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Reforma psiquiátrica e sua articulação com o processo de trabalho do enfermeiro

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Reforma psiquiátrica e sua articulação com o processo de trabalho do enfermeiro

Autora: Ângela Maria Corrêa Gonçalves

Orientador: Francisco Carlos Felix Lana

RESUMO

Este é um estudo qualitativo, que teve como objeto a organização do processo de trabalho do enfermeiro atuante em dois hospitais psiquiátricos da rede privada do município de Juiz de Fora, MG. O novo paradigma da reforma psiquiátrica acarretou a necessidade de reorganizar serviços, criar novas modalidades de atendimento e reformular a organização do trabalho. Com o objetivo de analisar o discurso dos enfermeiros acerca da reforma psiquiátrica e a articulação dela sobre seu fazer cotidiano, tentamos identificar os seus determinantes que interferem no exercício de sua prática, na assistência ao doente mental, analisando as contradições entre o modo de pensar e operar do enfermeiro. Partindo do pressuposto que a enfermagem é uma prática social, portanto articulada às demais práticas de saúde, conduzimos a investigação à luz do referencial teórico-metodológico do materialismo histórico dialético, que considera a historicidade e a dinamicidade dos fenômenos sociais. Tomamos como base o conceito de "processo tecnológico de organização do trabalho" desenvolvido por MENDES GONÇALVES (1986), por ser uma opção que apresenta fins práticos, possibilitando a investigação das transformações ocorridas na assistência ao indivíduo portador de doença mental, a partir da reforma psiquiátrica. A capacitação da realidade empírica se deu através de entrevistas semi-estruturadas e da observação direta. Foram sujeitos desse estudo dez enfermeiros lotados nas referidas instituições. O resultado nos revela que a assistência de enfermagem que encontramos nessas instituições não pode ser reconhecida como "psiquiátrica"; que o enfermeiro tem grande dificuldade em definir sua prática e justifica sua ausência na assistência direta com a sobrecarga de atividades "burocráticas", no sentido mais amplo dessa palavra. Concluímos que os instrumentos que o enfermeiro dispõe para aproximar e transformar seu objetivo e atingir sua finalidade são: a organização do ambiente hospitalar através de mecanismos disciplinares e a organização dos agentes da equipe de enfermagem através de mecanismos controladores. O trabalho que vem sendo desenvolvido pelo enfermeiro nestas instituições psiquiátricas confronta-se com os princípios da reforma psiquiátrica, e o rompimento com o modelo tradicional de cuidar implica na formação de uma nova consciência, na reestruturação de novos saberes, o que resultará na transformação da prática.

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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      18 Jun 2014
    • Data do Fascículo
      Out 2002
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