18):1731-9., dores de cabeça, ansiedade, depressão33 Soriano-Maldonado A, Estévez-López F, Segura-Jiménez V, Aparicio VA, Álvarez-Gallardo IC, Herrador-Colmenero M, et al. Association of physical fitness with depression in women with fibromyalgia. Pain Med. 2016;17(8):1542-52., dispneia, distúrbios do humor e do sono, entre outros44 Clauw DJ. Fibromyalgia: an overview. Am J Med. 2009;122(12):3-13.,55 Gonçalves TR, Mediano MF, Cavaliere ML, Barbosa JS. Evasão de um programa de tratamento multidisciplinar para mulheres com fibromialgia. Rev Bras Promoç Saúde. 2010;23(1):63-8.. Segundo Mattos e Luz66 Mattos RS, Luz MT. Quando a perda de sentidos no mundo do trabalho implica dor e sofrimento: um estudo de caso sobre fibromialgia. Physis. 2012;22(4):1459-84. e Álvarez-Gallardo et al.77 Álvarez-Gallardo IC, Carbonell-Baeza A, Segura-Jiménez V, Soriano-Maldonado A, Intemann T, Aparicia VA, et al. Physical fitness reference standards in fibromyalgia: the al-Ándalus project. Scand J Med Sci Sports. 2016. (in press)., pacientes com FM apresentam diminuição da capacidade física devido à dor, originando um ciclo vicioso entre inatividade física e limitações funcionais. Em alguns casos, o nível de dor é demasiadamente intenso, interferindo no trabalho, nas atividades da vida diária e na qualidade de vida (QV)55 Gonçalves TR, Mediano MF, Cavaliere ML, Barbosa JS. Evasão de um programa de tratamento multidisciplinar para mulheres com fibromialgia. Rev Bras Promoç Saúde. 2010;23(1):63-8.,66 Mattos RS, Luz MT. Quando a perda de sentidos no mundo do trabalho implica dor e sofrimento: um estudo de caso sobre fibromialgia. Physis. 2012;22(4):1459-84..

Os níveis de aptidão física, flexibilidade, força muscular e resistência aeróbica são baixos em pacientes com FM77 Álvarez-Gallardo IC, Carbonell-Baeza A, Segura-Jiménez V, Soriano-Maldonado A, Intemann T, Aparicia VA, et al. Physical fitness reference standards in fibromyalgia: the al-Ándalus project. Scand J Med Sci Sports. 2016. (in press).

8 Aparicio VA, Segura-Jimánez V, Álvarez-Gallardo IC, Soriano-Maldonado A, Castro-Piñero J, Delgado-Fernández M, et al. Fitness testing in the fibromyalgia diagnosis: the al-Ándalus project. Med Sci Sports Exer. 2015;47(3):451-9.
-99 Jones CJ, Rakovski C, Rutledge D, Gutierrez A. A comparison of women with fibromyalgia syndrome to criterion fitness standards: a pilot study. J Aging Phys Act. 2015;23(1):103-11.. As queixas subjetivas associadas à FM podem contribuir para a incapacidade funcional dos pacientes1010 Costa IS, Gamundí A, Miranda JG, França LG, Santana CN, Montoya P, et al. Altered functional performance in patients with fibromyalgia. Front Hum Neurosci. 2017;11(14):1-9.. A dor, principal sintoma e queixa do paciente com FM, está relacionada com níveis mais elevados de sedentarismo e níveis mais baixos de atividade física1111 Segura-Jimenez V, Borges-Cosic M, Soriano-Maldonado A, Estévez-López F, Alvarez-Gallardo IC, Herrador-Colmenero M, et al. Association of sedentary time and physical activity with pain, fatigue, and impact of fibromyalgia: the al-Ándalus study. Scand J Med Sci Sports. 2017;27(1):83-92.,1212 Ellingson LD, Shields MR, Stegner AJ, Cook DB. Physical activity, sustained sedentary behavior, and pain modulation in women with fibromyalgia. J Pain. 2012;13(2):195-206..

A prevalência da FM na população mundial varia entre 0,66 e 4,4%, acometendo oito vezes mais as mulheres na faixa etária entre 35 e 60 anos de idade. No Brasil, atinge cerca de 2% da população1313 Cavalcante AB, Sauer JF, Chalot SD, Assumpção A, Lage LV, Matsutani LA, et al. A prevalência de fibromialgia: uma revisão de literatura. Rev Bras Reumatol. 2006;46(1):40-8.. O diagnóstico da síndrome é clínico, não existindo evidências fisiopatológicas que comprovem as dores crônicas e difusas1414 Sá E, Veiga C, Matela S, Morais R, Silva R, Seixas AR, Gonçalves S, et al. A dor e o sofrimento: algumas reflexões a propósito da compreensão psicológica da fibromialgia. Rev Portuguesa Psicossomática. 2005;7(1-2):101-13.. Em 2009, o Colégio Americano de Reumatologia publicou critérios preliminares para o diagnóstico da FM. Afere-se a contagem das áreas corporais dolorosas, denominadas pelo termo inglês Widespread Pain Index (WPI), que pode variar de 0 a 19; e a gravidade dos sintomas fadiga, sono não reparador e aspectos cognitivos adicionados à intensidade/quantidade dos sintomas somáticos, designando o Symptom Severity (SS) scale score, que resulta num escore de 0 a 12. De acordo com esses critérios, para ser classificado como portador de FM, o paciente deve apresentar WPI ≥ 7 e SS scale score ≥ 5 ou WPI de 3 a 6 com SS scale score ≥ 91515 Choy EH, Arnold LM, Clauw DJ, Crofford LJ, Glass JM, Simon LS, et al. Content and criterion validity of the preliminary core dataset for clinical trials in fibromyalgia syndrome. J Rheumatol. 2009;36(10):2330-4..

No que tange ao tratamento da FM, uma abordagem interdisciplinar é o ideal combinando tratamentos farmacológicos e não farmacológicos1616 Auquier L, Bontoux D, Loo H, Godeau P, Menkes CJ, Paolaggi JB, et al. La fibromyalgie. Rev Med Interne. 2008;29(2):161-8.

17 Heymann RE, Paiva ES, Helfenstein Junior M, Pollak DF, Martinez JE, Provenza JR, et al. Consenso brasileiro do tratamento da fibromialgia. Rev Bras Reumatol. 2010;50(1):56-66.

18 Kas T, Colby M, Case M, Vaughn D. The effect of extremity strength training on fibromyalgia symptoms and disease impact in an existing multidisciplinary treatment program. J Bodyw Mov Ther. 2016;20(4):774-83.

19 Saral I, Sindel D, Esmaeilzadeh S, Sertel-Berk HO, Oral A. The effects of long- and short-term interdisciplinary treatment approaches in women with fibromyalgia: a randomized controlled trial. Rheumatol Int. 2016;36(10):1379-89.
-2020 Ambrose KR, Golightly YM. Physical exercise as non-pharmacological treatment of chronic pain: why and when. Best Pract Res Clin Rheumatol. 2015;29(1):120-30.. O exercício aeróbico, a terapia cognitivo-comportamental e os fármacos são estratégias consideradas eficazes2121 Valim V. Benefícios dos exercícios físicos na fibromialgia. Rev Bras Reumatol. 2006;46(1):49-55.

22 Garcia-Hermoso A, Saavedra JM, Escalante Y. Effects of exercise on functional aerobic capacity in adults with fibromyalgia syndrome: a systematic review of randomized controlled trials. J Back Musculoskelet Rehabil. 2015;28(4):609-19.
-2323 Novo JP, Pereira AE, Garcia AR, Martin RS, Mendez BG. Guía para la rehabilitación de la fibromialgia. Rev Cubana de Reumatologia. 2015;7(2):147-56.. Assim sendo, programas interdisciplinares contribuem para a melhoria da QV de pacientes com FM2424 Martins MR, Gritti CC, Santos Junior R, Araújo MC, Dias LC, Foss MH, et al. Estudo randomizado e controlado de uma intervenção terapêutica grupal em pacientes com síndrome fibromiálgica. Rev Bras Reumatol. 2014;54(3):179-84.. Ademais, o exercício físico, como alongamentos, caminhada e exercícios de baixo impacto têm sido um ponto alto no tratamento dessa síndrome2222 Garcia-Hermoso A, Saavedra JM, Escalante Y. Effects of exercise on functional aerobic capacity in adults with fibromyalgia syndrome: a systematic review of randomized controlled trials. J Back Musculoskelet Rehabil. 2015;28(4):609-19.,2525 Van Santen M, Bolwijn P, Landewé R, Verstappen F, Bakker C, Hidding A, et al. High or low intensity aerobic fitness training in fibromyalgia: does it matter? J Rheumatol. 2002;29(3):582-7.,2626 Suman AL, Biagi B, Biasi G, Carli G, Gradi M, Prati E, et al. One-year efficacy of a 3-week intensive multidisciplinary non-pharmacological treatment program for fibromyalgia patients. Clin Exp Rheumatol. 2009;27(1):7-14..

Os exercícios de alongamento são utilizados para manutenção ou desenvolvimento da flexibilidade. Esta é uma valência física que se caracteriza pela amplitude dos movimentos articulares. A flexibilidade, assim como a força muscular e a resistência aeróbica, é uma valência física necessária para a consecução das atividades da vida diária e para a conservação da saúde2727 Caspersen CJ, Powell KE, Christenson GM. Physical activity, exercise, and physical fitness: definitions and distinctions for health-related research. Public Health Rep. 1985;100(2):126-31.,2828 American College of Sport Sports Medicine. ACSM'S health-related physical fitness assessment manual. 4. ed. Philadelphia: Wolters Kluwer Health; Lippincott Williams & Wilkins; 2013.. Existem evidências acerca da importância do alongamento muscular no tratamento da FM2929 Heymann RE. Dores musculoesqueléticas localizadas e difusas. São Paulo: Planmark; 2010.,3030 Lorena SB, Lima MC, Ranzolin A, Duarte AL. Efeitos dos exercícios de alongamento muscular no tratamento da fibromialgia: uma revisão sistemática. Rev Bras Reumatol. 2015;55(2):167-73.. A flexibilidade muscular pode contribuir para a execução de movimentos eficientes e manutenção do equilíbrio, correlacionando-se positivamente com a QV3131 Carvalho AC, Paula KC, Azevedo TM, Nóbrega AC. Relação entre flexibilidade e força muscular em adultos jovens de ambos os sexos. Rev Bras Med Esporte. 1998;4(1):2-8..

O alongamento muscular, quando presente nas sessões de treinamento físico, promove efeitos positivos e significativos sobre a QV de pacientes com FM. O treinamento da flexibilidade precisa fazer parte da intervenção não farmacológica, pois é capaz de reduzir a dor e a sensibilidade dolorosa nos pontos sensíveis dos pacientes3232 Jones KD, Burckhardt CS, Clark SR, Bennet RM, Potempa KM, et al. A randomized controlled trial of muscle strengthening versus flexibility training in fibromyalgia. J Rheumatol. 2002;29(5);1041-8.

33 Matsutani LA, Marques AP, Ferreira EA, Assumpção A, Lage LV, Casarotto RA, et al. Effectiveness of muscle stretching exercises with and without laser therapy at tender points for patients with fibromyalgia. Clin Exp Rheumatol. 2007;25(3):410-5.
-3434 Cadénas-Sánchez, C, Ruiz-Ruiz J. Effect of a physical activity programme in patients with fibromyalgia: a systematic review. Med Clin. 2014;143(12):548-53..

Um estudo que procurou avaliar a capacidade física de pacientes com FM, mediante bateria de provas físicas, incluindo o teste de sentar e alcançar, não encontrou correlação com a dor ou com o total da escala Fibromyalgia Impact Questionnaire (FIQ). O teste de sentar e alcançar apontou diferenças significativas entre pacientes com FM e indivíduos saudáveis3535 Angel LR, Campos MA, Meza JA, Fernandéz MD, Heredia JM. Análise das capacidades físicas de mulheres com fibromialgia segundo o nível de gravidade da enfermidade. Rev Bras Med Esporte. 2012;18(5):308-12..

Desse modo, o objetivo do presente estudo foi verificar o efeito do exercício físico supervisionado sobre a flexibilidade de pacientes mulheres com FM tratadas em um projeto de extensão universitário na cidade do Rio de Janeiro.

MÉTODOS

Participaram do estudo mulheres diagnosticadas com FM do Projeto de Extensão "Tratamento Interdisciplinar para pacientes com Fibromialgia", vinculado ao Programa de Extensão "Práticas Corporais de Saúde" (PRACORSAU), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Todas as participantes do estudo assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). A amostra foi de conveniência relacionada ao número de sujeitos inscritos no programa e que aceitaram participar efetivamente de todas as etapas do estudo.

Os critérios de inclusão foram: a) ter encaminhamento médico com solicitação de inclusão no Projeto de Extensão; b) ter avaliação cardiológica com teste ergométrico. Os critérios de exclusão foram: a) ter realizado o teste de sentar e alcançar em algum momento não previsto nesse estudo; b) faltas superiores a 20% do quantitativo de aulas.

O Projeto de Extensão "Tratamento Interdisciplinar para pacientes com Fibromialgia" oferece exercício físico supervisionado por professores de Educação Física em duas sessões semanais de uma hora cada (terças e quintas), orientação nutricional quinzenal e apoio psicológico semanal por profissionais habilitados. As atividades do Projeto são gratuitas. As mulheres que chegam ao Projeto de Extensão são encaminhadas pelo Serviço de Reumatologia do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), pela Policlínica Piquet Carneiro e, excepcionalmente, por médicos privados ou públicos de outros órgãos.

As atividades dividem-se em três fases. I) Adaptação (3 meses): são oferecidas sessões de exercícios físicos duas vezes por semana objetivando o desenvolvimento da aptidão física relacionada à saúde, que envolve o treinamento da força, da flexibilidade e da resistência aeróbica; II) Transição (4-6 meses): nesses meses incluem-se a participação no grupo de apoio psicológico supervisionado por duas psicólogas, além dos exercícios físicos; III) Convivência (7 meses em diante): período em que os participantes do serviço dedicam-se somente aos exercícios físicos e liberam as vagas de participação no grupo de apoio psicológico para novos participantes.

A sessão de exercício físico é dividida em quatro partes: 1) aquecimento (5 a 8 minutos de duração); 2) treinamento aeróbico (30 minutos); 3) treinamento de força (15 minutos); 4) treinamento de flexibilidade (10 minutos).

O treinamento aeróbico é dividido em três blocos, cada um com 10 minutos de duração, intercalando três minutos de corridas/caminhadas (CoCa) ao redor de um salão com dois minutos de atividades ministradas pelo professor. Essas atividades são caracterizadas pelo coletivo, pelo lúdico e pela cooperação, envolvendo: circuitos, atividades com bambolês, bolas e/ou cordas, danças, gincanas, estafetas, ginásticas, entre outros (Tabela 1).

Tabela 1
Estruturação do treinamento aeróbico no Projeto de Extensão "Tratamento Interdisciplinar para pacientes com fibromialgia"

A frequência cardíaca (FC) é mensurada pelo próprio participante a cada 10 minutos sobre a artéria radial, com o auxílio dos dedos indicador e médio. A intensidade do exercício aeróbico é calculada através do método de reserva da FC. Assim, a FC de repouso é subtraída da FC máxima obtida no teste de esforço. Posteriormente, toma-se 52 e 60% da FC de reserva e acrescenta-se cada um desses valores à FC de repouso para se obter a variação da FC alvo3636 Busch AJ, Webber SC, Brachaniec M, Bidonde J, Bello-Haas VD, Danyliw AD, et al. Exercise therapy for fibromyalgia. Curr Pain Headache Rep. 2011;15(5):358-67..

O treinamento de força é composto por 10 exercícios, sendo realizada uma série com 10 repetições máximas de cada exercício. A carga externa é ajustada de modo que o participante consiga realizar uma série com 10 repetições máximas de maneira indolor e com o padrão biomecânico correto. Os principais grupamentos musculares do corpo são solicitados através de 10 exercícios: leg press, flexão plantar, rosca bíceps, rosca tríceps, cadeira abdutora, cadeira adutora, cadeira extensora, cadeira flexora, remada aberta e supino máquina (Technogym®).

O treinamento da flexibilidade é estático e envolve as principais musculaturas do corpo, com um tempo de sustentação no limiar de desconforto por 10 segundos3737 Voigt L, Vale RGS, Abdala DW, Freitas WZ, Novaes JS, Dantas EHM. Efeitos de três repetições de 10 segundos de estímulo do método estático para o desenvolvimento da flexibilidade de homens adultos jovens. Rev Bras Ciênc Esporte. 2010;32(2):155-66.. Os principais grupamentos solicitados são: bíceps braquiais, tríceps braquiais, peitorais, glúteos, deltoides, adutores dos quadris, quadríceps, isquiotibiais, tríceps sural, adutores das escápulas e músculos da região lombar.

O instrumento utilizado para avaliar a flexibilidade foi o teste de sentar e alcançar, cujo objetivo é registrar a distância máxima alcançada na flexão de tronco sobre o quadril, na posição sentada3838 Wells KF, Dillon EK. The sit and reach: a test of back and leg flexibility. Res Q Exerc Sport. 1952;23(1):155-8.. O teste foi realizado no momento de ingresso no Projeto de Extensão, depois de três meses de treinamento e depois de seis meses. O procedimento desse teste consistiu no indivíduo estar com os pés descalços embaixo do banco de Wells, joelhos completamente estendidos (o avaliador pode segurá-los), cotovelos estendidos à frente do corpo, com uma mão sobre a outra (palmas das mãos voltadas para baixo). A partir dessa posição, o indivíduo tentou alcançar o máximo de distância ao longo da escala de medição. Esse procedimento foi realizado três vezes, com um intervalo de 30 segundos entre as repetições, sem aquecimento prévio ou execução teste. Considerou-se a distância máxima atingida em uma das três tentativas3535 Angel LR, Campos MA, Meza JA, Fernandéz MD, Heredia JM. Análise das capacidades físicas de mulheres com fibromialgia segundo o nível de gravidade da enfermidade. Rev Bras Med Esporte. 2012;18(5):308-12.,3838 Wells KF, Dillon EK. The sit and reach: a test of back and leg flexibility. Res Q Exerc Sport. 1952;23(1):155-8.,3939 Nahas MV. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. 3ª ed. Londrina: Midiograf; 2003..

A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Pedro Ernesto (CEP/HUPE), com o seguinte registro do Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE): 49971715.3.0000.5259.

Análise estatística

Os dados foram tratados pelo pacote estatístico IBM SPSS Statistics 20 para Windows e apresentados de forma descritiva com a utilização de média, desvio padrão e frequências absolutas e relativas. A normalidade e a homogeneidade da variância dos dados da amostra foram verificadas pelos testes de Shapiro-Wilk e Levene, respectivamente. A análise de variância (ANOVA one-way) foi empregada, seguida do post hoc de Tukey, para verificar as possíveis diferenças na variável estudada. O estudo adotou o valor de p<0,05 para significância estatística.

RESULTADOS

A amostra foi composta por 29 mulheres diagnosticadas com FM, com média de idade de 48,6±10,3 anos. A tabela 2 apresenta as frequên cias absolutas e relativas das doenças presentes nas pacientes que participaram do estudo. Das 29 pacientes, 4 (13,8%) são acometidas apenas pela FM; 6 (20,7%) são acometidas pela FM e por mais uma doença; 7 (24,1%) apresentam FM e também mais duas doenças e 12 (41,4%) são acometidas pela FM e por três ou mais doenças.

Tabela 2
Outras doenças apresentadas pela amostra (n=29)

A figura 1 representa a análise comparativa dos níveis de flexibilidade da amostra. Na primeira coluna encontra-se a média da variável flexibilidade no momento pré-intervenção, ou seja, antes do início da intervenção com exercício físico. A segunda coluna representa a média da variável flexibilidade 3 meses após o início da intervenção. Por fim, a última coluna representa a média da mesma variável 6 meses depois da intervenção.

Figura 1
Análise comparativa dos níveis de flexibilidade da amostra

* p < 0,05; pré versus 6 meses.


A intervenção com exercício físico supervisionado durante os três primeiros meses após o ingresso não provocou alterações significativas na flexibilidade da amostra do estudo. Ressalta-se que o treinamento da flexibilidade englobou os músculos avaliados no teste de sentar e alcançar.

Contrariamente ao resultado encontrado com 3 meses de intervenção, após 6 meses de ingresso no Projeto, houve alterações significativas e positivas na flexibilidade das participantes do projeto, onde a ANOVA one-way apresentou melhora significativa (p<0,05) na amostra do momento inicial para o final (Δ=22,77%). No entanto, não foram encontradas alterações significativas na flexibilidade entre os meses 3 e 6.

As diferenças de média entre os momentos de avaliação da amostra foram analisadas no presente estudo. A diferença entre o primeiro momento de avaliação (pré-intervenção) e o segundo momento de avaliação (3 meses) foi de -3,90cm. A diferença entre o primeiro momento de avaliação e o terceiro momento de avaliação (6 meses) foi de -5,68cm. A diferença entre o segundo e o terceiro momento de avaliação foi de -1,78cm.

A significância (p=0,040<0,05) foi encontrada no primeiro momento de avaliação (pré) versus o terceiro momento de avaliação (6 meses). Não houve alterações significativas entre os outros momentos de avaliação.

DISCUSSÃO

Devido ao fato de poucos estudos abordarem a relação entre a flexibilidade e a FM, o presente estudo destaca-se, pois concentra-se em uma área com limitadas evidências científicas3030 Lorena SB, Lima MC, Ranzolin A, Duarte AL. Efeitos dos exercícios de alongamento muscular no tratamento da fibromialgia: uma revisão sistemática. Rev Bras Reumatol. 2015;55(2):167-73.,3333 Matsutani LA, Marques AP, Ferreira EA, Assumpção A, Lage LV, Casarotto RA, et al. Effectiveness of muscle stretching exercises with and without laser therapy at tender points for patients with fibromyalgia. Clin Exp Rheumatol. 2007;25(3):410-5.,3434 Cadénas-Sánchez, C, Ruiz-Ruiz J. Effect of a physical activity programme in patients with fibromyalgia: a systematic review. Med Clin. 2014;143(12):548-53.,4040 Santos MR, Moro CM, Vosgerau DS. Protocol for physical assessment in patients with fibromyalgia syndrome. Rev Bras Reumatol. 2014;54(2):117-23.. Ressalta-se que as valências físicas treinadas durante as sessões do projeto são aquelas relacionadas com a aptidão física e a saúde1111 Segura-Jimenez V, Borges-Cosic M, Soriano-Maldonado A, Estévez-López F, Alvarez-Gallardo IC, Herrador-Colmenero M, et al. Association of sedentary time and physical activity with pain, fatigue, and impact of fibromyalgia: the al-Ándalus study. Scand J Med Sci Sports. 2017;27(1):83-92.,1414 Sá E, Veiga C, Matela S, Morais R, Silva R, Seixas AR, Gonçalves S, et al. A dor e o sofrimento: algumas reflexões a propósito da compreensão psicológica da fibromialgia. Rev Portuguesa Psicossomática. 2005;7(1-2):101-13., ou seja, valências físicas cruciais para a população estudada.

Marques et al.4141 Marques AP, Assumpção A, Sousa A, Matsutani LA, Lage LV. Exercícios de alongamento ativo em pacientes com fibromialgia: efeito nos sintomas e na qualidade de vida. Fisioter Pesqui. 2007;14(3):18-24. também estudaram o efeito do exercício físico sobre a flexibilidade de pacientes com FM. O exercício físico foi capaz de melhorar o quadro sintomático da síndrome, a QV e a flexibilidade de pacientes com FM. As sessões de 50 minutos, uma vez por semana, foram compostas exclusivamente por exercícios de alongamento. Dez sessões foram suficientes para aumentar significativamente a flexibilidade dos pacientes em um período menor do que 3 meses de treinamento. Em contrapartida, no presente estudo não foi observado aumento significativo da flexibilidade nos 3 primeiros meses, o que pode ter ocorrido em virtude de apenas 10 minutos do tempo total de aula destinar-se ao treinamento da flexibilidade.

Segundo Ferreira et al.4242 Ferreira AR, Morais Neto LA, Rezende AA, Rodrigues ES, Ribeiro DB, et al. Avaliação da flexibilidade através do flexímetro em resposta a três diferentes tempos de permanência de alongamento estático. Rev Amazônia. 2013;1(1):1-14., para melhorar a flexibilidade são necessários, no mínimo, 20 segundos de alongamento estático. A metodologia do presente estudo não corrobora essa pesquisa4242 Ferreira AR, Morais Neto LA, Rezende AA, Rodrigues ES, Ribeiro DB, et al. Avaliação da flexibilidade através do flexímetro em resposta a três diferentes tempos de permanência de alongamento estático. Rev Amazônia. 2013;1(1):1-14., pois os alongamentos foram sustentados com duração inferior a 20 segundos. Entretanto, Cyrino et al.4343 Cyrino ES, Oliveira AR, Leite JC, Porto DB, Dias RM, Segantin AQ, et al. Comportamento da flexibilidade após 10 semanas de treinamento com pesos. Rev Bras Med Esporte. 2004;10(4):233-7. advertem que a flexibilidade é dependente do nível de utilização, podendo ser aprimorada através de outros tipos de treinamento, ainda mais se os praticantes forem pessoas que utilizam pouco as articulações. Os autores4343 Cyrino ES, Oliveira AR, Leite JC, Porto DB, Dias RM, Segantin AQ, et al. Comportamento da flexibilidade após 10 semanas de treinamento com pesos. Rev Bras Med Esporte. 2004;10(4):233-7. encontraram resultados positivos e significativos do treinamento de força sobre a flexibilidade. O treinamento de força e o treinamento aeróbico praticados pela amostra do presente estudo também podem ter contribuído para o aumento significativo da flexibilidade após 6 meses de intervenção.

Conforme apresentado nos métodos, todas as participantes exercitavam-se duas vezes por semana, treinando a flexibilidade durante 10 minutos por sessão de exercício. Essa metodologia foi suficiente para apontar resultados positivos sobre a flexibilidade da amostra. Coelho e Burini4444 Coelho CF, Burini RC. Atividade física para prevenção e tratamento das doenças crônicas não transmissíveis e da incapacidade funcional. Rev Nutr. 2009;22(6):937-46. corroboram a metodologia adotada no presente estudo, pois recomendam que os exercícios de flexibilidade devem ser realizados, no mínimo, duas vezes por semana, com 10 minutos por sessão de treino, sendo essas as recomendações para promoção da saúde e prevenção da incapacidade funcional em idosos.

Em consonância com o presente estudo, Coelho e Araújo4545 Coelho CW, Araújo CG. Relação entre aumento da flexibilidade e facilitações na execução de ações cotidianas em adultos participantes de programa de exercícios supervisionado. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum. 2000;2(1):31-41. afirmam que uma participação regular entre 3 e 18 meses em um programa de exercício supervisionado, com pelo menos 10 minutos por sessão de treinamento da flexibilidade podem provocar aumentos significativos na flexibilidade de adultos. Os achados da presente pesquisa apontam para essa mesma direção, pois a intervenção de seis meses com exercício físico supervisionado provocou alterações significativas e positivas na flexibilidade da amostra.

Em relação à ausência de aumento significativo da flexibilidade do terceiro para o sexto mês, o potencial de alteração de uma variável física pode ser a resposta. De acordo com Azevedo et al.4646 Azevedo DA, Carvalho SC, Leal EW, Damasceno SP, Ferreira ML. Influência da limitação da amplitude de movimento sobre a melhora da flexibilidade do ombro após um treino de seis semanas. Rev Bras Med Esporte. 2008;14(2):119-21., o potencial de alteração de uma variável física é maior quando se inicia um treinamento. Esse fenômeno pode ser chamado de janela de adaptação. Sendo assim, quanto menos treinado for o indivíduo, maior será o potencial de alteração com o treinamento e maior será a janela de adaptação. As participantes chegaram ao terceiro mês com uma média de flexibilidade superior ao momento pré-intervenção, ou seja, a janela de adaptação reduziu, fazendo com que o potencial de alteração da variável flexibilidade necessitasse de um estímulo cada vez mais significativo. O estímulo sobre as participantes do projeto pode ter sido insuficiente para aumentar de maneira significativa a flexibilidade do terceiro para o sexto mês.

No presente estudo, as participantes não treinaram apenas a flexibilidade, pois a sessão de exercício também era composta por exercícios de força e de resistência aeróbia. Do mesmo modo, os participantes do estudo de Reis et al.4747 Reis ADF, Silva ML, Felt SC, Lima WP. Efeitos do treinamento em circuito ou caminhada após oito semanas de intervenção na composição corporal e aptidão física de mulheres obesas sedentárias. Rev Bras Obes Nutr Emagr. 2008;2(11):498-507. experimentaram o treinamento concorrente, pois treinavam mais de uma valência física (flexibilidade e resistência aeróbia) por sessão de treinamento. Assim como no presente estudo, os autores4747 Reis ADF, Silva ML, Felt SC, Lima WP. Efeitos do treinamento em circuito ou caminhada após oito semanas de intervenção na composição corporal e aptidão física de mulheres obesas sedentárias. Rev Bras Obes Nutr Emagr. 2008;2(11):498-507. também encontraram resultados positivos do treinamento concorrente sobre a flexibilidade.

Gonçalves, Gurjão e Gobbi4848 Gonçalves R, Gurjão AL, Gobbi S. Efeitos de oito semanas do treinamento de força na flexibilidade de idosos. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum. 2007;9(2):145-53. e Vale et al.4949 Vale RG, Barreto AC, Novaes JS, Dantas EH. Efeitos do treinamento resistido na força máxima, na flexibilidade e na autonomia funcional de mulheres idosas. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum. 2006;8(4):52-8. estudaram os efeitos de sessões de treinamento de força sobre os níveis de flexibilidade. Em ambos os estudos, o treinamento de força pareceu não comprometer o aprimoramento da flexibilidade. Vale et al.4949 Vale RG, Barreto AC, Novaes JS, Dantas EH. Efeitos do treinamento resistido na força máxima, na flexibilidade e na autonomia funcional de mulheres idosas. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum. 2006;8(4):52-8. adicionam que a amplitude de movimento do treinamento de força explica os ganhos de flexibilidade. Na presente pesquisa, todas as participantes também estavam envolvidas em exercícios de contrarresistência.

O estudo de Campos et al.5050 Campos AL, Del Ponte LS, Afonso MR, Nunes VG. Efeitos do treinamento concorrente sobre variáveis de saúde de hipertensas. Rev Ciênc Médicas. 2013;22(2):59-66. também observou efeitos positivos do treinamento concorrente sobre a flexibilidade. O programa de exercício proposto pelos pesquisadores foi constituído por treinamento aeróbico e treinamento de resistência muscular, com uma amostra constituída por mulheres hipertensas (idade: 63,7±5,1 anos). O presente estudo apresenta algumas similaridades, pois a amostra também foi constituída por mulheres que realizaram treinamento de força e de resistência aeróbia, sendo 37,9% da amostra composta por hipertensas.

Os achados de Salvat et al.5151 Salvat I, Zaldivar P, Monterde S, Montull S, Miralles I, Castel A. Functional status, physical activity level, and exercise regularity in patients with fibromyalgia after multidisciplinary treatment: retrospective analysis of a randomized controlled trial. Rheumatol Int. 2017;37(3):377-87. também constataram a importância de um tratamento interdisciplinar para pacientes com FM. De acordo com os resultados, os pacientes com FM do grupo interdisciplinar apresentaram melhora significativa da aptidão física.

CONCLUSÃO

A partir dos resultados, concluiu-se que seis meses de exercício físico supervisionado podem melhorar significativamente a flexibilidade de mulheres com FM. A aplicabilidade do estudo está evidenciada, pois o mesmo procurou verificar o efeito do exercício físico supervisionado sobre uma valência física condicional, sendo a flexibilidade um componente da aptidão física relacionado à saúde. Destaca-se a necessidade de novos estudos sobre flexibilidade e FM e sugere-se a utilização de outros instrumentos de avaliação, além do teste de sentar e alcançar.

  • Fontes de fomento: Suporte Financeiro: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

AGRADECIMENTOS

Agradecemos à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelo apoio financeiro nessa pesquisa e ao Programa de Extensão Práticas Corporais de Saúde (PRACORSAU), do Instituto de Educação Física e Desportos (IEFD), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

REFERENCES

  • 1
    Geneen L, Moore RA, Clarke C, Martin D, Colvin LA, Smith BH. Physical activity and exercise for chronic pain in adults: an overview of Cochrane Reviews. Cochrane Database Syst Rev. 2017;(1):CD011279.
  • 2
    Soriano-Maldonado A, Artero EG, Segura-Jiménez V, Aparicio VA, Estévez-López F, Álvarez-Gallardo IC, et al. Association of physical fitness and fatness with cognitive function in women with fibromyalgia. J Sports Sci. 2016;34(18):1731-9.
  • 3
    Soriano-Maldonado A, Estévez-López F, Segura-Jiménez V, Aparicio VA, Álvarez-Gallardo IC, Herrador-Colmenero M, et al. Association of physical fitness with depression in women with fibromyalgia. Pain Med. 2016;17(8):1542-52.
  • 4
    Clauw DJ. Fibromyalgia: an overview. Am J Med. 2009;122(12):3-13.
  • 5
    Gonçalves TR, Mediano MF, Cavaliere ML, Barbosa JS. Evasão de um programa de tratamento multidisciplinar para mulheres com fibromialgia. Rev Bras Promoç Saúde. 2010;23(1):63-8.
  • 6
    Mattos RS, Luz MT. Quando a perda de sentidos no mundo do trabalho implica dor e sofrimento: um estudo de caso sobre fibromialgia. Physis. 2012;22(4):1459-84.
  • 7
    Álvarez-Gallardo IC, Carbonell-Baeza A, Segura-Jiménez V, Soriano-Maldonado A, Intemann T, Aparicia VA, et al. Physical fitness reference standards in fibromyalgia: the al-Ándalus project. Scand J Med Sci Sports. 2016. (in press).
  • 8
    Aparicio VA, Segura-Jimánez V, Álvarez-Gallardo IC, Soriano-Maldonado A, Castro-Piñero J, Delgado-Fernández M, et al. Fitness testing in the fibromyalgia diagnosis: the al-Ándalus project. Med Sci Sports Exer. 2015;47(3):451-9.
  • 9
    Jones CJ, Rakovski C, Rutledge D, Gutierrez A. A comparison of women with fibromyalgia syndrome to criterion fitness standards: a pilot study. J Aging Phys Act. 2015;23(1):103-11.
  • 10
    Costa IS, Gamundí A, Miranda JG, França LG, Santana CN, Montoya P, et al. Altered functional performance in patients with fibromyalgia. Front Hum Neurosci. 2017;11(14):1-9.
  • 11
    Segura-Jimenez V, Borges-Cosic M, Soriano-Maldonado A, Estévez-López F, Alvarez-Gallardo IC, Herrador-Colmenero M, et al. Association of sedentary time and physical activity with pain, fatigue, and impact of fibromyalgia: the al-Ándalus study. Scand J Med Sci Sports. 2017;27(1):83-92.
  • 12
    Ellingson LD, Shields MR, Stegner AJ, Cook DB. Physical activity, sustained sedentary behavior, and pain modulation in women with fibromyalgia. J Pain. 2012;13(2):195-206.
  • 13
    Cavalcante AB, Sauer JF, Chalot SD, Assumpção A, Lage LV, Matsutani LA, et al. A prevalência de fibromialgia: uma revisão de literatura. Rev Bras Reumatol. 2006;46(1):40-8.
  • 14
    Sá E, Veiga C, Matela S, Morais R, Silva R, Seixas AR, Gonçalves S, et al. A dor e o sofrimento: algumas reflexões a propósito da compreensão psicológica da fibromialgia. Rev Portuguesa Psicossomática. 2005;7(1-2):101-13.
  • 15
    Choy EH, Arnold LM, Clauw DJ, Crofford LJ, Glass JM, Simon LS, et al. Content and criterion validity of the preliminary core dataset for clinical trials in fibromyalgia syndrome. J Rheumatol. 2009;36(10):2330-4.
  • 16
    Auquier L, Bontoux D, Loo H, Godeau P, Menkes CJ, Paolaggi JB, et al. La fibromyalgie. Rev Med Interne. 2008;29(2):161-8.
  • 17
    Heymann RE, Paiva ES, Helfenstein Junior M, Pollak DF, Martinez JE, Provenza JR, et al. Consenso brasileiro do tratamento da fibromialgia. Rev Bras Reumatol. 2010;50(1):56-66.
  • 18
    Kas T, Colby M, Case M, Vaughn D. The effect of extremity strength training on fibromyalgia symptoms and disease impact in an existing multidisciplinary treatment program. J Bodyw Mov Ther. 2016;20(4):774-83.
  • 19
    Saral I, Sindel D, Esmaeilzadeh S, Sertel-Berk HO, Oral A. The effects of long- and short-term interdisciplinary treatment approaches in women with fibromyalgia: a randomized controlled trial. Rheumatol Int. 2016;36(10):1379-89.
  • 20
    Ambrose KR, Golightly YM. Physical exercise as non-pharmacological treatment of chronic pain: why and when. Best Pract Res Clin Rheumatol. 2015;29(1):120-30.
  • 21
    Valim V. Benefícios dos exercícios físicos na fibromialgia. Rev Bras Reumatol. 2006;46(1):49-55.
  • 22
    Garcia-Hermoso A, Saavedra JM, Escalante Y. Effects of exercise on functional aerobic capacity in adults with fibromyalgia syndrome: a systematic review of randomized controlled trials. J Back Musculoskelet Rehabil. 2015;28(4):609-19.
  • 23
    Novo JP, Pereira AE, Garcia AR, Martin RS, Mendez BG. Guía para la rehabilitación de la fibromialgia. Rev Cubana de Reumatologia. 2015;7(2):147-56.
  • 24
    Martins MR, Gritti CC, Santos Junior R, Araújo MC, Dias LC, Foss MH, et al. Estudo randomizado e controlado de uma intervenção terapêutica grupal em pacientes com síndrome fibromiálgica. Rev Bras Reumatol. 2014;54(3):179-84.
  • 25
    Van Santen M, Bolwijn P, Landewé R, Verstappen F, Bakker C, Hidding A, et al. High or low intensity aerobic fitness training in fibromyalgia: does it matter? J Rheumatol. 2002;29(3):582-7.
  • 26
    Suman AL, Biagi B, Biasi G, Carli G, Gradi M, Prati E, et al. One-year efficacy of a 3-week intensive multidisciplinary non-pharmacological treatment program for fibromyalgia patients. Clin Exp Rheumatol. 2009;27(1):7-14.
  • 27
    Caspersen CJ, Powell KE, Christenson GM. Physical activity, exercise, and physical fitness: definitions and distinctions for health-related research. Public Health Rep. 1985;100(2):126-31.
  • 28
    American College of Sport Sports Medicine. ACSM'S health-related physical fitness assessment manual. 4. ed. Philadelphia: Wolters Kluwer Health; Lippincott Williams & Wilkins; 2013.
  • 29
    Heymann RE. Dores musculoesqueléticas localizadas e difusas. São Paulo: Planmark; 2010.
  • 30
    Lorena SB, Lima MC, Ranzolin A, Duarte AL. Efeitos dos exercícios de alongamento muscular no tratamento da fibromialgia: uma revisão sistemática. Rev Bras Reumatol. 2015;55(2):167-73.
  • 31
    Carvalho AC, Paula KC, Azevedo TM, Nóbrega AC. Relação entre flexibilidade e força muscular em adultos jovens de ambos os sexos. Rev Bras Med Esporte. 1998;4(1):2-8.
  • 32
    Jones KD, Burckhardt CS, Clark SR, Bennet RM, Potempa KM, et al. A randomized controlled trial of muscle strengthening versus flexibility training in fibromyalgia. J Rheumatol. 2002;29(5);1041-8.
  • 33
    Matsutani LA, Marques AP, Ferreira EA, Assumpção A, Lage LV, Casarotto RA, et al. Effectiveness of muscle stretching exercises with and without laser therapy at tender points for patients with fibromyalgia. Clin Exp Rheumatol. 2007;25(3):410-5.
  • 34
    Cadénas-Sánchez, C, Ruiz-Ruiz J. Effect of a physical activity programme in patients with fibromyalgia: a systematic review. Med Clin. 2014;143(12):548-53.
  • 35
    Angel LR, Campos MA, Meza JA, Fernandéz MD, Heredia JM. Análise das capacidades físicas de mulheres com fibromialgia segundo o nível de gravidade da enfermidade. Rev Bras Med Esporte. 2012;18(5):308-12.
  • 36
    Busch AJ, Webber SC, Brachaniec M, Bidonde J, Bello-Haas VD, Danyliw AD, et al. Exercise therapy for fibromyalgia. Curr Pain Headache Rep. 2011;15(5):358-67.
  • 37
    Voigt L, Vale RGS, Abdala DW, Freitas WZ, Novaes JS, Dantas EHM. Efeitos de três repetições de 10 segundos de estímulo do método estático para o desenvolvimento da flexibilidade de homens adultos jovens. Rev Bras Ciênc Esporte. 2010;32(2):155-66.
  • 38
    Wells KF, Dillon EK. The sit and reach: a test of back and leg flexibility. Res Q Exerc Sport. 1952;23(1):155-8.
  • 39
    Nahas MV. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. 3ª ed. Londrina: Midiograf; 2003.
  • 40
    Santos MR, Moro CM, Vosgerau DS. Protocol for physical assessment in patients with fibromyalgia syndrome. Rev Bras Reumatol. 2014;54(2):117-23.
  • 41
    Marques AP, Assumpção A, Sousa A, Matsutani LA, Lage LV. Exercícios de alongamento ativo em pacientes com fibromialgia: efeito nos sintomas e na qualidade de vida. Fisioter Pesqui. 2007;14(3):18-24.
  • 42
    Ferreira AR, Morais Neto LA, Rezende AA, Rodrigues ES, Ribeiro DB, et al. Avaliação da flexibilidade através do flexímetro em resposta a três diferentes tempos de permanência de alongamento estático. Rev Amazônia. 2013;1(1):1-14.
  • 43
    Cyrino ES, Oliveira AR, Leite JC, Porto DB, Dias RM, Segantin AQ, et al. Comportamento da flexibilidade após 10 semanas de treinamento com pesos. Rev Bras Med Esporte. 2004;10(4):233-7.
  • 44
    Coelho CF, Burini RC. Atividade física para prevenção e tratamento das doenças crônicas não transmissíveis e da incapacidade funcional. Rev Nutr. 2009;22(6):937-46.
  • 45
    Coelho CW, Araújo CG. Relação entre aumento da flexibilidade e facilitações na execução de ações cotidianas em adultos participantes de programa de exercícios supervisionado. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum. 2000;2(1):31-41.
  • 46
    Azevedo DA, Carvalho SC, Leal EW, Damasceno SP, Ferreira ML. Influência da limitação da amplitude de movimento sobre a melhora da flexibilidade do ombro após um treino de seis semanas. Rev Bras Med Esporte. 2008;14(2):119-21.
  • 47
    Reis ADF, Silva ML, Felt SC, Lima WP. Efeitos do treinamento em circuito ou caminhada após oito semanas de intervenção na composição corporal e aptidão física de mulheres obesas sedentárias. Rev Bras Obes Nutr Emagr. 2008;2(11):498-507.
  • 48
    Gonçalves R, Gurjão AL, Gobbi S. Efeitos de oito semanas do treinamento de força na flexibilidade de idosos. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum. 2007;9(2):145-53.
  • 49
    Vale RG, Barreto AC, Novaes JS, Dantas EH. Efeitos do treinamento resistido na força máxima, na flexibilidade e na autonomia funcional de mulheres idosas. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum. 2006;8(4):52-8.
  • 50
    Campos AL, Del Ponte LS, Afonso MR, Nunes VG. Efeitos do treinamento concorrente sobre variáveis de saúde de hipertensas. Rev Ciênc Médicas. 2013;22(2):59-66.
  • 51
    Salvat I, Zaldivar P, Monterde S, Montull S, Miralles I, Castel A. Functional status, physical activity level, and exercise regularity in patients with fibromyalgia after multidisciplinary treatment: retrospective analysis of a randomized controlled trial. Rheumatol Int. 2017;37(3):377-87.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Apr-Jun 2017

Histórico

  • Recebido
    22 Nov 2016
  • Aceito
    11 Abr 2017
Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor Av. Conselheiro Rodrigues Alves, 937 cj 2, 04014-012 São Paulo SP Brasil, Tel.: (55 11) 5904 3959, Fax: (55 11) 5904 2881 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: dor@dor.org.br