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Desconforto lombar e as variáveis cinemáticas da postura do profissional de enfermagem

RESUMOS DE TESES E DISSERTAÇÕES

Desconforto lombar e as variáveis cinemáticas da postura do profissional de enfermagem

Regina Célia Gollner Zeitoune

Orientadora: Profª Drª Maria Yvone Chaves Mauro

ZEITOUNE, Regina Célia Gollner Desconforto Lombar e as variáveis cinemáticas da postura do profissional de enfermagem. Tese de Doutorado. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola de Enfermagem Anna Nery, 1996.

O estudo objetivou incentivar a relação provável entre variáveis cinemáticas e grau de sensação subjetiva de desconforto lombar nos profissionais de enfermagem que atuavam na "sala de vacinas" ao administrarem agentes imunobiológicos na região glútea de crianças. A lombalgia no profissional de enfermagem relacionada à postura corporal no trabalho tem sido enfocada considerando-a fator relevante no seu processo de trabalho. Estes trabalhos indicam que certas posturas comprometem articulações e discos vertebrais, entre outras estruturas, podendo causar lombalgias e lesões degenerativas irreversíveis (STUBBS, 1991; OWEN & GARG, 1991; GLADMAN, 1993). A presente amostra constou de onze funcionários. A obtenção dos dados deu-se através de questionário ergonômico para variáveis do grau de desconforto subjetivo e cinematografia e o software BIOMEC para tratamento das variáveis cinemáticas. Para análise dos dados, utilizou-se percentagem e Coeficiente de Correlação de Spearman. Os resultados obtidos mostram que os profissionais eram na maioria adultos, do sexo feminino e com tempo médio de 11 a 15 anos de trabalho no setor. A postura adotada no procedimento era a de pé com flexão de tronco e região lombar, considerada como fator desencadeante da dor nas costas, presente em 10 (90%) dos profissionais. Os episódios de dor de intensidade muito forte a forte ocorriam há mais de 1 ano, com freqüência à noite e durante o trabalho, sendo a vacinação a atividade responsável pelo seu surgimento. As variáveis cinemáticas nos três tempos da jornada de trabalho (1º, 2º e 3º) tiveram avaliação comparativa das variáveis com ângulos aumentando e diminuindo entre si e com flexão de tronco acentuada. Os coeficientes de correlação entre o grau de sensação de desconforto e os ângulos de perna, coxa e tronco foram de r =.12; r=.24 e r = -.79 respectivamente; entre o desconforto e peso, altura e idade os coeficientes de correlação encontrados foram respectivamente de.24,.10 e.26; a correlação com a atividade física (tipo) e com a freqüência da mesma apresentou coeficiente de.15 e.23 respectivamente. Quanto ao tempo de flexão vs sensação de desconforto, o coeficiente encontrado foi de.37. Apontou-se ainda que o funcionário ficava com o ângulo de maior flexão da região do tronco em média 7,5 seg para realizar o procedimento e 15,7 seg de permanência total de flexão da referida região. Com vistas aos resultados pode-se dizer que o procedimento de administrar agente imunobiológico em crianças provocava lombalgia e que existem outros fatores além dos estudados interferindo no processo de lombalgia do profissional. Os resultados não permitiram relacionar significativamente as variáveis cinemáticas com as da sensação subjetiva de fadiga ou desconforto local (lombalgia), a não ser no caso do coeficiente de correlação entre o grau de desconforto subjetivo e o ângulo de tronco cuja diminuição representada pelo sinal negativo da correlação na verdade eqüivale a uma flexão maior do tronco que corresponde com a atribuição das queixas de dor lombar de 75% dos respondentes. Contudo, a inclusão de outros fatores concomitantes àquelas variáveis é irrefutável. A realização de pesquisas nesta área é necessária principalmente no sentido de que a Enfermagem do Trabalho possa contribuir efetivamente no que se refere à saúde do trabalhador de enfermagem.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    06 Nov 2014
  • Data do Fascículo
    Mar 1998
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