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Análise da adesão ao tratamento com antirretrovirais em pacientes com HIV/AIDS

RESUMO

Objetivo:

Analisar a adesão de pacientes com HIV/AIDS à terapia antirretroviral.

Método:

99 voluntários portadores do vírus HIV sob tratamento foram submetidos à entrevista social e demográfica semiestruturada e ao questionário para avaliação da adesão ao tratamento antirretroviral.

Resultados:

Na amostra analisada, 52,5% dos voluntários apresentaram boa/adequada adesão ao tratamento, enquanto 33,3% apresentaram baixa/insuficiente. Não houve diferença significativa entre homens e mulheres na pontuação do questionário, nem entre os diferentes graus de instrução.

Conclusão:

Os principais itens do questionário que contribuíram para aderência boa/adequada foram o impacto positivo do tratamento na saúde e na qualidade de vida, os poucos efeitos colaterais com o início da terapia e a autoavaliação positiva dos participantes quanto à própria adesão à terapia antirretroviral. As principais barreiras detectadas para a baixa/insuficiente adesão à terapia antirretroviral foram o desconhecimento sobre as medicações em uso e o relato de escassez de informação sobre os medicamentos da terapia antirretroviral.

Descritores:
Terapia Antirretroviral de Alta Atividade; Imunidade; Adesão à Medicação; HIV; Síndrome de Imunodeficiência Adquirida

ABSTRACT

Objective:

To analyze the compliance to antiretroviral therapy among HIV/AIDS patients.

Method:

99 HIV-positive volunteers undergoing treatment responded to a semi-structured sociodemographic interview and to a questionnaire that assessed compliance to antiretroviral treatment.

Results:

In the sample analyzed, 52.5% of the volunteers presented good/adequate treatment compliance, while 33.3% presented low/insufficient compliance. There was no significant difference between men and women in the questionnaire score, nor between groups with different levels of education.

Conclusion:

The main items of the questionnaire that contributed to good/adequate compliance were: positive impact of treatment on health and quality of life, few side effects after initiation of therapy, and positive self-evaluation of participants regarding their compliance to antiretroviral therapy. The main barriers detected for compliance to antiretroviral therapy were the lack of knowledge about current medications and the lack of information on antiretroviral therapy drugs.

Descriptors:
Antiretroviral Therapy, Highly Active; Immunity; Medication Adherence; HIV Infections; Acquired Immunodeficiency Syndrome

RESUMEN

Objetivo:

analizar la adhesión de pacientes con VIH/SIDA a la terapia antirretroviral.

Método:

99 voluntarios portadores del virus VIH en tratamiento se sometieron a entrevista social y demográfica semiestructurada y al cuestionario de evaluación de la adhesión al tratamiento antirretroviral.

Resultados:

en la muestra analizada, el 52,5% de los voluntarios presentaba buena/adecuada adhesión al tratamiento, mientras que el 33,3%, baja/insuficiente. No había diferencia significativa entre hombres y mujeres en la puntuación del cuestionario, ni entre los diferentes grados de instrucción.

Conclusión:

Los puntos principales del cuestionario que contribuyeron a la adherencia buena/adecuada fueron: impacto positivo del tratamiento de la salud y la calidad de vida, pocos efectos colaterales al principio de la terapia y una autoevaluación positiva de los participantes relativa a la propia adhesión a la terapia antirretroviral. Las principales barreras detectadas para la baja/insuficiente adhesión a la terapia antirretroviral fueron el desconocimiento sobre los remedios en uso y la escasez de información sobre los medicamentos de la terapia antirretroviral.

Descriptores:
Terapia Antirretroviral de Alta Actividad; Inmunidad; Adhesión a la Medicación; VIH; Síndrome de Inmunodeficiencia Adquirido

INTRODUÇÃO

A adesão a um tratamento está relacionada à aceitação e à integração de determinado regime terapêutico no cotidiano das pessoas em tratamento, com essencial participação do paciente nas decisões sobre ele(11 Ministério da Saúde (BR). Programa Nacional de DST e AIDS: Manual de adesão ao tratamento para pessoas vivendo com HIV e AIDS. Brasília (DF) [Internet]; 2008 [cited 2019 Feb 14]. Available from: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_adesao_tratamento_hiv.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoe...
). Esse é um tema de grande importância na terapia contra o HIV, pois há uma ligação firmada entre o paciente e o médico, na qual o tratamento é seguido e compreendido em toda a sua amplitude, isto é, refere-se ao comportamento do usuário no seguimento da prescrição médica quanto à posologia, à quantidade de medicamentos por horário, ao tempo de tratamento e às recomendações especiais para determinados medicamentos(22 Cardoso GP, Arruda A. As representações sociais da soropositividade e sua relação com a observância terapêutica. Ciênc Saúde Colet[Internet]. 2004 [cited 2019 Feb 14];10(1):151-62. Available from: www.scielo.br/pdf/csc/v10n1/a16v10n1
www.scielo.br/pdf/csc/v10n1/a16v10n1...
-33 Silva ALCN, Waidman, MAP, Marcon, SS. [Adhesion and non adhesion to anti-retroviral therapy: the two faces of a same experience]. Rev Bras Enferm. 2009;62(2):213-20. doi: 10.1590/S0034-71672009000200007 Portuguese.
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).

O vírus da imunodeficiência humana (HIV) é um retrovírus associado à imunodeficiência progressiva de seu portador, com supressão de linfócitos T CD4+ e glóbulos específicos, o que reduz o potencial de defesa do sistema imune, caracterizando a patologia como crônica e potencialmente letal(44 Lazzarotto AR, Deresz LF, Sprinz E. [HIV/Aids and Concurrent Training: Systematic Review]. Rev Bras Med Esporte. 2010;16(2):149-154. doi: 10.1590/S1517-86922010000200015 Portuguese.
https://doi.org/10.1590/S1517-8692201000...
). A depressão do sistema imune em função do comprometimento leucocitário e da acentuada linfopenia torna o paciente vulnerável a patologias oportunistas, infecções e mutações nos processos de divisão celular, induzindo o surgimento, por exemplo, de linfomas. Assim, o aumento da morbimortalidade está associado às consequências da imunodeficiência(55 Somarriba G, Neri D, Schaefer N, Miller TL. The effect of aging, nutrition, and exercise during HIV infection. HIV AIDS (Auckl). 2010;2:191-201. doi: 10.2147/HIV.S9069
https://doi.org/10.2147/HIV.S9069...
).

A infecção pelo vírus HIV é considerada uma epidemia mundial e apresenta diversos fatores de risco associados, como idade, gênero, etnia, orientação sexual e renda média. Apenas no Brasil, de 2007 até junho de 2016, foram notificados no sistema do Ministério da Saúde 136.945 casos de infecção pelo HIV(66 Ministério da Saúde (BR). Boletim Epidemiológico Aids e DST, Ano V, n. 1. Brasília (DF) [Internet]. 2016 [cited 2017 Aug 28]. Available from: http://www.aids.gov.br/system/tdf/pub/2016/59427/boletim_2016_1_pdf_16375.pdf?file=1&type=node&id=59427&force=1
http://www.aids.gov.br/system/tdf/pub/20...
). Entretanto, acredita-se que uma relevante fração de indivíduos infectados pelo vírus não foi identificada e, portanto, não foi reportada para os órgãos de regulação.

Na década de 90, com o objetivo de reduzir os efeitos ocasionados pela imunossupressão, foi incorporada ao tratamento a Terapia Antirretroviral (TARV), o que provocou aumento da qualidade e do tempo de vida dos pacientes. Atualmente, a TARV é composta por três antivirais combinados com diferentes mecanismos de ação, considerando uso racional, eficácia, efetividade, toxicidade e comodidade posológica(77 Ministério da Saúde (BR). Nota Informativa Nº007/2017 - DDAHV/SVS/MS. Brasília (DF) [Internet]; 2017 [cited 2017 Oct 21]. Available from: http://azt.aids.gov.br/documentos/siclom_operacional/Nota%20Informativa%20007%20-%20protocolo%20de%20uso%20ARV%20-%202017.pdf
http://azt.aids.gov.br/documentos/siclom...
). Entretanto, a TARV pode provocar uma série de distúrbios metabólicos, que reduzem a adesão ao tratamento(88 Finkelstein JL, Gala P, Rochford R, Glesby MJ, Mehta S. HIV/AIDS and lipodystrophy: implications for clinical management in resource-limited settings. J Int AIDS Soc. 2015;18:19033. doi: 10.7448/IAS.18.1.19033
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).

Dentre os efeitos adversos referidos pelos pacientes submetidos à TARV ou identificados pelos profissionais de saúde, encontram-se rash, náusea, diarreia, insuficiência renal, perda óssea, reações adversas do sistema nervoso central, hepatotoxicidade, lipoatrofia, hipertrigliceridemia, dislipidemia, resistência à insulina, hepatotoxicidade(99 Silva SPS. Fatores genéticos e reações adversas aos antirretrovirais em pacientes portadores do HIV-1. [Dissertação][Internet]. Recife: Universidade Federal de Pernambuco; 2013 [cited 2019 Feb 14]. Available from: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/11427
https://repositorio.ufpe.br/handle/12345...
).

A adesão do paciente à TARV precisa ser monitorada clinicamente e cientificamente. O monitoramento clínico identifica os usuários que não aderiram ao tratamento e o científico, por meio da análise estatística de dados, identifica a prevalência da não adesão(1010 Polejack L, Seidl EMF. [Monitoring and evaluation of adherence to ARV treatment for HIV/aids: challenges and possibilities]. Ciênc Saúde Colet. 2010;15(Supl. 1):1201-08. doi: 10.1590/S1413-81232010000700029 Portuguese.
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). Nesse sentido, a não adesão ao tratamento pode ser multicausal, relacionada ao entendimento do próprio paciente, aos efeitos colaterais da terapia, às informações transmitidas pelas unidades de saúde ou à ineficiência do serviço de apoio social(22 Cardoso GP, Arruda A. As representações sociais da soropositividade e sua relação com a observância terapêutica. Ciênc Saúde Colet[Internet]. 2004 [cited 2019 Feb 14];10(1):151-62. Available from: www.scielo.br/pdf/csc/v10n1/a16v10n1
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-33 Silva ALCN, Waidman, MAP, Marcon, SS. [Adhesion and non adhesion to anti-retroviral therapy: the two faces of a same experience]. Rev Bras Enferm. 2009;62(2):213-20. doi: 10.1590/S0034-71672009000200007 Portuguese.
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).

OBJETIVO

Analisar a adesão de pacientes com HIV/AIDS à terapia antirretroviral.

MÉTODO

Aspectos Éticos

A realização da pesquisa seguiu à Resolução n°466/2012 que dispõe sobre Diretrizes e Normas Regulamentares da Pesquisa Envolvendo Seres Humanos. O projeto de pesquisa foi submetido e aprovado por Comitê de Ética e Pesquisa.

A leitura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) foi realizada, ressaltando-se a participação voluntária na pesquisa e a liberdade de saída a qualquer momento. Além disso, foi esclarecido que foram apenas utilizados os dados obtidos com intenção científica, garantindo a privacidade do voluntário.

Desenho, local do estudo e período

Os sujeitos selecionados para participar foram encaminhados para o local pré-determinado no CSB nº 11 e na Unidade Mista de Saúde da Asa Sul, em um ambiente calmo, para que, após assinatura do TCLE, passassem a responder a entrevista e posteriormente o instrumento.

Os locais selecionados para a aplicação da pesquisa foram duas unidades básicas de saúde (UBS) compostas por equipes multiprofissionais: Centro de Saúde de Brasília nº 11 e Unidade Mista de Saúde da Asa Sul (Hospital Dia). Ambos os locais seguem as diretrizes de atendimento do Ministério da Saúde em relação ao Programa de Infecções Sexualmente Transmissíveis, HIV/AIDS e Hepatite Virais.

A coleta de dados foi feita nos meses de abril e maio de 2016.

População, critérios de inclusão e de exclusão

Participaram da pesquisa os pacientes em tratamento com antirretrovirais e acompanhamento de HIV/AIDS nas unidades de saúde escolhidas para a realização da pesquisa.

Os critérios de inclusão no trabalho foram os seguintes: idade igual ou superior a 18 anos, sorologia positiva para HIV, estar em tratamento ininterrupto e regular com antirretroviral há pelo menos seis meses, ter sido acompanhado em consultas clínicas agendadas no período da pesquisa, ter feito no mínimo 2 consultas clínicas, ter capacidade de compreender e colaborar respondendo às perguntas. Foram excluídos os indivíduos com distúrbios psiquiátricos, gestantes ou com deficiências na área de comunicação que impedissem de responder a entrevista e o questionário.

A amostra de conveniência da pesquisa foi composta por 99 pacientes, sendo a maior parte deles (n=70) provenientes do Centro de Saúde de Brasília nº 11 devido à disponibilidade individual a participar da pesquisa.

Protocolo do estudo

A entrevista social e demográfica foi realizada pelo próprio pesquisador na unidade de saúde, em local reservado. Foram colhidas informações dos últimos 30 dias de terapia. Os aspectos da entrevista foram características sociais, demográficas e econômicas (idade, sexo, situação conjugal, situação de emprego, escolaridade, renda per capita, aquisição dos medicamentos e orientação sexual).

Além disso, foram avaliadas as características clínicas de cada entrevistado: forma de transmissão do HIV, uso de medicação psiquiátrica e outras medicações, rede de suporte social, comorbidades, tempo de infecção e de terapia antirretroviral, número de células CD4+ por mm3, carga viral, medicação antirretroviral em uso, número de comprimidos, posologia, local de moradia, uso de álcool no último mês, intervalo e tempo decorrido entre as consultas realizadas no centro de referência.

A entrevista semiestruturada foi realizada por meio de quatro perguntas subjetivas: “Como você se sentiu ao receber o diagnóstico?”, “Qual é a influência do uso da TARV na sua vida?”, “Como você se sente no horário de tomar a medicação?” e “O que faz nas horas de lazer?”.

Foi utilizado o Cuestionario para La Evaluación de La Adhesión al Tratamiento Antiretroviral CEAT-VIH online (questionário para a avaliação da adesão ao tratamento antirretroviral – CEAT-VIH), com adaptação brasileira e validação pelo centro especializado em atendimento de pacientes infectados pelo HIV/AIDS em Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul, onde os resultados finais apresentaram boa confiabilidade, alta sensibilidade e média especificidade(1111 Remor E, Moskovics, JM, Preussler G. [Brazilian adaptation of the Assessment of Adherence to Antiretroviral Therapy Questionnaire]. Rev Saude Publica. 2007;41(5):685-94. doi: 10.1590/S0034-89102006005000043 Portuguese.
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).

Os participantes foram convidados a participar da pesquisa enquanto aguardavam a consulta médica. A partir do aceite, cada participante foi encaminhado para um consultório no mesmo local, onde, após explicação dos objetivos da pesquisa, leitura e assinatura do TCLE, puderam responder por escrito os questionários. Caso o usuário tivesse dificuldade de leitura, o questionário poderia ser apresentado verbalmente pelo entrevistador, sem fazer influência junto ao entrevistado.

Análises dos resultados e estatística

As informações obtidas no questionário foram revisadas e lançadas em planilha.

A adesão foi analisada através dos resultados do questionário CEAT-VIH, utilizando a classificação em três grupos: adesão baixa/insuficiente (escore bruto ≤74; percentil≤ 49), adesão boa/adequada (escore bruto entre 75 e 79; percentil 50-85) e adesão estrita (escore bruto≥80; percentil≥85). A pontuação total do CEAT-VIH resulta da soma dos 20 itens de acordo com a codificação atribuída a cada um deles, permitindo identificar um índice global de adesão ao tratamento antirretroviral, o que facilita a classificação quanto à aderência. Quanto maior a pontuação obtida, maior o grau de adesão ao tratamento, sendo a pontuação mínima possível 17 e a máxima 89(1111 Remor E, Moskovics, JM, Preussler G. [Brazilian adaptation of the Assessment of Adherence to Antiretroviral Therapy Questionnaire]. Rev Saude Publica. 2007;41(5):685-94. doi: 10.1590/S0034-89102006005000043 Portuguese.
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). Dados contínuos do questionário foram também utilizados para testes de hipótese com as variáveis sociais e demográficas.

Os dados foram expressos nos resultados e nas tabelas em média ± desvio padrão. A estatística descritiva foi utilizada na exposição dos dados. A normalidade dos dados foi verificada pelo teste de Kolmogorov-Smirnov. A relação entre a adesão ao tratamento e o tempo de tratamento foi analisada pelo teste de Correlação de Spearman. Possíveis diferenças na adesão ao tratamento entre os gêneros foram analisadas pelo teste de Mann-Whitney U. As interações na adesão ao tratamento entre os diferentes graus de instrução foram analisadas pelo teste de Kruskal-Wallis. Havendo interações significativas, as diferenças entre grupos foram analisadas pelo teste de Mann-Whitney U. Todas as análises foram realizadas no software estatístico SPSS versão 21.0. Adotou-se p < 0,05 como nível de significância.

RESULTADOS

Participaram do estudo 99 voluntários (89 homens e 10 mulheres). Destes, 39 possuíam apenas o primeiro grau completo, 27 o segundo grau completo e 33 o terceiro grau completo. Os voluntários referiram tempo de tratamento de 7,55 ± 5,97 anos.

A adesão ao tratamento foi classificada de acordo com o escore CEAT-VIH em baixa/insuficiente (abaixo de 52 pontos), boa/adequada (53 a 78 pontos) e estrita (acima de 79 pontos). Na amostra analisada, 74 voluntários apresentaram boa/adequada adesão ao tratamento, enquanto 25 voluntários apresentaram estrita adesão ao tratamento, segundo análise das respostas obtidas com o questionário (Tabela 1).

Tabela 1
Respostas ao questionário para a avaliação da adesão ao tratamento antirretroviral
Tabela 2
Distribuição das respostas ao questionário para a avaliação da adesão ao tratamento antirretroviral segundo a categorização do escore de adesão

Não foi encontrada relação significativa entre a adesão ao tratamento e o tempo de tratamento (p = 0,877; ro = 0,160). Não houve diferença significativa entre os grupos que apresentaram boa/adequada e estrita adesão ao tratamento no grau de instrução (p = 0,899) e no tempo de tratamento (p = 0,672). Também não houve diferença significativa entre homens e mulheres na pontuação do questionário de adesão ao tratamento (H:75,26 ± 5,53 vs. M: 76,30 ± 2,54; p = 0,944) e não houve diferença no escore de adesão ao tratamento entre os diferentes graus de instrução (1 grau: 76,51 ± 4,03 vs. 2 grau 72,78 ± 7,15 vs. 3 grau: 76,12 ± 4,21; p = 0,066).

Foram analisadas as associações entre as variáveis por categoria de adesão (variável dependente) e as respostas dos questionários a respeito das características pessoais e o CEAT-VIH (variável independente), bem como a significância estatística. Não foram observadas associações significativas (p<0,05) entre as frequências de acordo com a categoria do tipo de adesão em 14 das 20 categorias.

Entretanto, foram encontradas associações significantes nos seguintes itens: “Lembra-se que remédios está tomando neste momento” (p = 0,025), “Quanta informação você tem sobre os medicamentos que toma para o HIV” (p = 0,001), “Considera que sua saúde melhorou desde que começou a tomar os medicamentos para o HIV” (p = 0,006), “Como se sente em geral com o tratamento, desde que começou a tomar seus remédios” (p = 0,035), “Como avalia a intensidade dos efeitos colaterais relacionados com o uso dos medicamentos para o HIV” (p = 0,000) e “Que avaliação tem de si mesmo com relação à tomada dos remédios para o HIV” (p = 0,010).

DISCUSSÃO

Os principais resultados do estudo sugerem adesão boa/adequada ao tratamento (74,7% dos voluntários) e adesão estrita (26,2% dos voluntários), o que pareceu não se modificar em função da escolaridade, do tempo de tratamento e do gênero. Os itens “Lembra-se que remédios está tomando neste momento”, “Quanta informação você tem sobre os medicamentos que toma para o HIV”, “Considera que sua saúde melhorou desde que começou a tomar os medicamentos para o HIV”, “Como se sente em geral com o tratamento, desde que começou a tomar seus remédios”, “Como avalia a intensidade dos efeitos colaterais relacionados com o uso dos medicamentos para o HIV” e “Que avaliação tem de si mesmo com relação à tomada dos remédios para o HIV” refletem quesitos fundamentais para a manutenção da TARV.

A adesão ao tratamento antirretroviral por pacientes portadores do HIV é de extrema importância por promover elevação da qualidade de vida, redução das morbidades e aumento da sobrevida(33 Silva ALCN, Waidman, MAP, Marcon, SS. [Adhesion and non adhesion to anti-retroviral therapy: the two faces of a same experience]. Rev Bras Enferm. 2009;62(2):213-20. doi: 10.1590/S0034-71672009000200007 Portuguese.
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). Entretanto, a adesão é um dos maiores desafios da equipe multidisciplinar envolvida na intervenção tratativa, posto que é influenciada por fatores relacionados às alterações físicas, fisiológicas e psicológicas induzidas pela própria síndrome e pelo tratamento. Além disso, a adesão ao tratamento sofre influência da personalidade do paciente, do envolvimento e empatia com a equipe de saúde multiprofissional e das interações sociais(33 Silva ALCN, Waidman, MAP, Marcon, SS. [Adhesion and non adhesion to anti-retroviral therapy: the two faces of a same experience]. Rev Bras Enferm. 2009;62(2):213-20. doi: 10.1590/S0034-71672009000200007 Portuguese.
https://doi.org/10.1590/S0034-7167200900...
,1212 Schaurich D, Coelho, DF, Motta MGC. A cronicidade no processo saúde-doença : repensando a epidemia da AIDS após os anti-retrovirais. Rev Enferm UERJ [Internet]. 2006 [cited 2019 Feb 14];14(3):455-462. Available from: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/107165
https://lume.ufrgs.br/handle/10183/10716...
). No presente trabalho, a relação dos pacientes com seus médicos foi avaliada como boa por mais de 87% dos entrevistados, sendo o envolvimento com o próprio tratamento alto, analisado dentre outros pelo esforço que o paciente mantém para seguir o tratamento, o que pode ser interpretado como ponto positivo para a adesão à TARV.

Da mesma forma, a adesão ao tratamento parece ser determinada por uma série de fatores como morbidades, número de pílulas ingeridas por dia, condições crônicas e de infecção, fatores ambientais, fatores estruturais e pessoais, nível de escolaridade e renda(1313 Parker RD, Mangine CM, Hendricks BM, Cima MJ, Mcie S, Sarwari A. Adherence to HIV Treatment and Care at a Rural Appalachian HIV Clinic. J Assoc Nurses AIDS Care. 2017;28(1):67-74. doi: 10.1016/j.jana.2016.09.002
https://doi.org/10.1016/j.jana.2016.09.0...
-1414 Miyada S, Garbin AJI, Colturato R, Gatto J, Garbin CAS. Treatment adherence in patients living with HIV/AIDS assisted at a specialized facility in Brazil. Rev Soc Bras Med Trop. 2017;50(5):607-12. doi: 10.1590/0037-8682-0266-2017
https://doi.org/10.1590/0037-8682-0266-2...
). Segundo Silva et al.(33 Silva ALCN, Waidman, MAP, Marcon, SS. [Adhesion and non adhesion to anti-retroviral therapy: the two faces of a same experience]. Rev Bras Enferm. 2009;62(2):213-20. doi: 10.1590/S0034-71672009000200007 Portuguese.
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), um maior nível de escolaridade favorece a compreensão sobre a patologia e a terapêutica medicamentosa, refletindo em uma maior adesão ao tratamento, o que também foi observado na pesquisa de Myiada et al.(1414 Miyada S, Garbin AJI, Colturato R, Gatto J, Garbin CAS. Treatment adherence in patients living with HIV/AIDS assisted at a specialized facility in Brazil. Rev Soc Bras Med Trop. 2017;50(5):607-12. doi: 10.1590/0037-8682-0266-2017
https://doi.org/10.1590/0037-8682-0266-2...
). Por outro lado, o baixo nível de escolaridade tem demonstrado uma alteração no perfil do paciente infectado e uma relação não só com a adesão ao tratamento, mas também com a própria infecção pelo vírus(33 Silva ALCN, Waidman, MAP, Marcon, SS. [Adhesion and non adhesion to anti-retroviral therapy: the two faces of a same experience]. Rev Bras Enferm. 2009;62(2):213-20. doi: 10.1590/S0034-71672009000200007 Portuguese.
https://doi.org/10.1590/S0034-7167200900...
,1515 Barroso LLM, Pereira KKC, Almeida, PPC, Galvão MMTG. Adesão ao tratamento com antirretrovirais entre pacientes com AIDS. Online Braz J Nurs[Internet]. 2006 [cited 2019 Feb 14];5(2). Available from: http://www.objnursing.uff.br/index.php/nursing/article/view/290/56
http://www.objnursing.uff.br/index.php/n...
). No entanto, no presente trabalho não houve diferença estatística no escore de adesão ao tratamento entre os diferentes graus de instrução.

Em relação ao gênero, Auld et al.(1616 Auld AF, Agolory SG, Shiraishi RW, Wabwire-Mangen F, Kwesigabo G, Mulenga M et al. Antiretroviral therapy enrollment characteristics and outcomes among HIV-infected adolescents and young adults compared with older adults-seven African countries, 2004-2013. MMWR Morb Mortal Wkly Rep [Internet]. 2014 [cited 2019 Feb 14];63(47):1097-103. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5779521/pdf/1097-1103.pdf
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article...
), Lemos et al.(1717 Lemos LA, Feijão AR, Galvão MTG. Aspectos sociais e de saúde de portadores da coinfecção HIV/tuberculose. Rev Rene [Internet]. 2013 [cited 2019 Feb 14];14(2):364-71. Available from: https://www.redalyc.org/pdf/3240/324027986014.pdf
https://www.redalyc.org/pdf/3240/3240279...
) e May et al.(1818 May M, Sterne JA, Sabin C, Costagliola D, Justice AC, Thiébaut R, et al. Prognosis of HIV-1-infected patients up to 5 years after initiation of HAART: collaborative analysis of prospective studies. AIDS. 2007 May 31;21(9):1185-97. doi: 10.1097/QAD.0b013e328133f285
https://doi.org/10.1097/QAD.0b013e328133...
) afirmam haver uma predominância de homens nos grupos que apresentam baixa adesão ao tratamento, prognósticos negativos e resultados clínicos insuficientes, inclusive no que se refere ao envolvimento com a equipe de saúde multidisciplinar. Por outro lado, no trabalho de Betancur et al.(1919 Betancur MN, Lins L, Oliveira IR, Brites C. Quality of life, anxiety and depression in patients with HIV/AIDS who present poor adherence to antiretroviral therapy: a cross-sectional study in Salvador, Brazil. Braz J Infect Dis. 2017;21(5):507-514. doi: 10.1016/j.bjid.2017.04.004
https://doi.org/10.1016/j.bjid.2017.04.0...
), houve proporção significativamente maior de mulheres entre pacientes não aderentes ao tratamento. Contudo, no presente estudo, não houve diferença entre homens e mulheres na adesão ao tratamento com antirretrovirais. Corroborando esses resultados, Ioannides et al.(2020 Ioannides KL, Chapman J, Marukutira T, Tshume O, Anabwani G, Gross R, Lowenthal ED. Patterns of HIV treatment adherence do not differ between male and female adolescents in Botswana. AIDS Behav. 2017;21(2):410-4. doi: 10.1007/s10461-016-1530-7
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) também não encontraram diferenças entre gêneros ao comparar 154 adolescentes homens com 134 adolescentes mulheres. Nesse sentido, sugere-se que fatores ambientais, psicológicos e físicos sejam mais relevantes na adesão ao tratamento do que o gênero.

Adicionalmente, a adesão ao tratamento por pacientes infectados com o vírus HIV parece não variar entre adolescentes e adultos. Entretanto, faz-se necessário o acompanhamento multidisciplinar individualizado pela equipe de saúde, direcionado especificamente ao público-alvo, com programas de aderência compostos por intervenções psicológicas, a fim de satisfazer as necessidades informativas, formativas e fundamentais de cada faixa etária(2121 Inzaule SC, Hamers RL, Kityo C, Rinke de Wit TF, Roura M. Long-term antiretroviral treatment adherence in HIV-infected adolescents and adults in Uganda: a qualitative study. PloS one. 2016;11(11):e0167492. doi: 10.1371/journal.pone.0167492
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).

As alterações induzidas pelo tratamento com antirretrovirais promovem uma série de distúrbios metabólicos, pois, apesar de aumentar a qualidade de vida e a sobrevida dos pacientes, a TARV pode induzir, entre outras consequências, a síndrome lipodistrófica, a qual se refere a uma complicação metabólica da perda de gordura, ganho de gordura ou uma combinação dessas condições(88 Finkelstein JL, Gala P, Rochford R, Glesby MJ, Mehta S. HIV/AIDS and lipodystrophy: implications for clinical management in resource-limited settings. J Int AIDS Soc. 2015;18:19033. doi: 10.7448/IAS.18.1.19033
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). Essa síndrome pode provocar a redução da gordura em regiões periféricas como face, nádegas, braços, pernas, o acúmulo de gordura na região central, abdominal, ginecomastia, mamas em mulheres e gibosidade dorsal, ou uma associação entre as duas formas descritas(2222 Gazzaruso C, Bruno R, Garzaniti A, Giordanetti S, Fratino P, Sacchi P, Filice G. Hypertension among HIV patients: prevalence and relationships to insulin resistance and metabolic syndrome. J Hypertens. 2003;21(7):1377-82. doi: 10.1097/01.hjh.0000059071.43904.dc
https://doi.org/10.1097/01.hjh.000005907...
). Segundo Finkelstein et al.(88 Finkelstein JL, Gala P, Rochford R, Glesby MJ, Mehta S. HIV/AIDS and lipodystrophy: implications for clinical management in resource-limited settings. J Int AIDS Soc. 2015;18:19033. doi: 10.7448/IAS.18.1.19033
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), a distribuição anormal de gordura apresenta um profundo impacto negativo tanto físico quanto emocional, representando um importante ponto a ser observado no manejo clínico dos pacientes submetidos à TARV.

Além disso, a adesão à TARV é influenciada pela presença de coinfecções e pela quantidade de fármacos requerida para o tratamento destas. Segundo Lemos et al.(1717 Lemos LA, Feijão AR, Galvão MTG. Aspectos sociais e de saúde de portadores da coinfecção HIV/tuberculose. Rev Rene [Internet]. 2013 [cited 2019 Feb 14];14(2):364-71. Available from: https://www.redalyc.org/pdf/3240/324027986014.pdf
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), pacientes coinfectados com Tuberculose (HIV/TB) tendem a apresentar menor adesão ao tratamento, principalmente homens de baixa renda, que apresentam três ou mais condições clínicas e possuem um parceiro também infectado. Entretanto, os resultados do estudo citado demonstraram uma relação negativa entre o tempo de tratamento e a adesão ao tratamento, o que não foi confirmado pela presente pesquisa.

De forma geral, Sagarduy et al.(2323 Sagarduy JLY, López JAP, Ramírez MTG, Dávila LEF. Psychological model of ART adherence behaviors in persons living with HIV/AIDS in Mexico: a structural equation analysis. Rev Saude Publica. 2017;51:81. doi: 10.11606/S1518-8787.2017051006926
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) discutem que fatores da personalidade do paciente, como tomada de decisão e tolerância da frustração, estão diretamente relacionados aos comportamentos de adesão à medicação antirretroviral. Para Betencur et al.(1919 Betancur MN, Lins L, Oliveira IR, Brites C. Quality of life, anxiety and depression in patients with HIV/AIDS who present poor adherence to antiretroviral therapy: a cross-sectional study in Salvador, Brazil. Braz J Infect Dis. 2017;21(5):507-514. doi: 10.1016/j.bjid.2017.04.004
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), a psicoeducação pode ser usada para dirimir crenças negativas em relação ao tratamento, além de servir também para a avaliação de sintomas de ansiedade e depressão. Chenneville et al.(2424 Chenneville T, Machacek M, St John Walsh A, Emmanuel P, Rodriguez C. Medication Adherence in 13- to 24-Year-Old Youth Living With HIV. J Assoc Nurses AIDS Care. 2017;28(3):383-94. doi: 10.1016/j.jana.2016.11.002
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) sugerem como determinantes fundamentais na adesão ao tratamento com antirretrovirais por pacientes acometidos pelo vírus HIV uma intervenção capaz de lembrar, principalmente os jovens, a ingerir a medicação. Nesse sentido, destacam-se os fatores físicos, cognitivos, afetivos e/ou ambientais como facilitadores ou barreiras na adesão ao tratamento e a inclusão apropriada de uma equipe multidisciplinar de profissionais de saúde, além de informações suficientes que estimulem a adesão. Ademais, existe forte associação entre a presença de níveis moderados ou graves de ansiedade, sintomas de depressão e baixa pontuação em escalas de qualidade de vida e a baixa adesão à TARV(1919 Betancur MN, Lins L, Oliveira IR, Brites C. Quality of life, anxiety and depression in patients with HIV/AIDS who present poor adherence to antiretroviral therapy: a cross-sectional study in Salvador, Brazil. Braz J Infect Dis. 2017;21(5):507-514. doi: 10.1016/j.bjid.2017.04.004
https://doi.org/10.1016/j.bjid.2017.04.0...
).

Limitações do estudo

Por se tratar da análise de questionários, há individualidade no que se refere às respostas, o que influencia diretamente a avaliação do escore, uma vez que o sujeito volta-se à própria experiência perante o tratamento para responder o questionário.

Contribuições para a área da enfermagem, saúde ou política pública

É imperativo enxergar como o paciente se vê frente ao processo de adoecimento e de tratamento para que a abordagem individualizada se faça presente. Ademais, a discussão acerca dos fatores que influenciam a adesão ao tratamento com fármacos antirretrovirais é cotidiana entre os profissionais da saúde. Nesse sentido, reforçar as impressões com avaliação de questionários objetivos contribui sobremaneira com o entendimento do ponto de vista do paciente acerca de seu próprio cuidado.

CONCLUSÃO

No presente estudo, evidenciou-se que a adesão ao tratamento com antirretrovirais pelos pacientes portadores do vírus HIV estudados caracterizou-se predominantemente como boa/adequada. Os principais itens do questionário CEAT-VIH que contribuíram para tal conclusão foram o impacto positivo do tratamento na saúde e na qualidade de vida desde o início da TARV, a referência de poucos efeitos colaterais com o início da terapia e a auto avaliação positiva dos participantes quanto à própria adesão à TARV.

As principais barreiras detectadas para a adesão à TARV foram o desconhecimento sobre quais são as medicações em uso e o relato de nenhuma ou pouca informação sobre os medicamentos. Portanto, a informação adequada e a conscientização dos pacientes devem ser prioridade dos serviços de atendimento aos pacientes em TARV. Por fim, reforça-se a importância da relação profissional-paciente, cuja função também deve ser de informar, explicar e sanar dúvidas para auxiliar a adequada adesão à terapia antirretroviral.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    16 Set 2019
  • Data do Fascículo
    Sep-Oct 2019

Histórico

  • Recebido
    14 Mar 2018
  • Aceito
    13 Out 2018
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